Lisboa com História: nosso roteiro pela capital portuguesa

Se você jogar “roteiro em Lisboa” ou “O que fazer em Lisboa?” aqui nesse lindo universo que chamamos de internet, você vai encontrar muita coisa. E quando eu digo muita, eu não estou exagerando. Na verdade, estou relativizando. Eu fiquei um tanto quanto assustada com a quantidade de matérias, posts e artigos com x, y ou z atrações – tudo com mais de dois dígitos – que você não pode deixar de fora da sua visita à capital de Portugal.

Então, se você já foi bombardeada por elas antes de chegar aqui. Sinta-se abraçado ou abraçada. Elas me deixaram desesperada – viajei para lá com a impressão de que já não daria tempo. Não ia dar tempo de fazer nada. Por isso aqui a gente vai com calma, como Portugal, ou melhor, Lisboa, merece.

Muitas pessoas me perguntaram, lá em 2018, porque eu não havia incluído Portugal no roteiro da Eurotrip – aquela viagem que fizemos pela Europa durante 35 dias para celebrar o fim do nosso intercâmbio em Dublin, na Irlanda (e você pode ler tudo sobre essa experiência neste link aqui). A minha resposta sempre foi uma: Portugal merece uma viagem só dela.

Mas, por quê, Jeanine? Porque foi o país que colonizou (ou invadiu, ou ocupou, ou explorou, ou “descobriu”) o Brasil. A História do Brasil é a de Portugal. E vice-versa. Logo, não seria um destino para dar uma passadinha ou visitar apenas por meio período. Era preciso calma, planejamento e, no meu caso, estudo também, hahahaha, já que corri para uma dose de reforço de História do Brasil.

Como sair do aeroporto?

Chegamos no Aeroporto de Lisboa – ou Aeroporto Humberto Delgado – de manhãzinha. O roteiro era simples nessa chegada: pegar o nosso Lisboa Card (explicarei no tópico abaixo), ir para o hotel deixar as nossas malas (também explico mais para baixo) e encontrar os familiares do Gian (aka marido) por lá e ir passear. Mas vou explicar tudo lá embaixo. O que estou fazendo aqui então? Calma, voyajante.

Aqui é para dizer a você que é muito simples sair do Aeroporto de Lisboa, já que tem uma estação de metrô dentro do lugar. E se a palavra metrô não é atrativa para você, sem problemas, você também acha alternativas de ônibus (autocarros para eles) e táxi.

O transporte público de Portugal

Aqui é legal dizer que no transporte público em Lisboa você pode comprar os bilhetes de forma unitária e por dia. A passagem unitária tem um valor tabelado de € 1,45 – lembrando que fomos no final de 2022 – mas na primeira viagem você paga a emissão do cartãozinho, que é de € 0.50. Logo, não jogue o seu papelzinho fora! Se você for pegar mais de quatro conduções em um dia, compensa e muito você adquirir o seu bilhete diário no valor de € 6,30. Ou, o Lisboa Card.

Voyajando recomenda: Lisboa Card

Nas grandes cidades europeias, é sempre bom ficar de olho nesses cartões que dão a você acesso às atrações turísticas e ao transporte público. Às vezes o custo-benefício pode ser bom. No nosso caso, colocando na ponta do lápis, foi vantajoso. Adquirimos o Lisbon Card de 48h pelo Get Your Guide (link afiliado) e pagamos €35 cada um. Existem versões de 24h e de 72h. Para a gente fez mais sentido o de 48 horas já que estaríamos por Lisboa durante os 4 dias e no primeiro iríamos para Belém (um pouco mais afastado do centrinho nervoso lisboeta) e no segundo dia iríamos para Sintra (e o trem, ou comboio, está incluso nos cartões Lisboa Card).

E o que está incluso no Lisboa Card?

Além de transporte público ilimitado – ou seja, andar à vontade de ônibus (autocarro), trem (comboio), metro, elevadores e funiculares, o Lisboa Card ainda oferece algumas entradas gratuitas ou descontos nas atrações que não saem na faixa. Também gostei do fato de ser possível pegá-lo já dentro do aeroporto e sair de lá usando. Ah! E é bom dizer que o cartão é ativado a partir do momento em que se usa da primeira vez. Logo, começamos a usar na quarta-feira de manhã e teríamos até a sexta-feira de manhã de uso ilimitado.

O Museu dos Jerónimos, por exemplo, custa 10€. A Torre de Belém é mais 6€. Ainda estão inclusos o Elevador de Santa Justa, o Museu Nacional do Azulejo… E assim adiante. Confira todas as atrações inclusas no site do Turismo de Lisboa.

