Roteiro 3 dias em Munique, a capital da Baviera (com Mercadinho de Natal)

Baviera? Não é Alemanha não? É sim, voyajante, e já já a gente entra nos pormenores dessa questão toda. Por agora eu só quero dizer seja muito bem-vindo e bem-vinda ao nosso roteiro 3 dias em Munique. Essa é uma das grandes – então prepara o seu café (ou a cerveja para já entrar no ritmo da Alemanha) e vambora – que eu vou escrever (e mostrar) tudo o que fizemos e tudo o que você pode incluir na sua passagem por esta cidade que respira história. E com um toque especial, já que estivemos por lá entre os dias 21 e 24 de dezembro. Sim, é isso que você está pensando: Mercadinhos de Natal!

Baviera, Bavária, Alemanha… O que está certo?

Vamos por partes. Munique é a terceira maior cidade da Alemanha e possui cerca de 1,5 milhão de habitantes. Ou seja, Munique é uma cidade alemã. Ela é considerada a capital da Baviera, uma das regiões da Alemanha, tal qual o nosso Nordeste, Sudeste e/ou Centro-Oeste. Atente-se, voyajando, em português é Baviera e não Bavária, como eu falei erroneamente, e algumas vezes, no nosso canal do YouTube (já segue a gente lá?). Bavária é a forma em espanhol e em alguns outros idiomas. Só peço perdão. Errei, fui muleque.

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Onde se hospedar (e como se locomover) em Munique?

O hotel da vez foi o ibis Styles Muenchen Perlach. E se você jogar o nome do hotel no Google Maps, vai ver que ele fica um pouquinho mais afastado do centro. Se você segue a gente há algum tempo já reparou que o que pesa para esta que vos escreve (e a @jenifercarpani também, para ser sincera) é o que chamamos de custo-benefício.

Às vezes, o mais barato saí caro. Viajar já é um investimento – a gente paga por passagens, por alimentação, por bilhetes para atrações… Será que compensa pegar qualquer lugar só para dormir e tomar banho e, sei lá, nem essas duas coisas no fim serem satisfatórias? Aqui no Voyajando.com você encontra as nossas aventuras por hostels e por apartamentos privados. Teve vez que deu muito certo, mas também teve vez que deu muito errado. Cada uma delas foi um aprendizado e, desde então, trabalhamos para minimizar os perrengues.

O hotel em questão (ibis Styles Muenchen Perlach) era mais longe do centro, mas não muito, e de quebra era de frente para uma estação de metrô (ou, como eles chamam U-Bahn) Neuperlach Zentrum, o que facilitou demais o deslocamento pela cidade. Era apenas uma linha até o centrinho nervoso da cidade. Uma distância de menos de 10 minutos, para ser bem sincera.

Booking.com

Ah, Jeanine, e o custo do bilhete? Eu te digo, voyajante, não foi caro não (comparando é claro com outras cidades europeias). Por sinal, uso do transporte público é bastante aconselhável em Munique já que existem algumas combinações bastante interessantes – principalmente se você está viajando em grupo (como a gente, que estávamos com o time completo).

Valores? €47.90 para 3 dias para as 4 pessoas. É cerca de €12 por pessoa para uso ilimitado. Lembrando que esse ticket em específico só é válido para as regiões M, dentro da cidade de Munique. Se sua acomodação de repente for mais afastado, até M-6 (que inclui aeroporto, por exemplo), o valor é um pouco mais alto.

Vale colocar na ponta do lápis e caso você esteja seguindo o roteiro 3 dias em Munique – compensa demais.

Compramos esse ticket no nosso parceiro, o GetYourGuide. Achou interessante e vai pegar um para você e/ou o seu grupo? Show! Só não esquece de comprar utilizando o nosso link – você ajuda a gente a crescer e não paga nada a mais por isso.

E digo mais – e sim, estou exaltando a rede metroviária de Munique, que possui oito linhas e mais de 100 estações. Não existe catraca no metrô alemão! Você compra o seu bilhetinho, válida pela primeira vez em umas máquinas que “carimbam” o dia e horário e voilà. É entrar e sair quantas vezes quiser e precisar. Obviamente, carregue o seu bilhete validado contigo – se um fiscal solicitar e você não tiver um, ou portar um vencido ou não-validado, é multa na certa. E, olha, ela não é barata não.

E os valores do hotel, Jeanine? Desculpe, eu me empolgo com sistemas de transporte que funcionam. Para a acomodação no ibis Styles Muenchen Perlach, pagamos €186,50 por quarto (casal) com café da manhã incluso, lembrando que dormimos 3 noites por lá. E vale dizer que o estacionamento não era incluso, infelizmente. Foram mais €15 por dia com a tarifa de desconto do hotel – já que as vagas ficam dentro de um shopping (bem grandinho por sinal).

