O período em que morei na Itália me apresentou a muitos mestres do Renascimento que não conhecia antes. E também me “aproximou” de tantos outros que são mais famosos que muito cantor pop star por aí. Entre eles está, é claro, um dos artistas mais universais e completos da história. E hoje o tema da matéria é falar justamente sobre ele: Leonardo da Vinci. Vamos descobrir os lugares da bellissima Terra da Bota, onde podemos seguir os passos do mestre renascentista, admirar suas obras-primas e explorar curiosidades sobre a sua vida.
Leonardo da Vinci na Itália: origens toscanas
Acredito que você já saiba mas, para partirmos de um mesmo início, Leonardo da Vinci nasceu no que hoje chamamos de Itália – na época o país não era ainda unificado. E para sermos mais precisos, o que viria a se tornar um dos maiores artistas de todos os tempos nasceu em 15 de abril de 1452 em Anchiano, uma vila pequenina perto de Vinci, na Toscana. Filho ilegítimo de um notário, Ser Piero, e uma camponesa, Caterina, Leonardo cresceu e passou toda a sua infância entre Vinci e Florença.
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E aqui vamos às primeiras indicações de lugar para visitar (e todos estão ainda na minha lista porque ainda não conheço): o Museu Leonardino em Vinci, localizado no Castello dei Conti Guidi, apresenta uma impressionante coleção de modelos baseados nas invenções do mestre. A apenas 3 quilômetros de Vinci, a Casa Natal em Anchiano preserva o ambiente onde Leonardo nasceu e para completar o Tour-Leonardo-na-Toscana, a Biblioteca Leonardiana complementa a experiência com seu acervo completo de reproduções digitais dos manuscritos de Da Vinci.
Florença: A Formação do Artista
Ainda na Toscana, Leonardo foi – e nós vamos agora – para Florença, uma das minhas cidades preferidas no país. Em Firenze, como chamam os italianos, Leonardo iniciou sua formação artística na oficina de um importante artista da época, o Verrocchio. E foi ali que ele desenvolveu suas primeiras obras. A nossa sugestão aqui é você separar de dois a três dias inteiros para explorar com calma a cidade, caso você goste de visitar museus.
Começo citando que andar por Florença já é uma sensação de volta no tempo por si só. Falamos um pouco sobre isso lá nos primórdios do blog, nos primeiros posts sobre a cidade. Visitar o berço do Renascimento é pensar que artistas como Leonardo caminhavam por aquelas mesmas ruas que hoje podemos caminhar, e isso é uma das coisas que mais me impressionam na cidade.
E o nosso queridinho por aqui é o museu da Galleria degli Uffizi, que aliás é um dos mais importantes do mundo. Além dos tesouros de outros mestres incríveis como Botticelli, você também encontra por lá relíquias de Leonardo, incluindo “A Anunciação” e “A Adoração dos Magos”, esta última inacabada.
Acrescente também à sua caça-ao-Leonardo – hahahaha – o Palazzo Vecchio, em que podemos conhecer o local onde Leonardo trabalhou no famoso afresco da “Batalha de Anghiari”, que hoje não existe mais – mas vale a visita mesmo assim.
Outro destaque é o Batistério de São João, que teve papel fundamental em sua formação, sendo o local onde o jovem artista desenvolveu seus estudos sobre perspectiva e luz. Por fim, assim como em outras cidades da Itália, existe em Florença um Museu Leonardo da Vinci dedicado ao artista.
Milão: Anos de Glória
Eu não sabia quando me mudei para a Itália, mas Leonardo da Vinci morou por anoooos em Milão. Foram 17 anos para ser mais exata, logo depois de sair de Florença. E até hoje encontramos resquícios da sua presença por lá.
O artista mudou-se para Milão em 1482, quando Ludovico Sforza era o governante por ali. Durante sua estadia milanesa, o artista viveu uma de suas fases mais produtivas e engenhosas. Ele morava no Castelo Sforzesco, que você pode visitar ainda hoje (olha a foto aqui embaixo), e trabalhava para os Sforza em diversos frontes: ou seja, não era mais ‘só’ um artista, mas também atuou fortemente no sistema de defesa da cidade, projetando máquinas de guerra e contribuindo ainda para o sistema hidráulico de Milão – já já a gente fala dessa parte hidráulica aguenta aí.
