Bate e volta em Malmö: 1 dia na Suécia a partir de Copenhague, na Dinamarca

Malmö? Que que tem lá? Se essa foram as suas primeiras perguntas quando escutou o nome da cidade sueca localizada bem pertinho de Copenhague, a capital da Dinamarca, bem-vindo e bem-vinda ao time. A minha reação veio acompanhada de um franzir de testa também. Isso porque, e eu já expliquei neste post aqui, Copenhague e Malmö foi o combo escolhido pelo @gianmattos para celebrar a sua mais nova primavera – nós do Voyajando Blog gostamos de (e tentamos!) nos reunir para comemorar aniversários juntos – então quando o nome da cidade veio à tona pelo homem à quem eu disse sim no altar, fui pesquisar. E viajar. E aqui você confere o que ver em um bate e volta em Malmö, na Suécia. Bora?

E devo dizer: a cidade de Malmö foi surpreendente! Confesso que as minhas expectativas não eram altas para o lugar onde todos os roteiros que li e todos os vídeos que eu assisti diziam que meio período é mais do que suficiente. Fiquei com receio de ficar entendiada. Fiquei com um pé atrás de fazer esse investimento – afinal, na Suécia usa-se a Coroa Sueca e, assim como a moeda dinamarquesa, ela não tem assim um câmbio tão favorável. Mas, que ingênua que eu fui, voyajante. Se você gosta de cidades históricas, Malmö é uma boa opção.

Senta que lá vem História

Malmö foi fundada no século XIII. Ou seja, muito antes de um país chamado Suécia estar no mapa mundi. Nessa época, ela pertencia ao Reino da Dinamarca e chegou até a ser considerada a segunda maior cidade graças à sua posição estratégica na entrada do estreito que liga o Mar Báltico ao Mar do Norte, que criou um fluxo importantes de mercadores e uma sólida rota comercial.

Outro período histórico importante para a cidade é a Reforma Protestante. Em meados do século XVI, Malmö foi a primeira cidade escandinava totalmente convertida à doutrina.

Bate e volta em Malmö: como ir e voltar?

Atravessando, então, o estreito que liga o Mar Báltico ao Mar do Norte e que concedeu a Malmö a sua fama de ser estrategicamente localizada. Esse estreito tem nome, e é Øresund, e a gente foi de trem partindo da estação central de Copenhague, a København H, até a Malmo C. O trem parte de trinta em trinta minutos e a passagem custa cerca de 13€ por pessoa. Mas também é possível fazer o caminho de carro e de ônibus. Os automóveis passam por cima da ponte e os trens por baixo. Ah! Tem pedágio, viu?

Øresund Bridge

Ah, ela merece um tópico só dela – com toda certeza. Ela poderia estar mais para baixo entre as principais atrações de cidade? Poderia. Mas trouxe ela para o “começo” do texto – e eu coloquei em aspas porque da mesma forma que eu falo muito, eu escrevo muito, eu sei – porque ela merece e foi por meio dessa obra da engenharia que chegamos em menos de 40 minutos na belíssima Malmö.

Ela foi inaugurada em junho dos anos 2000 pelos herdeiros das Coroas dos dois países que, sim, são reinados. O projeto foi custeado pelos dois lados – o que faz sentido, já que é benéfico para ambos os países. Mas, por que a ponte Øresund chama assim tanta atenção? Vou tentar explicar em palavras, voyajante, mas as imagens dizem por si só. Ela liga os dois países e de um lado é uma ponte e do outro um túnel submarino. Sim, marino. Passa por baixo do estreito de Øresund. Daí o nome. Tá-dá.

Roteiro de um bate e volta em Malmö

Assim como em Copenhague, é possível conhecer as principais atrações de Malmö a pé. E, sinceramente, meio-período para a cidadezinha é mais do que o suficiente, mas como a cidade se torna uma espécie de alívio diante dos preços praticados na vizinha dinamarquesa, talvez seja interessante estender a sua visita por la. Até o trem para voltar para a Dinamarca é mais barato do que o de ir. Loucura, né? Então, que tal relaxar em uma cafeteria sueca ou tomar um drink em algum restaurante por lá? Afinal, tem muitos trens fazendo o trecho entre as duas cidades, só atente-se para não perder a hora e ficar na rua da amargura, hahaha.

