Visitar a cidade eterna foi como um marco para mim. Cresci fascinada pela história do Império Romano e por pensar que um dia poderia conhecer o Coliseu, já ficava emocionada. E em 2018 em uma viagem de lua de mel, realizei esse e outros sonhos por essa cidade única no mundo. E hoje vou dividir essa experiência com você. Confira aqui algumas dicas de viagem sobre o que fazer em Roma que separei. Espero que gostem!
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“Conta a lenda que os gêmeos Rômulo e Remo foram criados no Monte Palatino por uma loba. Após matar seu irmão, Rômulo teria fundado uma aldeia que originaria Roma. Na colina, foram encontrados vestígios de cabanas de barro que remontam ao século VIII a.C., o que dá sustentação arqueológica a essa versão da história”.*
E não deu outra: desembarcamos em Roma para passar cinco dias inteiros por lá! Já digo de antemão que você deve ter encontrado pela internet pessoas que dizem que dá para fazer em bem menos tempo um roteiro completo pela cidade. E acredito que seja mesmo possível. No entanto, nós gostamos de fazer as coisas com calma, e preferimos ter mais tempo para conhecer cada pedacinho dessa cidade maravilhosa.
E não me arrependi! Digo até mais: se tivesse um tempo maior na cidade, ainda assim teria coisas para fazer. Vou listar aqui embaixo as principais atrações/museus que visitamos, mas antes gostaríamos de separar algumas dicas importantes para a montagem do seu roteiro:
- Monte um roteiro – isso parece óbvio, mas muita gente viaja sem montar um roteiro prévio. Em Roma isso pode ser bem complicado, já que para evitar filas em lugares como o Coliseu ou os Museus do Vaticano, você precisa se programar. Já locais como a Galeria Borghese você dificilmente conseguirá visitar se não reservar com antecedência. E só com um roteiro você irá conseguir otimizar o seu tempo, fazendo os pontos turísticos mais perto uns dos outros e assim, conseguirá andar menos pela cidade.
- Compre os ingressos antes – essa dica é praticamente a mesma que a anterior, mas é para reforçar que se você quiser uma viagem mais tranquila, é importante dar atenção à isso.
- Não siga o seu roteiro – parece contraditório né? Mas tirando ingressos e horários fixos, gostamos de deixar um tempo a mais nas cidades exatamente para não seguirmos o roteiro quando estamos muito cansados, ou quando chove, ou quando você simplesmente quer ficar um tempo a mais em um café. Consideramos isso importante para não fazer da viagem uma loucura.
- Prepare as pernas e os pés. Você vai andar. Você vai andar MUITO. É sério. Muita gente acha que estou brincando, mas é muito sério. Teve dias na Itália que andei mais de 20 km em um dia. E não sou atleta nem nada, então veja só você como foi isso.
- Se prepare para acordar cedo – isso na minha opinião vale para todas as viagens. Quem já viajou com a gente sabe que para nós, é importante aproveitar esse tempo para conhecer os lugares. Você encontra os lugares mais vazios e consegue aproveitar melhor o tempo (principalmente se, como nós, você vai no outono/inverno, em que escurece bem cedo na Europa).
- Estude – se tiver tempo e se tiver vontade, estude. É muito legal conhecer um lugar já sabendo da história dele e da importância dele para os italianos, ou para a humanidade. Claro que você pode, também, contratar um audioguia ou um guia para acompanhá-lo durante a visita. Mas conhecimento prévio sobre o local que você vai visitar nunca é demais né?
Agora vamos a elas. As atrações e os pontos turísticos de Roma. Por aqui você já vai ter uma boa ideia do que fazer na cidade. Mas aprofunde sua busca nos milhares de sites e fontes disponíveis nessa nossa internet. Lembre-se que toda informação é bem-vinda agora, já que lá você se dará apenas ao trabalho de desfrutar a sua viagem.
O que fazer em Roma? Coliseu!
Cheguei em Roma de avião, e lá de cima já tive a sorte de vislumbrar esse monumento. Vi também o Vaticano e outros pontos turísticos muito legais. Estava acontecendo. Eu estava em Roma.
Com sorte, o caminho que você fizer até seu hotel passará pelo Coliseu. Se não passar, mesmo assim fiquem atentos porque você poderá ver muitas outras atrações assim, disponíveis de serem vistas pela janela do ônibus/taxi/carro.
