Já começo polêmica: apesar do assunto do post ser esse, a verdade é que um dia em Milão é pouco. Ainda que não pareça, a cidade no norte da Itália, conhecida como capital da moda e do design tem muito para se ver e fazer. Ao mesmo tempo, tenho plena noção de que, perto de outros destinos famosos mundialmente como Veneza, Roma e Florença, fica difícil colocar muito tempo para minha amada Milão em uma férias pela Itália.
Nós mesmo, na primeira vez que viemos para o país da bota, não viemos para Milão porque não conseguimos encaixar no roteiro. Se esse é o seu caso e você só tem um dia por aqui, vamos fazer o possível para mostrar aqui o que fazer na cidade com pouco tempo.
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O que fazer em Milão? Roteiro de um dia
Fator Sorte: ver a Última Ceia, de Leonardo da Vinci
Antes de tudo precisamos ser frios e calculistas: um dia em uma cidade como Milão requer a noção plena de que deixaremos coisas de lado. Sabendo disso, tenha em mente também que o seu roteiro por aqui vai precisar também de um pouco de sorte, planejamento e disposição. Sorte? Pois sim, porque uma das possibilidades únicas aqui da cidade é a visita a Última Ceia, de Leonardo da Vinci. Ela está dentro da Santa Maria delle Grazie e o fator sorte é porque a visita precisa ser agendada com um tempo de antecedência – que antes da pandemia era de cerca de três meses.
Se você teve a sorte de conseguir um horário no dia em que estiver por Milão, aproveite. A ideia então é montar o seu roteiro com os pontos turísticos de acordo com o horário que conseguiu essa visita – lembrando que a igreja não fica tão pertinho dos outros pontos turísticos, mas rola a pé, ou de metrô ou de tram se quiser ir mais rápido. Se não deu pra agendar, ou você não se interessa, tudo bem também. Pulamos para os próximos tópicos.
Não rolou a Santa Ceia? Va bene! E se rolou, va beníssimo também! Milão tem MUITA coisa ainda para você conhecer. Então, com animação e alegria, saia cedinho do seu hotel e bora passear – isso se você chegou um dia antes. Nesse dia então, saiba que o principal aqui é ir direto para a região do Duomo. Ali é onde estão localizados os principais pontos turísticos para um dia na cidade – segundo nós mesmos, hahahahaha.
Duomo de Milão
Começando então por ela, a visita mais importante da cidade. Saiba que você pode agendar também aqui uma visita à majestosa Catedral de Milão. Se você não ficou hospedado perto do centro, desça na estação Duomo do metrô (linhas vermelha e amarela) e já saia do metrô – se der sorte – de frente para ela. Apesar do tempo estar corrido, não deixe de separar um tempo ali na frente para, de fato, admirar a catedral. Eu lembro da primeira vez que a vi e, sério, para mim foi indescritível.
Respire fundo e se deixe levar pela grandiosidade dessa igreja. Se der – e se você se planejou – você pode entrar nela e também subir nos seus telhados e ter uma vista única da cidade. É sinceramente um passeio que dura cerca de uma hora (se você subir pelo elevador) e que vale muito. Além disso, é também uma das maneiras de chegar pertinho das estátuas e ver os detalhes dessa arquitetura única, com a calma e a tranquilidade que quiser, ao mesmo tempo em que somos presenteados com o panorama da cidade plana ao fundo.
O Duomo de Milão tem espaço para abrigar mais de 40 mil pessoas. É grandiosa, única e maravilhosa. Mesmo morando aqui eu não canso de olhar para ela todas as benditas vezes que passo na frente – e inclusive são muitas as vezes que passamos por ali, você vai lembrar de mim falando isso hahahahah. São 157 metros de comprimento, 11,7 mil metros quadrados e uma das maiores catedrais católicas do mundo. Levou cinco séculos para ser construída – sim, 500 anos! – e o resultado é esse aí: uma catedral gótica de mármore rosado cheia de detalhes lindos. Lá em cima, está a estátua de cobre dourado Madonnina, um dos símbolos de Milão.
Você também pode combinar, na mesma visita, à ida ao Batistério, a Cripta e o Tesouro. Veja se o tempo está a seu favor para isso – porque ainda tem muito mais a ver na cidade!
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Galleria Vittorio Emanuele II
Mais uma belezinha a ser visitada. O combo Galleria Vittorio Emanuele II + Duomo é praticamente obrigatório em Milão. Eu digo praticamente porque cada um faz o que quer, mas acaba que os dois juntos são quase que a visita natural pela cidade, mesmo para quem está só de passagem.
