O que fazer em 1 dia em Gdansk na Polônia? Veja roteiro

Caro Voyajante, você ouviu falar de Gdansk na Polônia? Eu não conhecia. E só fui parar ali porque nosso vôo de volta da viagem que fizemos à Copenhague na Dinamarca faria uma longa escala na cidade e nos oferecendo a oportunidade perfeita para girar por ali por algumas horas que nos renderam essa matéria aqui – e um vídeo no YouTube (não esquece de se inscrever por lá).

E que sorte a minha! Se você, assim como eu, não conhecia esse lugar – ou se conhecia e veio parar nessa matéria não foi por acaso – vamos juntos, e sem enrolação, desbravar um pouco mais do que fiz em um dia por ali.

*Viagem realizada em julho de 2023.

Gdansk na Polonia: uma aula rica de história



Nosso roteiro em Gdansk

Começo dizendo que foram menos de 8 horas que passei na cidade passeando, então o roteiro vai ser baseado nesse passeio – ou seja não é um dia inteiro. Também é legal salientar que por conta do pouco tempo por ali, não entrei em nenhum ponto turístico, todos vi de fora. Chegamos no dia anterior à noite e saímos de lá por volta das 17h do dia seguinte. Para sair do aeroporto nós pegamos um Bolt (empresa similar ao Uber) e em pouco tempo já estávamos no centro da cidade onde ficamos hospedados.

Essa foi a minha primeira vez na Polônia (mas a Jeanine já visitou o país em 2018) e fiquei impressionada que, ao menos em Gdansk, fomos muito bem recebidos e percebemos que os preços, em relação aos outros lugares da Europa em que já estivemos, são mais econômicos; mesmo porquê a moeda ali não era o euro.

Nosso roteiro, em resumo, por ali, foi um roteiro pelos principais pontos turísticos do centro da cidade. Reservei pelo Civitatis um walking tour e como não sabia nada da cidade, descobri tudo com o guia. Foi muito interessante entender mais do quão rica e grande foi Gdansk no passado, do seu papel importante e triste no início da Segunda Guerra Mundial e de como a cidade se reconstruiu desde então.

O resultado desse passeio e as imagens que fiz por lá você confere lá no nosso Canal no YouTube.

YouTube video


O que fazer em 1 dia em Gdansk?

Como vocês já puderam notar, o nosso “o que fazer” será, basicamente, andar pela cidade que é riquíssima historicamente. Nesse caso, você pode, ou não, percorrer a mesma estrada que eu fiz com o tour guiado que citei ali em cima. Vou deixar na ordem para facilitar caso você queira percorrer o mesmo trajeto.

Golden Gate

O nosso ponto de encontro foi no Golden Gate, um portão que foi simplesmente destruído na Segunda Guerra Mundial e teve sua reconstrução realizada nos anos 50. Por ali, o guia começou a nos explicar um pouco sobre a cidade e sua importância histórica, salientando o quanto Gdansk foi sempre muito rica e próspera – e por isso sempre foi alvo de disputa de governos poderosos como a Alemanha e a Polônia.

Esse portão tinha um importante papel para a defesa e para o comércio da cidade, já que era um dos principais acessos à Gdansk e o principal portão pela via terrestre – já que o outro ficava na extremidade oposta e era o portão por onde chegavam os navios. O Golden Gate dava acesso à Via Real, que falaremos aqui embaixo, e hoje representa um dos resquícios da fortaleza da cidade. O Golden Gate estava passando por uma restauração quando estive por lá.

E bem na frente do Golden Gate você pode conhecer também a Torre da Prisão, local que foi construído junto com as antigas muralhas da cidade e que, como o próprio nome nos ajuda a supor, foi utilizado como masmorra para onde eram levados os prisioneiros.

Centro Histórico

Parece meio óbvio esse tópico aqui, mas é que vou listar algumas ruas e prédios pelos quais passamos enquanto você percorre o Centro Histórico que, na minha opinião, é a grande atração de Gdansk. Fiquei impressionada ao descobrir que praticamente todo esse centrinho foi reconstruído após a Segunda Guerra Mundial, já que a cidade foi completamente destruída. Então o que vemos ao caminhar por ali são casas que replicam o que foram no passado graças a um intenso trabalho de reconstrução que envolveu esforços não só do governo mas principalmente da população de Gdansk.

Mesmo sendo uma reconstrução do que um dia a cidade foi, a sensação de entrar em uma máquina do tempo e voltar ao passado permanece. Voltamos à um passado bem reestruturado e colorido, é verdade, mas que também tem uma história imensa para contar.