Roteiro 3 dias em Munique

Sinceramente, um roteiro 3 dias em Munique não é o ideal, já que a cidade tem muito a oferecer – principalmente se você quiser dar aquela passada nas atrações que ficam nos arredores da cidade, e daí precisa pensar também no deslocamento até esses pontos turísticos. No nosso caso, estávamos de carro (saímos de manhãzinha de Milão, na Itália) e visitamos o Castelo de Neuschwanstein (que falaremos mais adiante) no nosso caminho de ida até Munique, e acabamos chegando na capital da Baviera já anoitecendo.

Largamos as nossas malinhas no hotel e, após check-ins devidamente feitos, pegamos o metrô e fomos direto para o jantar da noite: na Cervejaria Hofbräuhaus. E a partir daí, você conhece cada atração no detalhe na mesma ordem que nós conhecemos quando estávamos em Munique.

Cervejaria Hofbräuhaus

A dica aqui é reservar uma mesa se você estiver em um grupo de 4 pessoas ou mais. No térreo, eles tem um grande salão que acomoda cerca de 1.500 pessoas. Já as reservas são direcionadas para o primeiro andar, então você não precisa passar pelo perrengue de procurar por seu lugarzinho ao sol. A Jenifer e o Bruno já estiveram na cidade em outra ocasião e desistiram por não acharem lugares. Você pode reservar a sua mesa pelo site deles, é bem simples.

E você também pode tentar a sorte, mas lembre-se que dados oficiais apontam que passam pelo estabelecimento cerca de 35 mil pessoas por dia. Mas, Jeanine, visitar cervejaria?

Voyajante, é uma das cervejarias mais famosas da cidade. Mas, sua importância vai além do sabor, quantidade ou variedade das bebidas servidas por ali. Com origem em 1589, a Cervejaria Hofbräuhaus chegou duzentos anos mais tarde ao centro de Munique para ser aberta ao público geral por decreto. A partir de 1828, o local se tornou um importante reduto da vida pública e política, e recebeu personagens importantes como Lênin e Hitler.

Esse último, por sinal, tentou dar um golpe de Estado partindo de uma cervejaria. Tentou? Sim, só tentou. E não, não foi essa cervejaria, mas outra chamada Bürgerbräukeller e que ficava localizada também no centro de Munique. Ele foi preso e passou um ano na prisão, momento que utilizou para escrever sua auto-biografia Mein Kampf, que anos mais tarde, tornou-se o livro do nazismo. Por causa de Hitler, seu movimento facista e a Segunda Guerra Mundial, Hofbräuhaus (a que estamos falando agora, haha) foi bombardeada algumas vezes. Sua última reconstrução ocorreu em 1958, já no pós-guerra. 

Marienplatz

No segundo dia, começamos pela Marienplatz. Cercada por edifícios históricos, trata-se de uma praça que é o ponto de encontro da cidade desde 1158. Em português, a tradução seria Praça de Santa Maria. Ela foi batizada dessa forma como uma espécie de prece, um pedido de proteção durante a epidemia de cólera na forma de uma coluna dedicada à Virgem Maria colocada bem no centro da praça, que é datada de 1638. Já a fonte, chamada Fischbrunnen, é mais recente, de 1864 – embora tenha precisado de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. 

O local é considerado o coração da cidade de Munique e é usado, até hoje, como palco de diferentes acontecimentos e eventos. Um dos Mercadinhos de Natal, por exemplo, fica por ali entre os meses de Novembro e Dezembro. Ali no seus arredores é possível encontrar a Nova Prefeitura de Munique (Altes Rathaus), construída há mais de 500 anos. Ah! Impossível não reparar, no exterior da Nova Prefeitura, o chamado Carrilhão. E se você não sabe o que é um carrilhão, eu explico. Sim, fui buscar no Google, hahahaha. Trata-se de um instrumento musical composto de sinos. 

O Carrilhão da Nova Prefeitura de Munique tem 43 sinos e 32 personagens (ou figuras), e foi construído em 1908 e toca duas vezes ao dia (11h e 12h) todos os dias (no verão são três – também às 17h). Ele é considerado o maior da Alemanha e possui três “andares”. Em cada um deles, conta-se um conto da vida de um duque do século XVI e de sua esposa, Wilhelm e Renata da Lorena: o casamento, um torneio e uma dança. 

Se tem Prefeitura Nova, é porque tem Prefeitura Velha, né? Sim. O antigo edifício já não comportava mais o progresso da cidade e foi necessário crescer. A velha prefeitura fica bem pertinho da nova e você também pode visitá-la. Na sua torre, de 55 metros de altura, existe hoje o Museu do Brinquedo. É quase impossível não ver a fachada do local quando passeando por ali.

