Sabe aquela cidade que enquanto você está visitando já fica pensando quando vai poder voltar? Assim foi Edimburgo, na Escócia, para mim. Ela foi o primeiro destino da minha Eurotrip de 1 mês do final do intercâmbio (mais informações sobre a experiência neste link aqui). Foram, na verdade, 35 dias rodando por diferentes cidades, países e culturas com uma malinha de bordo de 10 kg. Ficamos dois dias por lá. No primeiro, ficamos em Edimburgo mesmo e no segundo fizemos uma excursão, que você pode conferir neste link aqui.
Voltamos enfim para Edimburgo em 2023. A cidade foi tão especial para mim que foi a escolhida para celebrar as minhas 29 primaveras – um jeito mais velho, como a minha idade exige, para dizer que fui lá celebrar o meu aniversário. Como as atrações continuam, basicamente, as mesmas, o que eu fiz aqui foi uma atualização para você, voyajante. Preferi fazer desta forma ao invés de escrever um novo post sobre a cidade. Claro que a experiência indo como estudante (2018) e agora foram bem diferentes. Logo, espere alguns adendos. Sejam muito bem-vindos a Edimburgo!
E se da outra vez eu fiz 1 dia na cidade e usei o segundo para uma excursão, dessa vez foi o inverso. Chegamos em Edimburgo de madrugada e nos hospedamos em um hotel dentro do aeroporto (sim, existem pelo menos três hotéis dentro do Aeroporto de Edimburgo). Na manhã seguinte, alugamos um carro e fizemos uma road trip – viagem de carro – para as Terras Altas (ou Highlands) escocesas. Na ida fomos até Inverness e voltamos no dia seguinte para Edimburgo encontrar a Jenifer e o Bruno, o restante da equipe do Voyajando. Era meu aniver´sario, lembra? O roteiro dessa aventura você encontra neste link aqui (em breve, prometo!).
Mas, por que visitar Edimburgo?
Embora seja a capital do país, Edimburgo não é nem a cidade mais populosa nem a mais vibrante da Escócia. Esses títulos pertencem à Glasgow. Ela, por sua vez, parece ter saído das páginas de um livro de história ou de um filme que retrata a Idade Média em todo o seu – se é possível – esplendor. Suas ruas, escadas, vielas, castelo, palácios, lojinhas e pubs parecem teletransportar você para uma outra época. Não é à toa que é considerada um Patrimônio da UNESCO.
E vale lembrar que a Escócia, assim como a Irlanda do Norte, Inglaterra e o País de Gales fazem parte do Reino Unido (ou United Kingdom). Ou seja, uma vez dentro dele, o trânsito é livre. Por isso, depois da Escócia, passamos pela Inglaterra – do norte ao sudoeste – e País de Gales. Ah, e moeda deles é a libra esterlina e não o Euro – infelizmente. A conversão do agora Charlezinhos não é muito favorável não, então não espere que sua viagem a Edimburgo ou a qualquer lugar do Reino Unido seja barata.
Mas, vamos ao que interessa: o roteiro de 1 dia em Edimburgo, na Escócia.
Como chegar em Edimburgo, na Escócia?
Pegamos um vôo da Ryanair saindo do Dublin (DUB) para Edimburgo (EDI) ainda de madrugada. Saímos do aeroporto de Airlink 100, um ônibus que vai até o centro da cidade, mais especificamente a estação de trem Waverley Bridge. A viagem dura menos de 30 minutos e tem partida a cada 10 minutos.
E vamos de atualização! Em 2023, enquanto andávamos até o nosso hotel dentro do Aeroporto de Edimburgo (ficamos em um chamado Hamptons e recomendamos!), vimos que além dos ônibus Airlink (eles possuem diferentes linhas, o que é muito legal! Então preste atenção para onde você está indo em Edimburgo, combinado?), existe agora um tram (uma espécie de bonde elétrico ou metrô) que liga o aeroporto até o centro da cidade.