A principal rua aqui é a Rua Dluga que era também conhecida como caminho real, já que por ali chegavam os reis que visitavam Gdansk. Em uma das pontas está o início do nosso passeio, a Golden Gate ali em cima. E no fim, a Green Gate aqui embaixo que vamos ver já já. É também nessa rua que você vai ver a Fonte do Netuno, famosa na cidade portuária, e alguns museus que vou citar no fim dessa matéria, caso você tenha mais tempo para visitar Gdansk.

Você pode fazer de ponta a ponta essa rua e já vai ter visto boa parte da cidade, incluindo os dois portões principais. Era nessa rua também que rolava o Long Market, um mercado de rua que reunia importantes comerciantes e nobres – não esquece que Gdansk tinha um grande poder marítimo -; e inclusive a realeza, que se hospedava em um dos prédios ali.

Outro destaque na estrada real é a Town Hall, ou seja, a Torre do Relógio, um cartão-postal da cidade. O prédio foi construído em meados de 1300, durante a dominação germânica, mas ganhou a torre do relógio e o sino só mais tarde, quando a cidade voltou para as mãos da Polônia. Dizem que é possível subir na torre e ter uma das melhores vistas de Gdansk. Se tiver tempo e fizer esse passeio, marque o @voyajandoblog nas redes sociais para a gente ver!

The Great Armoury

Um pequeno desvio da rua principal, à esquerda, nos leva até a frente da The Great Armoury, um antigo depósito de armas. O destaque aqui é o próprio prédio do arsenal, que podemos ver da rua mesmo (mas tem também um museu de arte lá dentro caso você queira conhecer). O guia nos mostrou os detalhes da fachada ricamente elaborada, algo que não era normal para um arsenal de armas, mas disse que Gdansk era tão rica que podia se permitir de contratar arquitetos para decorar seus prédios mais proeminentes.

Green Gate

Saindo do The Great Armoury, voltamos para a rua principal, e seguimos até o Green Gate. Não, ele não é verde, e também não parece um portão, mas recebeu esse nome por ser a principal entrada da cidade para quem entrava pelo mar, e era chamado de verde porque, nos primórdios, a proximidade com a água do rio deixava tudo com uma coloração esverdeada. A mesma explicação vale para a Green Bridge ali pertinho.

A curiosidade do Green Gate é que esse prédio super majestoso foi construído para receber as visitas oficiais do governo. A ideia era que os monarcas se hospedassem ali mas, segundo o guia, nenhum rei jamais o fez porque o cheiro era insuportável. Segundo ele, que nos contou rindo, o povo de Gdansk fez de propósito um prédio para hospedar a realeza em um dos piores lugares da cidade na época – já que a população não amava o domínio polonês e quis deixar isso claro.

Lojas de Âmbar na Mariacka Street

De lá, beiramos o rio e seguimos até uma outra entrada, menorzinha, que dá direto na Mariacka Street, uma das ruas mais instagramáveis de Gdansk.

E aqui eu faço um parênteses: eu descobri ali no walking tour que a cidade é a ‘Capital Mundial do Âmbar‘, e passando pelo centro histórico, realmente foram muitas as lojas que vendiam objetos feitos com esse material. As lojas estão concentradas, principalmente, na Mariacka Street e é por ali que você vai encontrar uma infinidade de jóias, itens de decoração e outros souvenirs em geral.

Para quem não sabe o âmbar é uma espécie de resina fóssil – eu não sabia, e então não uma pedra como eu achei que fosse. Se você tiver tempo, vale dar uma espiada nas lojinhas e explorar mais sobre todo o trabalho feito artesanalmente e manualmente que o material de coloração única oferece.

Igreja de Santa Maria

Na sequência, seguimos para a região da Igreja de Santa Maria que infelizmente não visitei por dentro. Segundo o guia, foram mais de 150 anos para concluir a construção da igreja que é de meados de 1300. Gigantesca, pode abrigar mais de 20 mil pessoas e foi construída inteiramente em tijolos.

Ele nos contou que muitas obras foram retiradas de dentro da igreja – ou roubadas, ou saqueadas – e pediu paciência para quem iria visitá-la por dentro. Ele explicou que, aos poucos, eles estão reconstruindo e recuperando tudo em Gdansk, mas lembrou que a cidade foi severamente bombardeada e que, também por isso, a igreja não é tão suntuosa como foi no passado e que isso levaria ainda um pouco de tempo.

