Portugal: visitamos os mosteiros de Alcobaça e Batalha

Mosteiros de Alcobaça e Batalha? Sim… Eu não deveria, mas vou unir o Mosteiro de Alcobaça e o Mosteiro da Batalha em um único post. Primeiro, porque nós visitamos os dois no mesmo dia. Depois, porque apesar das similaridades, ambos conseguem ser tão diferentes entre si. Quais similaridades? Bom, são mosteiros portugueses construídos após a mão de um rei. Ambos foram doados para ordens religiosas. Os dois são reconhecidos como patrimônios de Portugal e da UNESCO. E merecem a sua visita – apesar dos €15 de cada uma das entradas. 

Como chegar aos Mosteiros de Alcobaça e Batalha?

De Lisboa, é aproximadamente 1h30 de carro até Alcobaça. E cerca de 1h40 até o Mosteiro da Batalha. Ou seja, você pode sim fazer um bate e volta e conhecer os dois lugares (distante entre si cerca de 25 quilômetros) em apenas 1 dia a partir da capital portuguesa. Em ambos os lugares, não pagamos por estacionamento – o que foi bom. Encontramos lugares na rua mesmo que não precisavam de parquímetro. 

Bom ressaltar porém que visitamos os dois mosteiros durante a nossa road trip em Portugal e que não saímos de Lisboa. Na verdade, estávamos em Óbidos e visitamos Nazaré pela manhã, chegando em Alcoçaba quase na hora do almoço. E sim, como você deve imaginar, a passagem pela cidade foi rapidinha, e era bem cedo. Logo vimos as principais atrações de Nazaré pelo lado de fora – já que a cidade ainda estava acordando.  

Dito tudo isso, também quero trazer à tona que você pode sim chegar até os mosteiros de transporte público, com ônibus intermunicipais saindo da Lisboa Sete Rios. Como a gente não utilizou o serviço, não posso dar minha opinião sincera sobre o rolê. Se você já fez o trajeto, deixa aqui nos comentários para ajudar qualquer pessoa que esteja pensando em se aventurar – e obrigada por isso, é muito bem vindo. 

Powered by GetYourGuide

Ah, Jeanine, cadê a matéria de Nazaré? Não vai ter, voyajante. Escrevi tudo o que podia pela cidade na matéria geral sobre a road trip em Portugal. Eu não poderia me estender mais sobre uma cidade que, como disse, vi de fora e acordando. Eu diria apenas que ela parecia muito animada – e com uma faixa de areia bem interessante para todos que gostam de lagartear na praia. Não é nosso caso – vide a visita à dois mosteiros históricos no mesmo dia, hahahaha

O Mosteiro de Alcobaça

Na ordem de visita, começamos pelo Mosteiro de Alcobaça, que é também o mais antigo entre os dois (e o terceiro da história de Portugal!). O primeiro rei, D. Afonso Henriques, doou um vasto território para a Ordem de Cister em agradecimento pelo apoio espiritual e militar da ordem na fundação do reino de Portugal. A construção da igreja começou em 1178 e só foi concluída em 1252, tornando-a a primeira obra verdadeiramente gótica do país.

O local de sua construção não foi mera coincidência – e está situado em um vale, com terras férteis para agricultura e abundância de água. Não é à toa que durante séculos, o mosteiro exerceu enorme influência religiosa, cultural e agrícola. Os monges cistercienses introduziram técnicas de irrigação e cultivo que transformaram a região do vale do rio Alcoa num dos mais férteis de Portugal. O mosteiro também se tornou um importante centro de cópia de manuscritos, preservando o saber medieval.

As principais atrações no Mosteiro de Alcobaça

Já vou dizer desde já que é impossível não ficar encantado com o lugar já na primeira sala depois da bilheteria. Aliás, toquei no assunto de bilhete e adianto que compramos o nosso ingresso com antecedência pelo nosso parceiro, o GetYourGuide. Sem problemas e sem filas na hora de entrar na atração. Recomendo. 

A visita começa pelo Claustro do Silêncio, construído no século XIV a mando de D. Dinis, e que antigamente era utilizado pelos monges para meditação. Engraçado dizer que a gente, no século XXI, ficou meio assim de fazer barulho por lá – já que o espaço todinho traz paz. E sim, esse foi o melhor jeito de descreve-lo, voyajante, um lugar de paz. Não apenas o nosso grupo, viu? Não estávamos sozinhos por lá – como as fotos fazem parecer. Não estava lotado para um verão Europeu, mas quem estava ali também abaixou (e bem) o tom da conversa. Talvez por isso a recordação carinhosa. Lindo!

É legal destacar que cada sala possui uma placa explicativa – o que transforma a visita, deixando-a muito mais curiosa e interessante. Deu para entender um pouco melhor como viviam os monges por ali – sua organização politica e religiosa, e sua rotina por conta dos votos de silêncio. 

A cozinha, por exemplo, chama atenção para a chaminé gigantesca e pelas torneiras, que traziam água do rio Alcoa diretamente para o mosteiro. Aliás, tudo parece muito grande ali. O refeitório e o dormitório são tão grandes quanto. Faz sentido imaginar que quase 200 monges conviviam por ali. 

Após a visita ao mosteiro, entramos na Igreja de Santa Maria de Alcobaça. É a maior igreja medieval de Portugal. E sabe o que me chamou a atenção? Suas cores claras. Ao contrário das igrejas medievais que conhecemos quando viajamos aqui pela Irlanda, Inglaterra, França e Alemanha, que são escuras, ali o gótico é iluminado. Mas, sinceramente, ela é muito bonita e vale a sua visita, apesar do interior do mosteiro chamar mais a minha atenção. 