Não chegamos muito cedo em Malmö, mas eu diria que foi em um bom horário principalmente levanto em consideração que o nosso bate e volta foi feito em um domingo. A cidade ainda estava acordando e tranquila, embora tenha se mantido assim durante todo o dia. A área mais movimentada era, sem dúvida nenhuma, na praia. Mas, também, com o calor que estava fazendo. Se eu estivesse de biquini, com toda a certeza teria me jogado na água.

Mas, tem sei porque estou me precipitando por aqui, já que a praia eu só fui conhecer depois do almoço. A nossa primeira parada foi na praça Stortoget onde tiramos fotos da fonte, da prefeitura e de uma antiga farmácia que tem por ali. Lembre-se que todas as atrações no detalhe vem mais abaixo, neste post mesmo. Considero mais fácil escrever sobre o roteiro sem ficar parando muito, sabe? Deixa as coisas mais claras, na minha humilde opinião. E da Stortoget, andamos até a igreja Sankt Petri Kyrka. Mas, era horário de missa, então nada de fotos do interior por motivos de respeito, né?

De lá, fomos até a praça Lilla Torg que hoje é um centrinho nervoso recheado de cafés, bares e restaurantes. Ela foi fundada em 1590 para fins comerciais – então pode-se dizer que até hoje ela cumpre o seu propósito de ser. Lembra que Malmö era uma rota comercial importante? Olha aí como tudo se encaixa e tudo faz sentido! A Pequena Praça, como podemos traduzir em pt-br, foi criada para que os habitantes da cidade pudesses vender e comprar mercadorias.

Daí atravessamos o Kungsparken até o Castelo de Malmöhus, considerada a principal atração da cidade. Como estava muito quente e, após uma pesquisada, não ficamos exatamente animados com o interior do castelo, decidimos não entrar. Mas se você for fazer um bate e volta a partir de Copenhague como a gente, saiba que dá tempo para encaixar a atração no seu roteiro. Atravessamos então o Slottsträdgården já caminhando então sentido ao nosso almoço da vez, reservado pelo The Fork. A localização não era muito central, mas isso foi bom. Estávamos bem cansados após dois dias intensos na capital dinamarquesa, então se não fosse pela possibilidade de dar uma economizada nesse restaurante em específico, a gente provavelmente poderia ter ‘pulado’ a nossa ida até o litoral (praia!) sueco.

Antes do almoço, porém, paramos em um moinho localizado dentro dos jardins do castelo e tiramos muitas fotos por ali. O cenário é muito bonito, não tem como negar.

Andamos bastante embaixo do sol quente, mas chegamos até o restaurante da vez. A comida estava uma delícia e o atendimento foi super atencioso. E era de frente para a praia Ribersborgs – que estava lotadíssima. Caminhamos pela areia até o Kallbadhuset, um complexo de saunas e banhos que fica ali pertinho da costa. Eu não sei traduzir direito, mas é como se fosse uma construção no meio do mar, acessível por uma ponte e que você consegue acessar a água por meio da infraestrutura do local. Eu achei super legal e curioso, não fomos porque viajamos apenas com uma mochilinha cada um e não dava para levarmos as toalhas necessárias para aproveitar o local. Se você tiver tempo, espaço e estiver indo no verão, e for, me conta! Embora não sei se seja um rolê para o bate e volta em Malmö, e demandaria mais tempo.

Legal dizer que ali do “píer”, não sei se podemos chamar desse jeito, tem-se uma vista bem bacana do Turning Torso, um prédio gigantesco e residencial que é visível de toda Malmö (e de Copenhague também). Leva esse nome por se assemelhar a dorso de uma mulher em movimento e eu achei impressionante ver a sua projeção na linha da cidade, que é bastante plana. É gigante comparada com as outras construções.

Saímos de lá e demos de cara com uma banca de frutas. E frutas do tipo cerejas, raspberries, morangos e uvas, o meu preferido. Ao fazermos uma conta na cabeça, vimos que o preço ali estava bem em conta se comparado ao Brasil, à Itália e à Irlanda. Logo, eu não poderia deixar de comprar cerejas. A Jenifer foi de raspberries. Lado bom? Estavam uma delícia e foram baratas. Lado ruim? A gente tinha acabado de almoçar, então não estávamos exatamente com fome. Foi gula. Mas, tivemos que comer, já que estava muito quente e as frutinhas não iam aguentar andar com a gente o restante do dia.

