Procurando por um post completinho com tudo que há para se ver no Castelo de Stirling e nos seus arredores, na Escócia? Bom, os seus problemas acabaram – sim, iguais as propagandas da extinta organizações Tabajara. E, eu sei, voyajante, isso entrega e muito a minha idade. É um post grande? É! Mas eu prometo que está no capricho para você. Afinal, foi-me impossível escrever sobre as atrações do Castelo de Stirling e da cidade sem contextualizar onde a fortaleza estava na história e no país. Então pegue seu whisky escocês, sua mantinha xadrez, entre no clima e vem comigo!
Como chegar a Stirling e ao seu castelo?
De Edimburgo, onde estávamos para o final de semana (e você pode acompanhar toda nossa experiência neste post atualizado aqui), até Stirling, é aproximadamente 1 hora de carro, 1 hora e 30 minutos de ônibus e cerca de 50 minutos de trem. A vantagem do carro foi que subimos até o Castelo de Edimburgo com ele. Pagamos estacionamento? Pagamos. Foram 4 libras. Mas ganhamos em tempo de subida e energia nas pernas. Afinal, a fortaleza está acima do nível da cidade. Ela e o Memorial à Wallace, que também fica ali nas redondezas. Ah, e já que falamos de preço, deixa eu já deixar aqui que pagamos 16,50 libras em cada um dos ingressos para o castelo. Pfff, acredite, voyajante, vim colocar o preço já nos 45 do segundo tempo. Estava quase publicando o texto!
Porém, pagar o aluguel do carro em charlezinhos não é muito tentador. Nem dirigir na mão esquerda, como acontece no Reino Unido. Então tudo isso é para dizer que você não precisa excluir Stirling do seu roteiro pela Escócia se você não estiver dirigindo. Ele é acessível de transporte público e de tours. Sim! Não podemos esquecer que existem muitas excursões partindo da capital escocesa diariamente. Em 2018, na minha primeira visita ao país, eu fui de ônibus conhecer uma parte das chamadas Terras Altas. E, obviamente, passamos por Stirling (não no castelo…) no caminho, já que é considerada a porta de entrada das famosas Highlands.
Contextualizar é preciso
E, assim como eu escrevi lá no post sobre Edimburgo, pense nisso daqui como uma breve-muito-breve-e-brevíssima contextualização histórica. Seria até arrogante da minha parte achar que eu poderia explicar séculos e séculos de guerras, disputas, revoltas, clãs, famílias e reinados no meu roteiro de fins turísticos por Stirling, da Escócia. Mas para um melhor entendimento do que foi o castelo de Stirling e sua importância, essa visão geral é necessária. Vamos a ela?
Localização estratégica
Ah, Jeanine, mas você fala isso de todos os castelos que você visitou. Mas é claro, voyajante. Estar em uma posição geograficamente favorável é quase que a regra número 1 do manual “como construir um castelo”, segundo as vozes da minha cabeça. Ou você precisa erguer a sua fortaleza em um local de difícil acesso para os inimigos, ou precisa pelo menos ter uma visão privilegiada do seu entorno para ver a aproximação dos desconhecidos e inimigos de longe. Stirling era as duas coisas e um pouco mais. Vou explicar, é claro! Mas, primeiro, observe o mapa abaixo.
E agora imagine que você vive na Idade Média, em um período onde não existiam carros, rodovias, trens ou aviões… E se imaginasse alguma dessas tecnologias você provavelmente seria considerado um herege ou uma bruxa e seria ou descomungado ou queimada na fogueira. Mas, tá bom, voltando. Você está em Edimburgo – ou até mesmo na Inglaterra – e precise ir para as Terras Altas (ou Highlands) escocesas. Você quase que inevitavelmente passaria por Stirling. Percebe? Ou muito próxima a ela. Até porque por muito tempo a única ponte que atravessava o Rio Forth, bem ali pertinho do sinalizador no mapa, era bem ali. Logo, a equação é muito simples: você não poderia controlar a Escócia se você não controlasse essa ponte, que era de madeira e era muito (muito!) estreita. Reza a lenda que dava para passar, no máximo, duas pessoas ao mesmo tempo.