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Roteiro em Lisboa

Então, vamos contextualizar. Chegamos em Lisboa na quarta-feira de manhã e deixaríamos a cidade do domingo à noite. Foram então quase quatro dias completos na capital portuguesa. Porém, não estavámos somente na vibe turismo como já comentei lá em cima. Viajamos para a cidade para reencontrar os familiares do Gian (pais, tios e prima) e no meio tempo teríamos as quartas de final do Brasil na Copa do Mundo – jogo fatídico em que perdemos nos pênaltis para a Croácia.

E fica aqui o nosso agradecimento ao Ed, nosso amigo de longa data, que agora vive em Lisboa e ficou com a gente durante todos esses dias por lá, dando dicas e acompanhando o nosso roteiro turistão. Arrasô, Ed!

Dia 1 – Belém e Centro Histórico de Lisboa

Saímos do aeroporto, trocamos nossos vouchers do Get Your Guide para nossos Lisboa Cards e fomos direto para o hotel para largar as nossas malinhas – hospedamo-nos no Ibis Lisboa Saldanha. Comemos uns dois bolinhos de bacalhau na vendinha da esquina e já voltamos para o metrô sentido Belém. E foi dali, por mais simbólico que seja, que começou a nossa viagem propriamente dita por Portugal.

De Lisboa até Belém não é longe, mas não é caminhável. Cerca de 10 quilômetros separam o centrinho de Lisboa de Belém. A viagem de trem foi rápida, cerca de 20 minutos. E nem dá para entediar – já que você pode passar esse tempo admirando a paisagem ou os bancos do metrô que são revestidos de cortiça (Portugal é hoje o maior produtor e exportador mundial do material, você sabia?).

Padrão dos Descobrimentos

Monumento erguido em 1960 em homenagem às grandes navegações portuguesas, as mesmas que levaram Vasco da Gama às Índias, em 1497, e Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500. E, obviamente, o monumento não foi construído em Belém de forma aleatória: essas grandes expedições saíram daqui.

É possível subir no monumento para se ter uma vista lá de cima. Eu não fui. Recomendo prestar atenção no piso em frente da atração. Ali está um grande mapa-mundí com todos os territórios onde chegaram os portugueses durante as Grandes Navegações.

As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

Canto I, Os Ludíadas, Camões

Antes de seguir com o Roteiro em Lisboa, senta que lá vem História…

Eu sempre achei Portugal um país saudosista, que vive do passado. Mas, somente agora, depois de colocar os meus pés por lá, é que algumas fichas caíram. Você tem noção, voyajante, que Portugal foi considerado o país mais poderoso e importante do século XV?

Após a Revolução de Avis, quando D. João assumiu o trono com o apoio da burguesia, as navegações ficaram tão em foco que até mesmo uma escola de navegação foi fundada na cidade do Porto! E se você não está lembrando do grande porquê ou da necessidade de se ir até às Índias e as navegações, eu refresco sua memória – depois de ter a minha memória refrescada pelo podcast História em Meia Hora com o professor Vitor Soares. Se não escutou ainda, recomendo demais!

As Índias e as tão famosas especiarias eram luxo. Até então comia-se carne temperada, segundo o professor Vitor Soares, com suor de cavalo. Vestia-se apenas de lã. Depois de experimentar um temperinho e uma seda… É como dizem, não é mesmo? Paladar não retrocede.

O problema era que todos os caminhos até então passavam pelo norte da Itália (lembra do poderio da república de Veneza? A gente já falou aqui no blog e no canal do Youtube), onde os impostos eram altos. E não pára por aí. O número de saqueadores e os roubos existentes nessas famosas rotas comerciais estavam aumentando. Nessa época os turcos derrubaram o Império Otomano também, localizado na região que hoje é a Turquia, bloqueando então toda a “facilidade” que os portugueses (e espanhóis) poderiam ter para ir até o Oriente.

Portugal já ocupava territórios importantes no norte da África e além. Foi o português Bartolomeu Dias que dobrou o Cabo das Tormentas e transformou o pesadelo dos navegadores em Cabo da Boa Esperança. E a gente fala tanto desse poderio econômico, mas também pode-se ressaltar a moral dos portugueses na época. Eles acreditavam que a terra era a plana e no fim do mundo literal, e mesmo assim se jogavam no mar para expandir o domínio português. É de arrepiar.