Dessa vez nós saímos e voltamos de carro. E vou aproveitar esse tópico para já dar a dica. Tá preparado? Dependendo do seu roteiro, é muito mais vantajoso você alugar o seu carro no aeroporto ao invés de deixar para fazer isso no centro. A gente vivenciou isso – e por isso nos hospedamos no aeroporto.
E como vocês gostam de valores, vamos lá. Para quatro dias, pagamos 169 libras quando reservamos pelo site. Mas, quando chegamos lá, tivemos que pagar mais 80 libras porque não temos cartão de crédito para pagar o caução, que é normal. Na cidade ficaria um pouquinho mais caro e ainda teríamos que pegar um ônibus para ir e outro para voltar. Claro que ainda teve os gastos com combustível. Mas, no geral, pela comodidade e energia, a gente achou que valeu a pena.
As principais atrações de Edimburgo
Clãs? Tartan? Gaitas de fole? Uísque? Sim, todos esses elementos não são apenas estereótipos escoceses, são motivos de orgulho nacional (embora dificilmente você veja um homem moderno usando um kilt sem estar a caminho de uma ocasião especial). E Edimburgo traz uma espécie de “melhores momentos” de toda essa cultura. Principalmente na chamada Cidade Velha (Old Town), centro ao redor da Royal Mile, uma rua que liga o Castelo de Edimburgo ao Palácio de Holyrood, a residência oficial da Rainha Elizabeth II na cidade.
The Elephant House
O estabelecimento se orgulha em dizer que Harry Potter nasceu ali. Mas, a própria autora, JK Rowling, já disse que não é bem verdade. Ela frequentava sim o local e muito da saga do bruxinho foi escrita ali, mas berço-berço não é. Independente disso, foi na The Elephant House que começou nosso roteiro em Edimburgo e só por isso o local já tem nossos corações.
Como tornou-se uma atração turística para os fãs da série, eu entendo que eles precisem de rotatividade nas mesas da cafeteria. Dito isso, não fiquei -tão ou muito – surpresa com a placa na frente do balcão que diz que não tem Wi-FI disponível e que é para todos “fingirem estar em 1995” (ano em que JK começou a escrever Harry Potter).
E enganam-se aqueles que achavam que o lugar era uma viagem ao mundo de Harry Potter. Não é. Hahahahahaha. Você vai ver referências a ele em um painel (com desenhos, cartas e matérias de jornal) e no banheiro, onde o estabelecimento deu espaço para seus clientes assinarem dizeres relacionados à saga.
E, por que The Elephant House? Por causa de elefantes mesmo. A cafeteria tem uma coleção com mais de 600 enfeites de vários formatos, tamanhos e estilos do animal. É uma graça!
Atualização: o estabelecimento está permanentemente fechado por conta de um incêndio – infelizmente. Mas, vou manter o The Elephant House neste roteiro como memória e emanando energias positivas para que a cafeteria um dia volte.
Calton Hill
É uma colina de onde se pode ter uma vista privilegiada da cidade de Edimburgo, principalmente porque ela está no meio da cidade. Lá em cima, você encontra também – além da visão e do vento, rs – o Monumento Nacional, o Monumento a Nelson, o Monumento Dugard Stewart, e o Observatório da Cidade, que é um observatório astronômico. É uma subidinha tranquila até o topo, e se eu consegui carregando minha malinha de 10kg, você também dá conta! Passamos por lá sentido nossa acomodação ainda de manhã.
Monumento Nacional
Confesso que fiquei “ué” quando vi informações sobre ele, principalmente por conta do seu estilo. Também conhecido como “Atenas do Norte”, o Monumento Nacional (National Monument) foi erguido como uma homenagem aos mortos pelas Guerras Napoleônicas. Sua construção começou em 1826 e nunca foi terminada por motivos financeiros. Sua inspiração foi o Parthenon de Atenas.
Monumento a Nelson
Construído entre 1807 e 1815, o Monumento a Nelson (Nelson Monument) é uma homenagem a um vice-almirante que perdeu sua vida na Batalha de Trafalgar. Possui 30 metros de altura e é possível subir na torre para ter uma visão ainda mais alta da cidade.
