Morando em Milão há mais de dois anos, eu confesso: é uma vergonha não termos visitado a região da Ligúria no norte da Itália antes. E como vergonha a gente passa junto, mas também a gente se redime junto, chegou o nosso momento! Vamos hoje começar pela capital e pelo maior porto da região, onde passamos um dia inteiro explorando. Se você está procurando o que fazer em Gênova em um dia, esse post é para você. Bora lá!
Gênova já estava no nosso radar há um tempinho mas acabamos priorizando outros destinos e deixando essa cidade, que fica a no máximo duas horas de Milão de carro, para outra oportunidade. Foi quando amigos italianos nos convidaram para passar o dia na cidade e aceitamos, e assim começou nosso bate-volta do qual vamos falar hoje.
Vamos começar falando que um dia não é suficiente. Óbvio. Mas se é só esse tempo que você tem, não deixe de ir. Dá sim para conhecer uma boa parte do centro histórico apenas caminhando e é, com certeza, uma cidade que merece um tempinho a mais, nem que seja só de passagem caso você esteja chegando à Gênova como porta de entrada para as Cinque Terre (outro destino que ainda não chegamos hahaha).
Estamos, afinal, falando de uma cidade que tem a zona portuária mais ativa da Itália e possui mais de 550 mil habitantes. É também por ali que nasceu Cristóvão Colombo (acredita-se) e muitos dizem que Gênova é a cidade mais antiga da Europa – mas sobre isso cada um diz uma coisa hahahaha.
Como chegar em Gênova?
Para entender como chegar à Gênova você precisa visualizar onde está a Ligúria no mapa. Eu te ajudo: a Ligúria é uma região litorânea no norte da Itália, que faz fronteira com a Riviera Francesa. Isso significa que ela é relativamente bem conectada com as estradas do norte da Itália, e também é por ela que passamos para chegar ao litoral sul da França. Dito isso, é possível chegar à Gênova -e à Ligúria – de carro, sim, mas também de trem e de avião. Explico melhor aqui embaixo.
Nós passeamos por ali de carro porque estávamos vindo de Milão. Ao logo da costa, aliás, é sempre e praticamente uma linha reta sem fim. Andar de carro por ali pode ser uma opção caso você esteja vindo de outros lugares.
Mas existe também uma ótima opção que é chegar na região usando o trem. Nesse caso, existe a estação de trem de Gênova, conectada a outras na Ligúria como La Spezia, Savona, Sanremmo, e com ligações com Milão e Turim.
Uma alternativa, que a gente cita pouco aqui, e que pode ser uma opção para você é chegar à região de ônibus. Ele também será uma ajuda caso você queira percorrer mais ao sul da região da Ligúria, porque ali é mais complicadinho andar de trem.
Por fim, mas definitivamente não menos importante, existe um aeroporto em Gênova, o Genova Cristoforo Colombo (GOA) – sim, Cristóvão Colombo, ele mesmo e vamos falar dele aqui também. Ali chegam, e partem, voos para várias cidades italianas importantes – como Roma – e também tem conexão com algumas capitais Europeias – como Amsterdam.
História de Gênova
Falar da história de Gênova significa falar de uma história que começa a dois mil anos. Sim, a cidade foi fundada pelos romanos no século III a.C. – quem esperaria não é mesmo? – e cresceu muito graças à sua localização que a transformou rapidamente em um importante porto comercial – importância que permanece até hoje. Sua vocação marítima foi tão forte que em algum momento chegou a ofuscar a potente Veneza.
No fim da Idade Média, Gênova já era uma potência marítima e comercial, sendo o epicentro da vida política e cultural do mediterrâneo. Toda esse burburinho fez da cidade uma grande potência que precisava, claro, ser defendida. E essa necessidade fez a cidade se dotar de muralhas, torres, fortes e castelos. Mas não só isso. Na época renascentista Gênova atingiu seu auge cultural e artístico com muitos artistas e arquitetos famosos circulando por ali, dando vida a palácios importantes e prédios históricos que foram construídos durante esse período e são marcos da cidade até hoje.
Aliás a cidade – que na época era uma república – prosperou muito com as Cruzadas e com os adquiridos postos comerciais no Oriente Médio. Seu auge, e Idade do Ouro, durou do século XVI ao XVII, quando o rei Andrea Doria financiava a guerra de aliados com os bancos genoveses. Mas o declínio veio logo em seguida. Ameaçada por inimigos conquistadores estrangeiros, Gênova sofre as consequências de uma aristocracia dominante dividida e de ameaças de franceses e austríacos.
