Cerveja e chocolate. Batatas-fritas e waffles. Essas são as – estereotipadas – palavras que melhor descrevem Bruxelas, na Bélgica. Mas é claro que o país é muito mais do que essas iguarias. Afinal, é a sede do Parlamento Europeu e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). E é lá que fica a praça mais bonita do mundo – segundo eu mesma – e o controverso Manneken-Pis, uma pequena estátua de um pequeno homem fazendo xixi. Vale ressaltar ainda que a cidade é berço do desenho animado “As Aventuras de Tintim”, criado pelo autor belga Georges Prosper Remi. Então você também verá muitas referências a isso durante seu passeio por lá.
Antes de partirmos para o Leste Europeu, o Gian quis dar uma passada na Bélgica, principalmente por conta da tradição cervejeira do país. Como lá também é reconhecido pelos seus chocolates, eu concordei mais do que depressa. Porém, nem tudo são flores. Como estudantes têm vistos com prazo de validade, e já havíamos usado mais da metade dos nossos dias disponíveis, deixamos apenas 1 dia em Bruxelas. Me arrependi? Um pouco, mas não pela capital em si, mas porque existem outros destinos dentro do país – como Bruges – que brilham os olhos. Fica aqui mais um “volto logo!” dessa Eurotrip.
Chegou aqui agora? Deixa eu explicar! Para comemorar o término do nosso intercâmbio em Dublin, na Irlanda, eu e o Gian saímos em uma viagem – que apelidamos de Eurotrip – de 35 dias pela Europa e Marrocos, no Norte da África. Levamos conosco apenas uma malinha de bordo cada um. Começamos pela Escócia, onde visitamos Edimburgo e fizemos uma excursão pelo interior, e seguimos para a Inglaterra, onde conhecemos Liverpool, Manchester (com direito ao estádio do Manchester United), Chatsworth House, Londres, Bath, Stonehenge e Bristol. Ah, e teve uma passadinha em Cardiff, no País de Gales também. Depois, fomos para o Marrocos. E então Amsterdã, nos Países Baixos.
Como chegar em Bruxelas?
Como contamos no post de Amsterdã, saímos da capital dos Países Baixos por volta das 20h30. Foram aproximadamente 4 horas e 45 minutos de viagem de ônibus até a Brussels North-Train Station, em Bruxelas, na Bélgica. De lá, pegamos um Uber até o hotel onde pernoitaríamos para começar o passeio no dia seguinte, bem cedo.
É válido ressaltar que existe um aeroporto em Bruxelas para quem ir para a cidade de avião. Trata-se do Zaventem e ele está localizado a cerca de 15 quilômetros do centro da capital. Outro meio de transporte possível é o trem, já que existem ferrovias conectando Bruxelas a outras cidades europeias.
Roteiro de 1 dia em Bruxelas
Mesmo chegando super tarde no hotel por conta do deslocamento de Amsterdã para Bruxelas de ônibus, acordamos cedinho para aproveitarmos a capital da Bélgica da melhor forma possível. Infelizmente, precisávamos lavar roupas, então encontramos uma lavanderia próxima ao hotel e aproveitamos o tempinho da lavagem para tomar café. Após concluídas as questões operacionais, seguimos para o centro da cidade e iniciamos o dia. Ah! Vale lembrar que o idioma falado no país é oficialmente o francês e o flamenco (um dialeto holandês), embora a gente tenha se virado muito bem com o inglês por lá. E a moeda é o Euro.
Agora sim, vamos as atrações que conhecemos?
Galeria Royal Saint Hubert
Foi a primeira atração que visitamos na cidade. A Galeria Royal Saint Hubert é digna de nota não só por sua arquitetura, mas pelas lojas e boutiques que você encontra ali dentro, nos 100 metros de comprimento do lugar. Os destaques são, sem sombra de dúvidas, as lojas de chocolate (marcas mundiais como Godiva estão ali). Eles expõem verdadeiras obras de arte atrás dos vidros. Por falar nisso, não se esqueça de olhar para cima e ver o teto da galeria que também é de vidro, mas com em formato de arco.
Grand Place
Até hoje, é a praça mais bonita do mundo para mim. Na verdade, ela é considerada por muitos uma das mais belas da Europa, não é à toa que é também um Patrimônio da UNESCO. Ela começou a ser erguida no século XV e os prédios que a cercam, que dão todo o charme do lugar e já vou explicar o porquê, datam no século XVII. Entre eles estão o Maison du Roi, uma construção de estilo neogótico que abriga hoje o Museu da Cidade de Bruxelas (é lá que fica o Manneken-Pis original); Hotel de Ville, que é a prefeitura; e o Le Pigeon, edifício onde morou o escritor Victor Hugo quando foi exilado da França.
Todos os prédios da Grand Place possuem detalhes em dourado. Quando chegamos na praça, o sol estava batendo nas fachadas das construções proporcionando um visual de tirar o fôlego. Fiquei embabascada observando e tentando tirar fotos, capturar de alguma forma o momento tão especial. As imagens não fazem jus, mas ficam aí para você tentar ter uma noção do que eu vi naquele tempo-espaço. Sério, é lindo!