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Mosteiro dos Jerónimos e Igreja Santa Maria de Belém

Sua construção, que teve início em 1501, se arrastou por quase um século. Mas depois de ver de pertinho todos os detalhes desse prédio com arquitetura de um estilo chamado manuelino, entende-se o porquê. Não é à toa que é considerado um Patrimônio Cultural da UNESCO

Ah, e se você não tem ideia, assim como eu, do que é um estilo manuelino, eis que: ele deriva do gótico e homenageia D. Manuel I, já que se desenvolveu durante o seu reinado. A grande diferença – e eu falo isso da forma mais tosca possível, obviamente o negócio é muito mais complexo – são os símbolos encontrados neste estilo. Aparentemente Portugal desenvolveu uma simbologia muito própria, muito deles – com flores locais, brasões e símbolos católicos.

É nesse mosteiro (na Igreja) que estão enterrados Camões, Vasco da Gama e Fernando Pessoa. Este último foi transferido para cá no ano de centerário de sua morte. Infelizmente, eu não consegui acesso à Igreja. Quando saí no mosteiro ela já tinha fechado porque ia rolar missa depois. Fica aqui uma das minhas frustrações.

Torre de Belém

Construída entre 1514 e 1520, sob as águas do Rio Tejo, a Torre de Belém tinha uma função: servir de posto de vigia para proteger a área. De estilo manuelino, assim como o mosteiro, também é considerada um Patrimônio Cultural da UNESCO. 

Quando chegamos, a Torre já estava fechada para novos visitantes. Mesmo com o Lisboa Card, era preciso ter chego antes para pelo menos trocar os ingressos na bilheteria. Fiquem atento aos horários de visitação que, por aqui, mudam de acordo com a estação do ano. Entrar na Torre de Belém não era uma prioridade para mim, mas teria sido legal. Então quando eu voltar para a igreja do mosteiro, já passo por ali também, hahahaha.

Enquanto eu estava ali gravando e tirando fotos para o blog, presenciei um diálogo interessante. Um brasileiro se aproximou do vigia e, após algumas trocas de palavras, escutei ele dizendo “não se arrependeram de terem descoberto a gente não?”. O vigia respondeu: “não descobrimos o Brasil. Nós descobrimos o caminho até lá. O Brasil já existia”. É isso, né?

Pasteis de Belém

Fundada em 1837, a Pasteis de Belém é a confeitaria mais famosa da região. Foi ela que popularizou os famosos pasteis de nata que, antes, era uma receita secreta que só os monges tinham acesso.

O lugar é gigantesco e mesmo assim tem fila. Tem fila para comprar o seu pastel de nata e levar embora e tem fila para entrar e sentar. Nós fomos no final do dia e, mesmo o site dizendo que o estabelecimento encerrava às 21h, ele fechou as portas antes disso. E por volta das 18h, ou você comia pastel de nata ou pastel de nata. Todo o resto, segundo os garçons, havia acabado. Preços? Pastel de Nata foi € 1,20 e café preto € 1,90.

Praça do Comércio ou Terreiro da Paço

De Belém, pegamos um ônibus e voltamos para o centro de Lisboa, mais especificamente para a Praça do Comércio, localizada à beira do Rio Tejo. Ela foi construída após o grande terremoto de 1755 que devastou a cidade. Foi idealizada pelo Marquês de Pombal e ao redor estão vários ministérios do governo português. É ali que está o Arco Triunfal da Rua Augusta, um dos cartões postais do país. 

Roteiro em Belém

Rua Augusta

É uma rua de pedestres que liga o Arco Triunfal à Praça do Rossio. Ela é repleta de restaurantes, bares e lojas de souvenires. É ali que encontramos uma loja da Pastel de Bacalhau com Queijo da Serra, e óbvio que paramos para experimentar, e uma Manteigaria, uma loja especializada em pasteis de nata. Combinamos a iguaria (sim, podemos chamar assim) com uma bela ginjinha, um licor de “tipo” cereja que já vem se tornando um símbolo de Lisboa. É uma delícia!

Dia 2 – Sintra e centrinho histórico de Lisboa

Acordamos cedinho, tomamos o nosso café da manhã no hotel, e pegamos o trem – ou comboio – para visitar Sintra, um município vizinho de Lisboa. O trem para lá parte da Estação do Rossio que lembra, e muito, a nossa Estação da Luz, em São Paulo. Ambas foram construídas na mesma época pelos britânicos.

