Meio-período em Paris e a pé: confira nosso roteiro (ou loucura) na capital da França

Você sabe, voyajante, aqui a gente faz a coisas e depois vem aqui – e lá no YouTube, aliás, já segue a gente? – contar se compensou ou não. Às vezes dá muito certo, às vezes dá muito errado. Vai de como você encara a aventura. A gente fez meio período em Veneza, como você pode ver neste link aqui, e não nos arrependemos. Afinal, ainda não tivemos a oportunidade de voltar para a cidade. Foi com esta mesma linha de pensamento que decidimos estender a nossa viagem pós-Disneyland Paris e ver tudo o que Paris tem a oferecer em também meio-período. Então, se por algum motivo, você quer muito ir para a capital da França e não consegue ficar todos os dias que a cidade merece (e ela merece, gente, pelo menos 3 dias), vem comigo. Aqui eu mostro a você o que ver em Paris em pouco tempo.

A vida é feita de escolhas

Você já deve ter escutado isso algumas vezes na sua vida. Caso não tenha, ensina-me a viver, por favor. Quando estendemos em um dia a nossa passada pela França, ficamos em um dilema sobre o que ver em Paris: tentar ver os pontos turísticos mais centrais e não entrar em nada ou escolher uma das atrações e fazê-la muito bem. Tipo o Museu do Louvre ou a Torre Eiffel. Outra opção seria ainda subir em um ônibus turístico e rodar a cidade com ele. Após acaloradas discussões, decidimos por bater perna e ver o que fosse possível ver neste curto espaço de tempo.

E por que não pegaram transporte público?

Vou ser bem sincera com você, voyajante, Gian e eu não gostamos muito de pegar transporte público quando estamos passeando. Se for uma necessidade do tipo “pegamos um hotel mais afastado do centro”, “ficamos na rua até tarde e agora estamos morrendo de cansaço” ou “temos que chegar rápido porque temos hora marcada”, a gente compra o bilhete na hora e vai. Mas, geralmente, programamo-nos para andar bastante, irmos parando em cada ponto turístico ou atração. A gente sempre acaba descobrindo alguma coisa nessas caminhadas – ou vendo a cidade de um outro ângulo. Fora que a gente sempre sente que está atrapalhando os locais que estão na correria do dia-a-dia, e não turistando como nós.

E Paris não seria diferente. A gente queria sentir o clima parisiense, andar na beira do Rio Sena, fotografar a Cidade Luz… Mas, São Pedro estava com outros planos.

Mas e as bolsas? Malas?

Como viajamos para a França com o foco unicamente na Disneyland Paris, e voamos de Aer Lingus (de Dublin, onde vivemos), tinhamos direito à trazer conosco uma malinha de bordo e uma mochila. Se é direito, vamos usá-lo, não é mesmo? Mas, para o bem ou para o mal, ninguém merece carregar uma mala e uma mochila durante todo um dia. E como estamos um tanto quanto “acostumados” a nos livramos da nossa bagagem para turistar, para a gente foi muito natural procurar por um left lugagge, ou seja, um lugar para deixar as bolsas durante a nossa bateção de perna.

Enquanto estávamos no trem em direção à Paris, vindo da linha proveniente da Marne-la-Vallée–Chessy (estação que pára basicamente dentro da Disneyland), comecei a procurar alguns locais para largar a mala no Google quando, para a minha surpresa, deparei-me com o Stasher. Se você acompanhou a saga da Eurotrip, nossa viagem de encerramento de intercâmbio onde viajamos durante 35 dias direto com nossas malinhas de bordo, em 2018, talvez se lembre desta plataforma. E, acredite, isso aqui não é um publi! Nós usamos muito este site que encontra lojas, hotéis e outros estabelecimentos comerciais que guardam a sua mala por hora ou período. Principalmente no Reino Unido. Na França, deixamos somente as malinhas de bordo em um hotel localizado perto do Arco do Triunfo e, voilà. Pagamos €5 na diária pela malinha.

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E o preço do metrô? E do trem?

