Como tirar a Cidadania Italiana? Confira 6 dicas que podem ajudar você

Depois que fizemos o reconhecimento da nossa Cidadania Italiana, muita gente veio perguntar por onde começar, como tirar a Cidadania Italiana… A gente se sentiu BEM dessa forma lá atrás, em 2018, quando apenas sabíamos que tínhamos a descendência, mas não sabíamos nem o que fazer com essa informação. Se você está perdido também, ou está bem no comecinho da busca pelos documentos, esse post é para você! Veja aqui embaixo 6 dicas por onde começar que podem ajudar você no reconhecimento da sua Cidadania Italiana.

Antes de tudo, apesar do título, só vou esclarecer uma coisinha: o termo correto é “reconhecer” e não “tirar” a Cidadania Italiana. Isso porque – em termos bem genéricos, rasos e leigos, tá gente? – a cidadania italiana é um direito de sangue, passado de pais para filhos ao longo das gerações. Ou seja, você está apenas reconhecendo um direito que já é seu, você não está “tirando”.

Esclarecimentos feitos, na maioria das vezes, tem sempre um tio, um avô, um bisavô, alguém da família que disse que a família tem origem italiana. Mas não sabem de que região da Itália essa pessoa veio (ou “sabem” errado – minha família dizia que nossa origem era de Palermo, e nem era. kkkkkk). Se você quer descobrir de uma vez por todas e entrar nessa saga, se liga nessas seis dicas aqui embaixo que podem ajudar MUITO a começar a escrever essa sua história.

  • Hey voyajante! Só um lembrete: todas as matérias aqui do blog sobre o reconhecimento da cidadania italiana foram feitas com base na nossa experiência com o nosso processo administrativo, feito diretamente em uma comune da Itália. Cada caso é um caso, e nenhum processo de reconhecimento é igual ao outro (nem o meu e o da @jeaninecarpani foi). Para ver os demais posts que já fizemos, clica aqui.


1. Pesquisar sobre a cidadania italiana

Pesquisar, pesquisar e pesquisar. Pesquise sobre a origem da sua família. Pesquise sobre o processo de reconhecimento (e as possibilidades que existem: judicial, administrativa, pelo consulado no Brasil, diretamente na Itália….). Pesquise se você tem direito à cidadania (existem algumas variáveis que podem impedir o reconhecimento). Pesquise tudo. Uma para não sair fazendo/falando besteira e outra que informação é poder. Quanto mais você souber sobre o processo e sobre o SEU processo, será melhor para você lá na frente. Vai por mim…

Há sites específicos de Cidadania Italiana espalhados pela internet. Sério, tem MUITOS. E há também muitos posts como esses aqui (e os demais sobre o tema que já escrevemos aqui para o blog). Toda informação é bem válida nesse começo de busca, porque ali você pode ter uma ideia de procura por documento que não havia tido antes.

2. Grupos de Cidadania Italiana no Facebook

Tá. Mas onde mais eu pesquiso? Aqui vai: no Facebook. Sim, ele mesmo. Que serve muito mais do que ferramenta de bisbilhotar a vida alheia. Os grupos de Cidadania Italiana do Facebook são uma grande fonte de pesquisa. É lá que você vai poder ler relatos sobre cidadanias que deram certo e também sobre o que deu errado nos processos de outras pessoas.

É lá também que você vai encontrar casos e processos parecidos com o seu, que ajudarão você a ter uma bagagem sobre o que fazer e quando fazer. Mas é lá também que tem muita gente que vai criticar, reclamar de brasileiros na Europa, e muitas outras coisas não-tão-legais. Enfim. É aqui que você precisa do seu discernimento para filtrar o que serve e o que não serve de informação para você.

O Cidadania Italiana – Área Livre é um dos maiores e mais famosos. Mas também há muitos outros. Sugiro que você entre em todos que encontrar logo agora no começo. Esses grupos são realmente bem úteis para quem está vivendo esse processo e buscando tudo por conta própria.

3. Documentação para tirar cidadania italiana

De novo, não somos especialistas. Mas se você já pesquisou sobre a Cidadania Italiana sabe que precisa de alguns (ou um monte) de documentos que são necessários para fazer a prática, certo? Basicamente, a ideia é comprovar que você é descendente do italiano. E como faz isso? Com as certidões de nascimento, casamento e óbito de cada pessoa que faz parte da linha hereditária.

