Está passeando pelo sul da Itália e quer algumas opções de cidades para visitar que vão além das belas praias? Pois você pode considerar conhecer o Valle d’Itria. Se você acabou de chegar aqui com esse post, saiba que no último verão fiz uma viagem pela região da Puglia (Apúlia em português) e estou contando tudo aqui no blog. Hoje chegou o dia de contar como foi passear por Alberobello e Locorotondo, duas cidades que eu acho que você precisa conhecer!
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Repassando o que temos até agora da Puglia, no último post mencionei (clica para ler) que ficamos hospedados em Polignano a Mare e um dos passeios que fizemos quando estávamos por lá foi exatamente esse que vou contar hoje. As duas cidades ficam no chamado Valle d’Itria, que é uma região mais central da Puglia, próximo à capital da região, Bari.
Nossa viagem pela Puglia começou saindo de Milão em uma Road Trip até o sul do país. Paramos primeiramente em Lecce, a lindíssima cidade barroca na região do Salento. Ficamos alguns dias por lá em um roteiro de praias e cidades históricas e depois subimos para Polignano a Mare, nossa parada final antes de voltar para Milão.
Valle d’Itria
Localizada na região central da Puglia, o Valle d’Itria vai oferecer para você uma paisagem totalmente diferente das praias que vimos até agora no nosso roteiro da Puglia (clica para ler). Essa é a primeira coisa que reparei quando fomos nos afastando do litoral e indo mais para o centro da região. A união das oliveiras e mais oliveiras nas beiras das estradinhas e uma paisagem toda colorida faz da viagem já parte do passeio. E aqui e acolá ainda podemos ver nas colinas as casinhas brancas que também faz essa região receber o nome de Vale dos Trullli, mas falaremos deles um pouquinho mais adiante.
O Valle d’Itria compreende uma região que fica entre as cidades de Bari, Brindisi e Taranto. É repleta de cidadezinhas super lindas e nós infelizmente só tivemos tempo de conhecer as duas abaixo que vamos te contar hoje. Mas se você tem mais tempo que nós, já coloca na lista para pesquisar: Alberobello, Carovigno, Castellana Grotte, Ceglie Messapica, Cisternino, Fasano, Locorotondo, Martina Franca, Noci, Ostuni, Putignano, San Michele Salentino, San Vito dei Normanni e Villa Castelli.
Alberobello
Acho que já falei aqui mas se não falei eu falo agora: confiem na lista de Patrimônios Mundiais da UNESCO. Eu já confiava, mas depois dessa viagem pelo sul da Itália, a UNESCO ganhou minha confiança de vez – hahahaha como se eles precisassem. A verdade é que a Itália é o país que mais tem patrimônios listados pela UNESCO no mundo e Alberobello faz parte deles desde 1996 com seus trulli que transformam a paisagem e faz a gente lembrar de um conto de fadas quando caminha pelas ruazinhas brancas e super típicas dali.
Agora sim, vamos falar deles que são o must da visita à Alberobello. Os trulli são essas casinhas características da região do Valle d’Itria na Puglia. Eles são construídos em forma de cilindro e tem esse telhado em forma de cone. São construídos com pedras encaixadas, em duas camadas grossas, sem o uso de nenhum tipo de cimento ou argamassa. Essa forma primitiva de construção deixa eles de pé ali até hoje e com uma engenhosidade única em que a forma do telhado permite até a captação de água.
Os trulli – plural em italiano de trullo, nome de origem grega dessa construção – estão espalhados por todo o vale desde o século XIV segundo historiadores, mas sua concentração maior está ali em Alberobello – estima-se que são cerca de 1500!! Dizem foi no século XV que essas construções mais cresceram porque o Reino de Nápoles impôs impostos sobre cada nova construção urbana. A ideia então é que as pedras encaixadas no teto fossem feitas para driblar esses altos impostos, pois retirando a pedra fundamental, o edifício inteiro vinha abaixo e se transformava em um amontoado de pedras.