Além da proximidade com o Rio Forth, é válido dizer que o Castelo de Stirling foi construído em um platô vulcânico. Ou seja, assim como o Castelo de Edimburgo, essa fortaleza também fica no alto, em cima de uma rocha vulcânica, com três lados de penhascos. Foi ali que os romanos levantaram estrategicamente seu assentamento quando ocuparam as terras escocesas e foi ali que, reza a lenda, Rei Artur construiu seu primeiro castelo – aquele mesmo, dos cavaleiros e da távola redonda. E, sem surpresas, dali de cima tem-se uma belíssima visão do entorno e do Rio Forth.
Importância histórica
O primeiro rei a fortificar o Castelo de Stirling foi Alexander I, no século XII. Dali para frente o local tornou-se um palácio real e passou por diversas reformas, revitalizações e reconstruções. Lembre-se sempre, voyajante, que castelos – em qualquer país! – são resultados de anos e anos e anos de modificações. É só pensar que cada geração, que cada rei ou rainha que subiu no trono queria dar o seu toque e/ou fazer a sua melhoria. Deixar a sua marca que fala, não é mesmo? E cada um desses muros, torres, prédios e jardins formam hoje o complexo que é o Castelo de Stirling.
Mas o Castelo de Stirling então é importante porque é antigo e grande? Nananinanão. Ouso dizer que essa fortaleza esteve muito mais envolvida nos grandes eventos da história da Escócia do que o Castelo de Edimburgo. Foi ali embaixo dos seus penhascos que o rei inglês Edward I, por exemplo, tomou um pipoco de William Wallace e foi derrotado na chamada Batalha da Ponte de Stirling. William Wallace (em resumo, tem mais informação sobre ele neste mesmo texto, só mais para baixo) era local e os locais sabem das coisas. Ele usou sua inteligência e tirou proveito do terreno que ele conhecia tão bem e conseguiu, de certa forma, igualar sua força diante a sua inferioridade numérica. Para ser mais direta: ele atacou antes de todo exército inglês conseguir atravessar a ponte e dividiu os seis mil homens presentes em dois, quebrando todo o treinamento, toda a formação. Isso sem contar que os soldados ingleses não estavam acostumados a lutar com a lama, com o terreno macio ao redor do rio. Seus cavalos e armaduras estavam simplesmente afundando. Logo, muitos daqueles que não atravessaram a ponte, correram por suas vidas, literalmente.
Apenas para título de curiosidade, já que do rei escocês Alexandre I eu pulei para o rei inglês Edward I. O rei Alexandre III morreu sem deixar herdeiros e os 14 candidatos ao trono (catorze!) acharam que seria uma boa ideia chamar o rei vizinho para mediar e ajudar a escolher o novo soberano dos escoceses. Ideia de jerico, como diria mamãe. O dito cujo (Edward I, caso não tenha seguido o fluxo) foi lá, invadiu, anexou a Escócia ao seu domínio e deixou os escoceses a verem navios. Alguns, não é mesmo. William Wallace não se deixou dominar e foi à luta. Derrotou Edward I e ocupou o Castelo de Stirling.
Abre parênteses – quem foi William Wallace?
Retratado no cinema como Coração Valente (ou Braveheart), William Wallace era um nobre que literalmente deu a sua vida na luta pela independência da Escócia. O mesmo Edward I que foi derrotado na Batalha da Ponte de Stirling caçou o herói escocês até finalmente capturá-lo. William Wallace foi levado para Londres, na Inglaterra, onde foi enforcado, arrastado e esquartejado. As partes do seu corpo foram expostas em diferentes localidades como um aviso para todos aqueles que ousassem desafiar o rei inglês novamente. Era uma lição para que os escoceses nunca se esquecessem – e não esqueceram. A morte de William Wallace serviu de faísca e abriu caminho para todos os outros que vieram após ele contra a ocupação inglesa.
Abre parênteses – quem foi Robert The Bruce?
Mas Edward I não parou por aí. Ele queria o Castelo de Edimburgo de volta e para isso contratou 50 carpinteiros para construir uma das maiores catapultas (também chamadas de trebuchet) da época: a War Wolf (lobo de guerra). Foram três meses para terminar de montar a arma – e imagina estar dentro do castelo, cercado, e ver esse negócio gigantesco tomar forma ali, do outro lado da muralha. Imaginou? Pois bem. É claro que quem estava dentro da fortaleza pediu clemência, mas rei inglês não aceitou a rendição. Ele queria usar o seu brinquedinho novo e chamou um monte de gente para assistir ao “espetáculo”.