E depois de ter comido muito, veio a sonolência, e decidimos parar na Espresso House para um cafezinho. Acabou que eu decidi pegar uma limonada, mas mirei na limonada do Gasoline Grill (Copenhague) e acertei em uma limonada convencional da qual eu nem sou fã. Moral da historia? Fiquei ainda mais cheia e bastante arrependida por ter os “olhos maior que boca”, como diria a minha mãe.

O resultado foi andar mais pelas ruazinhas antigas de Malmö para digestão, mas com o calor que estava, decidimos voltar para Copenhague e sentarmos na beira do canal. Assim chegou ao fim o nosso bate e volta em Malmö.

As principais atrações de Malmö (no detalhe)

Malmöhus Slott (Castelo de Malmöhus)

Considerado o castelo de estilo renascentista mais antigo de toda a Suécia. Foi fundado em 1436 quando o país ainda não existia, e tudo ali era território do Reino da Dinamarca. Ele passou por inúmeras reconstruções, revitalizações e reformas no decorror dos anos – especialmente porque a Dinamarca (e nenhum país ou reino, se olharmos para trás na História) não aceitou muito bem a independência do seu antigo território. E lutou. A proximidade que hoje favorece um bate e volta de fins turísticos (haha!) não era exatamente um ponto positivo há alguns séculos, então o castelo esteve sempre no meio do fogo cruzado.

E de fogo-fogo. Em 1870 um grande incêndio fez com que muito do castelo original se perdesse. Calma, gente, não foi a Dinamarca dessa vez – já que a independência veio em meados de 1658. Em 1930, veio a sua maior reconstrução – resultado do que vemos hoje por lá: um grande complexo que abriga diferentes museus: de Arte, de História Natural, da Cidade de Malmö e um aquário.

Para ser bem sincera, voyajante, lendo sobre o Castelo de Malmöhus me foi impossível não fazer uma associação ao Castelo de Stirling, na Escócia. Afinal, a proximidade da fortaleza sueca com o estreito de Øresund fazia dele um lugar a ser conquistado – quem o dominasse, dominava o vai e vem do estreito e o porto. Nas Terras Altas escocesas, que estivesse em Stirling controlava toda as Highlands.

Slottsträdgården

Significa, literalmente, jardim do Castelo. A finalização da palavra com garden, que é jardim, em inglês, dá a dica, vai? São aproximadamente 12 mil metros quadrados de espaço verde com diferentes tipos e espécies de plantas localizados atrás do Castelo de Malmöhus. Mas, é bom ressaltar, o jardim é muito (muito!) mais atual que o castelo – e foi inaugurado em 1997. O ponto alto do lugar? Um antigo moinho que é considerado hoje um dos cartões postais da cidade.

Kungsparken

Se Slottsträdgården é um jardim, Kungsparken é um parque. E é sério, voyajante, não é brincadeira não. Ele tem quase 34 mil metros quadrados e é considerado o mais antigo do país. Ele foi inaugurado em 1872 pelo rei Oscar II em uma área que também pertencia ao Castelo de Malmöhus. Ah, mas outro parque? Bem, esse tem alguns destaques: uma caverna, uma fonte de ferro fundido de 1882 e um casino, instalado dentro de um antigo restaurante também inaugurado pelo rei Oscar II. Aliás, Kungsparken pode ser traduzido para Parque do Rei. E depois de ter essa informação, faz sentido, né? Até o final deste post estaremos todos fluentes em sueco (#ironia).

Stortoget

A praça de Stortoget fica bem pertinho da praça Lilla Torg, mas mereceu um tópico só dela não porque é a mais antiga da cidade (de 1538), ou a maior, mas porque ela é rodeada de alguns prédios importantes de Malmö como a prefeitura (a Malmö Rådhusde é 1547 mas teve sua fachada renovada em estilo Renascentista Holandês em 1960), o Kocksa Huset, um antigo palácio que serviu também como Casa da Moeda e residência do prefeito da cidade, e a antiguíssima Apoteket Lejonet, farmácia fundada em 1571, conhecida hoje como “a farmácia do leão”.

