Sou filha de descendentes japoneses, italianos e portugueses. E sinto que essa mistura é bem São Paulo né? É bem Brasil. Foi por isso que, para mim, visitar o Museu da Imigração em São Paulo, foi uma grata surpresa que fizemos em um sábado em família.
A Hospedaria de Imigrantes do Brás, inaugurada em 1887, foi a primeira morada de milhares de estrangeiros e brasileiros de outros estados que escolheram tentar a vida em São Paulo. O contexto histórico da época se dá após as primeiras leis abolicionistas, que viu na imigração a chance de ter uma mão de obra barata – ao passo que a Europa passava por uma situação de miséria e fome no fim do século 19 e começo do 20.
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Museu da Imigração em São Paulo: um mergulho na história
São Paulo era o principal produtor de café na época e o estado desenvolveu políticas de imigração, incluindo esse sistema de hospedarias, para criar e acolher o imigrantes que chegavam para trabalhar nas lavouras e no início da indústria.
A hospedaria passa então a ser a primeira casa de todas essas pessoas que chegavam. Sua função era acolher e encaminhar os imigrantes aos novos empregos, então a Agência Oficial de Colocação e Trabalho funcionava ali. Também no espaço havia uma farmácia, laboratório, hospital, correios, lavanderia, cozinha e setores de assistência médica e odontológica.
Segundo dados do próprio site do Museu da Imigração, a hospedaria encerrou suas atividades em 1978 e em 91 anos de funcionamento, foram cerca de 2,5 milhões de pessoas de mais de 70 nacionalidades, origens e etnias, acolhidas pelo local. Se tornou o Museu da Imigração em 1993.
Foi super importante para mim refletir, durante a visita ao museu, sobre o processo imigratório de fato. Foram tantas pessoas que cruzaram o mar para viver aqui no Brasil uma nova vida e trazendo na bagagem a esperança por dias melhores e se adaptando a um novo local e contribuindo para o que hoje somos como paulistas e brasileiros.
“Migrar: mover-se de uma região a outra; sair em busca do sonho, da prosperidade, de alternativas ou, na falta de todos eles, partir. O migrante é necessariamente alguém partido: uma vida permanece em sua origem, outra se lança num novo destino, incompleta. Nesse movimento, homem e destino se constroem continuamente, reelaborando práticas , afetos e identidades”.
Museu da Imigração
Por ter no sangue essa mistura que citei acima, foi legal entender o quanto o processo imigratório contribui para o crescimento e miscigenação – e também exploração e queda, dependendo do caso – de muitas culturas.
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Se você gosta desse tema, deixe um bom tempo reservado para andar com calma pelas diversas salas do museu. Com telas interativas, há muita informação e conteúdo para ser absorvido por ali, além de ser um museu muito bonito.
Iniciando ou terminando a visita, uma dica é visitar a cantina do museu, no jardim. O café do MI é super aconchegante, com um ar vintage, e um deck externo para descansar. E um adendo, tomamos o café da manhã ali e amamos.
Localizado no bairro da Mooca, o Museu da Imigração possui um jardim, com figueiras que têm mais de meio século de existência. O gramado recebe hoje programações culturais, piqueniques, leituras e práticas de ioga.
Para finalizar o passeio, você pode dar uma olhadinha na lojinha de souvenires, com canecas, cadernos, livros, camisetas, bolsas, malas de viagem, cartões postais e muito mais. Além disso, você pode também levar para casa de lembrança uma foto sua vestido com roupas de época. Próximo a estação ferroviária do Museu, há um estúdio – pago a parte – para tirar essas fotos.
Uma das possibilidades durante a visita ao museu é também passear na Maria-fumaça, saindo da mesma estação por onde milhares de imigrantes desembarcaram em São Paulo. A locomotiva legítima de 1922 continua a cruzar os trilhos dos bairros do Brás e da Mooca. Visite o site do museu para saber mais sobre o agendamento das viagens para grupos e para o público.
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