O Castelo de Stirling voltou para as mãos escocesas após a morte de Edward I – quando Robert The Bruce foi pegando de volta, um a um, cada fortificação do país. Quando seus homens estavam cercando Stirlirg, Edward II se juntou ao seu exército e foi defender o que era seu. Mas, Bannockburn – que dá para ver das muralhas do castelo, diga-se de passagem – estava em seu caminho. Assim como William Wallace, Robert The Bruce também era um local e, como eu disse, os locais sabem das coisas. Ele enfrentou o exército inglês dentro desse terreno pantanoso que fica bem próximo do Rio Forth. E, novamente, a disparidade númerica foi balanceada com estratégia, e os ingleses foram derrotados e mandados de volta para seu país de origem – com um rei fugido com o rabo entre as pernas.
E aí ele colocou fogo no castelo. É isso. O próprio Robert The Bruce incendiou o Castelo de Stirling para que ele nunca mais servisse aos propósitos de seus inimigos – os ingleses, no caso. Drástico, né? Foram vinte anos em ruínas até a família Stuart chegar e colocá-lo novamente de pé. A parte mais antiga do Castelo de Stirling hoje data de 1380, quando James IV começou a reconstruir e restaurar a fortaleza.
Visitando o Castelo de Stirling
Agora a contextualização histórica e o Castelo de Stirling, tal qual o visitamos na atualidade, começam a seguir o mesmo caminho. Afinal, James IV reergueu – literalmente! – o castelo das cinzas e fez dali também a sua morada. Ele é conhecido como o primeiro rei escocês da Renascença, seu interesse estava nas artes, na intelectualidade e no aprendizado. E muito de sua personalidade é visível na arquitetura do Castelo de Stirling. E, obviamente, cada herdeiro assinou um pedaço do complexo até ele se transformar no que conhecemos hoje.
Grande Salão (The Great Hall)
James IV sentiu a necessidade de construir um majestoso salão para poder trazer a nata do renascimento europeu para a Escócia – e eles vieram. Artistas, escritores, poetas, músicos, diplomatas… E assim por diante. Todos eles banquetearam no salão que foi considerado, por muito tempo, o maior do país com essa finalidade. O “tipo” dos convidados diz muito sobre quem era James IV, e seu intelecto, postura e nível de conhecimento. Se não bastasse, ele foi lá e se casou com Margaret Tudor, unindo (ou formando uma aliança?) a casa Stuart à casa inglesa Tudor. Margaret era filha e irmã de rei inglês, Henry VII e Henry VIII, respectivamente. E a “promessa” era então de tempos de paz.
Palácio de James V
Mas não foi não. James IV morreu lutando com os ingleses e seu filho, James V, foi coroado rei da Escócia dentro do Castelo de Stirling. Apenas um detalhe: o bebêzinho tinha 17 meses de idade quando assumiu o trono. Ele cresceu, assim como o seu lar. Ele transformou o antigo palácio do seu pai (King’s Old Building) em acomodação para seus soldados e construiu um palácio para si próprio dentro das muralhas de Stirling. E, que palácio!
O Palácio de James V é considerado uma das construções mais fascinantes de toda Escócia – tudo graças à sua segunda esposa, Marie Guise. Pelo nome já deu para perceber que ela não era escocesa, mas francesa, e trouxe os ares e a influência de sua terra natal para o local. Dentro do palácio a gente visita os apartamentos reais e suas respectivas salas de espera. E, sim, no plural. Pois cada um, rei e rainha, tinham seus próprios aposentos. E cada aposento com suas peculiariedades, como as Cabeças de Stirling (que, sinceramente, não é um nome muito bom) e luxuosos tapetes decorativos.
As Cabeças de Stirling (Stirling Heads)
Como explicar? São retratos esculpidos lá em 1500 em madeiras de carvalho que adornam o teto do quarto do rei. Na verdade, as cabeças de Stirling que você encontra hoje são réplicas, já que um desmoronamento danificou muitas delas e as originais restantes estão hoje em uma exposição dentro do próprio castelo, mas protegidas em vitrines e não penduradas para os nossos olhos curiosos observarem. E são retratos de quem, Jeanine? Figuras mísicas, imperadores antigos, antepassados e a realeza escocesa. O trabalho é muito bem feito e no quarto do rei estão réplicas, então dá para ter uma noçãozinha do que era na época. É interessantíssimo!