Nós nos viramos no metrô e no trem de Paris com os terminais de autoatendimento. Da região de Chessy até a capital da França, pagamos cerca de € 5, cada, no ticket. É legal ressaltar aqui que você precisa guardar o seu bilhetinho com você até o final da sua viagem porque você vai usá-lo para abrir a cancela para você sair. Sim, usa-se a passagem para entrar e para sair. E, também vou dizer, que fizemos esta viagem no segundo semestre de 2022 e até então foi bem tranquilo utilizar a malha de transporte público de Paris. Mas, quero dizer que esta que vos escreve viu circulando notícias que o governo de lá pretende eliminar os tikets de papel e forçar a todos ter o cartão de transporte que é chamado de Navigo. Então, dá uma olhadinha antes de se jogar na Cidade Luz. Ah, do centro da cidade até o Aeroporto Charles de Gaulle (CDG), pela linha RER-B, nós pagamos € 10,30, cada.

Roteiro de 1 dia em Paris

Então, o que ver em Paris em pouco tempo? Nós começamos o nosso dia pelo Arco do Triunfo porque nos era conveniente deixar as malas de bordo por lá. Deixa eu explicar. Além do nosso trem vindo da região da Disneyland Paris parar por ali na nossa vinda até a cidade, na hora de ir embora, seria mais fácil combinar metrô e trem a partir dali para o Aeroporto Charles de Gaulle. Então, após deixarmos as malas, fazermos nossas devidas fotos – foram as mais bonitas que conseguimos, já que ainda era manhãzinha e não haviam muitas pessoas por ali, pegamos um cafezinho take away e fomos em direção à majestosa Torre Eiffel. Andando mesmo, batendo as pernas, como diria minha mãe. No caminho, passamos pelo Rio Sena e fomos entrando no mood de Emily in Paris.

Uma pausa para falar sobre a Torre Eiffel. É clichêzão? É. Mas por aqui a gente gosta! Eu não entrei pela correria e também porque ainda não me decidi realmente se quero subir na Dama de Ferro. Eu tenho para mim – e posso estar MUITO errada! E @jenifercarpani já deu uma discutida comigo sobre isso – que ela é muito mais imponente de fora do que de dentro. Deixa eu explicar. Ela fica ali, no horizonte da cidade, totalmente onipresente. É possível vê-la de quase todos os ângulos de Paris. Subir nela seria ter a vista da cidade sem ela ali no plano de fundo. Faz sentido? Seria ver Paris sem a Torre Eiffel porque eu estou em cima da Torre Eiffel. Não sei se compensaria, hahaha. E o segundo ponto é que trata-se de um investimento, querendo ou não. Me conta aqui nos comentários se eu estou muito louca?

Após as nossas devidas fotos e uma sensação incrível de realização, afinal, ver a Torre Eiffel de pertinho assim era sim um sonho. Falei um pouco disso nesse post aqui sobre o Coliseu de Roma. Às vezes “ver um lugar” ou “estar em algum lugar” não era explicitamente um sonho, mas um desejo – acho que essa palavra se encaixa melhor, definitivamente. Lá atrás, quando viajar o mundo era um sonho grande demais para a cabeça processar, mas no fundinho do coração existia aquele desejo imenso de um dia, quem sabe, porventura, estar ali. Aquele desejo que a gente nem verbaliza que é para não acharem (eles, o mundo) que estamos querendo demais. Pois então, são por momentos assim que eu continuo viajando.

Mas, voltando para o roteiro de o que ver em Paris em pouco tempo que é para isso que você está aqui – e não para ler as divagações da minha cabeça. Saímos na Torre Eiffel e voltandos para às margens do Rio Sena. E caminhamos. Caminhamos até chegar na altura da Ponte Alexandre III, uma belíssima ponte cheia de detalhes em dourado, de onde vimos o também belíssimo Hotel dos Inválidos e passamos entre o Grand Palais e o Petit Palais. Ambos fechados. O primeiro estava com tapumes de reforma ou revitalização, não sei bem. E o segundo fecha às segundas-feiras. Mas, bom dizer, seu acesso é gratuito nos outros dias.

De lá, corremos para uma cafeteria porque o Gian estava com vontade de ir ao banheiro. E antes que ele brigue comigo de novo por ter repetido no vídeo do YouTube e no Instagram que ele precisava fazer xixi, deixa eu explicar porque estou trazendo isto novamente à tona: a cidade de Paris é enorme e todas as suas atrações são gigantescas. Até o Petit Palais não tem nada de petit. Estávamos andando muito e não haviam comércios ao redor – logo, quando você ter a oportunidade de usar o banheiro, use. Aproveite. Mesmo que não esteja lá com muita vontade. Ninguém merece turistar apertado.

