Se você nos acompanha por aqui, voyajante, já deve ter entendido – até porque eu sou bem repetitiva, eu sei – que eu sou fã de Jane Austen. A escritora dos finais felizes não é só a mente brilhante por trás dos meus livros preferidos, mas também inspirou algumas das minhas viagens por esse mundão grande. Vide Chatsworth House (residência que inspirou e serviu de locação para Pemberley de Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito) e Bath, a cidade localizada no oeste da Inglaterra que foi cenário de algumas das histórias da autora. Mas, Jeanine, porque esse preâmbulo todo? Calma, eu vou explicar, só estou tentando achar uma desculpa plausível para você encontrar este post no meio de um blog de viagens!
As obras da Jane Austen se passam em um período chamado de Regência (1811-1820) na História da Inglaterra, localizado entre as Era Georgiana e Era Vitoriana. Logo, por conta da localização tempo-espaço, é muito comum nos livros e nos filmes inspirados na época aparecerem – com certa frequência, haha – pronomes de tratamento como Miss (senhorita), Mrs. (senhora), Sir (senhor), Colonel (coronel), Mr. (senhor) e, é claro, Lady.
Uma Lady, por sua vez, pode ser definida, segundo Oxford Languages, como 1. senhora distinta, bem-educada; 2. mulher de posição social elevada; e 3. título que se dá às senhoras da nobreza. Mas, na Escócia, país vizinho da Inglaterra e parte do Reino Unido e Grã-Bretanha, Lady também é usado como tratamento para as mulheres que são proprietárias de terras. Trata-se de um histórico costume escocês. E enquanto as mulheres são Ladies (plural de Lady), os homens são Lairds (Laid é a palavra escocesa para Lord).
Ah, em português, a tradução de Lady pode variar. Pode ser moça, pode ser senhora. Tudo vai depender do contexto. O que se sabe é que é uma forma mais educada de se referir a alguém do sexo feminino.
Até aqui, você está comigo?
E Como eu virei uma Lady?
Motivado pela minha paixão pelos livros e filmes “antigos” – a la Jane Austen – o meu marido, aka Gian, teve a ideia de me presentear com um título no meu aniversário de 27 primaveras. Na internet é possível encontrar algumas empresas que “vendem” os títulos de Lord e Lady baseado neste costume escocês de propriedade de terra e “comercializa” pedaços de terreno na Escócia. O “meu” pedacinho fica em Wigtownshire, um condado no oeste do país.
Percebeu todas as aspas? Isso porque obviamente eu não sou dona de uma terra na Escócia. Isso é marketing das companhias que atuam neste ramo, que na verdade vendem o que eles chamam de souvenir plots land. Ou seja, é igual aquele presente que alguém que foi a tal lugar trouxe e que te ama muito. É um souvenir, uma lembrança e está mais no campo sentimental do que no físico. E, também, obviamente, a Rainha Elizabeth II não me concedeu um título de nobreza hahaha. Embora eu mereça, né, Gian?
Até a finalização deste post, ele pode ter se arrependido um pouco pelo presente já que como Lady que sou, preciso ser constantemente mimada.
Mas, então, qualé que é?
A ideia dessas empresas é ajudar na preservação e proteção das áreas florestais da Escócia bem como impulsionar o turismo nas regiões, já que os novos Lairds e as novas Ladies ficam morrendo de vontade de ir conhecer os “seus” pedacinhos de chão. E pensa em um país incrível para turistar? Na minha Eurotrip de 2018, conhecemos Edimburgo e fizemos uma excursão de 1 dia pelo interior escocês e as paisagens são deslumbrantes. Mal posso esperar para retornar.
No caso da empresa que o Gian escolheu, a cada pedaço de terra “comercializado”, eles prometem doações para a UK Woodland Trust e One Tree Planted e Trees For the Future. E eu, aquariana que sou, simplesmente amei. <3
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