E falando sobre as torres de Munique, tem mais uma que é digna de nota, é a pertencente à Igreja de São Pedro (Peterskirche ou Alter Peter), o templo católico mais antigo de toda a Alemanha. Com 56 metros de altura, oferece uma bela vista para a cidade. Dizem que em um dia de boa visibilidade, é possível enxergar até os Alpes. Você está vendo aí nas fotos que a gente pegou uma Munique chuvosa – então não achamos que valia subir lá já que no chão a visibilidade não estava grande coisa.

Karlsplatz

É também uma praça na região central de Munique. Apelidada de Stachus, foi construída durante o século XVIII após a destruição da muralha medieval que circundava a cidade. Um resquício dos muros ainda pode ser vista por ali: a Porta Karlstor – que vai ser impossível de você não reparar. Por ali encontra-se ainda o Palácio da Justiça, ou Justizpalast, reconhecido por seu estilo neobarroco e sua cúpula de aço e cristal. Vai ver também mais um Mercadinho de Natal.

Além de Karlstor, outras portas medievais que ainda seguem de pé são Isartor (que conserva ainda suas torres originais e hoje abriga um museu) e Sendlinger (a mais antiga das torres da cidade e que era movimentada, lá em 1318, por viajantes indo e vindo da Itália). A gente não visitou todas elas.

Catedral de Munique (Frauenkirche)

Foi construída na Idade Média em cima de um templo romano. Não é apenas a maior igreja de Munique como um dos maiores edifícios góticos de toda a Alemanha. Existe uma lei na cidade que nenhum edifício pode ultrapassar a altura de suas torres que possuem cerca de 90 metros de altura – e foram inspiradas no Templo da Rocha, de Jerusalém.

Foi severamente danificada durante a Segunda Guerra Mundial, mas algumas relíquias sobreviveram aos bombardeios como o altar de São André e a tumba de Luis IV da Baviera. A atração principal da catedral, aliás, é a chamada “Pegada do Diabo”. Reza lenda (Teufelstritt é o nome em alemão) que é a prova de que o capiroto foi enganado. Parece que falaram para ela que não haviam janelas na Igreja e, bem, elas estão lá. 

Nós fomos até ela no final no dia e você está vendo aí nas imagens que toda a grandiosidade exterior dela não foi visível. Sempre bom lembrar que nos meses de inverno europeu, o tempo de luz solar diminui drasticamente. Por volta das 16h, já é noite e muitas atrações até mesmo fecham. Tenha isso em mente se deseja visitar o velho continente nessa época.

Viktualienmarkt

No português-claro é um mercadão. Em seus mais de 22 mil metros quadrados espalham-se cerca de 140 lojas de frutas, flores, queijos e, muito, muito mais. Sua origem é popular, já que em seus primórdios, o mercado ficava ali na praça mesmo, a céu aberto. Quando o local ficou muito pequeno para acomodar todas as vendas e compradores, foi movido para a sua atual localização. Vários edifícios foram demolidos na época para acomodar o empreendimento.

Legal dizer que em dezembro, por conta dos Mercadinhos de Natal espalhados por Munique, o Viktualienmarkt parece que expande, já que acaba se unindo aos mercadinhos que, por sua vez, unem-se a outros. Já que bancas são erguidas por todo o centro histórico. É muito legal, e realmente não há um começo ou um fim.

Residenz

Trata-se apenas da antiga residência dos reis bávaros – e é ainda hoje o maior palácio urbano da Alemanha. Ele ficou na ativa até 1918 quando servia como residência e sede do governo da família Wittelsbach. Pode ser definido como uma grande colcha de retalhos que reúne diferentes estilos arquitetônicos como renascentista, barroco, rococó e classicista. Essa mistura não é fruto apenas de seus anos e anos de reconstruções, reformas e revitalizações, já que a construção é datada de 1385, mas também pelos danos causados pela Segunda Guerra Mundial.

Por fora o Residenz chama a atenção – mas não dá a dica sobre os interiores do palácio, com seus 10 pátios e 130 cômodos. Eu fiquei bastante surpresa durante a visita e por diferentes razões. Primeiro, pensar que um prédio desse porte e importância, localizado bem no centro de uma das grandes cidades alemãs, sobreviveu à Segunda Guerra Mundial. Segundo, que algumas das obras destruídas pelos bombardeios não foram reconstruídas propositalmente para servir de lição e memória para as futuras gerações. E uma mistura interessante de sentimentos.

O exemplo que mais me chamou a atenção foi a Igreja de Todos os Santos (Allerheiligen-Hofkirche), terminada em 1837 a mando do rei Ludwig I da Baviera. Com inspiração bizantina, foi gravemente danificada por bombardeios em 1944, sendo abandonada durante anos. A partir dos anos 80, começou a ser restaurada até sua abertura em 2003. No entanto, em vez de uma restauração completa ao seu estado original, a reconstrução optou por deixar algumas partes “inacabadas”, como um lembrete dos horrores da guerra e da destruição que sofreu. O resultado é uma combinação de restauração histórica e modernidade.

