E aí, já teve a oportunidade de conhecer a Ilha Esmeralda? A Terra do Leprachaun? Quer dizer, a Irlanda? Um país rico em história, lendas, tradições e natureza. O post de hoje é específico sobre o que fazer em Dublin, sua capital, e dedicado a você que ainda tem dúvidas se vale conhecer ou não um pedacinho do país que já foi lar de celtas, vikings, lordes e – inúmeras – lutas pela independência.
Por isso, este post não tem a pretensão de dizer onde você TEM QUE ir ou o que você NÃO PODE perder. Até porque euzinha mesma (Jeanine aqui!), infelizmente, ainda não conheci tudo que Dublin tem a oferecer.
Batizada pelos vikings, Dublin vem da palavra gaélica dubh linn, que quer dizer “black pool”, ou piscina preta. É referência a uma área de água escura proveniente do encontro entre o Rio Liffey – que corta a cidade – e o córrego Poddle. Esse espaço pode ser visitado ainda hoje, fica pertinho do Dublin Castle. Mas hoje a “piscina preta” foi transformada em um extenso gramado.
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O que fazer em Dublin?
Dublin é, por si só, uma cidade linda. Apenas andar pelo centro da cidade já rende fotos incríveis. A região do Temple Bar, por exemplo, famosa por seus pubs e vida noturna, é altamente instagramável. Na O’Connell St., uma das ruas mais movimentadas do lado ímpar, você encontra o Spire – uma estrutura metálica de 120 m que tornou-se, desde 2001, símbolo e ponto de referência na cidade – e o General Post Office, um edifício neoclássico que abriga os Correios da cidade.
Para atravessar de um lado para o outro, use a Liffey Bridge, ou Ha’penny Bridge, construída em 1816 para ligar os dois lados de cidade: o norte e o sul, o ímpar e o par. O apelido veio porque antigamente era necessário pagar uma espécie de pedágio para atravessar a estrutura. Era metade de um penny, de um centavo.
Guinness Storehouse
Se você gosta de cerveja, esse é o seu passeio em Dublin. Se você quer entender mais sobre a Irlanda, esse é o seu passeio em Dublin. A Guinness é, para os irlandeses, muito mais do que uma cerveja preta. Localizada no antigo depósito de grãos da cervejaria, a Guinness Storeshouse é uma experiência que aborda todos os passos da produção da bebida. Dos ingredientes até as campanhas de marketing que transformaram a bebida em um dos principais símbolos do país. No final do tour, você ganha (ou tira) uma pint para apreciar a cerveja. Você pode escolher tomá-la no Gravity Bar, localizado no último andar da construção, feita de vidro e com uma vista panorâmica da cidade.
Dica: compre seu ingresso com antecedência pela internet. É mais barato e o acesso é mais rápido!
Phoenix Park
Um dos maiores espaços verdes do mundo no centro de uma cidade. Ou o maior parque urbano da Europa. Este é o Phoenix Park, destino favorito dos dublinenses nos dias de sol (digo isso com experiência, porque durante os sete meses de intercâmbio, era só sair um solzinho que todo mundo – e eu – ia para lá tomar café e deitar na grama). Seu tamanho é proporcional a quantidade de atrações para serem vistas dentro de seu terreno e, sinceramente, é impossível conhecer tudo que o parque oferece em um dia. Tem a casa do presidente da Irlanda, a casa de hóspedes do governo, a residência oficial do cônsul americano, o zoológico mais antigo da Europa… e muito mais!
Áras an Uachtaráin
Atualmente, é a casa do presidente da República da Irlanda. Ela foi construída em 1751, quando o país ainda era colônia da Inglaterra. Em 1782, ela foi comprada pelo governo britânico para servir de residência oficial do Viceroy, nome dado ao representante da Coroa na Irlanda. O mais legal? Você pode conhecê-la de graça aos sábados. Basta retirar uma senha no Centro de Visitantes do Phoenix Park. Dá para fazer ainda um tour online na residência para você ver o que te espera ao vivo, quando a pandemia do Coronavírus passar.
