Além do Duomo: 10 atrações para visitar em Milão, na Itália

Devo começar este post dizendo que ele é para você que acha que Milão só tem destaque por sua semana de moda internacional. Ou para você que acha que a cidade é referência apenas em design. É também a capital financeira da Itália, mas eu não sei falar disso. Vale para você também que acha que 1 dia na cidade é o suficiente para ver suas atrações: Duomo e Galleria Vittorio Emanuele II. Venho aqui com uma missão: mostrar que a cidade é tudo isso e muito mais. Ah, e tem outro ponto positivo: todas as 10 atrações para visitar em Milão aqui listadas não são tão distantes uma das outras, então dá para você incluir duas ou mais no seu roteiro por lá.

Lembrando que todas essas atrações não foram visitadas nas segundas-feiras porque a maioria delas fecha neste dia da semana. Se estiver procurando o que fazer em Milão em uma segunda-feira, seu post é esse aqui. E se quiser assistir, tem video também. Viva a democracia!

Mas, antes de tudo, deixa eu explicar para o você qual foi a “base” de todos esses passeios.

O verdadeiro Green Pass

Agora, eu vou contar um “segredo”. Entre aspas porque não é segredo coisa nenhuma, hahahaha, mas até parece que é. E ele se chama Abbonamento Musei – na verdade o nome completo é Abbonamento Musei Lombardia Valle d’Aosta – e trata-se de uma espécie de cartão que permite você a acessar livremente, de graça e quantas vezes por um ano quiser diversos museus, residências, vilas, jardins, torres, coleções, mostras e, assim por diante – desde que estejam dentro da iniciativa, é claro. Este cartão em específico vale para a região da Lombardia (onde está Milão, por exemplo) e do Valle d’Aosta.

Já fiz a propaganda, agora vou explicar o porquê. O valor do Abbonamento Musei é de 45€ para 365 dias de validade. Você não precisa morar na Itália ou ser italiano para conseguir fazer o seu – dá para aplicar no site ou ir até algum ponto de venda pelas cidades participantes. Se você colocar na ponta do lápis, só o ingresso para conhecer a Catedral de Milão (Duomo) com direito a visitar a igreja, o museu e o telhado é de 15€ com antecedência. Se quiser subir de elevador, são 20€. No mesmo dia, eu queria fazer o Castello Sforzesco. A entrada no terreno é gratuita, mas nas mostras não. Lá seriam mais 5€ dos museus mais 5€ da Pietà de Michelangelo. No dia seguinte iríamos até o Castello Scaligero, que fica em Sirmione (e tem matéria sobre ele aqui). E, por aí, vai.

Isso tudo em apenas um final de semana. Imagina o que não daria tempo para eu conhecer durante 1 semana em Milão? Eu usei o Abbonamento Musei para entrar no Duomo, por exemplo, em três dias diferentes (telhado, catedral e museu). Logo, para mim, fez muito sentido fazer o cartão e explorar a capital da moda e financeira da Itália. Por isso talvez compense você colocar tudo na ponta do lápis e ver se ele não é uma boa opção também para você. Combinado? Agora, vamos às atrações!

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10 atrações para visitar em Milão

#1 Castello Sforzesco (Castelo Sforzesco)

Construído entre os anos de 1360 e 1370, o Castelo Sforzesco passou – assim como a maioria dos castelos ao redor do mundo – por diversas ampliações, reformas, destruições, atentados, reconstruções, revitalizações e ocupações até se tornar o que vemos hoje. Por séculos a construção milanesa foi sinônimo de poder e tirania para os locais, hoje é um grandessíssimo museu e galeria de arte. Dentro de suas muralhas existe uma coleção valiosa de obras, incluindo uma das Pietàs de Michelangelo, e objetos que vão desde de cerâmicas e pratarias até instrumentos musicais. Nós ficamos por lá por mais de três horas, para você ter uma ideia. Ah! Mas antes que você, que não é lá muito animado com o mundo da arte e das “velharias”, reclame, é legal dizer que você perambula por TODO o castelo durante sua visita, incluindo o topo das muralhas que circundam fortificação. A vista dali é incrível.