Vamos dar o nosso caso como exemplo. “Nosso” italiano – que deu origem à nossa linhagem – é o Paolo Carpani. Aí seguiu a seguinte linha:

Paolo Carpani – italiano (tetravô)
José Carpani – brasileiro (bisavô)
Benedito Carpani – brasileiro (nosso vô)
Rosa Carpani – brasileira (nossa mãe)
Jenifer e Jeanine Carpani Kobayashi (nós!)

Então, de cada pessoa aí em cima nós tivemos que achar a certidão de nascimento, de casamento e as certidões de óbito das pessoas que já faleceram. Toda essa documentação precisa estar certinha – sem erros de nomes, grafias, datas. O que também implica em uma checagem básica nos cônjuges dessa pessoas porque são as mães e pais dos que vieram na sequência (não é obrigatório, mas é legal trazer esses nomes mais certo possíveis também).

Achou tudo? Agora vem essa parte de retificação, para deixar tudo certinho com os nomes e datas e demais informações corretas. Está tudo certo? Traduz tudo para o italiano. Traduziu? Agora é a parte da Apostila de Haia.

Já fizemos um post aqui no blog sobre os custos do processo e as nossas indicações. Lá tem inclusive recomendação de tradutora juramentada e de cartório com preço mais amigo para o apostilamento. Clica aqui para acessar!

Essa parte aqui em cima é, resumidamente, a parte Brasil. Claro que está MUITO RESUMIDO, mas é só para você entender agora no começo o que você será necessário.

4. Ver se o italiano não se naturalizou (a cnn)

Existem posts pela internet muito mais explicativos do que esse – que era para ser só sobre dicas rápidas. Mas uma questão muito importante no começo do processo é ver se o italiano que origina a sua linhagem não se naturalizou. A questão é que para você saber se ele se naturalizou ou não, o ideal é saber todos os nomes e grafias que ele foi “chamado” durante a vida.

Por exemplo: nós pesquisamos por “Paolo Carpani”, mas também por “Paulo Carpani”, “Paolo Carpane”, “Paolo Carpane”.. e por aí vai. O documento gerado nessa pesquisa, a “CNN” – Certidão Negativa de Naturalização, é um documento que você precisa trazer para a Itália junto com seus demais documentos aqui de cima.

Por quê? Porque se o italiano se naturalizou antes do nascimento dos filhos dele, ele abriu mão da sua nacionalidade originária, ou seja a italiana, para adotar a brasileira. E se ele abriu mão disso, ele abriu mão da nacionalidade de toda a linha descendente dele por consequência. Mas se ele teve filhos ANTES de abrir mão da naturalização, aí sim, ainda pode rolar o reconhecimento da cidadania italiana.

Essa Certidão Negativa de Naturalização pode ser gerada online, pelo site do Ministério da Justiça.

5. Como pesquisar e encontrar os documentos para tirar a Cidadania Italiana?

Por último, mas não menos importante, aqui vão algumas dicas que nós usamos – e nos ajudaram muito – para encontrar documentos referentes ao nosso processo de cidadania italiana. Se você seguiu a dica lá em cima de pesquisar e ler bastante sobre o processo em si, com certeza já tem acesso a muito mais sites e dicas do que essas, mas nós consideramos esses passos aqui embaixo bem importantes e foram os que mais nos ajudaram no geral.

Encontre pistas nos próprios documentos

O melhor jeito de achar os documentos é fazer de baixo para cima. Ou seja: comece pelos documentos da pessoa mais “nova” e vá subindo para as mais velhas. Se você tem acesso aos documentos dos seus pais, ou dos seus avós (melhor ainda), peça ao cartório a certidão em inteiro teor e procure por pistas: de onde os pais deles vieram, onde nasceram, onde se casaram, onde faleceram (se faleceram). Também é possível ver a idade com que se casaram, por exemplo, e ter uma ideia do ano em que nasceram. Tudo isso é informação para juntar. É trabalho de detetive mesmo.