De Lisboa até Sintra foi aproximadamente 40 minutos, sendo que o nosso ticket estava incluso no Lisboa Card. Ao chegarmos na estação de trem da cidade, pegamos o ônibus 434 que custa € 11,50 e “sobe” para as principais atrações do lugar. Ele é circular, válido por 24 horas, passando pelo Castelo dos Mouros, Palácio da Pena e Quinta da Regaleira. Ele sai da frente da estação e é possível comprar o ticket direto no veículo.

Mas, Jeanine, não dá para ir a pé? Voyajante, se você tem mais de um dia na cidade e muito condicionamento físico, até dá. Deve ser uma trilha bonita. Mas, euzinha, não fiz e não faria. Eu também não achei o valor do bilhete amigável, até porque cada atração tem o seu ingresso também, mas é um senhor morro, como você pode ver nas imagens, e as atrações lá em cima – visitamos o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena – não são rápidas ou pequenas… Então espere, mesmo indo de ônibus, andar muito.

Castelo dos Mouros

Considerado patrimônio cultural da Humanidade pela UNESCO, foi construído no século IX a 412 metros acima do nível do mar, no topo da Serra de Sintra, quando a península ibérica era ocupadas pelos mulçumanos. Foi estrategicamente erguido como uma fortaleza. Suas muralhas duplas ocupam cerca de 12 mil metros quadrados em um terreno que, por si só, já serve como uma defesa natural para a fortificação.

Mas, ele não foi invencível. Quando os cristãos expulsaram os mouros, ele foi totalmente abandonado. Reza a lenda que um grupo de 40 templários que assinaram a façanha de reaver Sintra e seu castelo – após uma aparição de Nossa Senhora dizendo que estava do lado dos “guerreiros”. Essa conquista virou o jogo durante o período chamado de Reconquista, que é quando os mulçumanos deixam a Península Ibérica. A restauração de suas ruínas ocorreu de forma gradual. Ela se acentuou durante o século XIX sob o reinado de Fernando II, conhecido como rei-artista, onde ganhou uma estética romântica.

Visitando o Castelo dos Mouros

Agora, em relação aos ingressos. O Lisboa Card dá desconto no ingresso do Castelo dos Mouros e do Palácio da Pena, mas você só consegue “pegá-lo” se comprar os seus bilhetes com um ser humano, ou seja, na bilheteria dos lugares. Quando fomos, a bilheteria do Castelo dos Mouros (1ª parada do ônibus) não estava funcionando, só havia por ali uma máquina de autoatendimento e, infelizmente, não conseguimos pegar o nosso descontinho.

De qualquer forma, ao comprar entradas combinadas, a máquina faz um preço reduzido. Então nós compramos os ingressos do Castelo dos Mouros com o Palácio da Pena juntos e o sistema deu uma percentagem em cima do valor total. Foi € 20,90 por pessoa. Mas, cuidado, eu vou falar mais disso adiante, mas fica a dica aqui: coloque pelo menos 1 hora e meia para ver o Castelo dos Mouros com calma, caso esteja começando por ele.

E leve em consideração na hora de fazer a compra casada que o Palácio da Pena é perto, mas o Palácio-Palácio mesmo é longe da entrada. Coloque mais ou menos uns 40 minutos para ir com calma e chegar na outra atração (que tem política de zero tolêrancia com atrasos) sossegado.

Palácio da Pena

O Palácio da Pena foi construído entre os anos de 1839 e 1885, já no século XIX, sob o comando de D. Fernando II, o rei-artista citado ali na romantização do Castelo dos Mouros. Daí a razão por ele ter ido arrumar as ruínas localizadas a cerca de 200 metros de seu palácio. Mas, muito antes, lá no século XII (reinado de D. Manoel I), existia ali uma capela dedicada à Nossa Senhora da Pena. Com o decorrer do tempo, vieram um Mosteiro, o Real Mosteiro de Nossa Senhora da Pena e, por fim, a Ordem de São Jerônimo.

Mas, que mudança foi essa de mosteiro para palácio real? Eu conto. Lembra do grandessíssimo terremoto que assolou Lisboa em 1755? Pois bem, ele chegou ali na Serra de Sintra também e causou muitos estragos. Junte isso à extinção das Ordens Religiosas decretada pelo Marquês de Pombal em 1838 e, ta-dá. D. Fernando II, o segundo marido de D. Maria II, comprou o terreno e basicamente construiu o lugar de novo trazendo para o palácio todos os seus aspectos de sua personalidade bem-educada.