De lá seguimos com o nosso roteiro do que ver em Paris em pouco tempo sentido Catedral de Notre Dame. Mas, antes, passamos pelo Museu do Louvre. Eu sei, não dava para entrar, mas eu não ia perder a oportunidade de dar uma passadinha só pelas pirâmides, não é mesmo? Ali foi onde a frustração de não estar “entrando em nada”, só “vendo”, bateu mais. Eu estava muito provavelmente a alguns metros de Monalisa e não a vi. Mas, tudo bem, faz parte.

No caminho ao Louvre, vale dizer, passamos ainda na Praça Concorde, na frente do Museu Orangerie e no Jardim de Tuileries.

Depois das fotos ali nas pirâmides do Louvre, seguimos em frente. Voltamos para às margens do Rio Sena e caminhamos até a altura da Conciergerie, um prédio governamental que serviu como prisão – até Maria Antonieta ficou no cárcere por ali. O local fica bem pertinho do Palácio da Justiça e da Sainte Chapelle. Essa última não valeu muito a pena ver de fora então se você estiver escolhendo o que ver em Paris em pouco tempo, eu definitivamente não recomendo incluí-la em seu roteiro. Seu destaque são vitrais que não são possíveis de ver da rua. Então, nem perca o seu tempo.

Foi neste momento que começou a chover. E chover muito. Então decidimos ver se São Pedro dava uma trégua e paramos em um restaurante chamado Le Soleil D’Or na esquina da Sante Chapelle para almoçar. Na porta eles anunciavam uma espécie de menu fechado com prato principal (macarrão com carne à milanesa) e sobremesa (crème brûlée com Nutella) por € 14,90. Achamos o preço bem bom e decidimos dar uma chance. Não estou falando que foi ruim, mas a comida não estava incrível e o atendimento foi rude. E da mesma forma que os pratos estavam baratos dentro desse menu fechado, o preço das bebidas estava exorbitante. Não estava “caro”, estava muito caro. Uma taça de vinho estava cerca de € 10 e uma pint de cerveja também. E isso não é aceitável, voyajante. Logo, pegamos uma água com gás para nós dois e o meu vinho francês ficaria para mais tarde.

Como a gente tinha pouco tempo na cidade, não daria para enrolar até a chuva amenizar. Estávamos acompanhando no celular e a previsão era que só parasse mesmo lá pelas 17h, horário que já deveríamos estar de volta na região do Arco do Triunfo para pegar nossas malas e ir para o Aeroporto. Logo, saímos do restaurante e decidimos enfrentar a chuva. A primeira parada após o almoço era a Catedral de Notre Dame – em reforma após o incêndio em seu telhado em 2019.

Saindo da Catedral de Notre Dame, nosso roteiro de o que ver em Paris em pouco tempo precisou ser interrompido porque o Gian precisava de uma capa de chuva. Eu já estava vestindo uma, mas a blusa impermeável dele (que aparentemente não é tão impermeável assim) parou de aguentar a chuva ininterrupta e começou a molhar a roupa de baixo. Paramos em uma lojinha de souvernir e pela bagatela de € 5, Gian saiu com uma capa de chuva preta com uma estampa gigantesca da Torre Eiffel nas costas.

De lá fomos ver (ou nos abrigar) no Panteão de Paris. A caminhada dessa vez foi um pouquinho mais longa e tivemos que subir um morrinho. O lugar é gigantesco e ficamos por ali tentando secar durante uns quinze minutinhos. Ao recobrar nossas energias, fomos até o apartamento que serviu de locação para o seriado da Netflix, Emily in Paris. Ali vimos o prédio onde a personagem mora, a praça onde ela comemorou o seu aniversário e foi desmascarada por Camille (ai, desculpe se estou dando spoiler). Tem até um restaurante ali que a fachada lembra o restaurante do Gabriel na série.

Dali, desistimos. Fomos para o metrô. Não ia dar não para andar até a região do Arco do Triunfo e Champs Élysées. Ao descermos lá, começamos a ver lojas e o nosso humor começou a melhorar. Não compramos nada, mas só de andar em locais cobertos já foi possibilitando a nossa “secagem”. Quando subimos até o Arco do Triunfo, paramos em um restaurante e pedimos um crepe cada – porque a gente merecia – e eu fui finalmente de vinho e o Gian de cerveja – porque a gente merecia. Eram 16h. Mas a moça viu o nosso estado deplorável e trouxe as bebidas alcoólicas sem questionar (depois que eu vi no cardápio que o Happy Hour era a partir das 17h, hahahaha).

De lá, fomos até o hotel pegar as nossas malinhas, pegamos o metrô e o trem, e fechamos a nossa passagem em Paris em pouco tempo.

