Ninguém quer perrengue de viagem. Esses dias eu estava dando uma olhadinha nos releases que andávamos recebendo e esse daqui me deu gatilho instantâneo e eu lembrei do meu. Eu contei a tour lá no Instagram do @voyajandoblog (que aliás, se você ainda não segue, fica aqui o convite) na época, mas percebi que nunca trouxe o acontecimento aqui para o site. Tem gente que aprende do exemplo, né? Então bora disseminar a palavra e ajudar cada vez mais gente a lidar com alguns problemas com companhias aéreas. É complicado, viu? E a gente se sente tão impotente quando acontece.
E eu espero de coração que você tenha chegado nessa matéria antes (bate na madeira) de que o mesmo aconteça com você. Por precaução mesmo, sabe? E não para remediar algo que já aconteceu.
O meu perrengue de viagem (malas extraviadas)
Viajei para o Brasil em Dezembro de 2022 para passar as festas de Natal e Ano Novo com a família – era a primeira vez voltando em dois anos fora. Talvez você não tenha essa informação, voyajante, mas o mundo quer ir para o Brasil nas no final do ano. Seja para fazer o mesmo que nós, ou para turistar mesmo, já que o Reveillon no Brasil é animadíssimo – principalmente nas praias brasileiras. Tudo isso para explicar o preço exorbitante das passagens áreas, das malas extras (alô presentinhos) e o pequeno caos que é viajar nessa época.

Depois de muita pesquisa de preços – e da humilhação cobrando aprovação de férias para Dezembro em Junho – decidimos comprar a nossa tour para o Brasil pela Air Canada, já que a companhia aérea, na época, incluía duas malas de 23 kg por passageiro. Um sonho. Porém, não tinha uma rota desse voo de Dublin – então unimos o útil ao agradável, e voamos para Milão, onde a Jenifer e o Bruno moravam na época, e pernoitamos por lá antes do Brasil.
Voo direto, Jeanine? Não. De Milão para Frankfurt, na Alemanha, já que estávamos voando de Lufthansa (parceiro da Air Canada). Na volta, só a título de curiosidade, fizemos São Paulo, Toronto, Nova Iorque, Milão, e enfim, Dublin. Tudo isso ao custo de €1,100 para cada um. Uma barganha, né?
- E se vai dar uma passeada pelo mundo, considere comprar o seu ingresso por meio do nosso link afiliado. Você não paga nada a mais por isso e, de quebra, uma pequena porcentagem vem para a gente, e nos ajuda a manter o Voyajando no ar
- Você também nos ajuda se fechar uma acomodação (seja um hotel, uma pousada ou um apartamento) por meio do nosso link parceiro. Obrigada!
Vou tentar resumir: ao contrário do ensolarado Brasil, Dezembro é sinônimo de frio na Europa. Segundo a companhia aérea, a Lufthansa, o voo de Milão atrasou por conta das temperaturas extremamente baixas na Alemanha.
Eles fizeram eu despachar a minha mala de mão “porque o voo estava cheio”. Como eles ligam o aquecimento dentro do aeroporto, eu acabei colocando meu casaco de inverno dentro da mala na hora do despache. E então começaram a falar sobre a gente ir para um hotel e pegar o voo no dia seguinte. Eu não tinha roupa para sair do aeroporto, voyajante. Em nenhum momento cancelaram nosso voo, apenas atrasaram. E acabou que o avião de Milão para Frankfurt realmente saiu.

Foi a viagem mais apreensiva da vida – porque estávamos acompanhando o voo do Brasil e ele também estava atrasando. Será que daria tempo? Será que não? Enfim, estava fora do nosso controle, não é mesmo? Acabou que aterrissamos em solo alemão só para ver que eles estavam esperando a gente. Aí, corremos. Corremos muito pelo aeroporto. Tivemos que passar na imigração – momento tenso em que o Gian pulou na frente do guichê porque o oficial não estava nos “reparando” na fila e eu fiquei com medo, porque o choque trauma que eu tenho das cabines de imigração ainda é real (esse perrengue você lê aqui).
Enfim chegamos no avião. A aeromoça fofa viu o estado lastimável que eu estava da corridinha e já me deu uma garrafa de água. Perguntei para ela na lata, sem pestanejar, “e as malas”? No qual ela me respondeu mais na lata ainda “não vão, vão no próximo voo“. Tá bom, né?
E como a companhia aérea resolveu? Resolveu?
Em Guarulhos, ainda ficamos ali na alça das bagagens esperando para, quem sabe, ver as nossas seis companheiras de viagem rodando. Mas elas realmente não vieram. Fomos instruídos a preencher uma ficha de extravio de mala online e, é isso, seguir nosso rumo. O fizemos, estávamos cansados e fedidinhos. Só queríamos tomar banho e dormir. Mas quando acordamos, começou a palhaçada.
O dia seguinte chegou e nada. Liguei no número de telefone no Brasil e eu – que trabalho com atendimento ao público – fiquei chocada. Chocada. Além de demorar muitos minutos para ser atendida, fui informada que não sabiam onde estava a minha mala e que não tem como saber onde está a minha mala. Expliquei, muito tranquila, que estava em Frankfurt, e que eu só precisava saber quando ela chegaria no Brasil. Ou mesmo em Dublin. Afinal, eu estava usando as calcinhas da minha mãe. Desligaram na minha cara. Juro.
A Jenifer e o Bruno, que ainda estavam em Milão ligaram no número internacional da companhia aérea. Eu, do Brasil, entrei em contato com a Lufthansa alemã pelo chat deles. E reclamei. Nossa senhora como eu reclamei. O moço lá na Alemanha pegou toda a minha fúria direcionada para a colega brasileira dele. E a malemolência que eu não tenho na língua, eu tenho nos meus dedinhos. Foram parágrafos e parágrafos. Ele pelo menos mostrou um pouco mais de empatia. O mínimo, né? Eu também acho. Enfim. Três dias se passaram e, DO NADA (isso mesmo, não teve aviso não) um carro aleatório chegou na casa dos meus pais carregando seis malas.