E eu não falei ali em cima de conto de fadas à toa não. Andando sem rumo pela região onde tem a maior concentração de trulli em Alberobello, podemos reparar em alguns símbolos brancos desenhados nos telhados de pedra. Reza a lenda – que também me foi contada nas lojinhas de souvenirs por ali – que são símbolos mágicos cujo significado ainda não é uma unanimidade. Acredita-se que sejam de origem religiosa – cruz, sol -, origem pagãs e também símbolos dos zodíacos, letras iniciais e representações do mundo agrícola. Olhando mais para cima, existem também os pináculos decorativos de diferentes formas, que fecham o telhado dos trulli e impedem a má sorte.
Outra curiosidade é que os trulli até hoje ainda são usados como residências mas, não só. Como toda cidade turística, em Alberobello você tem um contato estreito com essas construções e pode conhecê-las por dentro já que muitas viraram restaurantes, lojinhas de artesanato e até hotéis! Sim, existe a possibilidade de você se hospedar em uma dessas construções e essa é uma experiência que eu gostaria de viver quem sabe em uma próxima visita à região.
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Saindo de Alberobello, deixamos a tarde para almoçar e conhecer Locorotondo, uma cidade que parece um cenário de tão lindinha, toda branquinha com casinhas enfeitadas, muitas flores e um clima de paz muito diferente da agitação que encontramos nas cidades mais conhecidas.
Antes de dar mais algumas informações sobre ela, só quero dizer que caímos em uma pegadinha do Waze e acabamos entrando sem querer em uma zona de tráfico limitado. E esse alerta vale para todas as cidades históricas aqui da Itália, já que geralmente essa zona de tráfico limitado fica bem no centrinho e proíbe a passagem de carros que não sejam de moradores e comerciantes locais. A nossa multa não chegou – tivemos sorte e saímos dali o mais rápido possível – mas fique atento com essas regiões e evite dor de cabeça durante ou depois da sua viagem.
A origem de Locorotondo e suas ruazinhas super estreitas remonta aos anos 1000 e, assim como em outros lugares da Puglia, a influência grega também é percebida por ali. Antes a cidade se chamava Casale San Giorgio, em homenagem ao santo padroeiro da cidade, depois passou a se chamar Casale Rotondo, Luogorotondo e finalmente em 1834, Locorotondo. Esse nome peculiar se dá porque seu centrinho histórico tem uma forma redondo (rotondo em italiano), ou seja, suas casinhas brancas estão dispostas em anéis.
É uma visita bem rapidinha – pelo menos a nossa foi – mas super gostosa de fazer. Almoçarmos por ali e depois demos uma voltinha no centro histórico e deixamos nos perder nas ruazinhas e vielas brancas, cheias de casinhas floridas. A sensação de estarmos em um espaço-tempo diferente é real e isso foi o que achei mais charmoso na cidade. Passamos também rapidamente pela Igreja di San Giorgio Martire, pela praça Vittorio Emanuele e pelos prédios com inspiração barroca e pelas lojinhas cheias de produtos artesanais.
Além da cidadezinha branca e seu centrinho redondo, olhe também em volta e aproveite para se deixar absorver pela paisagem verde única. Afinal a posição estratégica da cidade, no alto de uma colina, proporciona uma visão completamente diferente da que tivemos até agora – que era de mar, praias e gostinho de verão.
Nossa visita rapidinha às duas cidades de Alberobello e Locorotondo foi maravilhosa. Apesar do calor que estava fazendo, já que fomos no verão, eu gostei muito de conhecer esses dois lugares encantadores. Infelizmente não tivemos tempo para as outras cidadezinhas da região mas, como sempre dizemos por aqui, já temos mais do que um motivo válido para voltar né?
Agora, se você tem ainda menos tempo que a gente e tiver que escolher entre uma ou outra, eu indicaria visitar apenas Alberobello. A paisagem dos trulli todos juntos é uma experiência única e apesar de Locorotondo ser lindinha, Alberobello é diferente e tem uma estrutura melhor para turistas – além de mais possibilidades de passeios, restaurantes, lojinhas e até hoteis.
E a nossa viagem pela Puglia acabou? Na Puglia, sim; a viagem, não. Voltamos para Polignano a Mare, onde estávamos hospedados, e no dia seguinte pegaríamos estrada rumo à Milão. Mas antes, uma paradinha básica por Matera, uma outra cidade que fica ali pertinho e que – se você gosta de história – você deveria conhecer. É nosso próximo post sobre esse verão que passamos no Sul da Itália. Fica ligado! 🙂
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