Outro destaque do Residenz é a sala chamada Antiquarium. É muito provavelmente a foto que você vai encontrar ao procurar informações sobre o Residenz – o que eu espero que você não precise mais após encontrar este texto. Construída entre os anos de 1568 e 1571, possui cerca de 66 metros de comprimento e é decorada com uma grande coleção de esculturas – principalmente bustos, da coleção do duque Alberto V.

Importante!

Atenção, voyajante, na hora de comprar o seu ingresso para o Residenz. Isso porque existem alguns tipos de acessos por lá (o que faz sentido, já que o lugar é enorme, haha). A gente visitou apenas a residência, mas se você se animar, por também entrar no Tesouro (as joias da família Wittelsbach) e/ou no Teatro Cuvilliés (de estilo rococó. Este último é famoso famoso por ter sido o palco de estreia da ópera Idomeneo de Mozart, em 1781).

E se você não estiver afim de visitar a Residenz, saiba que você pode entrar em um dos seus pátios durante a época festiva já que uma dos mercadinhos de Natal de Munique é instalado lá dentro. Ele é menorzinho quando comparado às outras, mas tem o essencial: comida e vinho quente. Só fique atento que, por estar “dentro” do Residenz, ele tem horário de funcionamento – e encerra as atividades um tanto quanto cedo.

Ah! E ali na entrada do Residenz você encontra também duas estátuas de leão, uma em cada lado do portal de acesso. Reza a lenda que esfregar os focinhos dos animais abaixo dos brasões traz sorte e riqueza.

Odeonsplatz

Como meu alemão já fluente me permite dizer: é uma praça. A Praça do Odeon, como fica em português, é famosa por alguns motivos. O primeiro é que, historicamente, trata-se de um espaço de eventos. Depois, sua arquitetura foi inspirada (e lembra demais!) a Loggia dei Lanzi, em Florença. Sabe qual é? Se não sabe, olha a matéria aqui para você de uma das cidades mais bonitas que eu já tive a oportunidade de conhecer. No caso de Munique, o Feldherrnhalle foi construído em 1841 como uma espécie de homenagem ao exército bávaro, logo é adornada por estátuas e monumentos militares.

Ali do ladinho fica tamém a Igreja Theatinerkirche (ou Igreja de São Caetano), construída entre os anos de 1663 e 1690. Ela chama atenção pela sua cor amarela, sua fachada de estilo rococó e suas belas cúpulas barrocas. Por dentro, uma surpresa. Sua decoração, rica em detalhes, é toda branca. E eu realmente não esperava algo do tipo – embora eu não sei exatamente o que eu esperava. É lindíssima e vale a visita.

Ali ao redor você também encontra o Hofgarten, ou O Jardim da Corte, que liga a Odeonsplatz até a Residenz, que vimos anteriormente. De estilo italiano, foi construído durante o século XVII mesmo. Entre suas principais atrações estão o Templo de Diana (Hofgartentemple) de 1615. Outro espacinho (contém ironia) verde por ali é o Jardim Inglês (ou Englischer Garten), considerado um dos grandes parques urbano do mundo – lembrando que o meu queridinho Phoenix Park, aqui em Dublin, leva o título europeu.

Ele foi idealizado em 1789 e foi aberto ao publico alguns anos mais tarde. Possui 78 quilômetros de caminhos para passear e entre as suas principais atrações estão o Pagode Chinês, uma estrutura de 35 metros de altura, e um templo de estilo grego construído em 1836. O que mais me chamou a atenção foi o canal artificial Eisbach. Quer dizer, uma parte dele, que possui simulação de ondas e é utilizada pelos locais para pratica de surf. 

A gente visitou Munique em um dia bastante chuvoso e – como você pode perceber pelos Mercadinhos de Natal – frio, já que era Dezembro. Nós não nos aventuramos pelo jardins – fica para uma ´próxima oportunidade, para já aproveitar os famosos Beer Gardens que ganham espaço no verão europeu.

Curiosidade histórica

Por fim, é importante falar que a Odeonsplatz foi palco daquele golpe de Estado (Beer Hall Putsch) que o Hitler e seus apoiadores tentaram dar em 1923. A cervejaria de onde a marcha partiu ficava ali na margem da praça, e houve um confronto violento entre os nazistas e a polícia bávara, que saiu vitoriosa naquela noite. Quanto Hitler enfim conquista a Alemanha e instaura o seu Terceiro Reich, a Odeonsplatz (mais especificamente a Feldherrnahalle) tornou-se uma espécia de memorial aos “mártires” que fracassaram naquela primeira tentativa de golpe. Esse memorial foi removido após a Segunda Guerra Mundial, ficando apenas a história para ser contata.