Cervos
Cervos? Sim! O Phoenix Park é lar de inúmeros veados que andam livremente pelo terreno, pastando. Não é à toa que os bichos tornaram-se uma das grandes atrações do parque. É comum encontrar turistas em bicicletas – que podem ser alugadas lá dentro – fazendo expedições para encontrar o grupo. Vale lembrar que é proibido dar alimentos aos cervos. Embora dóceis e acostumados com os humanos que os perseguem para fotos, é sempre bom ficar em alerta na hora de tentar a selfie.
Farmleigh House
É uma espécie de casa de hóspedes do governo irlandês para convidados e visitantes ilustres. Construída em estilo georgiano no final do século XVIII, foi adquirida por Edward Cecil Guinness, bisneto de Arthur Guinness (fundador da cervejaria que leva o seu sobrenome) na ocasião de seu casamento com sua prima, Adelaide Guinness. O casal promoveu várias obras de melhorias no local e, em 1999, a casa foi comprada pelo Estado. De lá para cá, já recebeu presidentes, primeiro-ministros, rainhas, imperadores, príncipes e secretários das Nações Unidas. Nos destaques, Rainha Elizabeth II, Barack e Michelle Obama, Tony Blair, Justin Trudeu, Príncipe Albert II e Princesa Charlene, de Mônaco. Um luxo!
Jardim Botânico
Fundado em 1795, o Jardim Botânico de Dublin abriga várias estufas de estilo vitoriano construídas pelo arquiteto Richard Turner. Além de uma grande diversidade de flores e folhas, o local é lar das abelhas bumble bees. Elas são grandes, bem maiores do que as que estamos acostumadas a ver.
Dublin Castle
Também conhecido como Castelo de Retalhos, Dublin Castle é um dos prédios mais importantes da história da Irlanda. Mas, por que retalhos? Ao entrar no castelo, à esquerda, você encontra a Chapel Royal, uma capela de estilo vitoriano decorada com mais de noventa bustos de santos e personagens históricos do país. Ao lado fica a Record Tower, de inspiração normanda, com paredes de 5 metros de espessura. O prédio seguinte, com traços georgianos, é o Treasury Building, o mais antigo conjunto comercial de Dublin. Do outro lado, a Bedford Tower, do século XVIII.
E por que importante? Porque de 1204 a 1922, foi o centro administrativo do poder inglês no país, além de residência oficial dos monarcas britânicos que comandavam a Irlanda. Em 1684, um grande incêndio devastou vários prédios. Neste momento que os States Apartments, para acomodar a monarquia inglesa, e St. Patrick’s Hall, salão onde ocorre hoje a posse dos presidentes irlandeses, são construídos (e podem ser visitados no tour guiado).
Uma das salas no prédio relembra James Connolly, um dos líderes da Revolta da Páscoa de 1916, que mesmo gravemente ferido, foi amarrado em uma cadeira para ser executado por fuzilamento. O destaque da visita é, sem dúvida nenhuma, uma galeria subterrânea medieval encontrada acidentalmente em 1986. Dublin Castle foi erguido em cima de uma ocupação viking e no subsolo estão alicerces do antigo castelo construído por eles.
Trinity College, Old Library e Long Room
Localizada no coração de Dublin, é uma das principais atrações da cidade. Fundada em 1592 pela Rainha Elizabeth I, a Trinity College é considerada ainda hoje uma das universidades de mais destaque da Europa. Somente seus edifícios dos séculos XVIII e XIX já são motivos de visita. Mas dentro de seu espaço estão ainda outras duas grandes atrações dublinenses: a Old Library e a Long Room, o lar do famoso Book of Kells. Por isso, ela tem que fazer parte do seu roteiro.