Foi então que no século XIX a cidade vive um outro momento importante inclusive para a história da Itália. Foi no início desse século que o fervor da unificação italiana se alastrou pela região e a Ligúria – e Gênova – começam a recuperar a importância, sendo inclusive por um tempo a capital do recém criado Reino da Itália por um período. Também no século XIX, Gênova vive então um processo de renovação e modernização que fez a cidade receber novos palácios e prédios, além de se tornar um importante centro industrial.
Mais tarde, no entanto, a Segunda Guerra Mundial veio para castigar novamente Gênova que foi fortemente bombardeada pelos aliados, causando danos significativos à cidade. Houve, após uma guerra, uma rápida recuperação como centro cultural e turístico. E hoje, claro, todas essas marcas da grande história da cidade está marcada em uma cidade vibrante e única, que hoje vamos conhecer.
E Cristóvão Colombo?
Outra curiosidade sobre Gênova é que aqui pode ter nascido o famoso líder da expedição que sem querer descobriu a América. Eu sei que você reparou no pode da sentença anterior e a verdade é que muito provavelmente Colombo tenha nascido em Gênova, mas a teoria ainda é discutida por historiadores.
E se eles não se resolveram, quem dirá nós não é mesmo? Mas sendo ou não sendo nascido ali, um dos pontos turísticos que podemos conhecer em Gênova é a pequena casa coberta de hera que provavelmente foi a sua pertinho de Porta Soprana. Ali teria sido a casa onde Colombo passou a sua infância e que pode ter sido ali que descobriu seu amor pelo mar.
A verdade é que parece que não importa muito para os genoveses se é verdade ou não. Aliás, eles parecem ter tanta certeza da sua origem que podemos encontrar algumas estátuas do descobridor do Novo Mundo espalhadas pelas cidade – como por exemplo uma localizada de frente para a estação de trem de Porta Principe. Também encontramos prédios históricos que ostentam seu nome, o próprio aeroporto também carrega o nome de Colombo, como vimos antes, e um palácio histórico, o Palazzo Belimbau erguido no século XVII, possui vários afrescos que contam a vida do navegador.
E então porque a dúvida? Porque não se sabe com certeza se Colombo nasceu mesmo em Gênova em 1451, ou se nasceu em Savona (uma cidade que fica a cerca de 15 km dali) ou até mesmo no exterior.
O que fazer em Gênova?
Vamos então ao foco da nossa matéria aqui. Começo dizendo – acho que a gente fala isso em praticamente todos os roteiros aqui do blog hahahaha – que um dia não é suficiente, claro. Gênova é uma cidade grande, estamos falando de mais de 550 mil habitantes enquanto escrevo esse texto, e repleta de história, e isso significa que tem muita coisa para fazer por ali.
Dizendo isso, tivemos que priorizar. E vou compartilhar com você o que fizemos na cidade e depois deixo, como sempre, outras opções para o caso de vocês terem mais tempo na cidade – ou quiserem mudar um pouco o roteiro. Combinado?
Ah, além disso, considere também a época que você está indo à Gênova. O que significa? Significa que se você for no finzinho da primavera ou no verão, talvez queira incluir no seu roteiro passeios de barco, visita à vizinha Portofino, ou seja, aproveitar o potencial marítimo da cidade. Se o roteiro for em dias mais friozinhos e/ou chuvosos, poderá concentrar sua visita aos prédios históricos, museus e potencial cultural.
Outra coisa a ser dita é que Gênova, em si, é um ponto turístico. Então se a ideia for só caminhar pela cidade e ver o que der para ver – mais ou menos o que decidimos fazer devido ao nosso pouco tempo na cidade – também vale. As ruas contam ainda um pouco da história rica da cidade, com suas vielas super estreitas frequentadas por marinheiros, prostitutas, sua vida pulsante e suas artes e culturas únicas. Tem de tudo ali.
Via Garibaldi
Considerada por muitos a rua mais bonita de Gênova, esse é uma rua que tem que estar no seu roteiro. ALIÁS, essa rua é um patrimônio cultural da UNESCO, ou seja se a Unesco falou, tá falado. Pois bem, por ali você vai encontrar palácios luxuosos, jardins majestosos e tudo isso com apenas um pequeno passeio despretensioso pela rua que tem seu nome dedicado à Giuseppe Garilbadi.