Então, o que ver em Paris em pouco tempo?

Agora, você acompanha com a gente no detalhe cada uma das atrações que VIMOS durante a nossa breve passagem por Paris. Neste roteiro aqui você vai ver as coisas como nós: pelo lado de fora. Agora, se você quer ler sobre o que FAZER em Paris, se quiser entrar, comprar o ticket e ver os interiores das construções, o seu post é este aqui, da @jenifercarpani.

Arco do Triunfo

Com 50 metros de altura, o Arco do Triunfo está localizado no encontro de diversas avenidas importantes de Paris e foi construída a mando de ninguém mais, ninguém menos, que Napoleão Bonaparte, que queria eternizar a vitória francesa na Batalha de Austerlitz. Mas, ele não viveu para vê-lo concluído, já que a obra só foi finalizada 30 anos depois, 15 após a morte do Imperador.

Torre Eiffel

É, sem sombra de dúvidas, a principal atração turística de Paris. A Dama de Ferro, como é carinhosamente apelidada, foi inaugurada para a Exposição Universal de 1889 (que por sua vez celebrava o centenário da Revolução Francesa) e a ideia era que a grande construção de mais de 300 metros de altura fosse desmontada após 20 anos. O que a manteve de pé até os dias de hoje não foi exatamente o propósito turístico. A plataforma de observação que hoje recebe milhares de visitantes todos os dias era uma espécie de laboratório onde eram realizadas experiências e medições. O próprio designer, chamado Gusteve Eiffel, tinha um escritório onde realizava seus estudos astronômicos.

Ponte Alexandre III 

Também foi inaugurada para a Exposição Universal, mas a do ano de 1900. Foi erguida como um símbolo entre a amizade franco-russa e a primeira pedra da construção foi colocada pelo próprio czar Nicolau II em 1896. O nome é uma homenagem ao pai do czar russo, Alexandre III. Possui 45 metros de largura e cruza o Rio Sena, ligando a margem onde está o Hotel Nacional dos Inválidos (Museu das Armas) com a margem onde estão localizados o Grand e o Petit Palais, que falaremos abaixo.

Hotel dos Inválidos

Apesar do nome duro, o Hôtel des Invalides tinha um apelo interessante. Foi construído a mando do Rei Luis XIV e inaugurado em 1677, já que antes disso não havia nenhum tipo de assistância aos veteranos, àqueles que voltavam das guerras. Alguns soldados não tinham casa. Outros voltavam com sequelas e ferimentos. Foi a primeira casa de repouso do mundo. Hoje, é um complexo que abriga diferentes museus e também o mausoléu de Napoleão Bonaparte.

Grand Palais & Petit Palais

Assim como a Ponte Alexandre III, os palácios foram construídos para a Exposição Universal de 1900. A ideia era mostrar para o mundo todo o esplendor de Paris – a sua Belle Epoque. Os dois ficam frente a frente e fica fácil dizer qual é qual, já que o Grand Palais tem uma fachada de 240 metros de comprimento. Enquanto o Grand Palais pertence ao governo é hoje um grande centro de eventos e exposições, o Petit Palais pertence à cidade de Paris e é um museu de belas-artes.

Buquê de Tulipas

Confesso que o Buquê de Tulipas, obra do artista norte-americano Jeff Koons de 12 metros de altura, não estava no meu roteiro não – e nem do de ninguém que eu acessei antes de fazer a loucura de Paris em 1 dia. Mas estou colocando ele aqui porque passei ao seu lado e informação nunca é demais. A peça é uma homenagem às 129 vitimas que foram assassinadas nos ataques ao Bataclan, em 2015, reinvindicados pelo Estado Islâmico. Tulipas? Em algumas culturas elas representam o amor. Embora a obra seja bonita, ela não é muito querida pelos franceses não. Aparentemente muitos intelectuais a julgam “brega” e aí entra naquele velho debate sobre a mercantilização da arte contemporânea. De qualquer forma, 80% do retorno financeiro vai para a associação das vítimas dos ataques e outros 20% ficam para a manutenção da peça. Ela fica ali no Jardim do Petit Palais (originalmente ela foi colocada perto da Torre Eiffel, mas os franceses entenderam que ela atrapalhava a vista, hahahaha).