Além da visita “comum” ao Coliseu, sugiro que você pesquise sobre as demais visitas que são permitidas ao monumento. Nós fizemos, já no primeiro dia, uma visita guiada pelos subterrâneos do Coliseu, e foi uma experiência muito bacana. Visitar os níveis intermediários desse prédio já foi muito legal, mas ir aos subterrâneos e andar por onde os animais e escravos andavam deu uma realidade à mais à importância desse monumento. Entender como eram realizados os espetáculos e as lutas na arena também impressiona pela engenhosidade.
Você ainda é levado a perceber a diferença de acabamento entre os níveis inferiores, que não eram vistos pelo público, e as arquibancadas – que de acordo com os pesquisadores, eram revestidas de mármore.
Há também a possibilidade de visitar os níveis superiores do Coliseu, essa nós não fizemos, mas já fica aqui meu lembrete mental para uma próxima!
Fórum Romano e Palatino
Nossa experiência no Fórum Romano não foi das melhores, hahaha. Precisamos definitivamente voltar. No início da nossa viagem, quando separamos para visitar o Fórum Romano e o Palatino, o tempo estava chuvoso e visitar essas áreas abertas com tanta chuva, não foi tão bacana.
Mas uma dica aqui é, antes de visitar o Fórum Romano, ir até o monte Capitolino e observá-lo do alto, para poder identificar as principais ruínas e o traçado da Via Sacra – um trajeto que atravessa o Fórum e por onde seguiam os religiosos e as procissões, em direção ao Templo de Júpiter.
Piazza Navona
Com um formato que se assemelha aos antigos estádios romanos, a região da Piazza Navona é habitada há mais de dois mil anos! É nela que esta a famosa Fontana dei Quattro Fiumi, de Bernini, datada de 1651, e uma das mais famosas do artista, “com figuras sentadas em rochas, abaixo do obelisco representando os quatro grandes rios do mundo daquele tempo (Nilo, Prata, Ganges e Danúbio)”*.
Por estar localizada no centro antigo de Roma, durante a viagem, nós passamos várias vezes pela Piazza Navona, por suas lojinhas e por seus cafés chiques, movimentados de noite e de dia. E, para nós brasileiros, é na Piazza Navona que esta localizada a sede da embaixada do Brasil na Itália.
Pantheon
“Encontramos” o Pantheon logo no primeiro dia que estávamos andando sem rumo por Roma. Depois de um dia cheio de andanças, decidimos não seguir o nosso roteiro e apenas passear um pouco pela cidade. Lembro de ficar boquiaberta. Com o tamanho, com o esplendor, com o nível de preservação. O Pantheon, templo de todos os deuses, é o edifício antigo mais preservado de Roma. E, ao meu ver, é espetacular. Voltamos lá depois de dia, e foi igualmente incrível. O prédio foi construído no século I.*
No caminho para o Pantheon, passamos ainda pela Piazza della Minerva, um pequeno espaço que abriga mais uma escultura de Bernini, com um elefante apoiando um obelisco egípcio (porque em Roma é assim, você está andando tranquilamente e pá: mais um monumento mega antigo, ou uma escultura famosa, “espalhada” por ali).
Piazza di Spagna
Ao redor da Piazza di Spagna, estão as lojas elegantes na Via Condotti, cafés e restaurantes seletos. Passear por ali é passear também por uma área em que no século XVIII circulavam os artistas, escritores, aristocratas e compositores que viviam a cultura e apreciavam a história da cidade.*
A Piazza Spagna é uma das praças mais famosas de Roma. Sua escadaria repleta de pessoas tanto de dia como à noite, recebeu seu nome por conta da Embaixada da Espanha, palazzo construído no século XVII. A escadaria liga a igreja francesa Trinità dei Monti à praça. A fonte que está aos pés da escadaria é de um Bernini também, mas não DO Bernini. Quem fez foi seu pai, Pietro Bernini – bem menos famoso que seu filho.
Outra curiosidade: nos séculos XVIII e XIX, a área constituia o principal centro hoteleiro da cidade. Os viajantes chegavam em busca de inspiração e Charles Dickens chegou a fazer um registro da escadaria, repleto de modelos vestidos de madonas, santos e imperadores, na esperança de serem vistos por artistas estrangeiros.
Santa Maria del Popolo
Você pode incluir essa igreja no seu roteiro para uma visita rápida se estiver passando pela Piazza del Popolo (que tem duas igrejas iguais). Ela possui obras de Caravaggio, Rafael e Bernini, e é uma das primeiras igrejas renascentistas de Roma, encomendada por um papa em 1472. Considerada um dos maiores depósitos de tesouros artísticos de Roma.
Fontana di Trevi
Assim como aconteceu com o Pantheon, eu não estava preparada para o tamanho da Fontana di Trevi. Sabia que havia a multidão, sabia da superstição de jogar a moedinha, mas não tinha ideia do quanto ela é grande. Majestosa e cheia de detalhes, a fonte atrai centenas de turistas que chegam por várias ruazinhas e acabam ali, admirados com essa herança que os romanos nos deixaram.