Estamos falando de uma rua que ganhou riquíssimas fachadas de mármore e pinturas no século XVI graças ao crescimento e enriquecimento da cidade nessa época. Mas não só por fora: dentro dos palácios rolou também um refinamento da decoração, jardins magníficos e tudo que ilustra a era de ouro que a cidade viveu nessa época.
São mais de 40 palácios incluídos na lista da UNESCO. Em meados de 1500, faziam parte de uma lista chamada “Rolli” que indicava os prédios de maior prestígio. Eram eles que deveriam receber as visitas de estado importantes na época. A escolha de quem receberia qual visitante dependia do grau de nobreza do hóspede. Quanto maior a importância, mais chique e suntuoso deveria ser o palácio e mais rica a família que o acolhia.
E como “em casa de ferreiro o espeto é de pau”, nós infelizmente passamos pouquíssimo tempo na Via Garibaldi. E explico: fomos com amigos italianos que já foram à Gênova muitas vezes, e por isso, os lugares “mais turísticos” eles já haviam visto e também quiseram nos mostrar outros mais locais – vou citar todos aqui no post, claro. Por esse motivo, acabou que não ficamos muito tempo explorando as casas históricas da Via Garibaldi e me arrependo um pouco disso, mas entendo que é um ótimo motivo para voltar hahahah – a desculpa do viajante.
Ah, caso você não faça como a gente, os destaques ali da rua são o Palazzo Bianco, o Palazzo Tursi e o Palazzo Rosso.
Porto Antico
O Porto Antico de Gênova foi o local onde estacionamos o carro (aliás, anote aí a dica caso vá para Gênova de carro, cerca de 2 euros por hora), e foi então o lugar que conhecemos primeiro na cidade. Todo renovado e transformado em um centro turístico moderno com bares, restaurantes, lojas e cinema, o porto faz um contraste com a cidade antiga logo à frente.
Andando por ali, pudemos ver os resultados dessa revitalização que tornou o local um importante ponto a ser visitado e cheio de opções de lazer e visitação tanto para turistas quanto para moradores. Além disso, dependendo da época do ano que você visitar Gênova, também pode encontrar eventos sazonais no verão e no inverno uma pista de patinação no gelo com vista para o mar.
Elevador panorâmico Bigo
Um dos símbolos do Porto Antico é o Bigo, um elevador panorâmico que se eleva a cerca de 40 metros de altura e, de lá, é possível ver uma parte de Gênova do alto. O elevador sobe a cada 10 minutos e oferece uma vista 360 graus da cidade e do porto
Aquário de Gênova
É também no Porto Antico, e portanto em Gênova, que está localizado o maior Aquário da Europa. É ali dentro que podemos encontrar a mais rica exposição de biodiversidade aquática do continente, com mais de 10 mil exemplares de 400 espécies diferentes, provenientes dos mais diversos mares mundo afora, incluindo golfinhos, pinguins, tubarões, peixes tropicais e muito mais.
Para visitar o Acquario di Genova os preços partem de 14 euros para crianças até 12 anos e 22 euros para os adultos (comprando online, que é mais barato).
Biosfera de Gênova
E saindo da fauna das águas do mundo, que tal conhecer uma floresta tropical? Eu sei que muita gente no Brasil já a viu, mas caso você tenha crescido em uma cidade e não tenha tido a oportunidade de explorar a Amazônia, poderá ter um gostinho de como seria – segundo eles – visitando a Biosfera.
Por ali é possível conhecer cerca de 150 espécies vegetais e animais presentes em florestas tropicais. Foi progetada em 2001 pelo arquiteto genovês Renzo Piano que garante o microclima do pequeno jardim botânico que têm moradores como tartarugas, peixes, insetos e pássaros.
O bilhete que compreende o Acquario di Genova, a Biosfera e o Bigo custa a partir de 46 euros por adulto. Crianças pagam aproximadamente 35 euros. Confira mais informações aqui.
Palácio Ducal
O Palácio Ducal – ou Palazzo Ducale – conta um pouco sobre a antiga casa dos doges, antigos governantes de Gênova. Hoje ele é um importante centro cultural e artístico e lá dentro tem dois pátios do século XVI. Esse é um dos prédios mais importantes da antiga Gênova e ali dentro você vai encontrar um museu com exposições sobre a antiga história e cultural de Gênova.
A construção do palácio é de 1298, quando a república de Gênova era uma potência econômica no Mar Mediterrâneo. Ao longo dos ano passou por inúmeras reformas e ampliações que contam um pouco da história de Gênova ao longo dos anos e seus diferentes períodos.