Praça Concorde

Eu já a achei gigantesca, mas aparentemente ela é a segunda maior praça da França, existe uma maior em Bordeaux. Enfim. Após atravessar quatro faixas de carro para chegar no centro dela, chegamos na Praça Concorde – ou Praça de le Concorde, em francês, construída entre 1757 e 1779 em comemoração à recuperação do Rei Luis XV de uma doença. Mal sabia ele que a sua praça seria utilizada, mais para frente, como um dos principais cenários da Revolução Francesa. Foi ali que os revolucionários instalaram a guilhotina que decapitou Maria Antonieta e Luis XVI, por exemplo.

Mas, acredite, a atração mais antiga da Praça não é a praça em si. Ela chegou em 1840 quando o obelisco chegou por ali. Ele possui mais de 3.000 anos de idade e veio diretamente de Luxor, doado pelo vice-rei do Egito. Ah! Ao redor da Praça estão hoje importantes edifícios estatais e um luxuoso hotel.

Museu Orangerie

Instalado dentro de uma estufa de laranjeiras de 1853, daí o nome, o Museu Orangerie é reconhecido pelo seu acervo impressionista, com destaque para as obras de Monet que são expostas hoje seguindo as mesmas instruções de colocação do pintor no passado. Aparentemente, suas obras ali estão em salas ovaladas que dão a impressão de movimento para as telas. Além de Monet, encontram-se em exposição por ali nomes como Cézanne, Renoir, Picasso, Rousseau e Matisse.

Jardim de Tuileries

Neste momento do texto, eu não tenho certeza se mencionei que fomos à Paris no outono – ou seja, não é exatamente a melhor estação do ano para conhecer um jardim. Eu amo a coloração avermelhada ou alaranjada desda época, mas convenhamos que as flores em si não sobrevivem o tempo frio para contar história. Não me entenda mal, voyajante, o Jardim de Tuileries é lindo de qualquer jeito. Só digo que em um clima que combina vento e chuva, e pouco tempo na cidade, cruzá-lo talvez não tenha sido a nossa ideia mais inteligente. Foi um check? Foi. Mas, os jardins de estilo florentino construídos em 1564 sob a supervisão de Catarina de Médici e que recebia festas luxuosas da corte antes dela se mudar para Versalhes, é mais bonito no verão? Acredito que sim.

Anos mais tarde, o jardim perdeu sua característica florentina e foi transformado em um jardim de estilo inglês e assim se manteve até os dias de hoje. Mesmo após Napoleão uni-lo ao Louvre com a construção do Arco do Triunfo do Carrossel, mesmo após o Palácio de Tuileries que existia ali ser destruído pela Comuna de Paris.

Arco do Triunfo do Carrossel

Já viu que Napoleão gostava de contruir um Arco do Triunfo, né? Pois sim, ele gostava de erguer esses monumentos de inspiração romana para celebrar seus feitos à frente do império. Esse do Carrossel do Louvre homenageia a vitória da França na batalha de Austerlitz, em 1805, contra os imperios russo e austríaco.

Museu do Louvre

É o museu mais importante da França e é um dos museus de arte mais importantes e visitados do mundo. Inaugurado em 1793 durante o Império de Napoleão Bonaparte, foi instalado dentro do Palácio do Louvre, uma fortaleza do século XII com mais de 160 mil metros quadrados que foi residência real de alguns monarcas como Carlos V e Felipe II. Sua gigantesca coleção – 300 mil obras das quais “apenas” 35 mil estão expostas – conta com obras que pertenceram aos monarcas franceses e com obras que foram tomadas de seus países de origem durante as expansões do império e as conquistas napoleônicas. Então, sim, voyajante, é por ter em mente que o Louvre está sempre no centro de debates sobre reparações culturais.

As famosas pirâmides do Louvre chegaram apenas em 1989 e foram colocadas ali, reza a lenda, para quebrar a sisudez dos prédios históricos e cinzentos que circundam a região. Conforme estava escrevendo este post, fiquei pensando na repercussão disso para os franceses, já que acharam horrenda a instalação do Buquê de Tulipas na cidade. E não é uma surpresa dizer que eles também foram contra – tipo 90% da população – as pirâmides do Louvre. O babado foi tão forte que até cabeças rolaram (dessa vez, uma metafóra para demissões, bom clarificar quando se fala de França, não? Tá, parei) na administração do Museu do Louvre.

Conciergerie

Vamos explicar o nome. Conciergerie vem de concierge que, em francês, é tipo um zelador. Ali foi, no passado, um palácio real. Mas, depois, a partir de 1392 foi transformada em uma prisão. E muita gente foi presa por ali. Até Maria Antonieta. Reza a lenda que 2.700 prisioneiros que estiveram por ali foram levados para a Praça Concorde para perderem suas vidas para a guilhotina. Muita gente, vocês não acham não?