Vou até repetir para deixar mais claro: a certidão em inteiro teor traz MUITAS informações. Sabemos que isso gera um custo a mais no processo porque você emite a inteiro teor para, talvez, depois retificar e ter que emitir de novo. Mas no nosso caso, foi só na inteiro teor que descobrimos de onde o nosso antepassado italiano era. E essa informação vale ouro para o processo!! Só assim conseguimos ter acesso ao documento do italiano, para começar todas as retificações no Brasil.

Google

Sim. Esse oráculo que tudo vê e tudo sabe ainda é nosso melhor amigo na hora de fazer buscas. Foi nele que encontramos a cidade onde o nosso italiano se casou pela segunda vez no Brasil (nossa sorte é que o cartório tinha disponibilizado alguns registros online) e conseguimos achar por lá. Foi por lá também que meu marido encontrou antepassados dele em uma lista de registro online de um cemitério no interior de São Paulo.

Só por esses exemplos já vale olhar com mais carinho para as dezenas de páginas “nada a ver” que aparecem na busca, né?

Family Search

O Family Search é bem bacana para você ir montando a sua árvore genealógica. Além disso, ali também existem MUITOS registros de documentos que foram disponibilizados de maneira digitalizada, para podermos pesquisar um a um. Foi nele – e em alguns sites italianos – que achamos o documento de nascimento do nosso italiano que está em destaque aqui no post.

No início ele pode parecer um pouco confuso, mas se você estudar ele com carinho – existem pessoas na internet que ensinam você a pesquisar direitinho nele – tem muita informação válida lá. Até as listas de navios que chegaram ao Brasil é possível de encontrar.

Foi nele também que encontrei os passaportes da minha outra linhagem, a portuguesa. Olha que bonitinhos aqui embaixo os passaportes dos avós da minha mãe indo para o Brasil!

A pesquisa de documentos é um dos tópicos principais para tirar a Cidadania Italiana
Os passaportes que encontrei no Family Search da “outra parte” da minha família, a que veio de Portugal!

OUTROS SITES INTERESSANTES

Listas de embarque dos navios, passaportes antigos, tudo isso também serve de pista para entender de onde vieram esses imigrantes, quando entraram no Brasil e até por onde passaram. Você pode procurar também por sites como o do Memorial do Imigrante e o Arquivo Nacional. Todos eles estão repletos de informações, que muitas vezes são bem confusas, mas se você exercer sua paciência, pode ser que ache alguma coisa por lá.

O mais interessante é mesmo ir atrás de informações sobre o antenato italiano. É ali que tudo começa e se você achar – ou já souber – de onde ele vem e a data, nossa, você já tem muita coisa. Acredite.

Também já vi o pessoal dos grupos de Facebook (que eu mencionei ali em cima) ajudarem nessas buscas. É uma parceria bem interessante que acontece e muita gente realmente gosta de mergulhar nessas informações. Se estiver sem saída, talvez seja uma boa tentar uma luz – ou ajuda – lá no grupo!

6. Cuide do seu planejamento financeiro

Se você tem esse sonho de vir morar no exterior ou de reconhecer sua cidadania italiana, cuide do seu planejamento financeiro. Já contamos aqui no blog que os custos para o reconhecimento, principalmente se você fizer aqui na Itália, não são baixos. Portanto esteja preparado financeiramente para não passar aperto.

Além disso, lembre-se que outros gastos “inesperados” podem surgir, tanto no Brasil quanto na Itália. Então realmente é muito importante estar preparado para viver essa montanha-russa. Se você tiver alguém com quem dividir os gastos, melhor ainda.

Dica-Bônus: cuide da sua saúde mental

Quis colocar esse tópico aqui porque muito mais do que habilidades de busca na internet, planejamento financeiro e sorte, você vai precisar também de paciência e resiliência. A não ser que você seja a pessoa mais sortuda do mundo e/ou já tenha todos os documentos na mão (ou saiba onde eles estão), seu processo também vai ter altos e baixos – como praticamente todos aqui na Itália (e até os que tiraram diretamente pelo Brasil).

Então cuide da sua saúde mental e muito boa sorte nesse processo! A gente se vê por aqui nos demais posts sobre a Cidadania Italiana e sobre viagens que estamos preparando com carinho para vocês!

Ps: se você tiver mais alguma dica super importante para dar, não seja tímido e compartilha com a gente por aqui ou pelas nossas redes sociais (Instagram e Facebook). Vamos adorar saber!



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