Ainda na temática Segunda Guerra Mundial, é legal trazer como curiosidade a Viscardigasse e a “resistência silenciosa”. A Viscardigasse é uma travessa localizada atrás da Odeonsplatz, então você consegue teoricamente cruzar de um lado para o outro sem, necessariamente, chegar até a praça. Durante o regime nazista, era obrigatório a todos que passassem pela Feldharrnhalle fazerem uma saudação como sinal de respeito e, aqueles que se recusavam, podiam ser punidos. Você já entendeu onde eu quero chegar, né?

Para evitar saudar o memorial nazista, muitos cidadãos de Munique cortavam caminho pela Viscardigasse – e alguns tantos sofreram repressão da polícia local por estarem evitando a praça. Durante um tempo, a travessa foi chamada de Rua dos Covardes. Hoje, os tijolinhos dourados ali ficam como lembrete àqueles que ousaram, de alguma maneira, resistir.

Igreja de Asam (Asamkirche) ou de São João Nepomuceno 

Essa aqui é curiosa – porque foi construída no seculo XVIII como uma igreja particular. Isso mesmo. Os artistas reconhecidos como irmãos Asam (Cosmas Damian e Egid Quirin), renomados na região da Bavária na época, idealizaram o templo só para eles, como uma espécie de capela privada. Ela foi dedicada à São João Nepomuceno, um santo boêmio do século XIV que é muito reverenciado na região da Bavária.

A igreja ficou de uso pessoal durante alguns anos, mas depois de muitos protestos da cidade, ela foi finalmente aberta para o público. Então, pensa: como seria o interior de uma igreja totalmente projetada por dois artistas e para uso próprio? Deve ser incrível, né? Pois. É mesmo. Trata-se de uma das menores igrejas de Munique, mas é considerada uma das mais especiais pelo seu estilo rococó, abundância de ornamentos, esculturas e pinturas. A “entrada” é gratuita – então se estiver pela região, vale a visita.

Ela não vai demorar mais do que alguns minutos, já que um grande portão impede o acesso ao interior da capela. Você pode ver o lugar daqui – e tudo bem, pelo menos existe a chance de dar aquela olhadinha. Não se engane pelo exterior sóbrio – ela é incrível por dentro.

Igreja de São Miguel 

Construída entre os anos de 1583 e 1597, a igreja de São Miguel (ou Michaelskirche) é reconhecida pelo seu papel na Contrarreforma, uma reação da Igreja Católica ao avanço da Reforma Protestante idealizada por Martinho Lutero a partir de 1517, ali mesmo mesmo na Alemanha. A Michaelskirche é a maior igreja renascentista dos Alpes e tem como destaque a figura de bronze de, ta-da. São Miguel lutando com um dragão – e a simbologia do bem vencendo o mal.

Ela é muito bonita! E sim, também fiquei surpresa com a quantidade de igrejas para serem visitadas (ou melhor, que podem entrar) no seu Roteiro 3 Dias em Munique. Essa em específico tem uma forte relação com a família Wittelsbach que, você já deve ter percebido até aqui, mandava e desmandava na região da Bavária. Na Igreja de São Miguel, muitos membros da dinastia encontraram o seu descando final – incluindo Ludwig II (Luis II), conhecido como Rei Louco e famoso pelo seu castelo Neuschwanstein, que falaremos a seguir.

O que mais há para se ver em Munique?

Munique é muito maior do que eu esperava em termos de coisas para se fazer. Então um Roteiro 3 dias em Munique talvez seja até mesmo corrido – dependendo de suas vontades, gostos e preferências. A gente queria passar um tempo aproveitando os Mercadinhos de Natal, então não incluimos muitas possibilidades em nossa estada por lá. Porém, aqui no Voyajando você sabe, a gente mostra o que fez e o que você pode fazer – claro que com bem menos detalhes, já que não tem o relato da experiência.

Munique e Ciência

O Deutsches Museum é um dos maiores museus de ciência e tecnologia do mundo. Seu acervo conta com mais de 100 mil objetos, sendo que cerca de 28 mil estão em exposição pelos mais de cinco hectares que o lugar cobre. Foi fundado em 1903 e sua construção finalizada apenas em 1925, embora tenha passado por um extenso processo de revitalização, expansão e reforma no período pós-guerra.