Monumento Dugald Stewart
Construído em 1831, trata-se de uma homenagem a Dugald Stewart, que viveu de 1753 a 1828. Ele foi professor e filósofo da Universidade de Edimburgo. Foi um dos grandes divulgadores e sistematizadores dos grandes pensadores do Iluminismo Escocês, como Adam Smith.
Castelo de Edimburgo
Com mais de 1.000 anos de história, o Castelo de Edimburgo não é só o ponto turístico mais visitado da Escócia, já que recebe mais de 1,5 milhão de visitantes por ano, ele é conhecido também como o castelo mais atacado da Grã-Bretanha. Foram 23 vezes, para ser mais exata.
Clãs escoceses, reis ingleses e até, mais recentemente, “aviões” alemães já foram “para cima” desta fortaleza. Mas, lá está ela, firme e forte em cima de sua rocha vulcânica, no horizonte da cidade. Sua posição estratégica confere ao castelo, até hoje, o status de base militar ativa. Isso mesmo. Você até pode visitá-lo, mas saiba que está entrando em um quartel.
Rocha vulcânica? Isso mesmo. O Castelo de Edimburgo está em cima da Castle Rock. Estudiosos acreditam que ela tenha cerca de 350 milhões de anos e que pessoas vivem em cima dela desde a chamada Idade do Bronze, aproximadamente 3.000 anos atrás. Isso porque dali de cima é possível ver todo o entorno e saber por onde os inimigos estão vindo. Outra ressalva importante é que o acesso ao castelo é feito de um lado. Do outro, um imenso paredão de pedras.
Uma “breve contextualização” histórica
Mas, vale lembrar, que todos castelos são resultados de anos e anos de crescimentos, melhorias e construções. O Castelo de Edimburgo começou a ganhar forma e se assemelhar ao que é hoje já na Idade Média, quando a Escócia se tornava um reino unificado. Seu “marco zero” é a Capela de Santa Margarida (St. Margaret’s Chapel), construída em 1130 pelo Rei David I em homenagem à sua mãe, uma princesa inglesa que foi para a Escócia para se casar com seu pai, Rei Malcolm III. Ela morreu três dias depois após saber que seu marido e filho morreram em uma batalha contra a sua Inglaterra.
Santa Margarida foi canonizada pelo Papa Inocêncio IV em 1250 pelos seus atos de caridade
E isso é importante ressaltar. A disputa entre a Escócia e a Inglaterra durou muitos anos e custou reinados e vidas. A história entre os dois reinos se fundem em diversos momentos e eu não tenho a pretensão de falar sobre ela porque qualquer coisa que eu escrevesse aqui ou tentasse explicar seria raso e superficial. Toda e qualquer menção que eu fizer será para fins de contextualização.
As lutas entre os reinos da Escócia e da Inglaterra continuaram por séculos. E o Castelo de Edimburgo foi palco de inúmeras batalhas, cercos e ataques. Há momentos que ele está sob domínio escocês e outros sob domínio inglês. E, quando nas mãos dos primeiros a disputa pelo poder era interna com assassinatos, traições e trapaças. Nada de novo na história do homem, né não?
Então, voltando. Além da Capela de Santa Margarida, você também encontra dentro das muralhas do Castelo de Edimburgo:
O canhão da 1 hora
Todo dia, desde 1861, às 13h (sim, pontualidade britânica aqui), o One o’clock Gun (canhão da 1 hora, em tradução livre) dispara pelos muros do Castelo de Edimburgo. Ali perto fica o estuário do Rio Forth e, reza a lenda, que o tiro é dado para os navios saberem que horas são. Mas, com tanto canhão por lá, qual eu vou saber que é o certo para assistir a exibição? É o único canhão moderno apontado para o rio. Você vai achá-lo. Ou, por volta das 13h, é só ver onde os turistas estão aglomerados. Hahahaha
Dica: chegou tarde e os turistas já estão aglomerados? Suba. A gente identificou pelo menos três lugares mais para cima da rocha vulcânica de onde você consegue ter uma boa visão do canhão. Do lado da capela de Santa Margarida, por exemplo, ao lado de uma loja de uísques que colocaram lá dentro (onde ficamos e você vai ver em breve no vídeo do Youtube) e de outras plataformas na beirada das muralhas. A gente notou que as pessoas já começaram a parar e reservar seus lugares ao sol uns vinte minutos antes das 13h.