Existia uma tradição de colocar uma fonte ao final dos aquedutos, e o local da Fontana di Trevi começa assim. Acredita-se que uma jovem mostrou aos soldados sedentos a uma nascente, a 22 km da cidade, e essa história é retratada no primeiro andar da fonte. Essa água serviu a cidade por centenas de anos.
A fonte foi reformada algumas vezes e um dos projetos de desenhos é de Bernini – que abandonou essa ideia quando o papa que o contratou faleceu. Em 2015 foi a última grande reforma. Hoje, quem visita a fonte tem a tradição de atirar uma moeda para a realização de um desejo. Muitos pedem para regressar a Roma em breve.
Museo Nazionale Romano
Incluímos os quatro museus que fazem parte do Museo Nazionale Romano no nosso roteiro, o que muita gente não faz, por conta do tempo que passa na cidade. Para nós, foi bem tranquilo visitar os quatro museus e dois deles eu gostei bastante, que foram o Termas de Diocleciano e o Palácio Altemps. A Cripta Balbi e o Palazzo Massimo também são interessantes, no entanto, mesmo nós que gostamos de aprender e visitar museus de arte, acabamos nos cansando.
A minha sugestão é: coloque o Museo Nazionale Romano se você tiver tempo, ou se estiver voltando à cidade e quer conhecer um pouco mais sobre a história de Roma, objetos encontrados nas escavações, como a sociedade viveu ao longo dos anos. Não colocaria no roteiro como uma das prioridades.
Santa Maria Maggiore
Visitamos a Santa Maria Maggiore no nosso último dia na cidade. Acredito que mais por conta do roteiro que montamos, deixamos a região mais para o final. A igreja é bem grande e mistura estilos arquitetônicos que vão do cristão primitivo ao barroco tardio*. A igreja também é famosa por seus magníficos mosaicos. São três naves originais com colunas, decoradas por painéis com mosaicos do século V. Foi fundada em 420.
Trastevere
Bairro de origem proletária de Roma, onde nos hospedamos. Na época da pesquisa, muitos indicavam nos hospedarmos em Trastevere. Foi ótimo para jantar à noite e passear pelas ruazinhas do bairro, no entanto, não sei se ficaria ali novamente, por conta da distância dos outros pontos de Roma.
De qualquer maneira, deixe um período para visitar Trastevere que é repleto de bares e restaurantes, e, um pouco mais distante do centrinho do bairro, foi onde mais sentimos que nos aproximávamos de romanos reais (estudantes, trabalhadores, moradores).
Castel Sant’Angelo
O Castel Sant’Angelo guarda em suas paredes muitas histórias e alguns “segredos”. Um corredor que liga o local ao Palácio do Vaticano, garantiu a fuga dos papas quando o local servia de porto seguro para eles durante crises políticas. Lindo para visitar em um fim de tarde, o Castel Sant’Angelo já serviu de mausóleu (quando foi construído, em 139, por Adriano).
Seu nome remonta a 590, durante a epidemia da peste que assolou Roma, o papa Gregório I afirmou ter visto o Arcanjo São Miguel sobre o topo do castelo, durante uma procissão que fazia para o fim da doença. Ao longo dos anos, o local teve outras ocupações, como cidadela medieval e prisão. Vale a visita para conhecer o prédio e também entender um pouco mais sobre a história do lugar.
Vaticano
E aqui você pode visitar outro país, sem sair de Roma. Menor Estado do mundo, a cidade do Vaticano, capital da Igreja Católica, é cercado por muralhas altas e é a residência dos papas desde São Pedro, que foi martirizado e queimado no local (no ano 64). Governado pelo Papa, o Estado soberano (desde 1929) tem cerca de 500 habitantes, além de acomodações para religiosos e funcionários. A cidade tem sua própria moeda, banco, correio, sistema judiciário, rádio, lojas e um jornal diário.*
Ao meu ver, o Vaticano merece pelo menos um dia inteiro para poder visitar com calma a Basílica de São Pedro, os Museus do Vaticano e a cúpula da Basílica. Uma curiosidade aqui: se você se planejar, ainda é possível visitar a Necrópole Vaticana, um cemitério localizado exatamente embaixo da Basílica de São Pedro. Nós fizemos esse passeio em 2018, e foi uma das melhores surpresas da viagem.