A lindíssima Vittorio Emanuele II é conhecida como o salão de Milão. É aqui que estão algumas lojas como Prada, Gucci e Louis Vuitton – todas com seus nomes padronizados no dourado com preto. Também tem restaurantes e cafés que são a cara da riqueza, onde você pode sentar e admirar a vida milanesa e a decoração da galeria, enquanto aproveita um bello café, aperitivo ou almoço.
Se ficar por ali um tempinho tomando um café ou fazendo compras não é uma opção (€€€) por enquanto para você, pare apenas na parte central da galeria, onde há um mosaico no chão. Procure ali pelo touro, no escudo dos Savoia – família importante por aqui – e, se quiser, siga a tradição de pisar com o calcanhar direito nele e dar três voltas completas por cima do touro. Reza a lenda que dá sorte, então por isso você vai ver muita gente ali fazendo e às vezes tem até uma filinha.
A Galleria foi construída entre os anos de 1865 e 1877. Formada com ferro e vidro, foi construída pela ideia de ligar a Praça do Duomo com a Praça do Teatro alla Scala. É considerada por muitos um dos primeiros – se não o primeiro – shopping center do mundo. A decoração do seu octógono principal faz referência aos diferentes continentes, sendo eles a Europa, a América, a Ásia e a África.
Praça Teatro alla Scala
Já que você passou por dentro da Galleria Vittorio Emanuelle, já aproveite e conheça a praça onde fica o Teatro alla Scala. Como o tempo é curto, talvez não role conhecer um dos teatros de ópera mais famosos do mundo, mas vale dar uma espiadinha ali por fora. Você pode também aproveitar para ver a estátua de Leonardo da Vinci, no centro da praça rodeada por bancos – se quiser, pode descansar por ali também um pouco.
O La Scala foi construído no lugar onde estava a igreja de Santa Maria La Scala, quando um incêndio destruiu um antigo teatro chamado Teatro Ducale, em 1776. O arquiduque da Áustria, que dominava a Lombardia na época, ordenou a construção de um novo e foi aí que nasceu a ideia do Teatro alla Scala. Ele funcionou como cassino um tempo e os bombardeios na Segunda Guerra Mundial afetaram gravemente o teatro, que foi reconstruído anos depois.
Hoje ele possui um museu que reúne peças e pinturas relacionadas ao mundo da ópera. Também é possível conhecer o vestíbulo do teatro e acesso aos camarotes durante a visita. Conhecer o interior do teatro só é possível se você visitar o museu ou assistir uma das apresentações.
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Quadrilátero da Moda
Já que Milão é a cidade da moda e do design, claro que ia ter um tópico dedicado à isso. Mesmo se você não liga muito para o assunto, se quiser, pode colocar no seu roteiro uma visita rápida pelas chiques ruas do Quadrilátero da Moda de Milão. É ali que estão reunidas as principais boutiques e grifes da cidade. As principais ruas são a Via Monte Napoleone e a Via della Spiga, as outras ruas que formam o quadrilátero são as Via Manzoni e a Corso Venezia.
Como você já deve imaginar, são essas quatro ruas aí em cima que formam um ‘quadrado’ para formar o quadrilátero. A Via Monte Napoleone é para Milão como a Champs Elysees é para Paris, onde estão Bottega Veneta, Armani, Valentino e por aí vai.
Vale dar uma passeada por essa região mesmo se você não vai fazer compras. A gente sempre que pode dá uma olhadinha nas vitrines super diferentes das marcas de grife (e o Bruno vê os carros que estão sempre passando por ali).
L.O.V.E
A gente brinca que é o monumento mais mal educado de Milão. Se você quer dar uma passadinha por ele e tirar uma ou duas fotos por ali, o melhor caminho no nosso roteirinho aqui é saindo do Duomo e seguindo sentindo o Castelo Sforzesco – ou vice-versa. Fica na Piazza degli Affari, 6; e é uma escultura feita por Maurizio Cattelan, inaugurada em 2010, com mais de quatro metros de altura. O dedo médio levantado, esculpido em mármore, fica no coração financeiro da cidade, na praça dos negócios e, mais precisamente, em frente à Bolsa de Valores de Milão.
O nome é um acrônimo de liberdade, ódio, vingança e eternidade = L.O.V.E.