Manneken-Pis
Você já viu que o original está bem guardado no Museu da Cidade de Bruxelas, mas existe uma réplica para você visitar e ficar com cara de “mas, gente, é atração turística?”. Hahahaha, tá bem, estou sendo chatíssima aqui. Vou me ater aos fatos. Criada pelo escultor Hieronimus Duquesnoy, no século XVII, o pequeno homem que faz xixi tem cerca de 60 centímetros de altura e é feito de bronze. Ali pertinho, na mesma rua, tem ainda um museu com todas as roupas que já foram vestidas na estátua (reza a lenda que são cerca de 900!). Pelo curto tempo na cidade, não entramos, mas só na vitrine já deu para ter uma noção de como a fonte do Manneken-Pis é um símbolo da cidade.
Ninguém sabe o porquê do Manneken-Pis ser tão emblemático! Existem, é claro, algumas teorias sobre isso. A mais aceita é a lenda que a estátua é uma homenagem a um menino chamado Julian que salvou a cidade de Bruxelas ao apagar o pavio de explosivos com seu xixi.
Delirium Café
Se você é, assim como eu, bem ignorante (no sentido de não sabe de nada, inocente!) quando o assunto é cerveja, deixa eu explicar que Delirium é uma marca de cerveja belga. Em Bruxelas eles possuem um bar que se chama Delirium Café. Eles possuem um menu com mais de 200 páginas de rótulos nacionais e internacionais, totalizando cerca de 2.000 opções. Com isso eles tem um título no Guinness Book, o livro de recordes. E no mesmo beco onde está localizado, você encontra a estátua Jeanneke-Pis. É a versão mulher do Manneken-Pis. E é bem isso que você entendeu, uma pequena mulher fazendo xixi.
Mont des Arts
Alguns o consideram um parque, outros um jardim. A realidade é que trata-se de um espaço verde super bem cuidado localizado na parque mais alta da cidade. Mas, ele nem foi assim. Reza a lenda que até o final do século XIX ali ficava um bairro super populoso e foi o rei Leopoldo II que decidiu revitalizar a área, comprando a área. Mas somente em 1910 que o rei ordenou ao arquiteto paisagista Pierre Vacherot a concepção de um jardim “temporário” na colina. E lá está desde então.
Esse jardim “temporário” estava no caminho que fizemos até o Parlamento Europeu e o Palácio Real, dois prédios imponentes que valem serem vistos, sendo este último possível de se visitar se você for à Bruxelas entre os meses de julho e setembro, que não era o nosso caso (fomos em outubro de 2018). Ali pertinho também fica o Museu Magritte, que homenageia o famoso pintor surrealista René Magritte.
O que deixamos de fora do nosso roteiro?
Como ficamos pouco tempo na cidade, tivemos que fazer escolhas. Como fomos lavar roupas de manhã (mazelas de se viajar com uma malinha de bordo), perdemos ainda algumas horas preciosas na capital da Bélgica. Por isso, tivemos que deixar algumas atrações de Bruxelas de fora do nosso roteiro de 1 dia. A principal delas é o Atomium, uma grandiosíssima estrutura de metal inspirada em, como o próprio nome diz, um átomo. Ela tem 102 metros de altura e foi construída em 1958 para a primeira feira mundial pós-Segunda Guerra. É possível conhecê-la por dentro também. Como ele fica mais afastado do centro da cidade, optamos por não irmos. Mas, como em todo post eu digo, fica aqui nossa intenção de visita para uma oportunidade futura.
Outra atração turística que não visitamos foi o Museu dos Quadrinhos. Já falei lá em cima que o desenho “As Aventuras de Tintim” é uma criação belga. Sabe qual é a outra mais reconhecida? Os “Smurfs”. Legal, né? A Bélgica é o terceiro polo dos quadrinhos no mundo, só perde para o Japão e os Estados Unidos. Também há em Bruxelas o Museu dos Instrumentos Musicais que conta com mais de 7 mil instrumentos que datam desde a Idade Média até os dias atuais.
Bônus: o que almoçamos?
Se você tem acompanhado a nossa Eurotrip até aqui, percebeu que não estamos explorando gastronomia, salvo o post de Bath onde tomamos um tradicional chá inglês no The Jane Austen Centre. Isso porque na nossa pressa de conhecer os lugares e aproveitar mais, eu e o Gian não parávamos tanto para comer. Geralmente fazíamos um lanche rápido e seguíamos o nosso itinerário. Mas, em Bruxelas, a coisa mudou de figura. Isso porque encontramos por acaso uma espécie de feira de rua acontecendo no centro e ali tinha uma espécie de peixaria que vendia pratos também pratos prontos para consumo. Eles tinham até mesinhas altas dispostas na rua para você comer por ali mesmo. Não deu outra, pedimos ostras e bolinhos de camarão. O local se chama Noordzee Mer du Nord e fica na Place Sainte-Catherine 50, 1000.
Foi esse o nosso dia em Bruxelas. Como já disse lá em cima, fica aqui publicamente nossa promessa e vontade de voltar mais vezes. De lá, seguimos finalmente para o Leste Europeu, começando por Praga, na República Tcheca. Te vejo no próximo post!
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