Sainte Chapelle

Inaugurada em 1248, foi construída a mando de Luis IX para guardar as relíquias da Paixão de Cristo (a Coroa de Espinhos e um pedaço da cruz onde padeceu Cristo) que ele comprou dos imperadores de Constantinopla. Reza a lenda que os artefatos custaram três vezes mais que a Sante Chapelle em si, construída em estilo gótico e com vitrais que recriam 1.113 cenas que narram a história da humanidade desde Gênesis até a Ressurreição de Cristo.

E as relíquias? Foram transferiadas para a Catedral de Notre Dame.

Catedral de Notre Dame

Infelizmente, nem que eu quisesse entrar na Catedral de Notre Dame, eu conseguiria. O templo está fechado desde 2019 por causa de um incêndio – e as obras de recuperação continuam por ali. Os boatos é que o templo reabra em 2024. Fico aqui no aguardo para finalmente colocar os meus pézinhos nessa que é uma das catedrais góticas mais antigas do mundo. A Catedral de Notre Dame foi construída entre 1163 e 1245 e é dedicada à Virgem Maria. Trata-se de uma daquelas contruções tão antigas quanto o tempo que mudaram ao longo dos anos e presenciaram todos os tipos de acontecimento. Especial, né?

Ali dentro, voyajante, Napoleão Bonaparte – aquele que tocou o terror na Europa todinha e inclusive mandou a família real de Portugal para o Brasil, lembra? – foi coroado. Ali dentro a Joana D’Arc, queimada na fogueira pela inquisição da Igreja Católica, foi beatificada. É ali que estão, do lado de fora, então pelo menos isso eu “vi” (o tanto que minha visão míope me permite, hahaha!), as famosas gárgulas de Notre Dame. Realmente, mal posso esperar para a Catedral reabrir!

Panteão de Paris

Foi a única atração que eu e o Gian ficamos realmente muito tentados a entrar. Estávamos muito molhados e o Panteão de Paris não foi apenas um local de descanso para diferentes personalidades francesas como Volteire, Rousseau, Victor Hugo, Marie Curie e Alexandre Dumas, como para nós dois – brincadeiras à parte, já que ficamos uns bons quinze minutos embaixo na marquise tentando recobrar a vontade de viver. Mas, vamos às informações práticas. O templo foi construído entre 1764 e 1790 e sua arquitetura é uma combinação entre a gótica com a grega.

Emily in Paris: locação

Eu nem gosto muito da série Emily in Paris, mas já que eu estava por lá e muito perto de uma importante locação da série, porque não dar aquela bisbilhotada? Eu posso não achar o seriado incrível, mas eu amo visitar locações como você bem deve ter percebido na série do Turistando Na Quarentena – que a gente lançou na pandemia em 2020. Pois bem, ali pertinho do Panteão de Paris está a – vai ter que ser em francês mesmo – Place de l’Estrapade, a praça que fica na frente do apartamento onde mora Emily, a personagem vivida por Lily Collins. Ali pertinho tem até um restaurante que é muito parecido com o do Gabriel na série. Mas, na vida real, é italiano.

Champs Élysées

É uma das avenidas mais famosas do mundo – e também uma das mais bonitas. Seu aspecto atual é de aproximadamente 1884, quando passou pela última grande remodelação. Champs Élysées pode ser traduzida como Campos Elíseos (sim, existe um em São Paulo) e aparentemente na mitologia grega esse era o termo que referenciava um lugar equivalente ao paraíso dos cristãos. Paraíso? Talvez hoje seja para os amantes das compras. Por ali você encontra a Galeries Lafayette, um pólo das grifes, bem como todas as marcas que você pode imaginar. Tem de tudo por ali.

Em conclusão, a nossa visita de meio-período em Paris pode ser enquadrada, para muitos como um Perrengue Chique. Afinal, eu estava tomando chuva? Estava! Mas era em Paris. Isso me lembra este post aqui onde eu e a Jenifer escrevemos sobre os nossos maiores perrengues de viagem até então. Um dos dela, inclusive, foi também na Cidade Luz, quando o calor associado às longas distâncias percorridas entre um ponto turístico e outro deu a ela bolhas nos pés. A capital da França é lindíssima, mas é para os fortes, hahahaha.


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