O Mons Meg, o canhão do Rei Jaime II
Sim, o Castelo de Edimburgo é famoso pela quantidade de canhões que possui em suas muralhas. Essas “melhorias” foram adquiridas e instaladas pelo rei escocês Jaime II. E, ironicamente, do lado da Capela de Santa Margarida você encontra o Mons Meg, um senhor canhão do século XV que foi dado ao rei como presente de casamento. Além do tamanho que impressiona, suas especificações técnicas também não deixam a desejar. Naquela época, um tiro desse monstrinho aí podia alcançar 3 km de distância e fazia um estrago.
Joias da Coroa e a Pedra da Coroação
Infelizmente, não são permitidas fotos das Joias da Coroa. Mas, é claro que elas são incrivelmente-incríveis, luxuosas e imponentes. Além da coroa, propriamente dita, ao lado estão a espada e o cetro. Reza a lenda que estes artefatos em exposição no Castelo de Edimburgo são as joias mais antigas da Coroa nas Ilhas Britânicas, datam do final do século XV e início do século XVI.
Ah, e a Pedra da Coroação é uma pedra antiga na qual os monarcas da Escócia e da Inglaterra se sentam para suas coroações. Se você assistiu The Crown, pode ser que tenha reparado na pedra abaixo do trono da Rainha Elizabeth II em sua Coroação. A @jenifercarpani ficou decepcionada ao ver a pedra, hahahahaha. Porque, gente, é isso. Uma pedra!
Palácio Real
Aqui vale fazer a diferenciação entre palácio e castelo. Palácio é onde viveram ou vivem reis e rainhas. Castelo, são fortificações militares. E em um castelo pode ter um palácio dentro. Dentro do Castelo de Edimburgo você vai poder vislumbrar a passagem da nobreza pela fortaleza no Palácio Real (The Royal Palace), com quartos incrivelmente decorados com os brasões do Reino Unido.
A decoração fina e elegante faz você esquecer que lá fora o que se vê são pedras, muralhas e canhões. Até porque a realeza deixou de morar ali por volta do século XVII, e foi para o Palácio de Holyrood do outro lado da Royal Mile. Já já chegaremos nele.
Museu Nacional de Guerra
O Museu Nacional de Guerra (National War Museum) mostra artefatos militares e a história de guerras dos últimos 400 anos onde a Escócia esteve envolvida. Está instalado dentro de uma construção dos anos 1700 que era usado como armazém de munições. Vale lembrar que, com a saída da família real do Castelo de Edimburgo, ele tornou-se principalmente um quartel militar. Todas as novas infraestruturas, a partir do século XVII, foram com essa finalidade.
Memorial Nacional de Guerra
Já o Memorial Nacional de Guerra (The Scottish National War Memorial) homenageia os mortos de ambas as guerras mundiais que assolaram o continente. Em 2018 a gente pode fotografar lá dentro. Em 2023, imagens não são mais permitidas. E sim, quis deixar isso explícito aqui para você não achar que eu burlei as regras, voyajante. Não sou dessas.
Prisões da Guerra
Eu não gosto de visitar prisões. Elas são frias, úmidas e energeticamente pesadas. E as prisões (Prisions of War) do Castelo de Edimburgo não são diferentes. Estudiosos estimam que “cabiam” até 1.000 prisioneiros ali. Entre as principais nacionalidades estavam os franceses (porque o Reino Unido e a França também lutaram muito entre si) e, depois, espanhóis, italianos, alemães e americanos. Vale lembrar que os Estados Unidos ainda não eram um país, então os americanos presos eram, na verdade, traidores (já que eram britânicos).