E, reza a lenda, que precisariam de 8 dias inteiros para você poder desbravar exposições sobre mineração, física atômica, industria têxtil, instrumentos musicais, petróleo, transportes, cerâmica… O museu se divide em quatro grandes temas: Ciência Natural, Tecnologia e Invenções, Engenharia Civil e Arquitetura, Transporte e Mobilidade, Narvegação e Marinha, Ciências Aplicadas e Indústri, e etc. Já deu para sentir que ele é bem interessante, né? E cabeçudo! Hahahahaha 

Munique e Arte

Se você gosta de visitar museus de arte e pinacotecas, devo dizer que Munique é um destino muito interessante para você. Fiquei surpresa com a quantidade de locais dedicados à arte da cidade. E o que eu achei mais interessante é que cada um deles possui uma especificidade, então você consegue escolher qual o tipo de período que te interessa, Por exemplo, a Alte Pinakothek (ou Pinacoteca Antiga) tem um foco em obras europeias do século XIV ao XVIII.Entre suas principais atrações estão Sagrada Familia Carnigiani de Rafael e A Virgem e o Cravo de Leonardo da Vinci. Já a Neue Pinakothek, ou Pinacoteca Nova, reune obras do Classicismo até o Modernismo. Já a Pinacoteca Moderna (Pinakothek der Moderne) conta com mais de 20 mil obras do início do século XX até a atualidade.

A Gliptoteca (Glyptothek) de Munique foi construído por ordem de Luis I, da Baviera, em um edifício de estilo neoclássico. Neoclássico? É, tinha que conversar com as obras expostas no seu interior: de origem grega e romana. O príncipe herdeiro queria uma Atenas alemã e trouxe todas essas obras, em sua maioria esculturas, pertencentes aos anos de 650 a.C. até 550 d.C. 

Munique e História

E se você é mais do time de História, tem o Museu da Cidade de Munique, que tem uma exposição permanente sobre o início do movimento nazista – que aconteceu na cidade. Tem ainda uma ala destinada a instrumentos musicais, outra para marionetes e assim por diante. O Museu Nacional Bávaro (ou Bayerisches Nationalmuseum) é gigantesco. São 13 mil metros quadrados ao todo. Um dos pontos altos é a amostra de presépios artesanais feitos entre os séculos XVIII e XIX. 

Munique e Esporte

Se você acompanha o nosso blog lá no Instagram (se não acompanha, shame on you e procura a gente lá no @voyajandoblog) já deve ter percebido que além de Jenifer e eu, também fazem parte do time o Bruno e o Gian. Os maridos, respectivamente, que dão um apoio muito maior no canal (cof cof, já segue a gente lá também?) possuem alguns gostos mais específicos para turismo. E, devo dizer pelas próximas duas atrações, que Munique agrada a gregos e a troianos. 

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BMW Welt & Museu

É impossível não se impressionar com o prédio e sua arquitetura futurística – principalmente quando comparada com o estilo predominante encontrado no centro de Munique. Localizado bem em frente ao Parque Olímpico de Munique (que também pode ser visitado!), o BMW Welt é uma exposição e conta com um museu com diferentes modelos de carros, motos e veículos da Formula 1. Um dos pontos altos da atração é o Estudio de Design e Tecnologia, onde eles mostram a magia dos motores. E entenda a magia como quiser – já que eu não sei explicar. Mas é relacionado com motor. Eu acho. 

Allianz Arena

É o estádio oficial do FC Bayern de Munique e oferece aquele rolê (ou melhor, tour) típico de estádio futebol: uma visita guiada por esse que é considerado um dos mais modernos do mundo. Se é mais moderno que o estádio do Manchester City, não sei, mas o site o vende como. Ele foi inaugurado em 2005 e tem capacidade para cerca de 75 mil espectadores. No tour guiado, que não fizemos mas você pode incluir no seu roteiro e contar para a gente como foi, você tem direito a acessar: museu, vestiários, sala de conferências, sala de imprensa, zona VIP e o túnel que os jogadores usam para entrar no campo.

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Bate e volta de Munique (ou atrações mais afastadas do centro histórico)

É o último tópico desse extenso Roteiro 3 dias em Munique. Eu sei que tem muito mais coisas para se fazer por aqui do que os 3 dias humanamente te permitem, mas pelo menos você vai encontrar quase tudo em um único lugar. Então se esse texto ajudar você de alguma forma, não esquece de dar aquela moral para a gente. Seja aqui, no YouTube ou no Instagram. A gente é muito acessível!

Palácio de Nymphenburg

Construído em 1664 como palácio de verão da família Wittelsbach, o Palácio de Nymphenburg é uma construção que combina estilos barroco e rococó. O legal por ali é que conserva-se decoração original no interior e o jardim que circunda a propriedade, de meros 800 mil metros quadrados, é um destaque a parte com suas diferentes construções e obras de arte (que ficam cobertas em Dezembro, muito provavelmente para protegê-las da neve). Já o Museu das Carruagens, localizado nas antigas cocheiras do palácio, exibe inúmeros modelos utilizados pela família ao longo dos anos.