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Um pouco de história

O Castelo Sforzesco foi construído pela família Visconti, mais precisamente pelo lorde Galeazzo Visconti. Seus sucessores foram, cada um, adicionando melhorias e extendendo a fortaleza, até tornarem o lugar residência oficial da família. O último visconde foi Filippo Maria e ele não deixou herdeiros homens. Sua única filha, Bianca Maria, era casada com o militar Francesco Sforza, que teve um papel importante na luta contra os venezianos. Em 1450, ele e Bianca tornaram-se os governantes de Milão.

E foi assim que começou o capítulo Sforza da história de Milão. Francesco Sforza não demorou muito para fazer ele mesmo suas melhorias no castelo Visconti. E suas reformas foram além das muralhas, já que uma de suas missões era também embelezar a cidade ao mesmo tempo que a mantinha protegida contra invasores. Seu sucessor, Galeazzo Maria e sua esposa, Bona di Savoia (cunhada do Rei Luís XI da França), seguiram nessa mesma trilha.

Mãs, ai chega o novo capítulo chamado Ludovico il Moro. Guardem esse nome. Em 1476, Galeazzo Maria foi vítima de uma conspiração e foi assassinado. Sua viúva tornou-se regente enquanto seu filho (Gian Galeazzo Maria) ainda era menor de idade. Ela se isolou em uma das torres do castelo com o futuro duque e comandava a cidade a partir dela. Porém, seu querido cunhado, irmão do Galeazzo e tio do futuro duque, decidiu que era seu momento de brilhar e mandou Bona para o exílio, ficando ele mesmo a cuidar do sobrinho.

Ludovico “il Moro” Sforza, como ficou conhecido, transformou a corte de Milão em uma das mais refinadas da época e foi um patrono poderoso, apadrinhando nomes como Leonardo da Vinci e Donato Bramante. A Santa Ceia (que você pode ver como visita neste post aqui), por exemplo, foi uma comissão do il Moro à Leonardo. Porém, em 1497, todos os projetos do Duque de Milão foram interrompidos. Sua esposa, Beatrice, faleceu no parto de um de seus filhos e tropas francesas invadiram Milão. Ele morreu em uma prisão na França em 1508.

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Meu “um pouco de história” está até que grande, né? Perdão por isso! Mas, acredite. Eu estou resumindo BEM todos os acontecimentos. Mas achei importante colocar aqui porque os personagens e os eventos citados acabam influenciando as outras atrações que estão listadas neste post. A última coisa que adicionarei aqui será: após os Sforza, o castelo foi ocupado pelos espanhóis e, mais tarde, pelos austríacos. Anos depois também abrigou as tropas napoleônicas, que destruiu boa parte da fortaleza. Assim ele foi perdendo suas características ducais e foi se transformando, infelizmente, em complexo militar. O que vemos hoje do castelo foi resultado de ousadas obras de restauração que aconteceram no século XIX. Teve até reconstrução de torre com aparência do século XVI porque queriam que o castelo voltasse a ser o que foi no passado, em seus momentos de glória. Conseguiram, né?

O que ver no Castelo Sforzesco?

Como já falei ali em cima, você pode visitar o Castelo Sforzesco para ver suas coleções ou sua estrutura. Independente da razão, ambas são impressionantes. Afinal, o lugar era uma fortaleza e resistiu a diferentes tipos de invasões ao longo dos séculos. Então suas muralhas, suas torres, seus cômodos e decorações, todas elas tem uma história para contar e é possível cobrir um bom terreno durante a sua visita. Se você não se animar em pagar pelo ingresso (valores aqui), é possível pelo menos andar pelo terreno de graça. Então, não perca a oportunidade.

Em relação às obras de arte, a mais importante é, sem dúvida nenhuma, a Pietà Rondanini de Michelangelo, uma escultura inacabada do artista que representa a Virgem Maria de pé segurando o corpo de Jesus após a sua crucificação. Vale ressaltar que o escultor fez outras obras com o mesmo nome e temática no decorrer de sua vida. Quatro, para ser mais exata. Uma está no Vaticano e duas em Florença. Posso dizer aqui que pude ver todas elas de pertinho. Não sou nenhuma expert em arte e espero que você entenda isso, mas é bacana salientar que Maria segurar seu filho nos braços não é uma passagem bíblica. Pietà significa Piedade. Supõe-se que essa foi a visão do artista: uma mãe que perdeu seu filho para redimir os pecados do mundo. Forte, né?