Fiquei curiosa de conhecê-la por dentro mas, infelizmente, vai ficar para uma próxima. Dali, seguimos para a parte final do walking tour que para mim foi uma das partes principais da história da cidade: o início da Segunda Guerra Mundial.

Sede dos Correios da Polônia

Saindo da igreja seguimos para a parte antiga da cidade: sim, eles chamam a parte antiga da cidade uma região que hoje está cheia de prédios residenciais novos e onde estávamos até agora, é conhecida como parte nova, porque foi construída depois.

No caminho, passamos pelo Monumento aos Defensores dos Correios da Polônia e também é nessa região que chegamos, logo em seguida, ao prédio que foi Sede dos Correios da Polônia, também conhecido como o lugar e o momento onde teve início a Segunda Guerra Mundial em 1º de setembro de 1939.

O guia nos contou que o clima de guerra já estava ‘no ar’ e os funcionários – civis – administrativos dos Correios da Polônia sabiam que, a qualquer momento, poderiam ser atacados. A disputa pelo controle de Gdansk entre alemães e poloneses era uma disputa de décadas, e a sede dos correios da Polônia era já um lugar que poderia sofrer um ataque.

Tanto é que esses civis que trabalhavam nos correios foram treinados militarmente para se defenderem caso alguma coisa acontecesse. E aconteceu. Na madrugada de primeiro de setembro, 42 poloneses foram atacados enquanto estavam ali dentro, incluindo o zelador do prédio que vivia ali, com sua esposa e filha de 10 anos. A ideia já estabelecida previamente era de que os funcionários pudessem defender o prédio por pelo menos 6 horas com o arsenal de armas que possuíam, até que o Exercito da Polônia pudesse chegar.

Os funcionários conseguiram resistir aos ataques por 15 horas, ainda que as forças armadas alemãs fossem muito maiores. O guia contou que depois de tantas horas e vários ataques pesados, o diretor dos correios até tentou se render e saiu do prédio com uma bandeira branca; sendo assassinado ali mesmo. Até hoje esse dia e esse ataque são lembrados na Polônia e o monumento pelo qual passamos anteriormente faz jus à esse momento e ao ataque à Gdanks que representou o início da Segunda Guerra Mundial.

Rio Motlawa

Depois de aprender sobre o destino dos funcionários dos correios, o clima pesou no fim do walking tour. Por esse motivo, foi ótimo voltar para o centro histórico por aqui beirando o Rio Motlawa. Não é bem uma atração turística mas vale muito a sugestão: tire um tempinho para passear pelas margens do Rio Motlawa. Eu amei o clima por ali, era verão e estava cheio de bares e restaurantes super agitados, tinha até um parque de diversões no dia – passei na hora do almoço, depois que o tour acabou.

Você vai poder ver uma das vistas mais bonitas da cidade, sentir o ventinho que dentro do centro histórico não senti. e percebi ainda que eram oferecidas várias opções de passeios de barco que saiam dali – e que fiquei com vontade de fazer e conhecer um pouco mais da cidade por uma outra perspectiva.


O que comer em Gdansk?

O nosso “o que comer em Gdansk” é quase e também um “o que comer na Polônia“. Claro que com apenas um almoço na cidade, não pudemos experimentar os pratos típicos do país; mas deixo aqui como sugestão caso você tenha mais tempo que eu – e também para consulta futura quando eu voltar para o país, hehe.

Pierogi – o primeiro em todos os guias da Polônia! São bolinhos cozidos ou assados com variados recheios. Os mais populares são feitos de batata e queijo cottage, ou com carne de porco, ou com repolho e cogumelos. Para mim, a aparência parece com as dos guiozas, da culinária japonesa.

Schabowy – são costelas de porco empanadas. Diz no guia que é o prato principal e mais popular da Polõnia; servido geralmente com batatas e repolho.

Bigos – é também um dos pratos mais tradicionais da Polônia, feito com repolho cozido com carnes e cogumelos, servido geralmente com pão e/ou batatas.

Barszcz – sopa de beterraba. Pode ser servida sozinha, quente ou fria, ou acompanhada de uma espécie de panqueca frita e empanada recheada com carne e cogumelos chamada krokiet ou com acompanhada com os uszka que são pequenos bolinhos recheados com carne ou cogumelos.

Turbot, Dorsz, Flqdra – os peixes mais populares dos países Balticos são pregado, bacalhau, linguado, geralmente servido fritos, acompanhados de batatas-fritas e uma salada de vegetais.