Um poliglota, amante das artes, da música, do desenho. Fez de sua nova residência um elaborado projeto que mistura diferentes estilos arquitetônicos, de traços árabes a neogóticos e neo-manuelinos. O Palácio e o Parque são considerados expoentes do Romantismo em Portugal.

Visitando o Palácio da Pena

Lembra quando eu falei sobre a tolêrancia zero de atrasos? Pois bem. Quando você escolhe o horário para ir para o Palácio da Pena, eles querem dizer o Palácio-Palácio, e não o portão e nem o portão do parque. E devo confessar que é uma bela subida e uma caminhadinha até chegar no bonito. E existem muitas placas espalhadas ali no começo dizendo que é pelo menos 30 minutos até a ex-residência real – ou seja, no nosso caso, foi pernas para que eu te quero.

Subimos correndo e conseguimos chegar a tempo. Ah! Existe um transfer que faz o trecho entre portão do parque e palácio, mas existe um custo adicional para isso. E da mesma forma que eles não deixam você entrar depois, também não deixam você entrar antes.

Vimos várias pessoas tentando e pedindo para adiantarem os seus horários, mas não estava sendo permitido no dia da nossa visita. Isso acontece principalmente com quem deixa para comprar o ingresso no dia, na hora. Quando começa a ficar cheio, vão se esgotando os espaços. Era uma sexta-feira de dezembro e a cidade estava muito cheia. Tanto as atrações quanto as bilheterias, vale dizer.

Sinceramente? Não tem nenhuma surpresa em saber que o Palácio da Pena é um Patrimônio Mundial da UNESCO. A visita percorre todo o interior do Palácio e a gente vai sendo apresentado à todas as salas e seus usos. Quem era o nobre que usava aquele cômodo e com qual finalidade. É legal ver que mesmo totalmente reformado – ou reconstruído – é possível ver onde foram “aproveitadas” as antigas estruturas do mosteiro e onde são anexos novos idealizados por D. Fernando II. A Capela e o Claustro Manuelino, por exemplo, são visivelmente mais antigos do que o Quarto de D. Fernando ou o grandioso Salão Nobre.

Quinta da Regaleira

Eu não fui na Quinta da Regaleira porque fui, como já disse lá em cima, era dia de jogo no Brasil na Copa do Mundo de 2022 e a gente desceu para o centrinho de Sintra para acompanhar o decepcionante jogo. Arrependo-me? Um pouco. Obviamente, se a seleção tivesse vencido, eu provavelmente teria uma resposta diferente para essa pergunta. Mas, voltemos. Pegamos o ônibus circular – com o mesmo ticket da ida, então não joguem seus papéis fora! – para voltar para a cidade, mas vale para você que está a caminho da Quinta da Regaleira.

Eu sou muito legal então vou fazer um parágrafo bem raso sobre o que eu não vi e o que eu não fui. Se você tiver disponibilidade para ir, não deixe de fora do seu roteiro, voyajante. Parece incrível. E me conta lá no Instagram do @voyajandoblog se você gostou ou não quando for. Eu já estou me programando para voltar.

A Quinta da Regaleira é uma atração considerada lúdica – com inspirações em mitologia grega, Dante, Camões e maçonaria. Ela é do século XX e foi uma junção de ideias do seu proprietário, Carvalho Monteiro, e do cenógrafo contratado por ele, o italiano Luigi Manini. Um dos pontos altos é o Poço Iniciático, uma torre invertida de 27 metros. Pelas fotos, deve ser surreal. Não é à toa que muitos consideram essa “casa” mística.

Centro de Sintra

Após o fatídico jogo do Brasil, que assistimos em um lugar bem legal chamado Xentra (eles tem um esquema de coma à vontade com direito a uma bebida por um preço único, € 13), fomos andar. O problema é que a cidade vai fechando as suas portas por volta das 19h. Então só deu tempo de tomar uma ginjinha, um vinho do Porto e experimentar um travesseiro, um doce típico da região que é uma massa folheada com recheio de ovos. A mais famosa é de um lugar que chama Casa da Periquita. Não deixe de provar!

Palácio Nacional

Já no caminho para a Estação de Sintra para pegar o comboio sentido à Lisboa, passamos em frente do Palácio Nacional, também chamado de Palácio da Vila. Ele foi residência da família real portuguesa no século XII e é um conjunto de prédios e construções e edifícios de diferentes estilos, anexados em diferentes períodos no decorrer dos anos. Nós não entramos – já que já havia fechado. Mas é bem legal ver como parece uma colcha de retalhos ao se olhar de fora.