Foram cerca de quarenta minutos no transporte público até o palácio, que no inverno, abre às 10h. Existem rotas de trem (S-Bahn), tram (bonde) e ônibus que param nas redondezas. No nosso caso, fomos de bonde mesmo, o número 17, que parecia a alternativa que menos andava para chegar até o palácio. Estava bastante frio e chovendo no dia – e acabamos chegando antes do lugar abrir. Nós compramos nossos bilhetes por lá porque ainda estávamos na dúvida se iríamos até lá – mas você pode adquiri-los com antecedência. E faça isso se estiver viajando durante a alta temporada.

Tiramos muitas fotos por ali – na chuva mesmo e do lago cheio de patos reais, até a bilheteria abrir e a gente começar o nosso tour autoguiado. A cada sala, vamos entendendo um pouquinho melhor sobre a dinastia Wittelsbach, já que cada nova geração contribuia para a grandeza do palácio, reformando, renovando ou expandindo os seus interiores. Cada nova ala possui um estilo e propósito diferente – como a Galeria das Belas, do Rei Ludwig I (Luis I), onde ele retratou as 36 mulheres que ele considerava as mais belas da época (de nobres a plabeias que podem ser diferenciadas pelos adornos incluídos pelos pintores).

Castelo de Neuschwanstein 

Ou, o castelo da Bela Adormecida. Sim, voyajante, foi essa construção única – e eu já explicarei as aspas – que reza a lenda que a Disney se inspirou para criar o palácio de uma das princesas favoritas de todos os tempos. Mas, por que única, Jeanine? Muitos, muitos motivos. O que eu acho mais extraordinário é que a fortaleza começou a ser construída por volta de 1869, em um período onde não se construíam mais coisas do tipo. Isso porque o rei Luis II da Baviera, apelidado de Rei Louco, não queria um local para se proteger, mas para ostentar. Ele contratou um cenógrafo teatral para isso – porque a ideia não era ser útil ou funcional, mas ser bonito. 

Se o exterior carrega características medievais, o interior conta com 200 cômodos vão totalmente na contramão. Tudo o que era de mais moderno na época pode ser encontrado dentro do Castelo de Neuschwanstein: aquecimento central, luz elétrica, água corrente e, até mesmo, um telefone. As salas que mais chamam atenção são a sala do Trono, a Sala dos Cantores, os dormitórios do rei e a capela da fortaleza. Ao mesmo tempo que é uma pena não poder fotografar ou filmar cada uma delas, o bom é que vai ser tudo uma bela surpresa caso você decida dar uma olhadinha com os seus próprios olhos. 

Como chegar?

O Castelo de Neuschwanstein fica a cerca de 130 quilômetros de Munique. Nós estávamos de carro e foi tranquilo fazer o desvio até o local enquanto estavámos vindo de Milão, na Itália. Caso não esteja de carro e não queira alugar um carro na Alemanha para visitar a atração, você pode sempre optar por contratar uma bela e boa excursão. No nosso parceiro GetYourGuide você encontra diferentes opções. Infelizmente o local não é tão acessível de transporte publico, mas isso não quer dizer que seja impossível chegar por lá. Você vai precisar de uma combinação de trem (até Füssen), depois pegar um ônibus (linhas 73 ou 78) e ai caminhar por mais cerca de 30 minutos. 

Como comprar os ingressos?

Os ingressos são bem concorridos então se você está planejando visitar o castelo, tente comprar o seu bilhete o mais rápido possível. Nós ficamos olhando o site oficial semanalmente e sem sorte – até que um dia os ingressos apareceram, provavelmente provenientes de cancelamentos. Pagamos €20,50 em cada ingresso e a visita guiada – que lembrando, não pode fotografar e nem tirar fotos – demorou cerca de 30 minutos.

Sinceramente, foi legal entrar uma vez para ter tido a experiência. Mas, só. Quando escrevi que o Rei Louco contratou um cenógrafo para a decoração – é real, o lugar parece ter saído da cabeça de alguém, cheio de estragemas que o guia vai pontuando durante o nosso giro pelos corredores e salões. Tipo uma caverna… No meio do palácio. Mas, ficou a sensação de que poderíamos ter visto mais. Não valeu o valor do ingresso e a energia que colocamos comprá-lo. Ao mesmo tempo, parecia que o castelo estava se preparando algo melhor para o futuro – então quem sabe só tivemos o azar de pegar o local nessa transição.