#2 Pinacoteca di Brera (Pinacoteca de Brera)

Inaugurada em 1809 graças a Napoleão Bonaparte (um pouquinho da história de Milão está no tópico anterior, caso tenha pulado), no local que no século XIV foi um monastério, a Pinacoteca di Brera nasceu como uma espécie de instituição de ensino idealizada em 1773 pela Imperatriz da Áustria, Maria Theresa. Isso mesmo. A ideia da Academia di Belle Arti era formar novos artistas. Grande parte da sua coleção é formada por obras “tiradas” de igrejas e monastérios que foram “fechados” durante o período Napoleônico. Ou seja, ao contrário da maioria dos museus italianos, a pinacoteca começou por uma iniciativa política e estatal

Napoleão queria fazer da Pinacoteca di Brera o Louvre italiano. Tem até uma estátua sua logo no pátio do lugar, bem na entrada. Nela o general que se autoproclamou Rei da Itália e tocou o terror na Europa toda (lembra quando a família real portuguesa foi para o Brasil? Pois bem) está nu. O artista, Antonio Canova, inspirou-se em Marte, deus da Guerra. Outras obras-primas que você encontra na instituição são: A Lamentação de Cristo, de Andrea Mantegna; São Marcos pregando em Alexandria, Egito de Gentile Bellini e Giovanni Bellini; O Casamento da Virgem, de Rafael; A Ceia em Emaús, de Caravaggio; Descoberta do Corpo de São Marcos, de Tintoretto; e O Beijo, de Francesco Hayez. Ao todo, são 38 salas para visita.

O que eu mais gostei da Pinacoteca di Brera foi a forma que a instituição achou para falar de suas obras. Existem explicações! Não é apenas o nome da tela, artista, ano, local e a técnica, como geralmente acontece. Tem plaquinhas apropriadas para crianças, algumas com curiosidades sobre os artistas e, por último, a análise das obras por mulheres. E eu achei isso o máximo.

Lembrando que eu entrei na Pinacoteca di Brera com o Abbonamento Musei e paguei um total de zero euros. Caso não faça o cartãozinho, você encontra os preços aqui (15€ em 2021). E lembrando que você sempre pode comprar seus ingressos com antecedência e tour guiado pelo Get Your Guide e ajudar o nosso blog a crescer (link afiliado).

Dica amiga: se tiver um tempinho para perambular por Brera, faça! O bairro é muito charmoso e de ares boêmio. Por lá você encontra muitos restaurantes, bares e cafés, fora lojas de arte e antiquários. A vibe é muito legal.

#3 Museo del Duomo (Museu do Duomo)

Lembra que eu disse que usei o Abbonamento Musei para entrar no Duomo em três ocasiões diferentes? Pois bem. No sábado eu visitei o telhado, na segunda-feira eu fui na igreja (texto desse rolê está aqui) e na quinta-feira eu finalmente entrei no museu. Este último fala, basicamente, sobre o que se vê na catedral. É até legal inverter a ordem e entrar nele antes da catedral, se puder. Você consegue ver as esculturas que adornam o templo mais de perto bem como enxergar no detalhe as pinturas e vitrais que fazem parte do templo. Mas, Jeanine, precisa de um museu para isso? Quando falamos do Duomo di Milano, sim. Pensa em um lugar que demorou séculos para ficar pronto e tinha até concurso para escolher seus artistas! Fora que a maioria das peças originais são feitas de mármore de Candoglia e sofrem muito com a ação do tempo. Então no museu você encontra as verdadeiras e na igreja as réplicas. Preservação que fala, né não?

