Eu já falei algumas vezes por aqui que um dos meus principais objetivos no Voyajando Blog é mostrar que Dublin, ou melhor, a Irlanda, é muito mais do que pubs. No entanto, eu não posso negar o quanto a bebida alcoólica é forte aqui na Ilha Esmeralda – tanto que vira e mexe o governo coloca mais taxas em cima do álcool para incentivar um estilo de vida mais saudável por aqui. Conseguem? Não muito. Porém, no entanto, todavia… Às vezes é mais fácil remar no sentido da correnteza. Então nesse post você vem comigo e conhece as 7 bebidas típicas da Irlanda que você tem que experimentar na sua próxima visita a Dublin.
Afinal, se está na Irlanda, faça como os irlandeses – e lembre-se, quando for brindar por aqui você usar “cheers” ou “sláinte!”, que é saúde em irlandês.
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As bebidas típicas da Irlanda
#1 Guinness
Não poderia começar essa lista com outra sugestão. Embora a Guinness não seja um símbolo tradicional da Irlanda – como os que você encontra nesta lista aqui – é inegável que a cerveja preta é hoje um dos grandes ícones do país. Tanto que a visita à sua antiga fábrica, a Guinness Storehouse, que você encontra mais detalhes aqui embaixo e neste link aqui (com dicas do que fazer em Dublin), é a atração turística mais visitada de todo o país.
A Guinness é – caso você seja aí um entendedor de cervejas (que não é o meu caso) – uma stout, e sua composição é basicamente malte, água, lúpulo e levedura, sendo que a cor escura da bebida provém da torra do primeiro ingrediente. Outro destaque é o uso do nitrogênio para ser servida à pressão, que tem bolhas menores e dá a cremosidade para a espuma. Por isso que existe toda uma técnica para “servir” a pint perfeita de Guinness. Da inclinação do copo na torneira até o tempo de espera para o consumo, tudo isso faz parte do ritual da cerveja – e, sim, os irlandeses seguem à risca.
Visitando a Guinness Storehouse
Antes eu costumava dizer que esse passeio era ideal apenas para quem gosta de cerveja. Mas, agora, eu penso diferente. Todo mundo deveria incluir a Guinness Storehouse no roteiro. Porque é ali que você entende todo os fascínio entorno dessa bebida que eu considero a mais representativa da Irlanda. Na experiência, construída dentro do antigo depósito de grãos da cervejaria, você conhece todos os passos de produção da bebida e seus ingredientes, bem como a história da família Guinness e suas as campanhas de marketing que tornaram a Guinness o que ela é hoje. Você ainda prova a cerveja em duas ocasiões diferentes: na sala de degustação e lá no The Gravity Bar, um bar panorâmico construído no último andar do galpão.
Assim que entrar (ao lado da loja e aos pés das escadas rolantes) não se esqueça de olhar para baixo e ver ali o contrato de arrendamento do terreno assinado por Arthur Guinness em 31 de dezembro de 1759. O documento atesta que pela bagatela de 45 libras ao ano, a Guinness poderá operar na St. James’s Gate por 9.000 anos. Não. Eu não adicionei zeros sem querer. O cara era realmente um exímio negociador.
Tipos de experiências na Guinness Storehouse
Ah, Jeanine, mas quanto tempo demora um tour na fábrica da Guinness? Depende, meu caro leitor. Primeiro porque são sete andares de expreriência. Depois porque é tudo no seu tempo – embora o site oficial da atração recomende uma hora e meia por lá. Você pode ler ou não todas as placas explicativas; você pode ou não tirar foto de todas as interações; você pode ou não comprar experiências extras como The Guinness Academy, que você aprende a tirar a sua pint perfeita de Guinness na torneira, ou Stoutie, que nada mais é do que uma pint de Guinness com sua foto no colarinho.
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Você pode ainda almoçar em um dos restaurantes localizados dentro da fábrica. Na minha última visita, conheci o 1837 Bar & Brasserie, que fica no quinto andar da fábrica e que ganhou esse nome em homenagem ao ano em que a combinação Guinness e ostras (sim, os frutos do mar) foi considerada perfeita. Além de torneiras de Guinness e todas as suas variedades, você encontra drinks com a cerveja. E foi um dos melhores restaurantes que já comi até agora aqui na Irlanda. Outras sugestões você acha no Guia Gastronômico: dicas de onde comer em Dublin, na Irlanda que está em eterna atualização.
#2 Jameson
A Jameson clama ser a piorneira na maneira irlandesa de se fazer uísque. E se você, assim como eu, não sabe o que isso significa. Não tem problema, eu vou tentar clarear para nós dois. Aparentemente, uma das grandes diferenças de ser dos países produtores de uísque é a quantidade de vezes que suas misturas (ou blends) passam pelo processo chamado de destilação – obviamente, ingredientes também. Enfim, a Jameson destila seu blend (formado por cevada maltada e não maltada) três vezes para proporcionar suavidade. E se eu falei besteira aqui, pelo amor dos deuses, me avisa aqui nos comentários ou no Instagram que eu venho arrumar. Muito agradecida!
Existem outras marcas de uísques famosas aqui na Irlanda. Estou puxando a sardinha para a Jameson porque ela fica em Dublin e porque é a mais renomada. Outra que fica na capital irlandesa é a Roe&Co, que pertence à Guinness. Tem ainda a Tullamore D.E.W., que fica no condado de Offaly. E, por fim, a Bushmills, que tem sua distilaria na Irlanda do Norte o que a torna teoricamente é britânica. Mas, como está na ilha da Irlanda, serve aos meus propósitos informativos.
Ainda não visitei essas três, que também possuem visitações guiadas. Quando eu finalmente for você vai ficar sabendo seja por aqui, pelo nosso Instagram (aliás, já segue a gente por lá?) e pelo nosso canal no YouTube.
Visitando a Jameson Bow St. Distillery
Bow St.? É, é o endereço da primeira distilaria da Jameson, fundada por John Jameson em 1780. Ainda é possível ver sinais desse passado em chaminés dentro e ao redor do estabelecimento, localizado no bairro de Smithfield, um dos mais cool de Dublin. A distilaria atual da Jameson, muito mais moderna, continua na Irlanda. Porém, fica localizada agora no condado de Cork – o que facilita e viabiliza a entrada e saída de matéria-prima, coisa que a capital irlandesa não consegue mais facilitar.
Tipos de experiências na Jameson Bow St. Distillery
Ao contrário da experiência na Guinness, que é autoguiada, aqui na Jameson você tem um anfitrião, uma pessoa que acompanha você do início ao fim do passeio – e que na minha opinião deixa tudo muito mais legal. E eu estou falando do tour mais básico que dura cerca de 40 minutos. Claro que existem os upgrades que eu não fiz ainda, como aula para aprender a fazer seu uísque, workshop de coqueteleria e degustação de uísques premium. Tem uma outra que permite ainda você engarrafar a sua própria garrafa de Jameson.
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Voltando para a mais básica, que é chamada de Bow St. Experience. Nele você começa com a história da Jameson e, por consequência, da família Jameson. O embaixador, como eles chamam, vai explicando quem foram os personagens principais que fizeram a marca ser o que ela é hoje em dia bem como quais os fatos históricos que dificultaram e quais alavancaram o sucesso da bebida. Depois, vamos para uma sala sensorial onde vemos, tocamos e sentimos os cheiros dos ingredientes, e somos apresentados – de forma interativa, vale dizer – ao processo de fabricação das Jameson. Sim, plural.
Eu já tive a oportunidade de visitar a distilaria da Jameson duas vezes. Na primeira, em 2018, a degustação final era uma espécie de comparativo e a gente experimentava um uísque irlândes (Jameson), um escocês (Johnny Walker) e um americano (Jack Danniels). Agora, em 2022, fomos novamente na experiência e as coisas mudaram. Não ficou pior ou melhor, mas diferente. Dessa vez, na Sala de Degustação a gente prova três tipos diferentes de uísque da própria Jameson. E o final foi o mesmo em ambas as visitas: você ganha uma bebida e pode escolher entre whiskey puro, on the rocks (com gelo) ou um Ginger & Lime – que falaremos mais a seguir.
Curiosidade bônus
Você sabia que a expressão irlandesa para uísque – uisce beatha – quer dizer água da vida? Pois então, só essa informação já contextualiza bem qual é a importância da bebida para o irlândes. Não é a toa que é sim uma das bebidas típicas da Irlanda. E, agora, morando há quase dois anos por aqui, descobri que além de aquecer, o uísque (ou whiskey, em inglês) serve também para sarar ganganta inflamada e tosse. Boatos que ajuda nariz entupido e dor de cabeça. Ah não, Jeanine, você está de brincadeira. Estou não, gente. Confesso que fiquei bastante chocada e achei que estavam tirando com a minha cara. Mas, como já escutei isso algumas vezes e de pessoas diferentes, decidi pesquisar. E, pela internet, é real. Não testei ainda, viu mãe?
Chamado de hot toddy, você vai misturar o whiskey com água quente e suco de limão e ferver. Depois, é adicionar o mel e o gengibre. E tomar quentinho, como uma infusão. É isso! Me sigam para mais receitinhas hahaha.
#3 Baileys
É legal dizer ainda que a Baileys, assim como a Guinness e a Jameson, é dublinense. Ou seja, ela nasceu na capital da Irlanda, mais especificamente em 1974. É uma bebida alcoólica, mas bem doce. Uma espécie de licor, embora a Baileys seja categorizada como um Irish Cream – ou creme irlandês – e obtida por meio da mistura principal de uísque irlandês e leite fresco. Na composição da receita original vão também cacau e baunilha. Embora hoje existam uma infinidade de Baileys para você provar.
Há quem tome puro, quem use em drinks, no chocolate quente e até no milkshake… Mas quem sente o docinho da bebida nem lembra que ela é, na verdade, alcoólica. E o teor não lá de um uísque, um gin ou uma vodca, que chega aos 40%. Um creme irlandês está ali por volta de 17%. Então, se for beber, não dirija. E beba com moderação. E acrescente aqui todos os outros slogans relacionados à bebidas alcoólicas.
Outros irish creams
Existem outros? Claro. Na mistura entre uísque e leite, tudo vale. Encontrei até receitas na internet de como você fazer o seu próprio creme irlandês. Um alternativo bom e barato – segundo uma amiga brasileira que mora aqui há alguns anos, a Suelany (alô, Su!), é a versão do mercado Lidl.
#4 Smithwick’s Red Ale
aNscida em 1710 na cidade de Kilkenny (localizada a cerca de 115 km de Dublin), a Smithwick’s Red Ale é como o nome já diz: uma Red Ale. Ou seja, ela possui uma tonalidade avermelhada graças a quantidade de malte tostado que possui em sua formulação. Fazem parte das suas características também ter corpo médio (sabe-se lá o que isso significa), notas caramelizadas e baixa presença de lúpulo, o que também deixa a bebida com um aroma diferenciado.
Existe a possibilidade de visitação na cervejaria da Smithwick’s em Kilkenny. Nós ainda não tivemos a oportunidade de ir. Mas, com certeza, quando chegarmos lá, este post será atualizado.
#4 Bulmers (ou Magners)
A Bulmers é uma sidra (sim, com ’s’, embora eu sempre tenha achado que se escrevia com ‘c’) que, por sua vez, é um fermentado de maçã. Com sua origem na cidade de Clonmel, no condado de Tipperary, ela é feita a partir de 17 variedades de maçãs irlandesas e conta hoje com diferentes versões, incluindo uma zero. Quando eu vi a Bulmers pela primeira vez, pela sua embalagem, eu poderia jurar que tratava-se de uma cerveja. Mas, nananinanão. E, embora seja uma sidra, é diferente da que eu costumava beber no Ano Novo na casa do meu vô – que imitava uma garrafa de espumante.
Com um sabor mais doce e mais ácido, e um tanto quanto frutado, a Bulmers é perigosa para aqueles que bebem rápido. Afinal, é uma bebida alcoólica e possui um teor alcoólico bem mais alto que uma cerveja – cerca de 12% de teor. E acredite nesta que vos fala: a ressaca da Sidra vem, e vem bonita.
Obs.: Bulmers e Magners são a mesma marca. Mas, a Bulmers é Bulmers apenas na Irlanda. Nos outros países houve um problema na licença do nome – doido isso, né?
Drinks
Com tantas bebidas alcoólicas orgulhosamente irlandesas, obviamente existem drinks que são muito comuns de serem encontrados por aqui. Selecionei os meus três preferidos para você experimentar na sua próxima visita à Irlanda. Eles mereciam estar neste top 7 bebidas típicas da Irlanda. Tá preparado, @?
#5 Irish Coffee
Trata-se de um coquetel que combina café com uísque e leite. Ele foi criado na década de 40 para esquentar os viajantes americanos e canadenses que estavam fazendo escala no aeroporto de Foynes, no condado de Limerick, rumo à Europa continental (lembre-se que a Irlanda faz parte do velho continente, mas é uma ilha). Os passageiros estavam sofrendo um porquinho com o belíssimo clima irlandês e o bartender Joe Sheridan resolveu criar algo para ajudar. É forte, é quente, mas é gostoso.
#6 Baby Guinness
É a combinação perfeita de licor de café e Baileys servido em um copinho de shot ou de pint bem pequenininho – já especial para esse drink. O resultado é docinho e pode ser consumido como aperitivo ou sobremesa, na minha humilde opinião. Quer dizer que não tem Guinness na Baby Guinness? É isso mesmo, caro voyajante. O nome se dá pela aparência do drink onde o licor de café aparenta ser a cerveja preta e a Baileys simula a espuminha cremosa da Guinness que vimos lá em cima.
#7 Ginger and Lime
É a combinação de uísque com Ginger ale (um refrigerante de gengibre) e rodela de limão. Não tem erro e é uma delícia quando servida bem geladinha. Mas, Jeanine, tem gelo no drink então sempre vai ser geladinha. Errr, não. Acredite em mim. Já pedi algumas vezes… Em shows, principalmente, e não tava gelado não. Continua bom, mas não é a mesma coisa.
Bom dizer que a bebida não foi criada na Ilha Esmeralda – mas é boa por demais com Jameson. Por isso entrou na lista de bebidas típicas da Irlanda.
Viagens por Escrito
Esse post é parte do Viagens Por Escrito, um grupo de blogs de viagem que se reune mensalmente para falar de algum tema em específico. E neste mês falemos de comidas típicas. Então, se você está com fome, não recomendo clicar nos links abaixo, hahaha.
1- Mundo Viajante – Comidas típicas de Minas Gerais
2 – Viaja que Passa – Pratos típicos de Roma e onde comer na capital da Itália
3 – Descobrir Viajando – Comidas típicas de Sevilha
4 – 5 – O Mundo é Seu – Comidas típicas da Região Sul
Quando fui a Dublin, lembro que comecei o tour da Guiness achando que seria meio “blé” e terminei super satisfeita e alegre (talvez por conta da cerveja?!). No final das contas, valeu super a pena!
Hahahaha, foi no dia do primeiro tour que eu fiz na Guinness que eu experimentei a cerveja pela primeira vez. Lembro que fiquei ‘uau, isso é bom’. Hoje é a única cerveja que eu bebo. Mas talvez a ambientação tenha ajudado
Não sou grande fã de bebidas alcoólicas mas quando visitar Dublin pretendo experimentar todas as suas sugestões e fazer essas visitas que fez. Achei super interessante.
Ah, Dublin tem muito mais do que bebidas alcoólicas. Aos que não são fãs, eu recomendo comer então um belo Fish and Chips (peixe frito com batatinhas), um Stew (ensopado de carne) ou um Chowder (um ensopado de peixe). São comidas que vão bem no inverno – dão aquela esquentadinha 🙂
Dublin me marcou muito quando visitei, tinha passado pela Alemanha e achei que nada mais sobre cervejas poderia me encantar, mas estava muito enganado. Visitei a fábrica da Guiness e apaixonei.
Adoro Ginger and Lime, pena que é dificílimo encontrar aqui no Brasil.
Jura que é difícil achar Ginger & Lime no Brasil? Confesso que quando estive por aí eu não bebia tanto e não prestei atenção se tinha ou não. Poxa!
Ainda não tive a oportunidade de conhecer a Irlanda, mas amei saber que lá existem tantas bebidas diferentes. Obg pelas dicas 🤩