Catedral de São Egídio (St. Giles Cathedral)
Construída em homenagem ao padroeiro da cidade no século XII, a Catedral de São Egídio fica na Royal Mile, a rua que liga o Castelo de Edimburgo e o Palácio de Holyrood. Embora tenha nascido católica, vale ressaltar que o Reino Unido cortou relações com o Vaticano por volta de 1560 e desde então é uma igreja protestante.
Palácio de Holyrood (Holyrood House)
Chegamos à residência oficial da Rainha Elizabeth II (agora, do Charles III) em Edimburgo. Infelizmente, não são permitidas fotografias dentro do palácio, apenas da área externa. E como estávamos a caminho de Londres, achamos interessante entrar tanto na Escócia quanto na Inglaterra para podermos “comparar” as duas casas da monarca. Hahahaha. Acho que é bom eu já mencionar neste post aqui que eu adoro acompanhar a realeza britânica, seus protocolos e histórias.
E já falamos lá em cima que a família real deixou o Castelo de Edimburgo e mudou-se para o Palácio de Holyrood no século XVII. O Rei James IV decidiu construir sua morada ao lado da Abadia de Holyrood para fugir do frio da fortaleza acima do Castle Rock. Antes, existia ali um mosteiro e as obras tiveram início por volta de 1528. De lá para cá, passou por constantes renovações e melhorias.
O que você vai ver na sua visita ao Palácio de Holyrood?
Na bilheteria você recebe um audio guia que vai narrando, ao longo da sua visita, todos os pontos que merecessem destaque em cada um dos cômodos. Entre eles estão:
Apartamentos de Estado (State Apartments)
É um conjunto de salas luxuosas com tetos de gesso e com paredes cobertas de tapeçarias. A rota leva até o Quarto do Rei (King’s Bedchamber) que, antigamente, só podia ser visto por convidados ilustres e privilegiados. A importância do cômodo também se dá pela sua posição estratégica: bem ao centro do Palácio de Holyrood – como o quarto de dormir de Luis XVI no palácio francês de Versalhes.
Passamos também pela Sala de Jantar (Royal Dining Room), onde os membros da família real fazem suas refeições quando estão na cidade; a Sala do Trono (Throne Room), e a Câmara Privada (Privy Chamber) usada pela Rainha para audiências privadas com o Primeiro-Ministro da Escócia e visitantes dignatários. Muito The Crown, né?
Booking.comQuartos da Rainha Mary da Escócia (Mary, Queen of Scots’ Chambers)
A Rainha Mary da Escócia viveu no Palácio de Holyrood entre 1561 e 1567 e são os cômodos considerados históricos pela importância desta mulher para o país. Na visita é possível ver o seu Quarto de Dormir (Bedchamber), Sala de Jantar (Supper Room) e Câmara Externa (Outer Chamber).
Reza a lenda – mentira, é verdade mesmo, mas só para deixar você curioso – que em 9 de março de 1566, a Rainha Mary presenciou o assassinato de seu secretário particular David Rizzo pelo seu marido, o Lord Darnley. Ele foi esfaqueado 56 vezes e agora sim, há boatos, que é possível ver as marcas de sangue ainda hoje no chão.
Galeria Real (Great Gallery)
É a maior sala do Palácio de Holyrood. Em suas paredes estão pendurados retratos de reis da Escócia. Ao todo, são 96 quadros dispostos por lá: 95 homens e uma mulher, a Rainha Mary. Outro destaque é a pintura de Robert The Bruce, herói nacional retratado no icônico filme Coração Valente (Braveheart).
Quando estiver visitando, observe que existem vários quadros danificados por espadas na sala. Eles foram “estragados” por tropas do governo após a derrota na batalha de Falkirk, em 1746.
Abadia Holyrood (Holyrood Abbey)
As ruínas da Abadia de Holyrood chamam atenção ao lado do palácio de mesmo nome. Ela foi considerada uma das maiores abadias medievais de toda a Escócia e eram ali que aconteciam batizados, casamentos e coroações de reis e rainhas do país.