10 atrações para visitar em Milão

O Museu del Duomo foi inaugurado em 1953 (e reinaugurado em 2013) e conta todo o processo e fases da construção da catedral do século XV até os dias de hoje. Tem também tesouros que pertencem à igreja. Uma dica é – e ela vale para todos os passeios disponíveis no Duomo – baixar o aplicativo Duomo Milano no celular antes da sua visita. Com ele em mãos e um fone de ouvido, funciona como um áudio guia que vai falando sobre os destaques do museu e das peças expostas. Por exemplo, foi lá que eu soube que as gárgulas que adornam o exterior da igreja funcionam como canais de escoamento para direcionar a água da chuva do telhado para o chão, para que não danifiquem as paredes da catedral. Elas possuem ainda formas zoomórficas para manter o mal longe. Curioso, né?

O acesso ao museu – que é fechado nas segundas-feiras – pode ser combinado com o telhado e/ou a catedral. Só a atração custa 5€ se você comprar com antecedência pelo site ou 7€ na hora (preços de outubro/2021). Com o Abbonamento Musei só precisei passar na bilheteria e apresentar o cartão para trocar pelo bilhete.

#4 Il Mondo di Leonardo (Museu Leornado3)

Devo dizer que é um museu muito interessante. Mas é cansativo na mesma proporção. Il Mondo di Leonardo conta a história de Leonardo da Vinci em Milão (lembra que ele foi apadrinhado pelo Ludovico “il Moro” Sforza? Inclusive para pintar A Santa Ceia? ) e gira em torno de uma espécie de caderneta (ou diário) que artista carregava consigo e anotava suas ideias. É de conhecimento geral que Leonardo da Vinci não era apenas um pintor. Ele era (e ainda é) considerado um gênio. E esse museu se propôs a tirar do papel tudo o que ele deixou. E ele esboçava de instrumentos musicais a armas. De engenhocas para voar até tantas outras para navegar. Aliás, voar foi um tema recorrente nos diários do homem e existe quase que uma sala inteira para falar desse sonho.

Viu? Eu disse que era interessante. O problema para mim foi que a maioria dos quadros explicativos estavam, principalmente, em italiano. Então eu voltei na bilheteria e peguei um áudio guia. Paguei cerca de 4€ por ele. Mas, mesmo assim, eu continuei perdida. Eram muitas informações e áudios longuíssimos. Fora as telas interativas que apresentam, de forma bastante lúdica, cada uma das invenções de Leonardo. Seu funcionamento, as peças, o projeto e suas aplicações em 3D. Fiquei até zonza, hahahaha. Você sabe que o cara era bichão e ali se prova que ele foi muito além do seu próprio tempo.

Fiquei bastante tempo por lá. São 14 salas e cada uma tem um tema. No começo eu realmente tentei ouvir tudo e ver tudo. Mas, depois de um tempo, fui selecionando apenas aquilo que eu realmente me interessava. Uma das partes mais legais do museu – e que eu super recomendo – é A Santa Ceia – The Ultimate Experience. Trata-se de uma sala onde eles recriaram o afresco em seu tamanho original e da forma como ele se encontra hoje. Então, se você não conseguir visitar o real-oficial (que você descobre como com a @jenifercarpani neste post aqui), você pode ir até o museu e ter um gostinho da experiência por lá.

O museu fica dentro da Galleria Vittorio Emanuele II e o preço é de 14€. Eu não paguei nada, só precisei ir até lá e mostrar cartão do Abbonamento Musei para pegar o ingresso. E esse museu também está no Get Your Guide e pelo mesmo preço, vem ver aqui (link afiliado).

#5 Museo Teatrale Alla Scala (Museu Teatro Scala)

Como o nome já diz, é o museu que conta a história do Teatro alla Scala, considerado um dos teatros de ópera mais famosos do mundo. Construído em 1776 a mando do arquiduque Fernando de Áustria no lugar onde antes era a Igreja de Santa Maria alla Scala (daí o nome), o Teatro alla Scala recebeu inúmeras óperas ao longo dos séculos e teve um relacionamento bastante próximo com alguns compositores como Giuseppe Verdi. Existe até sala no museu que fala sobre isso.

Na visita, você pode admirar pinturas, bustos e figurinos de pessoas e peças que passaram pelo teatro. Mas, a cereja do bolo – na minha humilde opinião – é a entrada no vestíbulo do teatro e o acesso aos pequenos camarotes, poder ver o palco. O veludo vermelho e a madeira escura dão aquele ar de elegância e você se sente da “alta sociedade”. Afinal, camarote era coisa da nobreza.

