Assim como a trilha costal entre Bray e Greystones, outro lugar digno da sua visita a partir de Dublin é Skerries. Já ouviu falar dela? Localizada no condado de Fingal, nasceu como uma vila de pescadores e hoje é considerada uma cidade-dormitório para trabalhadores da capital irlandesa. E não é à toa, a viagem até lá leva menos de uma hora de trem. Ela é pequenininha? Sim! Mas isso não quer dizer que não tenha atrativos. Um dia na cidade é tempo o suficiente para dar uma volta nas principais atrações e ainda aproveitar a gastronomia à beira-mar, bem como tomar uma bela pint (que é de lei na Irlanda) em um pub local.
Como chegar em Skerries?
Pegamos o trem sentido Drogheda na Connolly Train Station, localizada no centro de Dublin, e depois de aproximadamente 40 minutos de viagem, descemos em Skerries. O ticket pode ser adquirido nas máquinas de autoatendimento espalhadas pela estação (4,90 euros) ou, se você tiver o Leap Card – o cartão de transporte daqui – é só ir direto para a catraca (3,80 euros). Dá para ir para Skerries de ônibus também, mas o tempo de viagem é consideravelmente maior. O número 33 do Dublin Bus que vai para lá. O valor da passagem é de 3,30 euros em dinheiro ou 2,50 euros pelo Leap Card. Os valores aqui são de ida apenas.
O que ver em Skerries?
Primeiro, uma curiosidade. Skerries vem da palavra nórdica skere que, em gaélico, é na sceirí, que significa “as rochas”.
- Skerries Mills
Saímos da estação de trem e fomos direto para os Skerries Mills, que são moinhos datados do século XII e utilizados desde então para moer farinha. É bem pertinho. A história conta que esses engenhos pertenciam, lá na Idade Média, à paróquia de Holmpatrick. Mas, durante o reinado de Henrique VIII, essas construções estavam entre os bens listados e confiscados pela Coroa para dissolução dos monastérios. Reza a lenda que existiam ali moinhos que funcionavam tanto com água quanto com vento. Hoje é possível fazer tours guiados no local, se for do seu interesse. Eles levam cerca de 50 minutos. Como estávamos fazendo um bate-e-volta, optamos por não entrar e seguir a caminhada.
E se tiver a oportunidade de estar lá em um sábado como a gente, vai encontrar uma feira intitulada Farmer’s Market com vários produtos artesanais. Ela funciona das 10h às 16h. Tem doces, pães, artefatos vintage, velas perfumadas, leite… Vale a visita, fora o clima de “todo mundo conhece todo mundo” que é difícil encontrar em cidades maiores.
2. St. Patrick’s Way
Saindo do Skerries Mills nos deparamos com uma placa falando sobre o St. Patrick’s Way, ou o caminho de São Patrício, o padroeiro irlandês. Tem post falando sobre ele por aqui também. Ao vermos o mapa, percebemos que ele levava para a costa e para o píer, que já eram nossos próximos destinos. Por isso, mudamos um pouco do nosso trajeto para fazer o caminho proposto pelo santo. Sim, nós recalculamos a nossa rota, igual a um GPS (cringe que fala agora?).
No caminho, passamos ao lado da Igreja e Cemitério Holmpatrick. E aqui vale uma explicação, já que é a segunda vez que eu cito o nome. Holm é a palavra antiga para píer, por isso Holmpatrick significa, literalmente, Píer de Patrício. Claro que tanto os monges quanto a própria Skerries surgiram muito tempo depois de São Patrício, mas isso não impediu a homenagem. Hoje o templo pertence à Igreja Protestante.
Mas, por quê?
Eu sei que essa é a pergunta que está na sua cabeça neste momento, voyajante. Uma trilha, um monastério, uma ilha. Por que tantas coisas relacionadas a São Patrício em Skerries? E eu vou, é claro, explicar! Quando o santo voltou para a ilha da Irlanda com seu propósito cristão, reza a lenda que ele chegou pelo mar na pequena cidade de Skerries e foi por lá que ele iniciou a sua missão.