Esses foram só alguns que eu havia separado, mas já me adianto dizendo que a culinária da Polônia é super vasta e tem muitas outras opções que envolvem muitos pratos com batatas, carnes e sopas. A parte de sobremesas também não fica atrás, com tortas de maçãs (Szarlotka), cheesecakes tradicionais (Sernik) e muito mais.

Já a bebida você já deve imaginar: vários tipos de vodkas para os mais variados gostos. Alguns nomes para procurar no cardápio caso queira provar são: Wódka (vodka pura); Goldwasser (vodka famosa em Gdansk com flocos dourados; reza a lenda que o próprio Netuno, da fonte na cidade, a criou) e a Machandel (vodka exclusiva e local). Ah, dica importante: é ilegal beber nas ruas.


O que mais fazer em Gdansk?

Nesse roteiro eu acrescentaria também entrar na Igreja de Santa Mariaque não tive tempo devido a um longo almoço que expliquei ali em cima. Além disso, você tem mais dias em Gdansk? No problems, a gente te ajuda a planejar com mais algumas opções do que fazer por lá:

  • Main Town Hall – dizem que nesse prédio da Câmara Municipal, cuja origem do edifício remonta ao início da Idade Média, apresenta um dos mais belos salões renascentistas do norte da Europa. No verão, a torre oferece uma vista panorâmica de Gdansk. Tem estilo gótico renascentista e foi por um bom tempo (do século XV até 1921) sede do governo da cidade.
  • Arthur’s Court – outro prédio histórico que me pareceu bem bonito de visitar. Está localizado na frente da fonte de Netuno e é conhecido como uma espécie de sala de estar da antiga Gdansk. As festas em homenagem aos antigos reis do país eram realizadas ali.
  • Uphagen’s House – quer adentrar ainda mais no modo de vida de um rico burguês do século XVIII? Então dá para visitar a Uphagen House, com direito a um hall com uma escadaria glamurosa e salões elegantes de chá, de jantar, de música e pequenas salinhas de estar.
  • Wisłoujście Fortress – aqui é para quem se interessa mais por monumentos históricos ligados à castelos e fortificações. Essa fortaleza é a mais antiga da costa polaca e um exemplo da evolução das defesas da cidade ao longo dos anos. Fica aberta só no verão.
  • Museum of the Second World War – esse talvez foi um dos que mais fiquei com vontade de conhecer – já que por aqui a gente se interessa bastante pela história da Segunda Guerra Mundial. Recomenda-se deixar, pelo menos, três horas para andar por esse museu e descobrir um pouco mais sobre o maior conflito bélico que o mundo já viu até agora – e esperamos que para sempre; e que começou ali em Gdansk. (Leia mais sobre outros destinos relacionados à Segunda Guerra Mundial aqui no blog).
  • Museum of the Polish Post Oce – e ainda falando de guerras, essa exibição fala mais sobre a primeira batalha da Segunda Guerra Mundial que aconteceu nos Correios de Gdansk – como vimos no fim do tour que fizemos. Existem também tours guiados dedicados só a essa história.
  • Guardhouse no 1. at Westerplatte – Ainda sobre a Segunda Guerra, nesse lugar – que geralmente abre só nos meses de verão – você pode visitar um depósito de trânsito militar Polônes que foi atacado no dia 1º de setembro de 1939 pelo encouraçado alemão Schleswig Holstein, que fazia uma visita de cortesia a Gdańsk. O navio começou a bombardear Westerplatte, onde estava localizado o Depósito de Trânsito Militar Polonês. A batalha durou sete dias. A Guarita nº 1 foi um dos principais elos da cadeia da defesa polonesa.
  • Amber Museum – eles possuem um museu do Âmbar, conhecido como o ouro dos países bálticos. Lá você pode entender mais sobre o material e também sobre a história das peças de âmbar produzidas tradicionalmente na Polônia.

E tem mais? Se tem! Quando pesquisava mais atrações para dividir com vocês, fiquei positivamente impressionada com a quantidade de atrações e museus que Gdansk possui. Estamos falando de museus de ciência, galerias de arte e fotos, museus marítimos, muitas atrações ligadas à Segunda Guerra Mundial e tantos outros pontos turísticos que poderiam merecer uma atenção maior se tivesse mais tempo na cidade.

E, como sempre, fica aqui a vontade de voltar e explorar um pouco mais de Gdansk. Que bom quando uma cidade consegue nos surpreender e nos fazer olhar além, aprendendo muito mais. Dziękuję Gdańsku! (Obrigada Gdansk!).

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