É legal dizer que, assim como o Duomo, o Museo Teatrale alla Scala também tem um aplicativo de celular que serve como áudio guia. É só baixa-lo no seu celular, colocar fones de ouvido e seguir a rota. Percebi que eu estava aproveitando muito mais a visita do que as pessoas que não estavam com o celular em mãos, até porque nas salas mesmo não existem tantas explicações. Então, fica aqui a dica.

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#6 Museo del Novecento (Museu do Novecento)

Confesso que eu não estava muito animada para conhecer esse museu por motivos de: como o nome já diz, tem como principal temática a arte italiana a partir do século XX, ou melhor, dos anos 1900s. Ou seja, sua coleção é voltada para a arte moderna (e contemporânea) e eu gosto muito mais de ver pinturas e esculturas do período renascentista, principalmente quando se está na Itália, não é mesmo. Mas, devo dizer, fui surpreendida positivamente.

Inaugurado em 2010, o Museo del Novecento conta com uma coleção de mais de 400 obras que são dispostas de forma cronológica, começando com Il Quarto Stato de Pelliza Volpedo datada de 1900. Depois você já vai de encontra pinturas pertencentes dos movimentos Futurista (que nasceu em Milão, vale dizer) e Abstracionista. Nomes como Picasso e Matisse estão por lá.

Ah, e vale ressaltar aqui que mesmo se você não é das artes, o Museo del Novecento é para você. Porque do seu interior tem-se uma visão espetacular do Duomo di Milano e da Galeria Vittorio Emanuele II. É uma emoção diferente ver a praça desse ângulo, na minha humilde opinião. O investimento (também chamado de ingresso, hahaha) é 10€ e pode ser adquirido por aqui, caso você não tenha um Abbonamento Musei. No meu caso, fui até a bilheteria e apresentei o cartão.

#7 Vigna di Leonardo (Vinhedo de Leonardo)

Sabe aquelas atrações turísticas que você não imaginava que existia? Pois bem, assim é a Vigna di Leonardo para mim. Acabei descobrindo sua existência porque a @jenifercarpani trabalha ali na região e a gente ía bastante no café do lugar, logo fiquei curiosa para saber mais. Até porque vi que o local fazia parte e estava incluso no Abbonamento Musei. Bastava fazer a reserva pelo site (sim, neste caso não era só chegar-chegando). E foi bem interessante.

A Vigna di Leonardo conta a historia desse pedacinho de chão que Ludovico “il Moro” Sforza (o Duque de Milão que você já viu o resumo da história lá em cima) deu a Leonardo da Vinci como um presente em 1498. Reza a lenda que o nobre estava um tanto quanto incomodado com a demora na entrega da A Santa Ceia e quis que da Vinci ficasse ali pelas redondezas para agilizar o processo, já que a Vigna di Leonardo está – literalmente – do outro lado da rua, mais especificamente no refeitório do Santa Maria della Grazie (se quer saber mais sobre a visita à Santa Ceia, a @jenifercarpani mostra o caminho aqui). Outra teoria bem aceita é que Il Moro queria transformar aquele quarteirão e alocar as famílias da nobreza e aliados por ali, por isso deu um pedaço de terra a da Vinci ali. Lembrando que a igreja Santa Maria della Grazie estava sendo transformada no mausoléu da família Sforza neste período.

No passeio você conhece ainda a Casa degli Atellani (Casa Atellani), uma família de nobres milaneses, e ouve um pouco mais da história das vinhas de Leonardo da Vinci, bem como o processo de recuperação das mesmas, já que após a invasão francesa, elas foram confiscadas, sofreram com um grande incêndio e a Segunda Guerra Mundial, já que muitos escombros caíram sobre elas.

Vale lembrar que a Vigna di Leonardo é circundada por edifícios residenciais. Então, cuidado na hora das fotos para não invadir a privacidade alheia. Ah! E lá na bilheteria vão indicar um aplicativo para você baixar o áudio guia do lugar. Tem que colocar uma espécie de login e senha para entrar. Ou compre seu ticket pelo Get Your Guide (link afiliado).