Catedral de Gênova
Generalizando, toda cidade italiana tem um duomo, uma catedral, para chamar de sua. E claro que uma potência naval como Gênova não poderia ser diferente. Conhecemos a igreja de San Lorenzo durante a nossa visita pela cidade, e já digo que vale muito entrar e vê-la um pouco por dentro também.
A sua fachada gótica, com linhas pretas e brancas, data do início do século XIII. A igreja mistura vários estilos arquitetônicos, com detalhes barrocos e românicos, e a capela mais importante é dedicada ao padroeiro da cidade, São João Batista. Ali dentro tem também o museu del Tesoro di San Lorenzo – que não visitamos – onde você pode ver o prato romano de vidro verde que teria sido usado na Última Ceia, e também um prato azul no qual a cabeça de São João Batista teria sido servida a Salomé.
Porta Soprana de Gênova
Um outro ponto turístico que ajuda a entender um pouco mais sobre a história da cidade é a Porta Soprana, que remonta ao século XII. Como podemos ver em muitas cidades italianas, essas portas faziam parte das fortificações que cercavam a cidade, e a Soprana era um dos principais acessos ao interior das muralhas na época. Além de sua importância histórica, a Porta Soprana é também um belo exemplo da arquitetura medieval italiana, com seu arco de pedra e torres imponentes.
Chiostro di Sant’Andrea
Uma coisa que acontece com frequência nas cidades europeias super antigas – a maioria delas, então – é que para as cidades crescerem e se modernizarem, infelizmente, é preicso fazer algumas reestruturações que passam por demolições de prédios antigos e importantes. Sem entrar em juízos de valores aqui sobre o que é certo e o que não é, a verdade é que ao longo dos anos as cidades foram se transformando em base a reestruturações, reconstruções, restauros, incêndios, bombardeios e guerras que demoliram quarteirões inteiros, enfim.. às vezes esses eventos de mudanças acabam por fazer parte da própria história da cidade.
Todo esse parágrafo para dizer que: em 1905 o claustro de Sant’Andrea della Porta foi desmantelado após a demolição do mosteiro de mesmo nome. Esse mosteiro ficava pertinho da Porta Soprana e tinha sido construído no século XII. Foi demolido porque fazia parte da zona de S. Andrea, e o bairro inteiro, que tinha origem na Idade média, passou por esse processo de reestruturação urbana. Daquela região, a única estrutura arquitetônica salva foi o claustro.
E, talvez, com essa introdução, você veja no claustro muito mais do que um acumulado de ruínas. Por ser pertinho da casa de Cristóvão Colombo (falamos dele ali em cima), talvez tenha uma filinha ali para tirar fotos, mas tirando isso, vale a visita já que é gratuita.
Piazza Ferrari
Saindo da região da Casa de Cristóvão Colombo, seguimos caminhando pelas ruas da cidade até chegar na Piazza Ferrari, que está localizada bem no centro da cidade, pertinho de onde passamos mais cedo, no Palácio Ducale (na real é atrás dele, mas quisemos fazer um caminho mais longo para poder ver a Porta Soprana).
Até hoje essa praça desempenha um papel importante na vida cultural e social de Gênova, portanto além de turistas, você vai ver muitos locais por ali ‘vivendo a vida deles’. O nome da praça homenageia a família Ferrari, uma das famílias nobres que viviam por ali. Vale visitá-la não só pela ser um dos centrinhos nervosos da cidade, mas também porque tem uma arquitetura bem bonita, uma fonte enorme, e é cercada por prédios históricos como o Teatro Carlo Felice e o próprio Palácio Ducal.
Villeta di Negro
Esse é um dos pontos turísticos que não teríamos conhecido se não tivéssemos ido à Gênova com os italianos. A irmã da nossa amiga morou por anos ali na cidade e indicou a visita à Villeta di Negro, uma mansão e quase que um oásis verde no meio da cidade colorida.
O lugar está localizado em uma colina e só de dizer que é alto você já sabe que oferece uma vista super bonita da cidade e do mar da Ligúria. A construção da mansão remonta ao século XVIII e tem sua história ligada à aristocracia de Gênova, já que foi projetada para ser uma residência privada.