O Mundo Fantástico das Sardinhas Portuguesas

De volta à Lisboa de trem, descemos novamente na Estação do Rossio e fomos bater nossas perninhas no centro da cidade. Começamos pela loja O Mundo Fantástico das Sardinhas Portuguesas uma loja super bonitinha e curiosa já que vende o que o nome diz: sardinhas em lata. As paredes são cobertas de peixes enlatados. E em cada lata vem estampado um ano – a partir de 1916. Junto com o ano vem acontecimentos importantes naquele período em questão e personalidades que nasceram durante aqueles 12 meses.

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

Mercado da Ribeira

O Mercado da Ribeira foi uma das minhas atrações queridinhas do Roteiro em Lisboa e recomendo muito a sua ida. Sua data de inauguração é lá em 1600, mas assim como todas as construções centrais de Lisboa, foi destruído em 1755. Um severo incêndio danificou ainda mais a construção no final do século XX. Até 1980, aliás, o local era um matadouro de aves. Foi preciso renascer das cinzas.

Hoje, o local é batizado como Time Out Market – que homenageia a revista que ganhou a concessão do mercado e renovou a parte térrea do prédio. A publicação reuniu os principais restaurantes portugueses em um único lugar – então ali a gente consegue experimentar grandes nomes da culinária local de um jeito muito mais acessível e prático. Comemos bolinhos de bacalhau por ali e – nossa, foi o melhor da minha vida.

Não me entenda mal, caro leitor. Todos os bolinhos de bacalhau que eu comi em Lisboa estavam gostosos. O problema é que eles também estavam todos frios. Sério, sem exceção. Todos os bolinhos que compramos no decorrer dos nossos dias já haviam sido fritos há tempos. Eles eram gostosos, mas faltava aquele quentinho, aquela crocância, sabe? E ali no Time Out Market eles foram fritos na hora.

A Rua Rosa

A região ali do Cais de Sodré é hoje reconhecida por sua boêmia. No passado era, como o nome diz, um cais. Sodré vem do nome da família que dominava as redondezas. Depois do terremoto, ficou destruído e tornou-se uma região marginalizada. A Rua Nova do Carvalho (ou rua cor de rosa) que hoje é um point de bares, restaurantes e night clubs (não sei como dizer isso sem soar velha, xóvens, me ajudem), antigamente era uma das principais ruas de prostituição de Lisboa.

Segundo nosso amigo Ed, que andou com a gente, embora a Rua Rosa seja charmosa, ela tornou-se um “pega turista”. E realmente, a quantidade de gringos passeando por ali era grande. E beber nos bares da região não é tão barato quando no restante da cidade. Então, fica a dica. Mas não deixe de ir.

Dia 3 – Lisboa (Alfama)

Cadê Lisboa nesse roteiro em Lisboa, Jeanine? Chegou! Na parte da manhã, estavámos na operação despedida, já que meus sogros partiriam para a Espanha. Enquanto eu esperava eles terminarem os preparativos e as malas, fui dar uma voltinha aos arredores do hotel – que ficava no bairro chamado Saldanha. Depois, fomos bater a nossa perna, literalmente, nos morros que formam a cidade.

E foram muitas subidas e descidas e quilômetros para a conta. Por isso eu digo: leve um sapato bem confortável. E digo mais. Se você for conhecer Lisboa no final do ano, como nós, prepare-se para um tempo chuvoso e úmido. Então, é importante levar roupas impermeáveis. E um tênis ou bota que tenha um belo solado antiderrapante, já que o calçamento antigo é feito com pedras lisas. O tombo pode ser feio.

Praça Marquês de Pombal

É o centro da chamada Lisboa moderna – fica ao lado do Parque Eduardo VII e no final da Avenida da Liberdade. Eu sei que não queremos nada de moderno neste post aqui, mas a homenagem é histórica. Marquês de Pombal foi um importante político – e controverso – que influenciou não só Portugal como o Brasil. Ele governou entre os anos de 1750 e 1777 (lembra que o grande terremoto foi em 1755?) durante o reinado de José I.

Se você se lembra das aulas da História, vai lembrar do termo Reformas Pombalinas, mudanças que o político aplicou na sociedade e mudou fundamentalmente sua organização. Uma até citei neste mesmo texto: extinguir as ordens religiosas. Lembra? Foi ele que expulsou os jesuítas do Brasil.

