Assim como as outras cidades italianas que já compartilhei aqui, Veneza também estava na lista do “sempre quis conhecer”. Ouvindo desde criança falar sobre essa cidade, quando era adolescente já tinha “decidido” que queria minha lua de mel ali. E olha só como são as coisas né? Logo depois de casar, então, partimos para a Itália e encerramos nossa viagem exatamente em Veneza. Então bora falar sobre o que fazer nessa cidade e como montar um roteiro por ela. Passamos cerca de quatro dias e deu para ver e fazer bastante coisa – e passar muito frio também, hahaha.
Minha primeira visita à Veneza aconteceu em novembro de 2018, no final da minha viagem de lua de mel. Já havíamos passado alguns dias em Roma, em Florença, e também fizemos um bate-volta por Verona, demos uma passadinha na Torre de Pisa e o Bruno ainda dirigiu uma Ferrari em Maranello. Ufa! No fim da viagem já estávamos um pouco cansados de tanto andar pela bella Itália, mas não menos empolgados para conhecer essa cidade única e famosa mundialmente – e, claro, patrimônio mundial da Unesco.
- Ei, psiu? Depois que você ler esse post aqui, corre e clica aqui para também ler minha experiência atualizada em Veneza. Voltei à cidade em maio de 2021
- O que comer em uma viagem pela Itália?
Como chegar em Veneza na Itália?
Por ser muito turística, não é difícil chegar em Veneza. Aliás, é e não é, rs. Como assim? Bom, nós fomos de carro até o aeroporto de Veneza – onde devolveríamos o carro alugado em Florença depois daquele dia imenso passando por Pisa e Maranello – e assim fizemos, chegamos facilmente no aeroporto por meio de uma estrada pedagiada. Até aí tudo certo, o problema começou para sair do aeroporto e cheeeegar realmente em Veneza. Do aeroporto até lá, usamos um transporte por barco no valor de cerca de 18 euros por pessoa. Foram quase 40 minutos até a estação para descermos com as seis malas, e depois haja subidas e descidas de escadas nas pontinhas de Veneza para chegar finalmente no hotel que íamos nos hospedar (nisso já eram quase 2h da manhã).
Ou seja, foi fácil chegar no aeroporto de Veneza. Foi um rolê grande para chegar em Veneza mesmo, no hotel. Isso porque nos hospedamos dentro de Veneza e recomendo que você faça o mesmo, há muitas possibilidades de hospedagem fora da ilha no entanto o deslocamento fica comprometido e deslocamento é um quesito importante ao falarmos de Veneza.
Mas enfim, além de carro, você também pode chegar à cidade por meio de avião, ônibus, trem e, claro, barco. Localizada no norte da Itália, Veneza tem ligação com várias cidades da Europa, sendo muito fácil o acesso até o aeroporto da cidade.
História de Veneza
No ano de 452, quando invasores bárbaros colocavam fim ao Império Romano, habitantes da região norte da Itália resolveram se refugiar em ilhas de uma grande lagoa de água doce, pertinho do Mar Adriático. Resolveram ficar por ali mesmo, em uma região chamada de Vêneto, em que haviam 120 ilhotas cortadas por 177 canais. Eles buscaram as áreas secas, de terra firme. A região foi crescendo e quando já não bastava mais a terra firme, os moradores passaram a avançar sobre as águas com passarelas e anexos das casas. Também passaram a aterrar os canais que ali existiam, e eles foram ficando mais estreitos à medida que a cidade crescia.
As construções, no início, eram feitas de madeiras fincadas entre 2 a 5 metros de profundidade. O solo instável e a escassez de materiais de construção, tornaram esse crescimento lento e irregular. Depois de séculos, as madeiras foram substituídas por pedras como o principal material de construção, e que foram utilizadas também para forrar as margens dos canais no século X – o que facilitou a construção e também o embarque e desembarque de passageiros.
Tudo era transportado – pessoas, materiais, suprimentos – de barcos. Quase não haviam pontes, no máximo tábuas suspensas que uniam uma ilha à outra. O cenário foi mudando e as primeiras pontes de pedra surgiram em 1170. Em 1500 já eram 166 pontes. Sua posição geográfica estratégica fez Veneza crescer e lucrar muito com o comércio entre o Oriente e o Ocidente e no século XIII já era a principal potência comercial da Europa. Quando Vasco da Gama descobriu uma nova rota de navegação para as Índias, a cidade começou a perder importância no cenário comercial, sofrendo derrotas em guerras e batalhas. Em 1797, Veneza foi conquistada por Napoleão e, em 1866, passou a pertencer ao reino da Itália.
(Fonte desse trecho: Revista SuperInteressante)
O que fazer em Veneza : principais pontos turísticos
Como eu disse ali em cima, deixamos cerca de quatro dias para Veneza. Achei um tempo bom para uma primeira vez. Chegamos à cidade no fim de novembro e início de dezembro, então eu passei muito frio – tivemos que comprar luvas, toucas e cachecóis para sobreviver, hahaha, afinal havíamos saído do verão no Brasil – até porque não estava acostumada com o frio europeu unido à umidade de Veneza. Mas, no geral, foi uma experiência bem legal, já que os pontos turísticos não estavam tão cheios como costumamos ver nas fotos de verão.
Se você está pensando em montar um roteiro para a cidade, saiba que é quase inevitável se perder por aquelas vielas. São muitas! E mesmo nos últimos dias ainda não estávamos nos encontrando muito bem nem quando chegávamos próximos ao nosso hotel, rs. Mas dizem que se perder em Veneza faz parte do turismo, então tá valendo! Separei aqui embaixo os pontos turísticos que fizemos por lá – e alguns que não fizemos – para você se inspirar e montar também o seu roteiro nessa bela cidade.
Passeio de Gôndola
Você está esperando por essa informação né? Maaaaas, nós não fizemos o passeio de gôndola. – MAS O QUÊ?, você pode me perguntar. E sim, nós optamos por não fazer o passeio de gôndola nessa nossa primeira ida à Veneza, por alguns motivos: o primeiro: não quisemos investir cerca de 100 euros para fazer o passeio – preferimos direcionar esse valor para outras experiências da viagem (tipo o sonho do Bruno de dirigir a Ferrari em Maranello). Segundo porque eu estava realmente com MUITO frio e não me parecia uma boa ideia entrar em um barquinho no meio da água, kkkkk. E terceiro, sabíamos que muito em breve estaríamos de volta à Itália, então teríamos outras oportunidades de fazer esse passeio.
Para quem sonha em fazer o passeio de gôndola, faça. Tenho certeza que é uma experiência única e que provavelmente nós também faremos algum dia. Na época que fomos o passeio valia cerca de 100 euros por gôndola – ou seja, se for em mais pessoas, você pode dividir o preço entre os companheiros de viagem – e já me disseram também que se você quiser que o gondoleiro cante, é mais caro, kkkkkk. Mas não sei se isso é real. É também a única maneira de passar por canais e por lugares que a pé não chegamos, já que a cidade foi ‘construída’ sobre as águas, não é mesmo? Tá vendo? Não fui, mas ainda trago argumentos à favor, hahahahaha.
Agora, esclarecidos os fatos, vamos às infos? Antes de virar um dos símbolos da cidade, a gôndola era o único meio de transporte da lagoa. Os gondoleiros dão vida às gôndolas e também fazem parte desse cenário tão característico da cidade. A profissão vai passando de geração em geração e são reconhecidos pela sua camiseta listrada e o chapéu de palha e dizem que eles têm até códigos “próprios” para avisar os outros gondoleiros – “ohè” – que vão virar, para evitar colisões.
Sabe o que também é interessante? É que dependendo de onde você começar o passeio, ele será diferente. Existem vários pontos espalhados pela cidade de onde saem as gôndolas e como o passeio, geralmente, é por um tempo fixo de 30 minutos, escolher bem de onde você vai sair é uma estratégia interessante para ver coisas diferentes em cada um dos passeios de gôndolas.
Piazza San Marco
Aqui é a tal principal praça de Veneza. Ela é gigante e muito, muito bonita. Você vai passar tantas vezes por ela que acaba até “se acostumando”. E também, caso você esteja perdido pela cidade, é para cá que existem as placas guiando os turistas. Também é aqui que estão alguns pontos turísticos famosos, cafés ao ar livre e muitos, muitos, muitos muitos, muiiiiitos pombos. O pessoal lá até tem uma “tradição” de alimentar os pombos que, se não for proibido, deveria ser proibido, segundo eu mesma, rs. Muitos turistas tiram várias fotos com pombos (e cá entre nós? Eu não gosto muito dessa proximidade, hahahah).
Bom, a Piazza San Marco é como a sala de estar da cidade. Vi essa comparação em algum site e achei bem próprio. É ali que estão a Basílica de San Marco e seu campanário, a Torre do Relógio, o Palácio Doge e mais alguns outros museus.
É na Piazza San Marco que está também o Campanário. Construída no século IX, a torre servia como torre do vigia e farol. Passou por várias alterações e renovações e em 1902 foi destruída. O conselho municipal autorizou a reconstrução “como era e onde estava” e as obras foram concluídas em 1912. Ela tem 12 metros de largura e quase 100 metros de altura. A estátua de Arcanjo Gabriel, revestida de ouro e com mais de três metros de altura, ganha destaque no alto da torre. Na base dela, há a loggia Sansovino.
Basílica de San Marco
Fazendo esse post eu descobri que Veneza tem muitas igrejas – acho que como a maioria das cidades na Itália, hahahaha. E, sim, só fazendo esse post. Porque em uma viagem a gente acaba priorizando os pontos turísticos, né? Então para você ter uma pequena noção da quantidade, clica aqui para ver quantas e quais são elas. Bom, e como priorizar faz parte de um roteiro, e você “já está” na Piazza San Marco, vamos falar da Basílica de San Marco, cartão-postal da cidade e aquela paradinha “obrigatória” para tirar as fotinhas com ela de fundo na praça.
Bom, como eu disse ali em cima, esse é um dos cartões postais da cidade. Ela foi feita, no princípio, para ser parte do Palácio Ducal. Sua construção começou em 828 para abrigar o corpo de San Marco, que veio de Alexandria. O prédio atual, no entanto, remonta ao século XI e passou por várias alterações ao longo dos séculos, se tornando catedral de Veneza em 1807. São cinco cúpulas e tem o formato de uma cruz latina, com mais de 4 mil metros quadrados de mosaícos e 500 colunas!
A visita à basílica é de 4€, no entanto, se você quiser ver também o Museu (falamos um pouco mais dele aqui embaixo), o Tesouro (que traz o tesouro bizantino de ouro e prata, resultado do saque de Constantinopla) e a Pala D’Oro (famoso, cheio de pedras preciosas feito por ourives na Idade Média), essas visitas são pagas à parte. Assim como é bonita por fora, por dentro ela é toda dourada, cor de ouro mesmo, muito linda. Além disso, perca um tempinho olhando para os mosaicos da cúpula principal, do século 13, que mostram cenas do novo testamento.
E quem assistiu ao filme Inferno, também se lembra deles: os cavalos de San Marco. Ao fazer a visita ao museu da Basílica é possível conhecê-los e também observar mais de perto os telhados e mosaicos da catedral. Veneza adquiriu esses cavalos de bronze, mergulhados em ouro, como saque da quarta cruzada, no hipódromo de Constantinopla.
Aahh e só mais um recadinho. Não esquece que para entrar na maioria das igrejas na Itália, você precisa estar com os ombros cobertos. Existe um dress-code aqui na Basílica também. Além disso, eles não permitem a entrada de mochilas.
Grande Canal
Essa é a principal “rua” de Veneza. Assim como a Piazza San Marco, você vai passar muitas vezes por esse canal, seja pela margem, seja pela Ponte Rialto ou seja para visitá-lo mesmo, seja em suas margens, seja navegando por ele. O Grande Canal é como um rio sinuoso que corta Veneza ou, é um grandíssimo canal, como seu nome já diz, hahahaha. Ele nasce do leito de um rio (RivoAltus), se estende por cerca de 3,8 quilômetros. Se alarga e se estreita ao longo do seu percurso, chegando a ter de 30 metros a 70 metros de distância entre as margens. Sua profundidade média é de 5 metros.
O deslocamento por ali é uma mão dupla. O dia inteiro barcos e até gôndolas se revezam em um trânsito que, para mim, parece um pouco caótico. Aliás, as gôndolas são parte da vida desse canal, já que antes os gondoleiros transportavam os venezianos de uma margem para outra em troca de um “quartarolo”, moeda veneziana. Principalmente quando ainda não existiam as pontes que cortavam o canal – elas só vieram depois, com o aumento da atividade econômica e a necessidade de ir e vir, começando pela Ponte de Rialto, que falamos aqui no post.
São mais de 200 edifícios, entre palácios e igrejas, que estão virados para o Grande Canal. E é uma das vistas mais bonitas – na minha opinião – de Veneza, já que ali você consegue ver tudo o que ela é: como os edifícios antigos margeando as águas, uma vida social ativa cheia de restaurantes e bares, a Ponte Rialto e muito mais. O legal é saber que assim como uma rua “qualquer” – como se isso fosse possível – o Grande Canal também tem regras e limites de velocidade (7km/h para transporte público e 5km/h para particulares), um código de trânsito específico, com sinalização, e uma fiscalização e regulamentação dessas regras.
Ponte Rialto e Bairro de Rialto
A lindíssima Ponte Rialto foi a primeira ponte construída sobre o Grande Canal (e foi a única por muitos séculos). A ideia foi conectar o centro econômico da cidade, localizado em Rialto, com o centro político ali na Praça de São Marcos. Assim como a Ponte Vecchia em Florença, passamos pela Rialto várias vezes e, cada uma das vezes, tivemos uma vista diferente. A sugestão que eu daria é: deixe um tempinho para conhecê-la com calma, olhar suas lojinhas dentro da ponte e vislumbrar o cenário dos dois lados do Grande Canal. Na sequência, desça da ponte e admire ela de fora.
Seu nome vem da parte mais antiga da cidade, Rialto, que acolheu o primeiro povoado de Veneza. Anteriormente, essa área era chamada de RivoAltus e as pessoas se instalaram ali porque o terreno era mais firme e mais alto. Curiosamente, Rialto é justamente uma das primeiras regiões a serem inundadas quando a maré sobe e acontecem aquelas enchentes na cidade. Localizada bem na curva do Grande Canal, o comércio era feito na margem direita e suas ruas reuniam diversas lojas. Mas todo o tráfego de uma margem para a outra era feita por gôndolas! Imagine só o trabalho que dava transportar as mercadorias, os artesãos, os compradores.
Decidiram então optar por construir uma conexão direta que facilitasse a vida e o ir e vir de Rialto. Foi quando uniram barcos e pranchas de madeira, postes, e fizeram uma “ponte” entre um lado e outro em 1175. Dez anos mais tarde, a construção de uma primeira ponte de madeira apoiada em postes foi feita por Nicolò Baretieri. A região foi crescendo e a passagem no Grande Canal cada vez sendo mais utilizada, então decidiram, finalmente, construir uma ponte valendo.
A primeira Ponte de Rialto, também de madeira, foi construída na segunda metade do século XIII. A parte central permitia a passagem de navios de mastro alto. No entanto, a quantidade de sal da lagoa exigia uma restauração a cada 25 anos e uma reforma a cada 50 anos. Remendada e insegura, ela desabou várias vezes, até com vítimas fatais como em 1524.
Na metade do século XVI, decidiram finalmente construir uma ponte de sólida e mais segura. Fizeram um concurso de projetos para a ponte – até Michelangelo participou -, mas quem ganhou foi Antônio da Ponte, sim esse era o nome dele, por apresentar um projeto de ponte com um vão único, que permitia a navegação livre sob o deck. Doze mil estacas de madeira cravadas no subsolo sustentam a fundação da ponte que, além da sua arquitetura única, ainda possui decorações de esculturas.
Palácio Ducale
No dia que visitamos o Palácio Ducale eu passei frio, mas minhanossasinhora como eu passei frio, kkkkk. A ponto de mal aproveitar o passeio por esse que é basicamente um dos principais – se não o principal – museu que conta a história do que foi Veneza. E mesmo quase congelando, achei muito legal ver todos os aposentos, as armas e também visitar a prisão (que estava mais fria ainda), passando pela ponte dos suspiros e tudo. É realmente uma experiência bem única e que deve (lembrando que o que você deve ou não fazer em uma viagem é você quem decide) estar no seu roteiro se você quiser saber um pouco mais sobre essa cidade única no mundo.
Tentando resumir o que é impossível resumir, o Palazzo Ducale de Veneza foi construído no ano 810. Recebe mais de um milhão de visitantes todos os anos. É uma estrutura bem grandiosa, formada por três grandes edifícios que foram unificados posteriormente. A ala mais antiga é onde tem a Sala do Conselho, há também o Palácio da Justiça (em direção à Praça São Marco) e a ala renascentista, onde era a residência do Doge, o mais alto cargo da república de Veneza, e os escritórios do governo.
Incêndios e reformas foram modificando e reestruturando radicalmente os prédios ao longo do ano. Você pode deixar um bom tempo para visitar o palácio porque realmente tem muita coisa para ver. Inclusive eu sugiro separar um dia só para ele, se puder. Não que você vá levar o dia inteiro, mas é que museus desse tipo desgastam bastante – fisicamente e mentalmente, dado o número elevado de informações – então é mais bacana você sair dali sem uma agenda grande para cumprir depois.
É aqui, por exemplo, que está a maior tela do mundo! São 7,45 metros de altura por 24,65 metros de largura. Fica dentro do apartamento do Doge, chamada de “Il Paradiso” e pintada por Tintoretto. Também é nessa visita que a gente atravessa a famosa Ponte dos Suspiros, que eu falo dela aqui embaixo.
Ponte dos Suspiros
Um dos pontos famosos e super fotografados de Veneza é a Ponte dos Suspiros. No século XIX, alguns poetas europeus imaginaram que era ali que os prisioneiros davam o último suspiro, enquanto olhavam pela janela da ponte o mundo exterior pela última vez. O passeio não se completa passando só por dentro dela, para acessar as prisões do Palácio Ducale (que falamos aqui em cima). O legal é também olhá-la de fora, então vá até a antiga Ponte della Paglia, de onde se tem a vista perfeita.
Museo Correr
Pesquisando agora, vi que a entrada para o Palácio Ducale (25€ em 2021) também dá direito à entrar no Museo Correr. Como estávamos com o Veneza Pass na época (em 2018), não quisemos ou não nos atentamos a esse fato e acabamos não visitando. Mas deixo aqui a dica para caso você queira conhecer.
O nome do museu é por causa de Teodoro Correr, um descendente de uma antiga e nobre família, que nasceu em Veneza em 1750. Ao longo da sua vida, graças ao comércio de antiguidades, Teodoro foi colecionando joias, desenhos, livros e obras que, somente após a sua morte em 1830, permitiu o acesso ao público. Ele não seguia muitos critérios para colecionar suas obras e, somente um tempo depois, é que um dos diretores da coleção resolveu organizar tudo em uma lógica de museu. Hoje o local pode ser visitado como uma forma de saber mais sobre a arte a história de Veneza enquanto também passa pelos quartos imperiais do Palácio Real, onde a Imperatriz Elizabeth, da Áustria, ficava quando visitava Veneza.
Teatro La Fênix
Esse teatro não está tão no roteiro turístico de grande parte das pessoas e às vezes pode não caber em um roteiro básico por Veneza. Ainda assim, se você tiver tempo, digo que nós adoramos conhecê-lo. A história é super interessante e é um teatro verdadeiramente bonito. Pegamos um audioguia, que foi nos explicando todas as reinvenções que o prédio teve que passar após vários incêndios que destruíram tudo – foco na palavra ‘vários’, pois é.. Enfim, nós gostamos bastante do passeio – até porque ele me salvou por um tempinho do frio lá fora hahahaha – e eu recomendo bastante.
O nome Gran Teatro La Fenice, ou Grande Teatro A Fênix na minha tradução básica e literal, não tem seu nome à toa. O pássaro da mitologia que renasce das cinzas deu o nome perfeito e condizente com a história desse teatro que teve sua estrutura construída inicialmente no século XVIII. Ele foi reformado para receber Napoleão Bonaparte em 1828 e foi consumido pelo fogo logo depois, em 1836, correndo o risco de nunca mais voltar à vida. No entanto, em 1837, ele foi reconstruído e reinaugurado levando em consideração um novo projeto.
Muitas restaurações e projetos se passaram – inclusive em coerência com a história de Veneza, que passou pela mão dos austríacos até se unir ao reino da Itália – até que, em 29 de janeiro de 1996, um novo incêndio, criminoso, destruiu novamente o teatro. Dessa vez, o processo de reconstrução levou mais tempo e, em 2003, o La Fenice era reinaugurado, se tornando o que ainda é hoje, um local bem bonito para visitação e para apreciação de apresentações e concertos.
Ilhas de Veneza: Murano e Burano
As pessoas costumam fazer as ilhas de Murano e Burano no mesmo dia e só não fizemos porque tínhamos mais um dia livre, hahahaha. A visita às ilhas é bem tranquila, você pode ir até uma das estações do grande canal e pegar um vaporetto que passa nas duas. A viagem é um pouquinho longa, mais de meia hora, mas é bem tranquila.
Depois de Veneza, Murano é a maior ilha da lagoa, com cerca de 30 mil habitantes. A ilha é famosa mundialmente pelo trabalho com o vidro e essa é a principal atividade econômica dali. Passeamos por lá e conhecemos as lojinhas de vidro, também aproveitamos e visitamos o Museu do Vidro rapidamente. O passeio é bem interessante. Se você quiser, também pode visitar uma das fabriquinhas de vidro, eles fazem uma apresentação em grupo sobre como é o processo de criação das peças e, depois, você é direcionado à lojinha.
Já quando li sobre Burano, as pessoas chamavam o arquipélogo com casinhas coloridas e, basicamente, é isso. Não levem a mal, mas a ilha estava quase deserta no dia – e horário – que visitamos. Acredito que como não era temporada, o comércio mal abriu e os pouquíssimos que abriram estavam bem vazios. Ainda assim, vale a visita. A ilha tem um ar bucólico e, como quase todo lugar na Itália, a impressão é que voltamos no tempo.
E o motivo das casinhas serem coloridas – e terem se tornado a atração do local? Acredita-se que era para diferenciar as casas das famílias de mesmo nome. O site do Visit Venezia também explicou que o nome da ilha, Burano, se refere ao vento bora e antes a região se chamava Porta Boranea. O arquipélogo passou a fazer parte de Veneza depois do ano 1000.
Para quem tem tempo e vontade, também é possível visitar a ilha de Torcello.
E isso é tudo pessoal? Não, não é. Veneza tem muita coisa para se ver! Fiquei impressionada com a quantidade de possibilidades, igrejas, praças, gastronomia. Enfim! É, querendo ou não, uma anciã majestosa de quase 1600 anos! Então se você tem mais tempo pela cidade, não deixe de visitar e explorar ainda mais essa cidade que é única no mundo.
- Fontes: Oi! Boa parte das informações desse post vieram da nossa viagem por lá em 2018 e também do site Visit Venezia Officiale. Recomendamos que você dê uma olhadinha nesse site (clica aqui) também para planejar e viver a experiência de forma mais completa.
Olá, estamos de viagem marcada pra fazer a travessia com o final em Veneza,segundo comentários,os Italianos não estão aceitando turistas, independente da pandemia.
Não querem que entrem na cidade será verdade?
Oi Marli! Estive em Veneza em maio, e estava tudo normal – na medida do possível. Regras de distanciamento e uso de máscara sempre, mas não senti nenhum afastamento. O que é importante de ver com relação a entrada na Itália são as regras de imigração e sobre o certificado verde (uma espécie de certificado da União Europeia para vacinados ou para quem tem o teste negativo para COVID). Existem também algumas restrições sobre a vinda direta de pessoa que estiveram nos últimos 14 dias em alguns países como o Brasil.. então é importante ver caso a caso pra não ter problemas! As regras mudam com frequência também. Acompanhe de perto e não deve ter problemas 😘