Foi também nessa época, que Leonardo da Vinci criou o Homem Vitruviano e pintou a famosa e lindíssima – e patrimônio da UNESCO – a Última Ceia, no refeitório de uma igreja de Milão, a Santa Maria della Grazie. Já falamos dessa visita aqui em post, e já tem dois vídeos lá no canal sobre esse lugar imperdível para quem vai à cidade – aproveita e já se inscreve no canal hein?
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E além desses dois locais, tem muito mais. O legado de Leonardo da Vinci em Milão também pode ser visto na Sala delle Asse, no Castelo Sforzesco, e na Pinacoteca Ambrosiana, que abriga o Codex Atlanticus, um álbum com mais de mil manuscritos feitos pelo artista, cheio de esboços e textos indecifráveis, que incluem assuntos que vão da física à arquitetura, passando por máquinas de guerra, bombas hidráulicas e paraquedas.
Falando em máquinas, no Museu Nacional da Ciência e Tecnologia você tem ainda alguns exemplos de reproduções de suas máquinas e invenções. E a cidade possui, ainda, um museu dedicado somente à Leonardo da Vinci, na Galleria Vittorio Emanuelle II, e uma praça (Piazza della Scala) onde você pode ver uma estátua que homenageia o artista e alguns de seus principais ajudantes.
E você acha que acabou? Ainda não! Afinal, foram 17 anos por ali e nesse tempo Leonardo ainda fez as vezes de engenheiro. Explico: em um fim de tarde na cidade, você pode visitar a badalada região do Navigli. Foram nesses canais que Leonardo da Vinci inventou um engenhoso sistema de barragens no fim do século XV que contribuiu para o crescimento da cidade e, inclusive, ajudou a levar material para a construção da Duomo de Milão. Na real, Leonardo atuou principalmente em um que se chama Martesana, que fica mais afastado do Navigli, mas ali já dá para ter uma boa noção do sistema de canais da cidade antiga.
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Período Pós-Milão
Saindo de Milão após Ludovico Sforza perder a sua posição com a invasão francesa na cidade, Leonardo da Vinci viaja para outras cidades hoje famosas da Itália, como Veneza, onde trabalhou no sistema de defesa naval da cidade.
De Veneza, continuou rodando pela península itálica, voltando para Florença em meados de 1500 e permanecendo por alguns anos na função de arquiteto e engenheiro militar. Em 1503 ele começa a trabalhar na Mona Lisa, a própria, e entre idas e vindas passando por Florença, Milão e Roma, nosso artista decide se mudar de vez para a França, a convite do rei, em 1516. Leonardo falece alguns anos depois, em 1519, no Château d’Ambroise, deixando para o mundo um legado que até hoje é admirado e que contém, entre suas obras-primas, simplesmente a pintura mais famosa do mundo.
Paris: Mona Lisa (La Gioconda): a obra mais famosa do mundo
E sim, não tinha como terminar nosso texto de Leonardo da Vinci sem falar um pouco mais da Gioconda ou da Mona Lisa – paralisaaaa, com seu olhar…. E para isso, claro que tivemos que desviar um pouquinho o foco da Itália e esticar nosso roteiro até o centro de Paris, na França. É lá que, como talvez você já saiba, está localizada a Mona Lisa, dentro do Museu do Louvre.
Acredita-se que o retrato é de Lisa Gherardini, esposa do comerciante Francesco del Giocondo, e que nunca foi entregue aos compradores originais. Leonardo da Vinci, um eterno insatisfeito com suas obras, o manteve consigo até seus últimos dias na França – para desespero dos italianos que até hoje gostariam de ter a Mona Lisa de volta em solo italiano. A história da obra tem muitos capítulos emocionantes, e isso a tornou uma das pinturas mais célebres e famosas de todo o mundo. O sfumato – esfumado – utilizado revolucionou a técnica na época e hoje podemos admirá-la através de um vidro blindado, do meio de uma multidão que lota o Louvre todos os dias. Mas que vale muito a visita mesmo assim.
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E com isso a gente finaliza o nosso roteiro Leonardo da Vinci na Itália – e com uma esticadinha pontual até a França. Que Leonardo foi um gênio que nos inspira até hoje, isso não é novidade. O que pretendíamos por aqui é elencar destinos bacanas que formam um roteiro que nos aproxima ainda mais de um dos maiores artistas que esse mundo já viu.
Você toparia um roteiro desse? Se sim, e se o fizer, não esqueça de nos mostrar! Marca a gente nas redes sociais do Voyajando e vamos amar ver e viajar com você nessa volta ao passado.
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