Galway e Cliffs of Moher: excursão de 1 dia para o Oeste Irlandês

Eu sei. Você sabe. Quase ninguém mais está imune. A palavra Galway tornou-se um gatilho para a música Galway Girl do Ed Sheeran. É automático. Mas, se você não faz ideia do que eu estou falando, vou facilitar a sua compreensão para que todos nós estejamos no mesmo barco. Aperte o play no vídeo abaixo, contagia-se e vem comigo conhecer, ver, rever ou relembrar as principais atrações que a cidade irlandesa oferece.

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Gaaaaaaalway Girrrrlllllll ♫

Como chegar em Galway?

Localizada na costa oeste da ilha da Irlanda, Galway fica a cerca de 210 km de Dublin, a capital. Para cruzar o país, fiz o mesmo esquema que relatei neste post aqui quando visitei a Irlanda do Norte: contratei uma excursão. Mas, se você chegou aqui agora, deixa eu explicar. Em 2018, tive a oportunidade de fazer um intercâmbio e fiquei no país durante 7 meses. Como tanto o Gian quanto eu trabalhávamos principalmente nos finais de semana, quando as nossas folgas batiam a gente fechava um passeio bate-e-volta para passear.

Pagamos 38 euros por pessoa para visitar a cidade de Galway, Dunguaire Castle, The Burren e o incomparável, indescritível e inesquecível Cliffs of Moher. O ônibus saia por volta das 8h de Dublin e voltava às 20h30. E como eu disse no outro post, existem os prós e contras de se contratar uma excursão. De todos os pontos, para mim a melhor coisa é “curtir a viagem”, ir olhando a paisagem e escutando música ou conversando. A pior é ficar à mercê do controle rígido de tempo e não ter a liberdade de ir embora antes ou depois do combinado.

Mas, neste caso específico, ter contratado o tour foi um diferencial e tanto. Quando estávamos chegando em Galway a agência inverteu a ordem dos passeios porque o tempo estaria feio pela manhã. Era para termos ido para os Cliffs of Moher e feito o centro à tarde. Foi chato ver a cidade quando a maioria das lojas estavam fechadas? Sim, foi. Mas, meu caro leitor, eu tive uma visão privilegiada e uma tarde fenomenal no Cliffs of Moher por causa desta troca.

Recomendo um bate-e-volta para Galway e região? Sim, foi uma forma de ir para o oeste irlandês em pouco tempo, já que a vida de estudo e trabalho não estava me permitindo viagens de longa duração. Mas, na minha próxima vez por lá, tentarei ficar mais tempo e até alugar um carro. A cidade é um charme e seu redor de tirar o fôlego pelas belezas naturais.

Dito tudo isso, vamos ao que interessa!

Principais atrações de Galway

Galway também é conhecida como “cidade das tribos”, uma referência aos povos pesqueiros que viviam ali durante a Idade Média. Inclusive, reza a lenda que o famoso Anel de Claddagh – já ouviu falar dele? – surgiu por lá. Aqui neste post eu falo sobre ele e outros símbolos da Irlanda, como a harpa, os leprechauns, os trevos e até mesmo a expressão “sorte dos irlandeses”.

A Raquel foi nossa companheira de viagem da vez! <3

Mas, voltando. Como é considerada a quarta maior cidade da Irlanda, a ideia geral é que Galway seja grande, vibrante ou muito cosmopolita. Mãs, nananinanão. O principal charme da cidade é a sua pequenez, seu clima de interior. E por lá é possível conhecer tudo a pé.

Eyre Square

É a principal praça da cidade e onde desembarcamos do ônibus. Lá você encontra três monumentos que são, no mínimo, curiosos. O primeiro é uma homenagem ao ex-presidente americano John Kennedy, construído após a sua visita à cidade, em 1963. No centro está o Hooker, uma escultura que simboliza a importância pesqueira da região. A última, e que chama mais atenção por conta do tamanho, é a Browne doorway, que é isso mesmo: a porta remanescente da residência da família Browne, uma das mais importantes politicamente falando e que dominavam a cidade.

The Quay

Como já expliquei ali em cima, chegamos muito cedo na cidade e as lojas, restaurantes, pubs e afins estavam fechados ainda. O vai-e-vem eram de pessoas entrando para trabalhar ou nós, que tínhamos acabado de chegar no ônibus. Mas a The Quay é a principal rua do centro e – todos dizem – a mais vibrante, principalmente à noite. Se a ideia é pernoitar na cidade, tente ficar próximo a ela.

Arco Espanhol (Spanish Arch)

É um dos últimos registros das antigas muralhas que circundavam Galway, uma cidade localizada, vale ressaltar, à beira do Rio Corrib. Construído por volta de 1584, o Arco Espanhol tinha como objetivo proteger não só o porto como as mercadorias trazidas pelos espanhóis que desembarcavam ali. Daí o nome.

Ali perto está o Galway City Museum. Mas, o tempo é ingrato em passeios de excursão. Não entramos.

Catedral de Galway

O que chama atenção nesta igreja é, principalmente, o seu formato que se assemelha a uma cruz. Comparada às outras construções da região, ela é nova pois foi construída em 1965 onde antes era uma prisão. Sua visitação é gratuita.

