Já ouviu falar de Sirmione? Se não, este post é para você. É nessa cidadezinha medieval localizada na beira do Largo di Garda – o maior da Itália! – que você conhece um dos castelos mais preservados do país. E não pára por aí. Dependendo da hora que você chegar dá para aproveitar bastante o dia, visitando ruínas de uma antiga vila romana, almoçando e, no verão, quem sabe, até pegar uma praia de água doce. Ah! A cidade também é reconhecida por suas águas termais e é um destino popular entre os próprios italianos. Fizemos tudo isso em nosso bate e volta em Sirmione de Milão? Não, não fizemos. Além de não dar tempo, tivemos alguns percalços. Como por exemplo… Vem comigo que eu mostro para você!
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Bate e volta em Sirmione: como chegar?
Você consegue chegar a Sirmione tanto de transporte público (uma combinação de trem e ônibus) quanto de automóvel. Nós fomos com a segunda opção como um bate e volta a partir de Milão. Foram cerca de duas horas de viagem utilizando, principalmente, a Autoestrada A4. Vale lembrar que ela possui pedágios e nós gastamos um total de 15,20€. Para nós, compensava, já que estávamos em quatro dentro do carro.
De transporte público a partir de Milão, a opção mais rápida é pegando um trem (sentido Triestre Centrale) na estação de trem Milano Centrale, descer na estação Peschiera Del Garde e pegar o ônibus Peschiera Bivio Stazione Fs, que vai sentido o centro histórico. Vale conferir suas opções no site do Trenitalia.
Mas, atenção! Se você for de carro, como a gente, chegue cedo! Nós nos programamos para chegarmos de manhã e, mesmo assim, a cidade estava muito movimentada. Cheia mesmo. Então os estacionamentos mais próximos do centro histórico estavam todos lotados e sem vagas para parar. Nós acabamos parando a uns vinte minutos a pé do centrinho e tivemos que colocar as pernas para jogo para chegar o mais rápido o possível no Castelo Scaligera, já que havíamos gerados os ingressos com antecedência (e era um domingo. A atração só fica aberta na parte da manhã – 8h30 às 13h30 – neste dia da semana). Combinado?
Outro adendo importante: na Itália é comum os centros históricos serem intitulados de ZTL, ou seja, zona de tráfego limitado. Sirmione é assim. E, voyajante, se você entra em uma dessas sem a devida permissão (uma reserva de hotel que fica lá dentro ou algo do tipo), você corre um belo risco de tomar uma bela multa. Então, fica esperto com as placas.
O que fazer em Sirmione?
Se você estiver indo para Sirmione no verão, pode programar uma “praia”, já que os locais vão para as margens do Lago di Garda tomar sol e entrar na água. E não, não é quentinho. Mas depois de um tempo morando aqui na Europa a gente entende que as pessoas por aqui tem um relacionamento diferente com o Astro-Rei e com a estação mais quente do ano, e agora eu já até simpatizo com os “doidos” que entram na água gelada.
Mas, voltando. Tirando a “praia”, existem três outras atrações principais em Sirmione: as Grutas de Catullo, que são ruínas do que provavelmente foi a maior vila romana do norte da Itália; os spas de águas termais e, por fim, o Castello Scaligero. E falemos mais sobre ele.
Castello Scaligero
A primeira coisa que você vê ao chegar no centro histórico de Sirmione é o Castello Scaligero. Acredita-se que ele tenha sido construído em meados do século XIV em cima de uma fortificação romana que existia por ali. A família Della Scala, que dá nome ao castelo (Scaligero, a-hã?), era a poderosa da região e dominava não só Verona como também uma boa área de Veneza. Sentiu? Sua influência só entra em declínio no século XVI. De lá para cá, foram altos e baixos. Durante a Era Napoleônica e as dominações austríacas, a construção serviu de alojamento e depósito de armas. Mais recentemente recebeu escritórios municipais, correios, polícia e cadeia. A revitalização que deixou o castelo do jeitinho que está hoje só ocorreu em 1919.



Estrategicamente localizado, o castelo servia não só para defesa como também era uma espécie de alfândega devido a sua proximidade com as águas do lago. Aliás, que proximidade! Não sei se é mais bonito ver o Lago di Garda de dentro da fortaleza ou ver a paisagem como um todo: do lago com o castelo. O destaque é a torre de 37 metros de altura que, originalmente, era a residência do castelão e, depois, o dormitório dos soldados. Dali tem se uma das vistas mais bonitas das águas.
O preço para visitar o Castello Scaligero é 5€ por pessoa e você pode comprar na hora. Lembrando que nos domingos eles atendem apenas pela manhã, como já falei lá em cima, e eles não abrem às segundas-feiras. Nós, aqui do Voyajando, não pagamos nada porque entramos com agendamento do nosso Abbonamento Musei Lombardia, um cartão que dá acesso a diversos museus, mostras e exposições na região por um preço único. Somando todas as atrações que queríamos visitar na semana que estávamos por lá, compensou muito comprar o cartão, que é válido por um ano.