E mais um lembrete: não se esqueça que é proibido usar chinelos, bonés, shorts, saias curtas, regatas e blusas decotadas. Você pode ser barrado no raio-x ou na entrada da igreja. Para as mulheres, se estiver muito calor, leve um lenço para cobrir os ombros e o colo durante a visita. Como fui no inverno, esse lembrete não foi necessário, mas já ouvi falar que Roma tem um calor que maltrata no verão.
O Vaticano foi uma das melhores partes da minha visita à Roma. Fiquei emocionada com o tamanho da Basílica de São Pedro, muito empolgada ao visitar os Museus do Vaticano (levamos quatro horas para ver quase tudo kkkk) e impressionada ao subir na cúpula (depois de recuperar meu ar com tantas escadas hahah). Sei que nem todos têm a mesma percepção que eu, mas para mim foi muito bacana entender um pouco mais da história da igreja católica ao visitar esse lugar. Ao meu ver, a energia também é muito forte ali, fruto da espiritualidade de milhares de pessoas que visitam o Estado todo mês – sendo católicos ou não. Em resumo: vale muito conhecer o Vaticano.
Atualização pós-covid: As filas para o Vaticano estão ainda piores e está cada vez mais difícil conseguir ingressos online pelos sites oficiais. A gente usou, das últimas duas vezes, os nossos links parceiros para conseguirmos o acesso ao local. O Get Your Guide oferece boas opções e a fila é prioritária. Venho aqui com um apelo: se para você é importante visitar o local, não se esqueça de comprar com antecedência.
Bocca della Verità
Na parede lateral da igreja Santa Maria In Cosmedin, está a Bocca della Verità, um rosto de mármore com uma boca que acreditava-se, segundo a tradição medieval, fechava-se nas mãos daqueles que mentiam. Era um método de testar a fidelidade dos cônjuges e hoje é um ponto turístico. Forma-se uma filinha e você contribui para a manutenção, e pode ir lá tirar a sua foto.
Villa Borghese e Museo e Galleria Borghese
Aqui é mais um exemplo do como você precisa se planejar para ir para a Roma, se quiser conhecer alguns pontos turísticos como o museu da Villa Borghese. Lá, só com agendamento (informações de 2018). E digo mais: quando fomos, tivemos um tempo determinado para podermos visitar as instalações. Depois disso eles gentilmente “expulsam” você da casa, para poder abrir para os visitantes do próximo horário. A dica então é: divida bem o seu tempo – nós, por exemplo, “gastamos” muito tempo nos andares de cima, e quando chegamos nos andares inferiores tivemos que “sair correndo”.
A villa e o parque foram criados em 1605. Com pinturas, estátuas e antiguidades, a família Borghese reuniu um dos acervos mais belos da Europa e muitas dessas obras ainda estão expostas por lá. O parque foi um dos primeiros do gênero em Roma, com jardins clássicos divididos por avenidas e enfeitados com estátuas. Uma diquinha: aproveite para chegar antes do horário de visitar o museu para conhecer os jardins da propriedade, ou separe um tempo para ficar por lá depois.
Muitas obras famosas de Bernini estão dentro da casa, no museu. Por lá também tem artistas como Rafael e Caravaggio. É possível adquirir um audio-guia na entrada, mas se você preferir, também pode ler as informações nos guias que existem na entrada das salas. Se você gosta de ir direto para as obras famosas, faça uma listinha antes de quais você quer ver e onde elas estão – isso vai otimizar bastante o seu tempo.
Para quem gosta de arte, é uma experiência muito bacana. Eu gostei muito de conhecer a Villa Borghese e com certeza voltarei.
Fim?
Ufa, uma viagem para Roma rende né? Só pelo tamanho do post você pode perceber que uma visita rápida à cidade – com base unicamente na minha opinião – é um desafio. Escolher entre tantas atrações bacanas, para mim, seria muito difícil. E mesmo assim, deixamos de ir em VÁRIAS, algumas que não estavam mesmo no roteiro e outras que já havíamos separado mas por um “golpe do destino” acabamos deixando de lado. Dê uma rápida pesquisada na internet para ver se interessam a você. É o caso do Termas de Carcalla, a catedral de Roma San Giovanni in Laterano, Pirâmide de Caius Cestius e Villa Giulia.
*Fonte das informações: Guia Visual Folha de S. Paulo.
Viagem feita em nov/dez de 2018.
Mesmo vendo alguma coisa de Império Romano na escola, a sensação é que eu não sei nada e vou precisar estudar MUITO para acompanhar a magnitude de todos esses pontos turísticos. Mal posso esperar!
Ter a oportunidade de chegar perto desses monumentos é incrível! Tenho certeza que você vai amar cada segundo da viagem para Roma! 💕