Dunguaire Castle

Depois, de voltarmos ao ônibus, seguimos viagem para o Dunguaire Castle. Até aqui você deve ter percebido, pelas imagens, que o tempo realmente não estava bacana. E o cinza da construção medieval e o cinza do céu deixaram as fotos deprimentes e totalmente contrastante com nosso look do dia. Mas, seguimos.

Visitar o Dunguaire Castle é uma evidência que, de fato, a história é escrita pelo lado vencedor. Pouco se sabe sobre o local, e as informações são escassas até no site oficial da atração. Ele foi construído por volta de 1520 pelo clã Hynes. Aparentemente, esta família lutou contra as invasões normandas e inglesas, e o nome é uma referência ao rei Guaire que governou a região por volta de 622 a.C.

Seu prestígio e recuperação deve-se a Oliver St. John Gogarty, um cirurgião e literário. Ele adquiriu o Dunguaire Castle em 1924, um período de renascimento da valorização da cultura céltica e da literatura irlandesa. Logo, o local foi cenário de inúmeras reuniões de escritores renomados como W.B. Yeats, George Bernard Shaw, Edward Martin and J.M. Synge. Trinta anos depois, o castelo tornou-se propriedade do Shannon Heritage e oferece um “estilo de vida das pessoas que viveram de 1520 até os tempos modernos”. Uma das experiências do lugar é oferecer banquetes medievais para transportar o viajante para os festejos da época. Incrível, né?

Parada para foto: The Burren

A caminho do Cliffs of Moher, paramos para fotografar a região conhecida como The Burren. É uma paisagem única com cerca de 300 quilômetros quadrados com um relevo formado por rochas. Nós paramos em um “mirante” chamado Gregan’s (ou Chreagán), que fica no alto do monte Corkscrew Hill. Lá de cima pudemos ver as montanhas Aillwee, Moneen e Cappanawalla bem como a Baía de Galway lá no fundo. Essas colinas de calcário foram moldadas por espessas camadas de gelo do passado.

Cliffs of Moher

Existem muitas palavras para tentar descrever o que são os Cliffs of Moher. Mas nenhuma faz jus à imensidão desse lugar localizado na costa oeste da ilha Irlanda. Essas falésias foram formadas há mais de 320 milhões de anos é a segunda atração mais visitada do país, atrás da Guinness Storehouse, em Dublin. Eu não poderia recomendar o suficiente sua visita ao local. Seus oito quilômetros de extensão – com penhascos que atingem 214 metros de altura – proporcionam vistas de tirar o fôlego. Não é à toa que ter visibilidade no dia é quase uma necessidade para poder aproveitar mais da visita.

E sim, você precisa de tempo para admirar o Cliffs of Moher. Tem muitas coisas para se ver e observar por ali.

Mas, antes, por que Moher?

De acordo com o site oficial da atração, ali na encosta existia um forte chamado Mothar que, por sua vez, significa “a ruína de um forte” em gaélico. A construção foi demolida no início de 1800 durante as Guerras Napoleônicas para dar lugar a uma torre de sinalização.

O’Briens Tower

Você vai vê-la assim que chegar ao Cliffs of Moher. Foi construída em 1835 por Cornelius O’Brien que, dizem, era descendente do herói nacional e primeiro grande Rei da Irlanda Brian Boru.

O motivo da construção? Turismo. Isso mesmo, O”Brien foi considerado visionário porque ergueu a torre para que os viajantes vitorianos pudessem admirar a paisagem lá de cima. Graças a ele agora 1,6 milhão de turistas por ano podem subir lá se quiserem.

CURIOSIDADES

Em Cliffs of Moher há uma grande variedade de flora e fauna. Por ali é possível observar até 20 espécies diferentes de pássaros, como por exemplo, papagaios-do-mar, gaivotas e falcões.

Ah, e tem a impressão que já viu esses penhascos em algum lugar? Você está certo. O lugar é tão incrível que a indústria cinematográfica não poderia deixar de usá-lo como locação para suas produções. Filmes como Harry Potter, A Princesa Noiva e Casa Comigo? foram gravados por ali. Ah, e o clip da música Runaway do Maroon 5. Tô musical hoje, ein?

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Segurança

E aqui fica um aviso. Na sua visita você vai perceber que grande parte da encosta é murada. Se você, assim como eu, não foi agraciado com muita altura, pode ser mais chatinho para enxergar a imensidão do mar. Se você continuar a caminhar para um dos lados – a gente foi para a esquerda de quem olha para o oceano – vai ver que você entra em uma espécie de “lado B” do Cliffs of Moher e lá não tem os muros, mas tem um caminho para ser seguido.

É comum as pessoas irem mais para a bordinha para tirar as fotografias e não são raras as notícias de turistas que caíram das falésias para fazer a foto perfeita. Então, cuidado. Tem dias que o vento está mais forte ou o chão está mais escorregadio.


Então, diferentemente do que aconteceu na excursão para a Irlanda do Norte, não tivemos problemas para ir para Galway, Cliffs of Moher e o oeste irlandês. Se você, assim como a gente, não tinha muito tempo disponível para uma viagem maior, visitar a região de ônibus não é de todo ruim. Mas, da próxima vez, vou me programar para alugar um carro. Além de conhecer Galway à noite, a região é reconhecida por suas belezas naturais e tem muito para se ver por aí.

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