Castelo Sforzesco
Como você já deve imaginar, o Castelo Sforzesco tem muuuita história (clica aqui para acessar o site do castelo) e que jamais caberia aqui falar sobre toda ela. O que fazemos então? Resumimos. Vou tentar, juro.
Bom, o Castelo Sforzesco começou a ser construído lá em meados de 1300, quando nasceu como uma fortaleza entre as muralhas medievais antigas. Conforme os sucessores iam chegando, ele ia crescendo, e ganhou mais prédios, fosso e torres com o passa dos anos.
A história do castelo meio que se mistura com a história da cidade e só quando Francesco Sfoza assume o poder, ele decide renovar completamente o castelo – já que os milaneses o odiavam, leia abaixo – e passa a reconstruí-los, também com o intuito de embelezar a cidade e ao mesmo tempo garantir a sua defesa contra inimigos externos.
O sucessor e filho mais velho de Francesco continua a expandir e enriquecer o castelo, mas ele morre devido à uma conspiração. Sua mulher assume por um tempo mas, na sequência, o cunhado dela (outro filho de Francesco), a isola e assume o poder. Ele se chama Ludovico Maria, conhecido como il Moro. É ele que traz toda a galera para a corte: Leonardo da Vinci e outros artistas, músicos e etc, fazendo a corte milanesa ferver hahahaha. Mas aí a ameaça francesa se aproxima da cidade e as obras são interrompidas. Ele morre anos depois – entre indas e vindas e reconquistas de Milão – em uma prisão francesa em 1508.
Uma curiosidade sobre o castelo é que por séculos, os milaneses consideravam o castelo o símbolo da tirania e do domínio estrangeiro. Por isso, várias vezes, já tentaram atacar o castelo e demolirem ele! Já pensou? Após a união da Itália e a criação de um centro de cultura ali dentro é que passaram a gostar dele hahahaha.
E aí, dá para visitar? Claro que sim. Você pode visitar os museus que existem dentro do castelo mas, se não quiser – ou tiver tempo já que estamos em um post de um dia único – eu sugiro que vá ao menos conhecer os pátios internos (entrada livre e gratuita) e sentir um pouco da magnitude do lugar. Com certeza é um lugar que você não pode deixar de visitar quando estiver em Milão.
Região do Navigli
Bom, esse aqui – olha só que surpresa – temos post já no blog. Na verdade é um post sobre um tour que fizemos no fim de tarde pela região do Navigli com a Milena, uma brasileira que mora aqui há muitos anos. Mas como esse post de hoje é um post para que não tem tempo em Milão. Eu sugiro que você ao menos programe o seu fim de tarde na região do Navigli e faça um aperitivo por lá. Assim você pode sentir um pouquinho do gostinho da noite milanesa em um dos muitos bares e restaurantes que existem por ali.
A ideia desse texto não é me prolongar (ou não era, vide o Sforzesco hahaha) sobre cada um dos lugares que sugiro aqui. Mas queria dizer, apenas para contextualizar, que a região do Navigli consiste em canais que foram construídos a partir do século XII para ajudar a cidade a se locomover de maneira mais eficiente. É muito legal pensar que até Leonardo da Vinci ajudou nessa construção.
Hoje os canais estão quase que completamente cobertos, mas é bacana pensar na engenhosidade que os arquitetos tiveram para trazer essa solução para a cidade na época. Por esses canais passavam vinhos, produtos alimentícios, matérias-primas e até mesmo o mármore que foi usado para a construção do Duomo!
Então, se você quer encerrar o seu dia em Milão da melhor maneira, eu sugiro que passeie pelos canais e curta um pouquinho da noite milanesa sentando no Grande Naviglio e vendo a agitada noite no bairro do Navigli. Se você prefere uma coisa mais “calma” para a sua noite, sugiro que passe para o próximo tópico.
Arco della Pace
Aqui é para quem não quer – ou não tem tempo – se afastar muito do centro da cidade. Pertinho do Castelo Sforzesco, depois do Parque Sempione – ou seja, dá para passar por dentro do parque e conhecê-lo também – você pode conhecer o Arco della Pace. Ali é uma das minhas regiões preferidas da cidade, onde você pode desfrutar de um belo aperitivo enquanto admira esse arco lindíssimo.
E depois de passear o dia todo por Milão e terminar seu dia com um belo aperitivo, espero que você tenha gostado a ponto de já estar planejando voltar! Depois conta pra gente aqui ou lá no Instagram do Voyajando (clica aqui para seguir) o que mais gostou da cidade. Vamos adorar saber e esperamos que volte em breve!
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