Old Library e The Long Room
É a maior biblioteca da Irlanda. A Old Library guarda hoje mais de 6 milhões de exemplares que refletem os seus 400 anos de vida. O destaque do seu acervo é o famoso Book of Kells, um manuscrito com iluminuras sobre os quatro Evangelhos do Novo Testamento, datado de 800 a.C. Na exposição que antecede a mostra, há explicações sobre os materiais usados na confecção do livro bem como vídeos acerca de sua importância histórica. Mas você pode dar uma espiada antes no acervo digitalizado na biblioteca.
Já a The Long Room, construída entre 1712 e 1732, é a principal sala da Old Library. Ela guarda os 200 mil exemplares mais antigos da biblioteca. E não é só isso. Entre seus tesouros estão também uma cópia da Proclamação Da República da Irlanda, que foi lida por Pádraig Pearse no início da Revolta de Páscoa, em 1916; e uma das harpas mais antigas do país, confeccionada no século XV. Vale lembrar que o instrumento musical é o emblema da Irlanda e de muita importância para a cultura do país.
St. Patricks Cathedral
É a maior catedral da Irlanda. Foi construída entre 1191 e 1270 em cima de outra igreja, do século V. Reza a lenda que foi neste local que o próprio santo (que também é padroeiro do país) batizou os chefes indígenas celtas nativos, tornando o terreno sagrado. St. Patrick viveu entre 389 – 461 d.C. e é relembrado em todo mundo no dia 17 de março, quando acontecem as festas. O mais curioso é que ele não é irlandês. Ele foi ao país com a missão de cristianizar.
Kilmainham Gaol
É ponto de parada obrigatória para quem gosta de turistar atrações históricas. Desativado em 1924, Kilmainham Gaol é um presídio que ganhou notoriedade por ter encarcerado – e às vezes, executado – nacionalistas irlandeses, pessoas que lutaram pela independência da Irlanda do domínio inglês. A visita na cadeia é guiada e termina em um museu dedicado à resistência e à vida prisional.
Um dos destaque do tour é a capela católica. É lá que o guia conta a história do casamento de Joseph Plunkett e Grace Gifford, em 1916. Presos por suas participações na Revolta da Páscoa, os nacionalistas se casaram às 11h, com dois guardas como testemunhas. No mesmo dia, Plunkett foi executado como um dos líderes do levante ao lado de outros 13 companheiros.
Jameson Distillery
Sabe qual é a expressão irlandesa para uísque? Uisce beatha que quer dizer “água da vida”. E na experiência da Jameson Distillery é possível entender melhor o que é essa paixão nacional. Localizado em sua antiga destilaria, fundada em 1780, o tour contempla as histórias e as curiosidades da – marca e família – Jameson bem como degustação comparativa de uísques e um drink no final do passeio. Se estiver com tempo, não poderia recomendar o suficiente.
Christ Church Cathedral e Dublinia
Duas atrações distintas entre si, mas que podem ser visitadas juntas por um único motivo: os vikings. A Christ Church Cathedral foi construída em 1030 e era, originalmente, uma igreja viking antes de tornar-se irlandesa. Na visita, é possível acessar as criptas da construção, onde estão expostos artefatos e manuscritos religiosos e políticos dos seus quase 1.000 anos de história.
Dublinia, por sua vez, é uma exibição sobre os vikings na Irlanda. Aqui, é possível conhecer de forma didática como era o estilo de vida viking: suas casas, roupas, armas, navios, alimentos, leis… E como foi a ocupação deste povo em Dublin. No final da visita, você encontra a St. Michael’s Tower, uma torre medieval do século XVII que oferece uma vista da cidade.
Vou voltar? Com certeza! Ainda tem muita coisa para conhecer em Dublin. O National Musem of Ireland, a Chester Beatty Library… E você, conhece a cidade? Qual é a atração que você mais recomenda? Conta para a gente lá no Instagram do @voyajandoblog.
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