Parque Eduardo VII

Durante minha caminhada, deparei-me com um mercadinho de Natal por lá. Estava de dia, mas estava um charme. Dei só uma volta e já voltei para o hotel. Aparentemente a arrumação das malas havia terminado. O nome do parque é uma homenagem ao rei Edward IV, da Inglaterra, que visitou a cidade em 1903 como um gesto de fortalecimento da aliança entre os dois países.

Falando em português claro (pt-br): Portugal teve momentos de glória, mas geria sua fortuna e riquezas muito mal. Se você tem vontade de perguntar a um português “onde está o nosso ouro?“, nem perca o seu tempo. Eu respondo. Foi parar na Grã-Bretanha.

Feira da Ladra em Alfama

Pegamos e metrô e fomos até a estação Santa Apolônia porque era sábado. E aos sábados e terças-feiras você encontra a Feira da Ladra em Lisboa. Uma espécie de mercado ao ar livre cheio de bugigangas, quinquilharias, vintage, brechós e antiquários. Ah, e comidinhas. Ela é gigantesca e seu começo fica ao lado da Igreja São Vicente de Fora. Fui olhar para ver se tinha souvenires por ali, mas não achei muita coisa. Talvez tenha procurado para o lado errado.

Vale dizer que todas as atrações por aqui ficam no bairro de Alfama, o mais antigo da cidade. As contruções por ali sobreviveram ao terremoto de 1755.

Panteão Nacional

Na subida para a Feira da Ladra, passamos pelo Panteão Nacional. Seu nome é Igreja de Santa Engrácia. E se eu falei que a construção do Mosteiro de Jerónimo se arrastou por 100 anos, o que dizer dessa daqui, que começou a ser construída em 1682 e só terminou nos anos 60? E, vou além, só terminou porque o Estado Novo (para quem não sabe, Portugal também sofreu com um regime ditatorial, onde o ditador era chamado Salazar) queria mostrar competência e terminar tudo o que não estava terminado… Enfim. Hoje, a construção é a “morada final” de diversas personalidades portuguesas. 

Igreja São Vicente de Fora

É uma das primeiras igrejas de estilo maneirista no país e homenageia o padroeiro da cidade de Lisboa – São Vicente. No mosteiro, do lado da igreja, fica o Panteão da Dinastia de Bragança, onde estão muitos dos monarcas que levaram a corte para o Brasil. Lembra? Não lembra? Não tem problema. O rei João (futuro D. João IV) viajou com sua família para o Brasil para fugir das tropas francesas de Napoleão que estavam invadindo Portugal nesta época e conquistando a Europa todinha.

E você lembra o que isso trouxe para o Brasil, né? Além de um monte de portugueses, hahaha. A família real e sua corte, segundo a História, ajudou a desenvolver a ex-colônia em diferentes aspectos. Trouxe mais investimentos, trouxe cultura e participação política. Logo, por mais contraditório que seja, a fuga da família real para o Brasil ajudou e antecipou o processo de Independência do nosso país.

Afinal, quando Napoleão foi derrotado, a corte portuguesa ficou incomodada com a demora em D. João de voltar à Pátria-Mãe. Logo, ele foi. Mas deixou o filho, Pedro de Alcântara (o nosso D. Pedro I), como príncipe-regente. E aí começou a articulação – junto com Maria Leopoldina e José Bonifácio – pela Independência. E ela veio, em 1822.

Quando D. João morreu em Portugal, as coisas começaram a esquentar por lá novamente. E no Brasil, D. Pedro I não era mais tão querido. Logo, ele voltou para à Pátria-Mãe para assumir o trono e deixou o filho, D. Pedro II, no trono. Ele era uma criança e o Brasil viveu então o seu período regencial. Mas, aí, é outra História.

Roteiro de Lisboa

Mirante e Convento da Graça

Fomos até o mirante ter uma bela vista da cidade, mas vimos a porta do convento aberto e, não resistimos, fomos dar uma bisbilhotada. Ele foi construído em 1291, mas ao contrário dos outros prédios do bairro de Alfama, não resistiu ao terremoto de 1755. O seu interior ainda está em processo de revitalização, mas seus azulejos do século XVIII estão por lá. É lindo.

Castelo de São Jorge

De lá fomos para uma das atrações mais aguardadas – por mim, hahaha. Construído no século XI por muçulmanos, o Castelo de São Jorge foi inicialmente uma fortaleza. Em 1147, com a reconquista de Lisboa pelos portugueses, D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, fez dali a sua morada. Retomou suas funções militares apenas entre os séculos XVI e XX. Sofreu inúmeras reformas, ampliações e modificações ao longo do tempo. Depois, foi completamente abandonado. Só mais recentemente que Portugal decidiu explorar o potencial turístico do lugar. Sua última grande restauração teria sido nos anos 90.