Vale ressaltar que eu visitei Edimburgo em setembro de 2018, mês já considerado baixa temporada porque faz frio (sim, e faz mesmo, valendo!). Por isso não fiz o passeio pelos jardins do palácio, disponível apenas no verão. Ah, e bem pertinho dali tem a Galeria da Rainha (The Queen’s Gallery), que é uma galeria de arte que expõe obras do acervo da monarca. Se você tiver com tempo e disposição, e se for um artista que você já admira, por que não, né? Nós já estávamos no “fim do dia” e encerramos por ali mesmo – até porque eu queria ver lojinha para comprar meu imã-souvenir.
Johnnie Walker Experience
Uísque, whisky, whiskey… independente da grafia correta, uma coisa é certa: a gente gosta muito de experiências de destilarias. E a da Johnnie Walker, em Edimburgo, é muito bacana. Pode ser que a nossa experiência tenha sido afetada pela quantidade de álcool no nosso organismo?
Pode. Afinal, São três drinques em 1 hora e 30 minutos de tour que aborda a história da marca, seus diferentes rótulos, a produção na bebida em si bem como os ingredientes que fazem parte do processo. Uma das coisas aprendidas ali, por exemplo, é que diferente do uísque irlandês, que utiliza qualquer tipo de madeira nos barris de envelhecimento da bebida, os escoceses utilizam apenas o carvalho.
O que mais?
A parte que eu mais gostei é que antes da experiência você e seu grupo fazem teste on-line em que respondem se gostam ou não gostam de alguns ingredientes. Um teste do sabor, eles chamam. Eu, por exemplo, amo gengibre. O Gian detesta. Então fui de “I love” (eu amo) e o Gian de “I hate” (eu odeio). Tem pergunta sobre alecrim, banana, damasco…
No fim, eles identificam a sua “família” e o bacana é que cada um de nós se identificou de uma forma. O meu era “fresh” (fresco), o Gian era “fruity” (frutal), a @jenifercarpani era “creamy” (cremoso) e o Bruno era “spicy” (apimentado). Na chegada, eles dão uma pulseira e um drink com a cor equivalente ao resultado do nosso teste. E, no geral, eles acertam,
E quanto? Pagamos 28 libras cada um – e, sinceramente, vale os charlezinhos.
Extra: os subterrâneos de Edimburgo
Fechamos com o nosso parceiro o Get Your Guide – link aqui! – esse passeio que nos leva para os subterrâneos ou catacumbas, como eles chamam, de Edimburgo. Fiquei sabendo desse passeio ou “atração” na minha visita em 2018, mas não quis muito fazer porque todos os tours oferecidos tinham uma pegada meio terror. Então você tem atores criando situações mais esquisitas, dando susto e contando histórias de fantasmas e/ou sangrentas. E, bom, não sou fã dessas coisas. Não tenho medo, tenho preguiça, hahahaha.
Enfim, dessa vez encontramos um tour que parecia mais normal e nos jogamos nele. É conveniente que esses tours acontecem até de noite – o nosso, por exemplo, começou às 21h, o que nos deu tempo de sobra para aproveitar mais o dia.
O guia nos levou primeiro, antes de irmos para os subterrâneos, em alguns pontos da cidade. Passamos na Catedral de São Egídeo, na Praça Hunter e descemos até a Ponte Sul de Edimburgo, a porta de entrada para a atração da noite. Em cada um desses pontos ele contou uma história de algo que aconteceu ali. Um cemitério com uma maldição, um assassinato e assim por diante. E tudo bem, hahaha.
Mas, afinal, qualé que é dessa Edimburgo subterrênea? Eu te conto, voyajante. Mas, para isso, é preciso repetir o que você já deve ter entendido ao longo deste texto: Edimburgo nasceu em cima de rochas, colinas… Logo, eram preciso pontes para ligar todos esses morros.