Aliás, não pule a sua visita à igreja por um detalhe muito simples: são ali que estão os túmulos de D. Pedro e Inês de Castro. Quem, Jeanine? Pois bem, voyajante, eu escrevi a historia dos dois brevemente na matéria aa road trip – que voce pode acessar clicando aqui. Por Isso não vou me estender. Vale só dizer (para aguçar a sua curiosidade) que o casal é considerado o Romeu e Julieta real. 

E os túmulos, colocados frente a frente, são impactantes demais. Faz todo o sentido serem considerados obras-primas do gótico europeu. 

Enfim, mas não menos importante: 

Apenas um último adendo, caso você esteja se perguntando como eu me perguntei. E aí, que que aconteceu com os monges? Em 1834, um decreto real determinou a extinção de todas as ordens religiosas em Portugal. Por isso os monges foram expulsos e o mosteiro entrou em decadência. O que vemos hoje é obviamente resultado de anos e anos de revitalizações e obras de preservação. Foi eleito Património Mundial da UNESCO em 1989.

O Mosteiro da Batalha

A próxima parada foi o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha. Se o Palácio de Mafra, que visitamos no começo da road trip, foi erguido após uma promessa do rei D. João V por um herdeiro, esse aqui foi construído por ordem de D. João I para cumprir outra: vencer a Batalha de Aljubarrota (1385). Que que isso, Jeanine? Pois bem, voyajante, a contextualização histórica está lá na matéria da nossa viagem de 10 dias na terra dos colonizadores, mas eu dou uma palhinha aqui: é quando os portugueses, liderados por Nuno Álvares Pereira, derrotaram os castelhanos e asseguraram a independência de Portugal

A obra começou em 1388 e prolongou-se por quase dois séculos, mobilizando vários mestres construtores nacionais e estrangeiros. Quando a gente entra, entende logo de cara o porquê. Não é à toa que é considerado um dos exemplos mais notáveis da arquitetura gótica e manuelina na Península Ibérica. E ao mesmo tempo que ele lembra o Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa) e o Mosteiro de Alcobaça, ele é bem diferente. 

Ah! Vale dizer ainda que a construção é também um panteão régio da dinastia de Avis. Ou seja, onde uma boa parte da realeza descansa em paz. E, juro, eu esperava bem menos da família real portuguesa, viu? Talvez por preconceito… Na real, é por isso mesmo. O panteão, localizado logo à direita de quando se entra na igreja, é digno de realeza. 

Powered by GetYourGuide

Principais atrações no Mosteiro da Batalha

O Mosteiro da Batalha tem uma visita “bagunçada”. Você começa por um lado, sai, vai para o outro, dá a volta por trás… Por isso você ganha um ingresso impresso na bilheteria de lá, e vai carimbando conforma entra em cada um dos espaços. Faz sentido? O bom é que os funcionários vão ajudando a guiar a visita. Vamos por partes. 

Começamos na igreja – que, sinceramente, já foi um dos pontos altos para mim. Os vitrais coloridos deram um ar de outro mundo para o rolê. Infelizmente, as fotos não fazem jus para as luzes do lugar. Eu sinceramente espero que no dia da sua visita os raios do sol estejam alinhados da mesma forma, e que você tenha a mesma projeção de luzes. Foi muito especial.

E de lá, entramos na Capela do Fundador, o mausoléu com parte da família real que já mencionei por aqui. No panteão da dinastia Avis você encontrará em destaque os túmulos do rei D. João I e sua rainha, Filipa de Lencastre, e seus filhos, entre eles o Infante D. Henrique, patrono das navegações portuguesas. 

Ai, demos a volta no interior da igreja mesmo e entramos em uma porta do outro lado, e demos de cara com o Claustro Real. À primeira vista, pode parecer bem parecido com o Claustro do Silêncio que visitamos de manhã, mas não é. Apesar da paz do lugar, que também possui uma fonte de água, não teve a mesma energia. E não, não sei explicar o porquê. Ali do ladinho a gente encontra o Túmulo do Soldado Desconhecido, instalado ali em homenagem aos combatentes portugueses que fizeram parte da Primeira Guerra Mundial. Achei bem deslocado, se estou sendo sincera. 

Por fim, saímos daquele conglomerado e demos a volta por fora para conhecer enfim as Capelas Imperfeitas. A parte do ‘por fora’ foi sofrida porque estava muito (muito!) calor. Mas devo dizer logo de cara que esse é um dos destaques do Mosteiro da Batalha, com toda a certeza. Foi encomendada por D. Duarte, mas como a obra do mosteiro foi bastante longa, tipo 200 anos, eles acabaram largando e deixando a obra inacabada. É disso que se tratam as Capelas Imperfeitas… E ficou poético. 

Terminamos a nossa visita e fomos para o próximo destino da vez: Coimbra. Se quer mais detalhes sobre a nossa road trip por Portugal, você encontra todos os detalhes nesta matéria aqui. Tem preços de acomodações, gasolina, aluguel do carro, pedágio… Obrigada pela companhia até aqui e já fica também o convite para seguir as nossas aventuras em video lá no canal do blog. Inté mais!


VISITA AO COLISEU

Powered by GetYourGuide

SOBRE NÓS

O Voyajando surgiu do sonho de criar um espaço para trocar dicas de passeios, restaurantes, hotéis e tudo o mais que envolve os pequenos períodos maravilhosos da vida que chamamos de viagens. São elas que nos proporcionam a possibilidade de descobrir novos universos, ter contato com outras culturas e outros jeitos de ver a vida. O Brasil e o mundo estão cheios de lugares incríveis. Vamos conhecê-los juntos?

VISITE O DUOMO DE MILÃO

Posts  Relacionados

Deixe  um  comentário

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *