Bate e volta de Milão: 1 dia na Villa del Balbianello, no Lago de Como

Eu posso estar sendo dramática – e acho que estou mesmo. Então só peço perdão, voyajante. Mas lembre-se sempre ao ver as matérias aqui do blog ou ao assistir aos nossos vídeos do canal do Youtube que somos todos deslumbrados por aqui. A gente não finge costume. Nós nos encantamos, ficamos fascinados e maravilhados, que é basicamente a definição do deslumbre. Alguns destinos nos deixam assim mais que os outros. E a Villa del Balbianello deixou os quatro integrantes deste blog um tanto quanto embabascados. Que lugar! Faltaram adjetivos no meu vocabulário para descrever a sua beleza e a do seu entorno. Mas, vou tentar. Sabe quando Hollywood recria o paraíso em seus filmes e séries? É essa a percepção que eu tive do local que fica à beira do Lago de Como e rodeado por montanhas e pelos Alpes. É uma pintura – e infelizmente as fotos não fazem justiça.

Qual é a do Lago de Como?

Além do turismo e da beleza, que já são os grandes e visíveis enfoques deste post aqui, é bom dizer e trazer para a atenção que o Lago de Como desempenha um papel importante em diferentes aspectos para a Itália como um todo, e não apenas às cidadezinhas que ficam ao seu entorno e se beneficiam de suas águas para transporte e irrigação agrícola. O Lago de Como é um dos grandes do país, ao lado do Lago de Garda (o maior – e que também dá para fazer um bate e volta a partir de Milão), o Lago Maggiori e o Lago Lugano, e é tambem um dos mais profundos da Europa com aproximadamente 410 metros de profundidade. Reza a lenda que seu formato de Y invertido foi formado a partir de uma erosão glacial durante a famosa Era do Gelo. Há boatos ainda que algumas super celebridades como George Clooney e Madonna possuem, ou possuíram, residências ao seu redor.

A Villa del Balbianello

A Villa del Balbianello estava na nossa lista de desejos há algum tempo. Quer dizer, na lista do @gianmattos. Todas às vezes que combinávamos de ir para Milão ver a @jenifercarpani e o @bgoiano, ele emendava: “a gente vai para o Lago de Como?”. Ou quando estávamos a decidir o que fazer na região, ele dizia: “e se a gente for para o Lago di Como?”. E, para a alegria dele, o dia chegou. Ele finalmente convenceu o núcleo inteiro a ir. E digo mais – foi lá, decidiu o horário da visita e comprou os ingressos. Para um ser humano de ascendente em Libra, isso é um ponto a ser publicamente exaltado. Então, fica aqui a exaltação.

E, sinceramente? Que bom que ele insistiu. Que lugar. Que lugar, voyajante. E quer saber por que ele insistiu? Eu explico ainda neste post.

História

Não é à toa que lá nos primórdios, em algum momento do século XIII, o local onde hoje está a Villa del Balbianello tenha sido uma pequena fortaleza defensiva. O local tem uma localização privilegiada no Lago de Como como você pode ver no mapa abaixo. Foi somente no século XVIII que a Villa del Balbianello nasceu. E a sua história está intrinsecamente ligada à dois de seus proprietários: o primeiro, um cardeal chamado Angelo Maria Durini, e o segundo, um explorador chamado Guido Monzino.

Angelo Maria Durini era reconhecido como um amante de cultura e colecionador de arte. Foi ele que construiu a casa de estilo neoclássico e idealizou os jardins da Villa del Balbianello. Muito do que se vê hoje é obra dele, incluindo pinturas, esculturas e movéis. Já Guido Monzino comprou o lugar em 1974. E quando eu digo que o homem era um explorador, eu digo no sentido bom da palavra. Ele é reconhecido como o líder da primeira expedição italiana bem-sucedida ao Monte Everest em 1973. O cara fez, na real, 21 expedições a diferentes lugares pelo mundo, incluindo Patagônia, África Equatorial, Greeland e Polo Norte. Então a visita à propriedade é recheada de relíquias provenientes dessas aventuras.

E hoje?

Bom, hoje além de visitar a vila como um turista, você pode também alugar o local inteiro para um evento. Seja um casamento, uma festa corporativa ou uma celebração de aniversário. Chique, né? Ah, também dá para usar esse paraíso como locação de filme. E está aí o grande porquê, a razão pela qual Gian insistiu pela visita à Villa del Balbianello. O episódio 2 de Star Wars, chamado de Ataque dos Clones, foi gravado por ali. Qual cena? Eu digo a você: o primeiro beijo entre Anakin e Padme. Caso você não se lembre (ou não acompanhou a saga jedi), não tem problema. Dá uma olhadinha no vídeo aqui embaixo. E se você não é da força, mas do mundo da espionagem, talvez reconheça o local também em 007: Cassino Royale. Sim, caro leitor, James Bond também esteve por ali!

E aproveita que abriu o Youtube e já se inscreve no nosso canal @voyajandoblog.

Como visitar?

Nós fomos de carro. Partimos de Milão bem cedinho e chegamos na Villa del Balbianello no primeiro horário – que é para quando os nossos tickets estavam emitidos. O carro não chega propriamente até o local, é preciso estacionar na ruas de Tremezzina, Lenno, município onde a vila está localizada, e fazer uma caminhada de uns 30 minutos até a entrada dos jardins. Você pode colocar no seu GPS “Mercato Parking” ou “Via Comoedia”. Nós não pagamos para parar na rua e não tivemos dificuldade de encontrar uma vaga. Mas, éramos o primeiro horário, vale lembrar. Por isso é bom dizer que no horário do almoço, que é mais ou menos o período que deixamos a vila, o estacionamento estava bombando e bem movimentado, com muitas pessoas esperando dentro dos carros por uma vaga – ou um lugar ao sol, como achar mais poético.

Mas, não é só de carro que se chega até a Villa del Balbianello não. Existem muitas excursões de ônibus e de barco até o local. Sim, voyajante, é possível navegar até o local e quem chega pelo mar tem uma entradinha toda diferente. A gente ficou uns bons minutos vendo o trânsito de barco por ali e deve ser uma experiência bem bacana. Muitos dos tours partem da outra costa do lago, como da cidade de Bellagio, Varenna e a própria Como. No Get Your Guide, nosso parceiro, você encontra opções de diferentes preços e durações (link afiliado). Vale dar uma pesquisadinha.

Ah, importante dizer que a Villa del Balbianello fecha às segundas e às quartas-feiras.

E o que ver na Villa del Balbianello?

Existem dois tipos de ingressos para a Villa del Balbianello: um para visitar apenas os jardins (12€) e outro que inclui o interior das construções (23€). Nós escolhemos a primeira opção por um único motivo: a segunda já estava esgotada para o dia. Sim, nós deixamos para fazer a reserva de “última hora” e eles acabaram. O dia estava tão bonito que eu, Jeanine, sinceramente não senti falta de ter olhado a casa por dentro. Mas, conhecendo-me como conheço, tenho certeza que eu teria adorado entrar no interior das contruções de fachadas neoclássicas que, com o decorrer dos anos e mudança de mãos (e donos), sofreram com inúmeras mudanças, reformas e revitalizações. Hoje, a propriedade pertence à FAI (Fundação Italiana para o Ambiente).

Os exuberantes jardins impecavelmente cuidados merecem muito mais adjetivos do que o meu parco vocabulário me permite. É aquele tipo de lugar planejado na medida certa de um jeito que não parece artificial, mas também não é natural. São flores, plantas, árvores, esculturas, vasos e, é claro, as próprias contruções dispostas de uma maneira equilibrada e harmonica. Mesmo com um bom número de visitantes por ali, a sensação era de paz. Quando estávamos por lá admirando o entorno, foi paupável identificar o orgulho na voz do jardineiro quando ele explicava a poda da árvore que tem a copa redondinha. É o tipo de lugar que as fotos não fazem jus.

No interior da casa (só tem acesso por meio de tour guiado, viu?), o site da Villa del Balbianello exalta a Sala dos Mapas e a Sala de Música, e ambas são bastante explicativas pelos seus nomes. A primeira dispões de antigos mapas que acabam retratando, de certa forma, o andar da cartografia na época; e a segunda era o local onde haviam apresentações musicais. Aparentemente, a cereja do bolo é o afresco no teto. Logo, voyajante, se entrar por lá, conte-me o que viu e se valeu a pena. Combinado?

Por fim, por que a Villa del Balbianello se chama assim?

Confesso que eu fiquei muito intrigada com o nome da Villa del Balbianello. Afinal, o que é ou quem foi Balbianello? Já vimos até aqui que não é o nome de quem fundou o local. Muito menos a cidade ou a região que está localizada. Não tem nenhum tipo de ligação com o Lago de Como… Pois bem, voyajante. Eis que trata-se da combinação de duas palavras: Balbia e Anello. A primeira é uma referência à cidade de Dosso D’Avedo que é vizinha e, no passado, ta-dá, chamava-se Balbia. Já anello é do italiano de anel, e uma alusão ao terro de formado circular onde a Villa del Balbianello está localizada. Bem literal, né não?

O almoço de Páscoa

Ah! Acho que não comentei antes que visitamos a Villa del Balbianello no domingo de Páscoa. Estava cheio, mas não estava lotado. Talvez essa seja uma preocupação que vale deixar no seu radar na hora de montar um roteiro – quais os feriados principais de cada país. Tanto na Itália quanto na Irlanda, por exemplo, ao invés do feriado ser na sexta-feira da Paixão, eles vão para a segunda-feira pós-domingo de Páscoa. Outra preocupação que você tem que ter quando estiver na Itália é a de reservar o seu restaurante para almoçar ou jantar. Como a @jenifercarpani já falou por aqui e lá no Instagram (já segue a gente no @voyajandoblog?), muitos lugares não aceitam walk-ins. Então, vamos evitar perrengues e passar fome na terra da Bota. Não existe isso! Hahahaha

Ah, isso quer dizer que reservar um restaurante vai evitar perrengue? Não. A gente fez tudo bonitinho – saímos com antecedência da Villa del Balbianello para chegar com sossego no restaurante – e eis que não contávamos com um pequeno detalhe: estacionamento. O restaurante da vez não ficava em Tremezzina, mas em Argegno, então pegamos o carro e viajamos cerca de 10 minutos. Porém, enquanto a nossa reserva do restaurante estava lá, a do automóvel não. Com isso, o @bgoiano – piloto da vez – começou a subir a montanha em busca de nosso lugar ao sol. E subimos, e subimos e subimos. Achamos um espacinho entre as estreitas ruas e casas morro acima. E descemos, e descemos e descemos a pé. Chegamos no restaurante na hora da reserva e esbaforidos, nem querendo pensar no momento da volta.

O Bistrò Argegno tinha o que queríamos: gastronomia italiana. O local é pequeno e com um cardápio bem reduzido, mas delicioso. Quando chegamos e sentamos (ou desmontamos na cadeira, pode ter sido também), explicaram-nos que o enfoque ali é oferecer uma comida artesanal, saborosa e sem desperdícios, então eles preparam os pratos de acordo também com a disponibilidade da loja que eles possuem por ali e algumas coisas que nos foram servidas podem ser adquiridas para levar para casa. O quão legal é isso?

Nesse momento você já pode imaginar: nós estávamos famintos. Pedimos de entrada dois fricos (um prato tradicional da região de Friuli de batata com queijo) e uma tábua de frios. De prato principal, pedimos lasanhas bolonhesa e de pesto. Teve sobremesa e teve café no fim, bem como digestivos. Mas esse último foi um agrado da casa, e foi um mimo muito bem aceito, já que eu estava bastante cheia, hahaha. Teve vinho, teve cerveja, e no final a conta foi cerca de 150€ para quatro pessoas. Eu e o Gian ainda comemos um gelato no centrinho de Argegno porque somos desses. E depois de subir a montanha para voltar para o carro, eu hibernei até chegar em Como. Achou que tinha acabado, @?

Passadinha em Como

Depois do almoço, seguimos até a cidade de Como para uma rápida passadinha. Já era fim de tarde e demos apenas uma volta pelo centrinho da cidade. Ainda havia movimentação, apesar de tudo já estar fechando. Tanto que fomos tomar um café e fomos informados que a máquina já havia sido limpa. A partir dali, só aperitivo. E a @jenifercarpani já falou sobre ele, o que é e a sua importância nessa matéria aqui.

E ai, o que achou da Villa del Balbianello? Espero que tenha gostado. E espero que você tenha conseguido, nem que seja um pouquinho, ver o quanto eu me apaixonei pelo lugar. Ele é bonito, ele é romântico e ele é relaxante, apesar de todos os visitantes. Você só precisa de meio-período para visitar o lugar – então espero que o coloque no seu roteiro. A vila e você merecem esse encontro. Uma última dica porém: olhe a previsão do tempo antes de ir. O local é aberto e na beira de um lago. Tenho certeza absoluta (e isso é bem forte, viu?) que a minha experiência positiva está ligada ao dia de sol que pegamos por lá. Está aí mais um benefício do Get Your Guide, a possiblidade de cancelamento grátis em alguns cenários.

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Um beijo!

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