Na verdade, a gente não chegou a visitar a mansão em estilo neoclassico italiano – e que hoje abriga o Museu de Arte Oriental -, mas os jardins por si só já são impressionantes. Além da vista panorâmica da cidade, uma cascata lá dentro trouxe todo um frescor para a caminhadinha que fizemos até lá em cima e percebemos que muitos locais acabam passando por ali para aproveitar um pouco do verde da natureza.
Colina de Castelletto
E já que estamos falando de vistas panorâmicas, nós seguimos no início da tarde para a Colina de Castelletto. Um dos lugares com a melhor vista da cidade. Como você pode imaginar ela fica, claro, no alto de uma colina. Mas acredite em mim, voyajante, não vai ser difícil de chegar lá em cima.
O lugar está situado não muito longe do centro histórico da cidade. A colina se estende acima do bairro de Castelletto, que é famoso por suas ruas estreitas e sinuosas – e andar por ele é uma das formas de chegar até lá. Do alto, foi possível ver não só a cidade mas também o Mar da Ligúria e uma ótima dica é se programar para ir até lá admirar o pôr do sol e aproveitar o fim da tarde. Lá em cima também tem vários bares e restaurantes, caso você queira esticar um pouco mais a visita.
E quando eu falei que não foi difícil chegar lá em cima, eu trouxe verdades. O Elevador de Castelletto é uma das formas de subir sem precisar abusar dos seus pézinhos e perninhas – que dependendo da hora que você subir já estarão cansados de tanto bater perna pela cidade. O elevador é público e não pagamos nada para subir até a colina no dia e horário que fomos. Nossa escolha foi subir, então, pelo elevador e descer pelas ruazinhas do bairro Castelleto – já diria mamãe que para descer todo santo ajuda.
Bônus: bairro Bocadasse
Como expliquei, estávamos com italianos e eles já conhecia um pouco da cidade. Nos levaram, então, para curtir o fim de tarde em Bocadasse, uma região mais afastada do centro mas que tem uma prainha e uma vista super linda, e representativa da Ligúria, com as casinhas coloridas morro acima (é essa foto que abre nosso post).
Deixei aqui como dica bônus porque, de novo, a região é um pouquinho afastada do centro mas super característica. Caso você queira curtir um pouquinho, já sabe o nome e o endereço (basta colocar esse nome no GPS que aparece). A antiga vila de pescadores foi uma ótima maneira de fechar o nosso dia em Gênova e eu adorei o tempinho que passamos por lá admirando o mar e a vista das casinhas.
O que mais fazer em Gênova?
E aqui entra a parte do nosso roteiro onde damos mais possibilidades para você conhecer na cidade caso tenha mais tempo ou prefira priorizar uma das opções abaixo. E é aqui também que deixamos nossos motivos para voltar hehe. Além dessas opções, claro, eu também investiria mais tempo na Via Garibaldi para poder percorrê-la com calma.
Palazzo Reale
Como não tínhamos muito tempo na cidade, não cheguei a pesquisar direito sobre cada ponto turístico que poderia ver ali. Eis que só descobri que o Palazzo Reale de Gênova é lindíssimo quando estava aqui a escrever essas mal traçadas linhas para vocês. Recomendo vivamente que dê uma olhadinha nas fotos (link aqui porque sou legal) para não fazer como eu e só conhecê-lo depois de ter voltado de Gênova rindo de nervoso hahaha.
O que me consola – um pouco – é que de qualquer maneira não teríamos tempo de visitá-lo com calma. Então deixo aqui as informações para vocês decidirem se vale a visita. O local foi residência dos Savoia, reis na época, a partir do século XVII. Ali dentro, o destaque vai para o Salão dos Espelhos e o Salão de Baile. Existe também uma coleção de arte renascentista para você admirar durante a sua visita. Está localizado na Via Balbi.
Portofino
Quando pesquisei o que poderia fazer em Gênova, algumas indicações me sugeriram Portofino. Me pareceu uma ideia interessante, principalmente para quem tem mais dias por ali. Ou seja, se você tiver tempo e vontade, é possível considerar uma viagem de um dia para a cidade vizinha de Portofino, conhecida por suas águas cristalinas, vilas coloridas e ambiente charmoso. O trajeto até lá é de cerca de 30 minutos de carro ou ônibus, e você pode desfrutar de um dia relaxante na praia ou explorar as lojas e restaurantes do pequeno porto. É possível comprar um bate-volta de Gênova para Portofino pelo nosso link afiliado.