Atente-se aos horários de visitação que mudam de estação para estação. No inverno, época do ano em que a gente foi, abria às 8h30, mas fechava já às 15h. Atente-se também, caso compre o ingresso com antecedência, que a entrada do castelo é um tanto quanto longe dos parques de estacionamento e pontos de ônibus. Então programe-se para chegar por lá com antecedência. Você pode ir até o Castelo a pé, contratando uma carruagem ou utilizando o ônibus shuttle. A gente teve que ir a pé, porque tínhamos acabado de perder um traslado e o próximo era só em 30 minutos. As pernas foram colocadas para jogo.

Importante!

Existe uma ponte nos arredores do castelo, chamada de Ponte Maria ou Marienbrücke, de onde você consegue tirar fotos do palácio. A gente não conseguiu chegar até ela porque durante o inverno, ela é fechada.

Campo de Concentração de Dachau

Todos nós optamos por não visitar o campo de concentração de Dachau. Você sabe – ou deveria saber – que a gente ama história e visitar espaços ou locais que estudamos lá atrás, quando estávamos na escola. Mas, pela proximidade com o Natal (visitamos Munique de 21 a 24 de dezembro), nós não estávamos no clima de odiar a humanidade ou perder a fé no mundo. Logo, pulamos essa atração. Legal dizer que eu visitei Auschwitz-Birkenau quando estive na Polônia, e você pode ler sobre essa experiência aqui. E como ela foi perturbadora, Dachau não entrou nem um pouco nos planos. 

E olha que é relativamente perto de Munique, a cerca de 13 quilômetros de distância apenas. Foi o primeiro campo de concentração oficial do regime nazista e inaugurado em 1933. Estima-se que mais de 200 mil prisioneiros passaram por ali até 1945, mas não se sabe ao certo quantos deles nunca mais saíram. Assim como em Auschwitz, a entrada é gratuita, salvo tours guiados – disponíveis em diferentes idiomas. Para chegar lá, é possível combinar um trem e um ônibus, ou contratar um transfer que te deixa e te busca na porta. Se você estiver dirigindo, tem estacionamento pago no lugar.

Últimas informações importantes

A última coisa que direi neste post é que supermercados não funcionam de domingo na Alemanha (e, aparentemente, nem na Áustria). Eu sempre escutava falar e me divertia com os vídeos na internet de pessoas falando sobre isso. Mas, sempre achei um exagero. Na minha cabeça era um “Imagina! Até parece que uma cidade grande como Munique não vai ter mercado aberto aos domingos!”. Pois então, não tem Padarias abrem, mas mercados não. A gente queria comprar umas cervejas alemãs para levar para a Itália para tomar na ceia de Natal – mas demos com o burro n’água.

A gente ama passear em mercado quando estamos viajando – não só para ver o que os locais geralmente compram, mas para comparar preços. E, óbvio, comprar petisquinhos para carregar na bolsa, no carro… Só cuidado com as atrações que não permitem a entrada de alimentos e aí você precisar descartar os seus recém adquiridos lanchinhos.

E falando em comida, um dos restaurantes que recomendamos em Munique é o Hard Rock. A rede tem uma promoção bem bacana no GetYourGuide que é um preço fixo para o lanche, sobremesa e bebida, o que é muito conveniente principalmente quando estamos com aquela preguiça de pesquisar restaurante ou tentar entender cardápios em outras línguas, haha. Nesse link aqui você encontra os preços atualizados da promo.

Outra coisa legal de contar é sobre os Mercadinhos de Natal, mais especificamente acerca do vinho quente. Eles são servidos em canecas de porcelana, o que é muito mais gostoso, e que essas canecas funcionam como uma espécie de aluguel. Ou seja, no seu primeiro vinho quente, você paga um valor a mais pela caneca (cerca de €4 ou €5) e paga pelo vinho quente que você vai consumir. Quando a bebida acabar, você pode comprar mais usando a mesma caneca ou devolvê-la, e aí você pega o valor do depósito da caneca de volta. Se você quiser levar o item para casa de souvernir, não tem problema.


E por hoje é isso – obrigada pela audiência e fica aqui, novamente, o convite para seguir a gente também nas outras plataformas. Se essa matéria ajudar você de alguma forma, considere comprar os seus ingressos ou alugar a sua acomodação em Munique utilizando os nossos links afiliados. Na grande maioria das vezes, você não paga a mais por isso e ajuda a gente a manter o Voyajando.com no ar. Até a próxima!


Viagens por Escrito

E esse post é mais uma vez fruto dos nossos esforços em manter os blogs de viagem firmes e fortes nessa grande nuvem chamada de internet. O tema da vez é Natal e se você está procurando dicas para a melhor época do ano – achou! Só clicar nos links aqui embaixo e ser direcionado para dicas de qualidade. Boa leitura!

Danae-Explore: Natal em Nova Iorque: roteiro completo para aproveitar o melhor da temporada
Viaja que Passa: 15 Mercados de Natal para conhecer na Europa em 2024
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