Uma delas é a Ponte Sul (ou South Bridge). Outra coisa importante para contextualização: Edimburgo crescia por meio de verticalização. As pessoas não expandiam a cidade para os lados, mas para cima. Juntando uma coisa à outra vem a parte mais bizarra de toda essa história: eles simplesmente cobriram os quarteirões mais pobres para a construção da Ponte Sul, em 1788, e foi assim que criaram-se os subterrâneos.
No começo as pessoas saíram desses bairros e foram procurar outros lugares para morar. Mas, com o tempo, as câmeras começaram a ser ocupadas por todo “tipo” de gente. Até porque “morar na rua” era um crime na época, então os mais pobres tiveram que procurar um abrigo. Ali embaixo, na total escuridão, viviam os mais pobres, prostitutas, gangues, e etc etc etc. Segundo o nosso guia, sem enxergarem nada, eles se amontoavam ali, o que criava um ambiente mais do que propício para crimes, assassinatos e disseminação de doenças.
E se não bastasse tudo, tem mais uma coisa muito bizarra nessa história toda: esses subterrâneos em algum momento da história foram esquecidos e suas câmeras tornaram-se ou residências estudantis ou depósito de pubs e lojas. Eles foram redescobertos em meados na década de 70 quando estudantes bêbados escutaram barulhos vindos através das paredes e decidiram – por que não? – usarem uma marreta. Isso serve também como explicação de porquê você não consegue acessar o local sem um tour. É propriedade privada!
Ali embaixo o guia vai contando todas essas hitórias e mais algumas sobre seitas religiosas e místicas e de bruxaria que utilizavam os subterrâneos para seus encontros e rituais. O nome do tour que fomos é Edinburgh: Underground Vaults Tour. Mas, se você curte a pegada de Noites do Terror, você encontra muitas outras empresas que oferecem o passeio.
Extra: New College (Universidade de Edimburgo)
Eu não posso ver uma porta aberta que a tentação de entrar para dar uma “olhadinha” grita. E foi assim que encontramos o New College, da Universidade de Edimburgo. Ele foi fundado pela chamada Igreja Livre da Escócia no século XIX e foi concebido como uma universidade gratuita para formar novos líderes regiliosos. Hoje é um dos mais renomados centros de estudos em Teologia do Reino Unido. Me perdoem qualquer erro de contextualização. O lugar é lindo e é bastante fotogênico! É toda Edimburgo em um pedacinho só.
Locações de filmes? Sim!
Agora que já mostramos as principais atrações e um roteiro de 1 dia em Edimburgo, vamos a alguns adendos. A cidade, só por si, merece uma visita. Ela é linda e realmente parece transportar para um outro tempo-espaço. E o mais legal é que a indústria cinematográfica sabe disso.
Além de Harry Potter e The Crown, que foram mencionados por aqui neste mesmo post, eu gosto muito da série Outlander, que também teve muitas cenas gravadas na Escócia. Já ouviu falar dela? É a história de uma mulher que viaja no tempo e passa por aventuras nas chamadas Terras Altas (Highlands), área dominada por clãs. Nas fotos aqui embaixo você encontra fotos do Bakerhouse Close. Era ali que funcionava a editora de Alexandre Malcolm, o lugar onde Jamie imprimia seus panfletos jacobitas.
O filme Vingadores: Guerra Infinita também usou a capital da Escócia como locação. E o Gian que é fã não poderia deixar a Cockburn Street de fora do nosso roteiro de 1 dia em Edimburgo. É ali que Wanda e Visão estão sentados quando assistem televisão. Ou melhor, as notícias que mostravam extraterrestres invadindo a terra.
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Muito obrigada!
Uma delícia e prazer ter chegado até aqui! Amei a escrita de vocês, obrigada!
Devo ir em Março para Irlanda e ficar um mês estudando e quero conhecer ao redor.
Ah, que amor! Muito obrigada pelo seu comentário, Gi! Esperamos que se encante pela Escócia (e pela Irlanda!) como a gente. Tenho certeza que vai ser incrível! 🧡