#8 Civico Museo Archeologico (Museu arqueológico de Milão)

É um museu bem grande, voyajante. Então se vai colocá-lo no seu itinerário e quer conhece-lo bem, reserve algumas horas para o local. O Museu Arqueológico de Milão tem uma parte dele construído dentro do antigo convento de San Maurizio – que por sua vez foi colocado dentro de uma construção romana e transformado depois em Monastério Maggiore – que você pode vislumbrar as ruínas durante a sua visita. Lá você encontra diferentes exposições com objetos de diversos momentos da história. No prédio principal, por exemplo, você pode visitar dois andares dedicados ao Mediolanum, que mostra a Milão do Império Romano. Visitei ainda, no subsolo, uma mostra temporária sobre Vida e Morte no Egito Antigo. Foi bem legal. No segundo prédio são mais quatro andares de exposições que mostram objetos e contam histórias referentes à Idade Média, aos povos etruscos e gregos.

Confesso que eu estava muito cansada nesse dia já que vinha de uma sequência de quase uma semana de andanças e de turismo. Por isso, sempre coloque dias de descanso nas suas viagens. Fico triste de não ter aproveitado o museu arqueológico em sua totalidade porque ele é muito interessante. No entanto, ele é um exemplo de um museu tradicional: os itens expostos e placas e placas e placas de explicação, o que não chama muita atenção e pode tornar-se um tanto quanto desgastante. O preço do ingresso é de 3€ e pode ser adquirido lá na bilheteria mesmo, caso não tenha o Abbonamento Musei. Nesse último caso, só apresentar o cartão verde e pronto.

Bônus: Igreja San Maurizio al Monastero Maggiore

Não é um museu, mas vale a visita. Já comentei algumas vezes por aqui como eu amo conhecer igrejas, não é mesmo? E veja que grata surpresa eu tive ao sair do Museu Arqueológico de Milão e encontrar um grupo de pessoas entrando nesta igreja que, durante toda a semana em que estive pela cidade, estava sempre com as portas fechadas. Enchi-me da cara de pau que eu não tenho e entrei na fila. Não me arrependi. Foi uma das igrejas mais belas que eu já tive a oportunidade de colocar meus pés. Por causa da pandemia, os voluntários que mantém a igreja só estavam abrindo o templo às sextas-feiras. Mas, agora com a flexibilização, de quinta a domingo. Vale dar uma conferida no site da atração para não dar de cara com a porta. Ah, e a entrada é de graça, mas doações são bem-vindas.

E voltemos à Igreja. Já expliquei ali em cima que o Museu Arqueológico de Milão fica dentro do que, lá no passado, foi um monastério, né? Pois é importante repetir porque isso influencia e muito a arquitetura do templo. Já que quando você entra lá dentro percebe que ele está dividido no meio por um muro central (atrás do altar) e, de um lado, assistiam à missa os cidadãos e, do outro, as freiras. Na zona reservada a elas existe um belíssimo órgão de 1554. Esse “segredo” já é bacana, né? Mas isso quase que passa despercebido quando você se depara com o interior coberto de afrescos renascentistas. E quando eu digo coberto, eu estou dizendo coberto. Paredes, tetos, colunas, altar. Tem pinturas conservadíssimas em todos os – quatro mil – metros quadrados da igreja e é belíssimo. É isso. Belíssimo.

Quem pintou os afrescos? A grande maioria deles são assinadas por Bernardino Luini – e outros artistas de seu atelier e filhos. O pintor foi um discípulo de Leornado da Vinci e por isso as obras da Igreja são de estilo leonardesco. Há quem a chame de Capela Sistina de Milão. E você, o que acha?


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E aí, convenci você que Milão tem muito mais que o Duomo? Hahahaha, dá uma chance para a capital lombarda e eu tenho certeza que você não vai se arrepender. Aproveita que está pela cidade e conheça alguns restaurantes que a @jenifercarpani indica neste Guia Gastronômico: Onde Comer em Milão? Dicas de restaurantes e bares na cidade.




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