Três dias de aflição, ligando nos mal educados que me atendiam na Lufthansa Brasil, vendo casos e casos de pessoas que nunca mais viram as malas deles nos comentários do Instagram e afins. Sabe o que é pior de tudo? É saber que eu tive sorte. Porque eu poderia ser uma das muitas pessoas que nunca mais viram a cor de suas malas ou pertences, ou que tiveram objetos retirados… Enfim. No fim, eu tenho é que agradecer. Por mais irônico que pareça.
Enfim, esse foi um não-tão-breve resumo do meu causo de mala extraviada. A Jenifer e o Bruno tem de overbooking… enfim, voyajante, quando estávamos na chuva das viagens, a gente acaba se molhando. O que podemos fazer? Aprender, com as nossas próprias experiências e a de outros, e tentar se munir de quaisquer perrengue de viagem. Por isso, quando eu recebi o release abaixo, eu não pude deixar de compartilhar com você que nos lê. Eu hoje tenho AirTags em cada uma das bagagens porque não quero, nunca mais, escutar alguém falando que não sabe onde está a minha mala. Eu vou saber, haha. Se vou conseguir alguém para pegar e mandar para mim, não sei. Mas eu sei que é um privilégio, já que não são dispositivos exatamente baratos.
Chega de escrever. Vamos às dicas do especialista então?
Veja as 5 fotos que podem te salvar em caso de problemas com companhias aéreas
Em um cenário em que o número de problemas com companhias aéreas cresce a cada ano, uma atitude simples pode fazer toda a diferença para o passageiro: tirar fotos estratégicas antes da viagem. Casos de extravio de bagagem, overbooking e alterações de voo são mais comuns do que se imagina – só em 2024, mais de 33,4 milhões de malas foram extraviadas no mundo, segundo dados da SITA, empresa especializada em tecnologia para o setor aéreo. Isso representa cerca de 6,3 malas a cada 1.000 passageiros.
Rodrigo Alvim, advogado atuante em defesa dos Direitos do Passageiro Aéreo explica que em situações como essas, a falta de provas pode deixar o consumidor em desvantagem diante das companhias. “Ter provas é a melhor forma de se proteger em situações de conflito com companhias aéreas. As fotos não são apenas úteis – elas podem ser decisivas em processos de reembolso ou indenização”, explica o especialista.
Para orientar os viajantes sobre como se resguardar legalmente em caso de problemas com companhias aéreas, o especialista Rodrigo Alvim elencou cinco fotos que devem ser tiradas antes do embarque. Simples e eficazes, essas imagens podem ser decisivas na hora de comprovar prejuízos e garantir seus direitos. Confira abaixo:
Foto da mala por fora
Antes de despachar sua bagagem, tire uma foto externa da mala. Esse registro visual comprova a condição da bagagem no momento do embarque, o que é importante em caso de danos ou extravio. A imagem ajuda a localizar a mala e serve como prova em processos de ressarcimento.
Fotos do interior da mala
Sim, vale a pena abrir a mala e registrar seu conteúdo antes de fechar. Caso a bagagem seja extraviada e não encontrada, essas fotos comprovam o que havia dentro da mala, facilitando a solicitação de reembolso por itens perdidos.

Foto ou vídeo da chegada ao aeroporto
Registrar o momento da chegada no aeroporto (de preferência com a hora visível) pode ser crucial em disputas sobre atrasos ou problemas no check-in. Em caso de alegações de que o passageiro não chegou a tempo, essa imagem serve como prova de pontualidade.
Foto do cartão de embarque e painel de voo
Em casos de overbooking (quando a companhia vende mais assentos do que a capacidade do avião), ter uma foto do cartão de embarque e do painel de informações pode fazer a diferença. Esses registros ajudam a comprovar que o passageiro tinha assento reservado, mas não conseguiu embarcar.
Fotos dos bilhetes aéreos (originais e novos)
Se houver troca de voo ou remarcação, registre os bilhetes antigos e os novos. Eles são a base para comprovar que o trajeto foi alterado, algo essencial em pedidos de reembolso, ações judiciais ou queixas em órgãos de defesa do consumidor.
Você pode encontrar outras como essa, relacionadas ao setor de viagens e turismo, na categoria “notícias” aqui do blog. Por lá, a gente posta tudo de mais legal que recebemos das assessorias de imprensa e das empresas do setor para você se manter atualizado e para ajudar a planejar sua próxima viagem. Só lembrando que, nem sempre, a gente conhece os serviços que são aqui divulgados. E isso não é um publipost! Acesse aqui para ver mais notícias!
- Perrengue de viagem: 5 fotos pode te salvar em caso de problemas com companhias aéreas?
- Portugal: visitamos os mosteiros de Alcobaça e Batalha
- De Peniche: como visitar o Arquipélago de Berlengas, em Portugal
- Óbidos: guia para visitar a vila medieval em Portugal
- Palácio Nacional de Mafra: história, guia de visita e curiosidades









0 comentários