Bônus: castelo mal-assombrado
Há quem diga que o Castello Scaligero é mal-assombrado. O fantasma que vive ali é de um homem apaixonado que perdeu sua esposa de uma forma muito, muito cruel. Reza a lenda que ali vivia um casal feliz. Seus nomes são Ebengardo e Arice. Em uma noite de tempestade, um soldado chamado Elaberto Del Feltrino pediu abrigo no castelo e o casal o recebeu. Ao ver Arice, Elaberto a quis para ele (como se ela fosse um objeto, né não?) a qualquer custo.
E eu que estou contando a história, não vou ficar romantizandoı as ações do dito cujo. Nada com “ficou encantado com a beleza de Arice”. Me poupa, né? Mas, voltemos. O Elaberto foi atrás dela e a atacou. Arice lutou pela sua vida e acabou morrendo. Ebengardo chegou tarde demais e se vingou do maldito. Até hoje seu fantasma vaga pelas muralhas em busca de sua esposa.
Almoço em Sirmione
Se o perrengue número 1 foi encontrar um lugar para parar o carro, o perrengue número 2 foi achar um restaurante para almoçarmos. Vale destacar aqui que na Itália é muito comum a reserva e, não, não é só chegar chegando. Eles podem até atender você, mas obviamente a preferência é para quem fez a reserva. Mas, Jeanine, porque foi perrengue então?
Porque a gente havia reservado um restaurante que, no fim, era muito longe do centrinho histórico. E como foi difícil achar vaga, seria um tiro no nosso pé irmos lá para o almoço e voltarmos depois. Ou ainda, tirar o carro do estacionamento para ir lá e ter que procurar outro lugar para parar. Teríamos conhecido menos ainda de Sirmione, a pérola do Garda. Sim, esse é o apelido da cidade. Logo, desmarcamos com o restaurante 1 e começamos a procurar pelo restaurante novo. Mas, todos estavam cheios. No aplicativo de reservas, só haviam horários para mais tarde. E a fome estava ali, naquela hora.
Acabou que, após andarmos pelas ruas e vielas da cidade, encontramos um restaurante grande e, demos a sorte (obrigada Se-nhor!), de uma mesa estar sendo desocupada no momento em que estávamos perguntando se eles tinham mesa para quatro pessoas. A garçonete limpou e já chamou a gente para sentar. Não sei se a combinação morrendo de fome e cenário incrível tiveram algo a ver com isso, mas ali foi um dos melhores macarrões que eu comi nessa minha passada pela Itália. Bom demais. E o que é bom, o Voyajando recomenda.
Booking.comBistrot da Mario
O Bistrot da Mario parece aqueles restaurantes que vendem de tudo para agradar a todos. No menu que você vai ver a foto aí embaixo, vai ver que tem desde pratos rápidos como sanduíches, brusquetas, saladas e pizzas, até almoços mais elaborados, com primeiros e segundos pratos. Se você não sabe como é o ritual de comer na Itália, indico para você este post aqui que a @jenifercarpani explica as diferenças entre os pratos e como eles comem na Terra da Bota. Va bene?
Eu e a Jenifer fomos de Spaghetti alle Vongole (9€). O Bruno e o Gian de pizza. Cada um escolheu um sabor e dividiu quando os pratos chegaram na mesa. Foram eles: Caprichosa (10€) e 4 Formaggi (11€). Em relação a bebidas, foram dois Aperol Spritz (5€). Os maridos foram de cervejas.



Passeio pela Orla
Depois, fomos aproveitar o dia bonito e fazer um passeio pela orla do lago. Ou, podemos dizer, fazer a digestão. Estávamos indo sentido as Grutas de Catullo, mas não chegamos até lá. Decidimos voltar e tomar um belo gelato, já que Sirmione também é conhecida por suas generosas porções. Nas ruas do centro histórico você encontra inúmeras gelaterias. Eu peguei de pistache e café. Sinceramente, não consegui tomar até o final! Hahahaha

E assim terminou o nosso passeio de bate e volta em Sirmione a partir de Milão. Voltamos sentido casa e ainda passamos em um outlet no caminho. Um dos motivos de termos saído antes do escurecer da cidadezinha medieval. Se tiver tempo, programe-se para conhecer a Pérola de Garda, nem que seja para um almoço ou um gelato. Você não vai se arrepender!




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