Abre parênteses – quem foi Maria, a Rainha dos Escoceses (Mary Queen of Scots)?
Como explicar quem foi a mulher que abalou as estruturas da Inglaterra e da Escócia de uma só vez? Maria perdeu seu pai, James V, quando ela tinha apenas 6 dias de idade. Com nove meses de idade, foi coroada Rainha dos Escoceses. Seu tio (sim, tio, lembra que James IV casou com uma Tudor?), o rei inglês Henry VIII estava de olho na herdeira e pretendia casá-la com o seu filho para fortalecer ainda mais a aliança entre os dois reinos e, obviamente, estender seu domínio enfim na Escócia. Mas, não rolou. Sua mãe sabia que ao aceitar tal acordo ela quebraria a aliança entre a Escócia e a França, sua terra natal. O tio não ficou contente com a decisão materna e foi para cima. Durante cinco anos Maria foi levada de castelo em castelo da Escócia se encondendo das investidas de Henry VIII – que aparentemente, teve muitas dificuldades de entender que não é não – até por fim ser levada para a França.
E ela ficou lá até os seus 18 anos de idade. Seu tio e seu primo vieram a falecer, deixando o trono para sua outra prima Elizabeth I, e nesse meio tempo ela mesma se casou com o rei da França. Mas, quando seu marido também morreu, Maria foi colocada de lado pelos políticos franceses e logo decidiu que era hora de voltar para casa. Afinal, era a rainha da Escócia, tinha sangue Tudor em suas veias (o que a tornava uma herdeira do trono inglês) e a mulher foi casada com um rei da França. Ela tinha não só sua ambição ao seu favor, mas também o apoio de muitos – nobreza e povo. E ela voltou para Stirling com essa moral.
Abre parênteses: por que Rainha Elizabeth I da Inglaterra não era popular?
Porque ela era filha de Anna Boleyn, a segunda esposa do rei Henry VIII. Anna Boleyn foi a razão (mentira, né? Mas vamos de versão oficial por aqui) pela qual a Inglaterra rompeu com o Vaticano e tornou-se um país protestante. A primeira esposa de Henry VIII não produziu herdeiros e ele ficou desgostoso. “Apaixonou-se” por Anna e rompeu com o Papa da época quando ele não aceitou o seu divórcio. O rei inglês foi lá e “abriu” sua própria religião tornando-se então o chefe do Estado e da Igreja. Para os ingleses católicos, Anna era uma herege que seduziu o rei. E quando ela não produziu um herdeiro homem para o dito-cujo, foi vítima de um esquema e acusada de “armar contra a vida do rei”, seu próprio marido. Foi setenciada à morte na Tower of London.
Voltando para Maria, a Rainha dos Escoceses. Ela casou-se de novo com um primo Henry Stuart, conhecido como Lorde Darney e logo engravidou. A dinastia Stuart estava assegurada por mais uma geração, principalmente porque James VI nasceu homem e saudável, e tinha Elizabeth I, da Inglaterra, como sua madrinha – essa escolha aí eu não entendi direito, mas é a velha e boa politicagem. E acabou que protegeu, querendo ou não, a vida da criança.
E eu ia contar para você, voyajante, lá em cima, mais especificamente no subtítulo do Grande Salão, que Maria, a Rainha dos Escoceses, organizou uma mega festa para celebrar o batizado de seu filho e herdeiro ali no Castelo de Stirling. Mas, os representantes ingleses da madrinha da criança (leia-se rainha Elizabeth I) não participaram da cerimônia que, afinal, era católica. Eles ficaram do lado de fora como uma forma de protesto. E por que eu não contei? Para seguir a ordem cronológica. É tanto James, Edwards e afins que a cabeça pode dar um nó. E já está dando, hahaha.
James VI e I, rei da Escócia, Inglaterra e Irlanda
A vida e a trajetória de James VI não vai ser um parentêses porque o nobre foi o que mais viveu dentro do Castelo de Stirling. Viver, viver… Isso era muita coisa nessa época, já percebeu até aqui, né voyajante? O pai do menino, por exemplo, morreu nos arredores de Edimburgo de uma forma um tanto quanto esquisita: explodiram o Lorde Darney e seu corpo foi encontrado nu a alguns metros da explosão. Quem fez isso? Muitos acusaram a rainha e os seus súditos mais leais, incluindo o terceiro marido dela que, na época, rezam as más línguas, já era o seu amante.
A comoção foi tanta que Maria, a Rainha dos Escoceses, perdeu a sua Coroa. Ela abdicou do trono deixando o seu filho de apenas 1 ano de idade no trono. E ele foi coroado em 13 meses na paróquia da cidade de Stirling. Depois disso ela teve que fugir da Escócia ao ser perseguida por opositores políticos. Ela fugiu para o sul, mais especificamente, para a Inglaterra e foi pedir ajuda para sua prima, Elizabeth I. A ajuda foi negada. Na verdade, foi totalmente o oposto. A rainha inglesa mandou prender Maria e assim ela ficou, por 20 anos. Vinte anos. Duas décadas. Foi solta depois? Foi não. Deixaram a mulher presa por vinte anos para então ela ser executada por conspiração contra a rainha em 1587.
Cruel, não?
E o James VI nessa história? Ficou no castelo de Stirling sendo educado pelos tutores escolhidos pelo Conselho Privado. Ele recebeu treinamento digno de rei – literalmente. Ele não via apenas o conteúdo digno de um jovem nobre, mas aprendia sobre suas tarefas e sobre as suas responsabilidades como um monarca. E isso mudou todo o jogo da guerra dos tronos. Obviamente, não foi apenas o seu intelecto e preparo que o colocou na posição que conquistou quando mais velho, suas raízes Stuart e Tudor que asseguraram isso. Tudor? É. A rainha Elizabeth I não casou e não produziu herdeiros. Quando ela morreu, seu sobrinho lá na Escócia era também o seu herdeiro. Sacou?
James VI era agora James I, rei da Escócia, Inglaterra e Irlanda. Ele deixou Stirling rumo à Londres e o castelo foi novamente abandonado. Não virou cinzas como no tempo de Robert de Bruce, mas quase. A revistalização do Grande Salão, por exemplo, terminou em 1999. Logo, é bem recente. Por isso dá areas de preservado quando estamos fazendo a visitação.
Booking.comO que mais ver no Castelo de Stirling?
Algumas das atrações do Castelo de Stirling não foram citadas dentro da contextulização histórica. Não foi possível, já que nem sempre dá para encaixar a construção de capelas ou jardins em meio à guerra de tronos e gerações de reis e rainhas brigando pelo poder. Logo, acho (acho!) que eu já consegui explciar a você a importância dessa fortaleza para a história da Escócia. Agora, deixa eu falar o que mais você encontra dentro das restauradas e revitalizadas muralhas de Stirling.
Capela Real (Chapel Royal)
Foi construída em 1594 para o batismo do primeiro filho do rei James VI, o príncipe Henry. Foi uma das primeiras protestantes a serem construídas na Escócia e, também, o último prédio a ser anexado no Castelo de Stirling.
Os jardins da Rainha Anne
É o melhor lugar para começar a sua visita pelo Castelo de Stirling. Ali você encontra uma exposição Castle Exhibition que mostra, com muito mais detalhes e aprofundamento, tudo o que eu tentei explicar por aqui. É a linha do tempo que destrincha os principais acontecimentos dos 1000 anos de existência da fortaleza. Gostei de ver ali uma maquete do castelo onde a gente conseguiu “ter” uma pequena noção de como ele é gigantesco.
E dali de cima tem-se uma visão privilegiada dos chamados King’s e Queen’s Knots, que em tradução literal seria o “nó do rei” e o “nó da Rainha”. Tratam-se de pequenas elevações em um terreno coberto por grama onde no passado, no século XV e XVII, teriam sido jardins.
As cozinhas (Great Kitchens)
Aqui você não encontra apenas os cômodos onde , no passado, eram as cozinhas do castelo. Você encontra todo um cenário, uma “reencenação” de como funciovanam e como viviam os homens, as mulheres e as crianças que preparavam as refeições do dia-a-dia aos banquetes no castelo. Ali você encontra representações dos ingredientes e pratos existentes na época, bem como a dinâmica dentro do cômodo.
O subsolo do Palácio de James V (The Palace Vaults)
Aproveitando o gancho do lúdico e do interativo das cozinhas, o subsolo do palácio de James V – ou The Palace Vaults, como se chamam em inglês, conta com uma sequência de exibições com foco, principalmente, nas crianças. Em cada uma das salas os pequenos podem interagir, tocar e entender melhor como era a vida em um castelo medieval. Tem uma amostra dos musicistas e dos instrumentos músicais da época, uma específica sobre os pintores, outra dos marceneiros, mais uma sobre os costureiros e, por fim, uma sobre o bobo da corte.
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Nos arredores do Castelo de Stirling
Ponte de Stirling
Lembra que antigamente só existia uma ponte que atravessava o Rio Forth? Pois bem, para a felicidade dos escoceses que moram ali na região, isso não é mais verdade. Hoje você encontra diversas pontes modernas para atravessar de um lado para o outro do país, e uma bem antiga, que só é possível atravessar a pé. Esta última, porém, ainda não é a mesma desde os tempos medievais. A original foi destruída por William Wallace em sua emboscada contra o exército inglês. Lembra? Falei lá em cima sobre a Batalha da Ponte de Stirling que devolveu o Castelo de Stirling para as mãos dos escoceses. A “nova” que ainda é muito antiga, hahaha, fica a apenas alguns metros de diferença de onde a original ficava.
Memorial à Wallace
Foi construído do exato lugar onde acredita-se que William Wallace e seus seguidores se esconderam para a emboscada contra o exército inglês, na chamada Batalha da Ponte de Stirling. Lá dentro você visita três andares de exposições que contam quem foi William Wallace, quem são outros heróis escoceses que seguiram os passos de Wallace e, por fim, as armas utilizadas no campo de batalha. O que eu mais queria ver seria a espada de William Wallace, uma arma de 1 metro e 68 centimentos – gente, eu tenho 1,57m! – e aproximadamente 3 quilos que, reza a lenda, teria sido “apreendida”, lembrando que o herói escocês era considerado um foragido, em Dumbarton Castle, por volta de 1505. Manejar um “trambolho” desses só prova o quão habilidoso William Wallace era. Né não?
Nós não subimos no dia da nossa visita. Claro que ficamos com vontade, principalmente ao chegar pertinho do monumento para filmar e fotografar, enfrentando ventos nunca antes presenciados por esta que vos escreve. Porém, no entanto, todavia, não era uma prioridade para mim e nem para o Gian, e esse tipo de coisa influencia, principalmente quando se paga os tickets em charlezinhos. Estávamos com fome também, o que deixou a nossa vontade de ir para o centrinho histórico de Stirling muito mais aflorada.
Por isso, sabendo que não entraríamos no monumento, não quisemos pegar o shuttle gratuito que leva você do pé do morro até lá em cima. Nós nos enveredemos em uma – a menor, obviamente – das trilhas que levam para lá. No caminho existem algumas esculturas em madeira e bancos, para deixar a subida mais “interessante”. A vista lá de cima é incrível, não poderíamos recomendar mais. Ah, se você entrar no monumento, a visita acaba no chamado The Crown, ou A Coroa, que é o topo do topo do topo do lugar. E proporcia uma vista panorâmica não só de Stirling, já que a altura permite ver muito mais.
O centro histórico de Stirling
É claro que todos os eventos de Stirling não ficaram apenas entre as muralhas do castelo ou nas batalhas que aconteceram por ali (na ponte sobre o Rio Forth ou em Bannockburn). A cidade como um todo teve participação ativa em tudo que aconteceu na região e, nem é só por isso que ela também deve entrar no seu roteiro por lá. Depois que estacionamos o carro e saímos pelas ruazinhas de Stirling, a sensação foi de uma viagem no tempo.
Confesso que não fizemos nada muito turístico por lá, além de perambular pelas ruazinhas e achar um lugar para comer – já era final de tarde e no inverno, e domingo, então tudo isso somado resultou em um lugar vazio e com quase tudo fechado. Mas, se você estiver por lá mais cedo, com tempo e, quem sabe, no verão, você consegue conhecer algumas coisas bem bacanas Aí me conta depois aqui nos comentários ou lá no nosso instagram, o @voyajandoblog, que que você achou. Voltar é preciso, certo?
Entre as principais atrações da cidade estão a Holy Rude, igreja fundada em 1129 durante o reinado de David I e onde séculos depois, em 1567, James VI, foi coroado; e a Old Town Jail, uma antiga prisão que mostra como era a vida em cárcere antigamente, em meados do século XIX.
E aí, gostou de Stirling? Acho que vale a sua visita, hein hein?
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