Ah! O cara no meio da praça é o rei Karl X Gustaf e celebra a conquista da região sueca da Escânia contra os dinamarquesas – região esta onde está Malmö, como você provavelmente imaginou.


Sankt Petri Kyrka

Construída no século XIV, a Igreja de São Pedro é considerado o prédio mais antigo de toda Malmö. E como vocês já viram até aqui, a cidade é composta por prédios bastante antigos. E como todos eles, o templo também sofreu com o tempo e passou por reformas, revitalizações e reconstruções. Sua torre de 98 metros de altura, por exemplo, desmoronou duas vezes durante o século XV – e as que vemos hoje são datadas de 1890.

Universitetsholmen

Malmö é uma contraposição entre o novo e o velho, entre o antigo e o moderno. poética, eu sei. Mas juro que depois de ver tantas coisas antigas – como você viu até aqui neste post – fiquei até um pouco perdida quando vi a Universitetsholmen ali. Trata-se de uma ilha artificial e, nele, estão a Universidade de Malmö e um local de shows e eventos, o Malmö Live Concert AB. A sensação é de entrar em um filme futurista.

Turning Torso

Mesmo que você não chegue até ele, você vai vê-lo no horizonte. Afinal, é um dos edifícios mais altos de toda a Suécia. Assinado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava (talvez o nome não lhe seja estranho, já que ele também está por trás da Ponte da Constituição de Veneza e da Ponte de la Mujer de Buenos Aires), o Turning Torso é um prédio residêncial de 54 andares – ou 190 metros de altura – inspirado no dorso de uma mulher. Sua mulher. Não sei bem. O que chama atenção é a “torção” de 90 graus do primeiro ao último piso.

Kallbadhuset e praia Ribersborgs

Localizado um pouco mais afastado do centro, é um local que, como eu disse lá em cima, provalvemente ficaria de fora do roteiro caso a gente não tivesse marcado o bendito restaurante pelo The Fork. Parece aqueles cenários de filme, sabe? Mas é mais afastado… Pode ou ser aquele local onde o protagonista vai correndo para espairecer, pensar na vida, tomar decisões imporantes; ou aqueles lugares onde os mocinhos se esbarram pela primeira vez ou vão até ali tomando um sorvete após um jantar. Desculpa, voyajante, eu falei que escrevo e falo demais – e às vezes a velocidade dos dedos acompanham o da cabeça e pffff, saem parágrafos assim.

Mas, é sério, é a junção de uma pequena praia e de um píer, construídos em 1898, é linda. A água ainda é bem rasa e é possível ver peixes nadando, mesmo com várias pessoas brincando na água.

E o que mais há para ser visto ou feito em Malmö?

Eu encontrei duas atrações que podem ser encaixadas em um bate e volta em Malmö ou talvez fosse interessante encaixa-las apenas se ficar na cidade por mais tempo. Vai depender muito do seu estilo de viagem – o que gosta de fazer e ver. E, é claro, a estação do ano em que você está.

Moderna Museet

Como o nome dá a entender, é um museu de arte moderna e contemporânea. Além do seu acervo e de ser um passeio gratuito, um dos pontos altos é que o museu foi instalado dentro de uma antiga usina elétrica. Se o nome não soar estranho, é porque ele não é “único”. Existe um Moderna Museet em Estocolmo também, outra cidade sueca.

Castelo Torup

Localizado a 15 quilômetros do centro de Malmö, o Castelo Torup é uma construção medieval datada de 1540 e é considerado um dos mais preservamos de toda a Suécia. Se você procurar por images na internet, vai ver que o local parece perdido no tempo. É possível visitá-lo e aos seus jardins. Para chegar lá, o melhor jeito é o carro. Existe uma linha de ônibus que vai até o castelo, mas só funciona aos domingos e em dois horários.

E ai, vai dar uma chance para Malmö? Nossa opinião? Super compensa um bate e volta em Malmö! Ah, e fica aqui o convite para acompanhar a gente também no Instagram e no Youtube. Esperamos você!

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