Museu da Cerveja
Descobri também que Gênova tem o Museu da Cerveja, localizado no centro da cidade. Vivendo aqui a pouco mais de dois anos, posso garantir que a Itália é muito mais do vinho do que da cerveja, então achei interessante que é possível aprender sobre a história da cerveja em Gênova e experimentar algumas das cervejas locais.
Passeio de barco pela costa
E, sendo uma cidade no litoral, claro que existem algumas opções de passeios de barco pela costa da Ligúria. Nesse caso, você pode ver e comprar o passeio diretamente ali no Porto Antico ou, como a gente sempre indica aqui, comprar com antecedência e escolher com calma. Um passeio que achamos que pode ser legal é o de avistar golfinhos e baleias.
Jardim Botânico de Gênova
Também entrou na lista enquanto procurávamos o que fazer na cidade, o Jardim Botânico de Gênova. Eu não conheço muitos jardins botânicos pelo mundo, mas sempre que entro em um me impressiono com a variedade de plantas e flores que, na maioria das vezes, não conhecia. Se você é um amante da natureza, fica então como opção conhecer um dos maiores e mais antigos jardins botânicos da Europa. Dizem que além da grande variedade de espécies, é possível ter uma ótima vista da cidade.
O que comer em Gênova?
Não dá para falar de Itália sem falar sobre o que comer né? Já fizemos um post aqui no blog cheio de dicas sobre o que comer em uma viagem na Itália (clica aqui para ler), e em Gênova não teria como ser diferente. Ainda mais se considerarmos uma cidade com uma história tão antiga.
Pois bem, levando em consideração que é uma cidade litorânea, Gênova possui uma rica culinária local que inclui frutos do mar frescos, mas não só. Vamos ver o que mais você pode/deve experimentar quando estiver girando por Gênova – e pela Ligúria.
Pesto Genovês
Um prato que “não dá para não experimentar” – a gente não impõe regras aqui voyajante, vocês comem o que quiserem hahaha -, é o pesto genovês. O molho é um símbolo de Gênova e de toda a Ligúria, e se é um símbolo, faz parte da experiência de visitar a cidade, experimentá-lo, vero?
E o que é esse pesto? A base da receita – que depois cada um foi mudando ao gosto do freguês – é o manjericão – que confere a cor particularmente verde – socado e misturado com alho, queijo parmesão e azeite extra virgem. Na receita também tem o pinolli, uma espécie de pinhão ou semente, que é socada junto. Além disso, algumas receitas também recebem o queijo de cabra.
Foccacia
NOSSA a Foccacia é boa real-oficial-de-verdade. E tanta hipérbole tem motivo: eu não gostava de foccacia até comer a foccacia da Ligúria. Aliás, acho que ouso dizer que SÓ gosto da foccacia na Ligúria. Eu brinco com os italianos – e eles não ficam muito felizes com isso – que boa parte das refeições na Itália se resumem ao combo farinha + água. E é verdade, convenhamos, mas é também verdade que eles sabem o que fazer com a farinha – e isso eu jamais questionei hahahah.
Enfim, polêmicas à parte, a verdade é que a Focaccia Genovese (se lê algo como focátchia), é a mais clássica e sua versão tradicional é a mais simples possível: com azeite e basta. A origem não é muito definida mas sabe-se que já nos tempos medievais já era consumida na região. Inclusive diz-se que a focaccia era usada até mesmo durante os rituais dentro da igreja, como uma forma de abençoar recém-casados, desejando prosperidade ao casamento.
Mais tarde, os genoveses começaram a aprimorar a receita, acrescentando recheios e coberturas, e hoje encontramos a focaccia nos mais diversos sabores, espalhada por bares e restaurantes em toda Gênova. E a minha preferida? A de cebola. Eu amei experimentar e compramos inclusive para levar para casa no fim da tarde.
E foi esse o nosso 1 dia passeando por Gênova na Itália. Eu espero do fundo do meu cuore que você tenha gostado de viajar com a gente e que a matéria tenha ajudado você a entender e planejar um pouco melhor o que fazer quando estiver por lá.
Aqui no blog, e também no nosso canal no YouTube, já tem muuuiiito conteúdo sobre viagens e muita coisa pela Itália. Se quiser explorar melhor o que fazer na terra da bota, clique aqui e veja tudo que já saiu sobre o país.
Estamos sempre também abertas ao diálogo. Para isso, indico que você nos acompanhe pelas redes sociais, estamos sempre batendo um papo lá no Instagram.
Até a próxima viagem. Arrivederci! Ciao, ciao!
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