3. Trilha costal
Seguindo o St. Patrick’s Way, chegamos na trilha costal de Skerries, e dela você tem uma visão bem bacana das três ilhas – St. Patrick’s Island, Colt Island e Shenick Island – que ficam ali pertinho. No dia da nossa visita, a maré estava bem baixa, então a gente tinha a impressão que era possível chegar à nado até elas. Mas, nananinanão, voyajante. Tem placas pedindo pelo amor de Deus para ninguém fazer isso porque é – obviamente – perigoso. Então, fica o alerta aqui.
Outra coisa que é importante salientar são as torres Martello, construídas no início do século XIX. Você consegue enxergá-las da trilha. Elas foram instaladas para proteção contra possíveis invasões dos exércitos franceses durante o domínio de Napoleão Bonaparte.
4. Restaurante Stoop Your Head
Depois de darmos a volta na trilha costal, paramos para almoçar no Stoop Your Head Bar and Restaurant. E como estava bastante calor, eu e o Gian optamos por entradinhas, ao invés de pedir pratos ou sanduíches. Nós comemos Squid Chunks (7,90 euro), Moules Marinière (9,30 euro), Tiger Prawn Tempura (8,90 euro) e uma porção de chips de batata doce (4,70 euro). Estava tudo muito bom! Ele pegou ainda pint de Heineken e eu fui de vinho branco.
5. Skerries Sea Pole Memorial
Depois do almoço, fomos tomar um sorvete no Storm In A Teacup, uma pequenininha e charmosa sorveteria que fica ali na região do píer. Aproveitamos e demos uma volta no Skerries Sea Pole Memorial, um memorial que homenageia as vítimas das tragédias no mar. Vale lembrar aqui que Skerries foi – ou é – em sua essência uma vila de pescadores. A gente tirou foto dele? Não. Hahahahaha #blogueirosfail
6. Centrinho de Skerries
Daí, já saímos do St. Patrick’s Way e fomos sentido ao Castelo de Ardgillan. Mas, ao invés de irmos caminhando – o que daria mais de uma hora de percurso – nós decidimos alugar uma bicicleta. Aqui na Irlanda existe um aplicativo chamado Bleeper, e para a nossa surpresa, ele estava disponível na pequena Skerries. Então pensamos: por que não? Pegamos nosso meio de transporte no centrinho da cidade. Ali você encontra vários pubs e opções de restaurantes mais baratos do que no píer. Então fica a dica!
Sobre a Bleeper. É um aplicativo para alugar bicicleta. Você paga por hora de uso e você pode retorná-la em qualquer estacionamento de bike dentro da área de funcionamento – que dá para checar no aplicativo. Nós ficamos com ela cerca de quatro horas e gastamos 4 euros cada um. Bom, né?
Pois bem, voyajante, não foi uma boa ideia alugar uma bicicleta para ir até o Castelo de Ardgillan. Recomendo você incluí-lo apenas se estiver de carro. Digamos que dois terços do caminho foi bem tranquilo, com direito até mesmo a ciclovia. Mas, o castelo fica em um bela encosta e o caminho até lá é de subida! Isso mesmo, subida. Eu, com meu – inexistente – porte atlético, não aguentei não e basicamente me arrastei com a bike até o nosso destino. E com arrastei leia-se carreguei. Hahahahahaha. E, é claro, tudo que sobe, desce. Então a volta foi bem tranquila.
7. Ardgillan Castle
Confesso que chegamos até lá, mas não pagamos para fazer a visitação dentro do castelo, que custava cerca de 5 euros por adulto (existem alguns pacotes familiares). Ficamos pelos jardins – super bem cuidados – e no café do lugar. O Ardgillan Castle é uma residência de campo do século XVIII construída com uma vista do Mar da Irlanda que eu nem sei descrever aqui, é preciso vivenciá-la. Seguem imagens na galeria abaixo para você ter uma “ideia” do que aguarda você por lá. Vale ressaltar que existe estacionamento no local e o acesso à área externa é gratuito.
Depois do nosso café nos jardins do Castelo de Ardgillan, fomos direto para a estação de trem com as nossas bicicletas da Bleeper. E retornamos para Dublin, chegando no centro da cidade no início da noite. Bate-e-volta completado com sucesso. E aí, gostou de Skerries? Nós amamos conhecer!
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