O lugar é gigantesco e fotogênico. Vale separar pelo menos umas duas horas por ali. O ticket para entrar custa € 10 na bilheteria, e é bacana dizer que residentes em Portugal não pagam para entrar. Tentei adquirir pelo bilhete com antecedência, mas saia mais caro já que vinha – tipo compra casada – com audio guia. Então vai da sua vontade. E foi bem legal fazer o paralelo entre o Castelo de São Jorge e o Castelo dos Mouros, em Sintra.

Sé de Lisboa

É a igreja mais antiga da cidade. E para uma cidade como Lisboa, isso quer dizer muita coisa, não é mesmo? Ela data do século XII, e foi uma sobrevivente do terremoto de 1755. Reza a lenda que foi construída sobre uma mesquita como símbolo da reconquista cristã após a expulsão dos mouros. Nada de novo no mundo cristão, não é mesmo?

O que eu achei bacana é a semelhança com a Igreja da Sé, em São Paulo. Depois que coloquei as duas lado a lado, não, elas não são parecidas. Mas na hora ficou aquele quentinho no coração de lugar “conhecido”. Não sei explicar. A visitação é paga, e como estávamos já famintos, passamos direto para procurar um restaurante e finalmente almoçar.

E aproveito esse adendo para dizer que caso não tenha tido ainda a oportunidade de conhecer a Catedral da Sé de São Paulo por dentro, apenas vá. E, se tiver condições de participar do Brunch na Catedral, também recomendamos fortemente. Não só pela comida em si, mas pelo tour incrível que vai da cripta até a cúpula do templo.

Na época em que eu e a Jenifer fomos (2019), o ticket nos custou R$ 200 cada e o tour guiado foi feito pelo padre. Foi uma experiência riquíssima – e detalhes estão neste link aqui. Foi lá que aprendi que a palavra Sé significa Igreja principal de uma diocese. Então, basicamente, quer dizer igreja. Então Igreja da Sé é uma baita redundância, hahaha.

Rua dos Bacalhoeiros

Atenção para esta dica, voyajante. Na verdade, para essas duas dicas. A primeira é que a maioria dos restaurantes fecham às 16h para se prepararem para o jantar. Então, raramente, você vai encontrar um aberto e servindo comida neste horário. A segunda é que na Rua dos Bacalhoeiros encontramos o melhor bacalhau que eu já comi na vida. Ele custou € 14. O lugar chama-se Estrela do Minho e é bem familiar. Só aceita, por exemplo, dinheiro (e o Ed teve que correr no caixa eletrônico para podermos pagar, hahaha). O Gian pegou um polvo que também estava divino.

Ficamos um tempo por lá porque estava passando o jogo de Portugal da Copa do Mundo e, adivinhe, o país perdeu para o Marrocos… Pudemos ver a mesma decepção que estampou os nossos rostinhos um dia antes na face de todos os portugueses que almoçavam no restaurante.

Elevador de Santa Justa

De lá, passamos novamente pela Praça do Comércio novamente e fomos visitar o Elevador de Santa Justa. Funciona em uma torre de estilo neo-gótico e liga o Baixa Augusta ao Largo do Carmo, onde fica convento com o mesmo nome. Ele funciona desde 1902 – e ali na região, de noite, é o centrinho nervoso de Lisboa, com muita gente andando, muitos comércios abertos, músicos tocando… Enfim, é bem agitado. O shopping Armazéns do Chiado fica por ali.

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Ruinas do Convento do Carmo 

No caminho para as ruínas do Convento do Carmo, paramos para experimentar os Ovos Moles de Aveiro, um doce criado no século XVI que, como o nome diz, tem a base de ovo e açúcar. Para quem não sabe, o Gian é fã de ovo. Ele gosta muito. Então óbvio que ele teve que parar e experimentar a tradicional receita. O verdito? Ele recomenda!

Mas, agora, voltemos ao Convento do Carmo. Dá para entrar e ver o pouco que sobrou do lugar devido ao grande terremoto de 1755. Como já era noite, o convento já estava fechado e apenas circundamos o seu terreno. Mas, infelizmente, pouco se vê de fora. Percebe-se que as paredes mais robustas ficaram de pé enquanto o interior, mais fino, cedeu com o tremor de terra junto com o telhado. Como pertencia a uma ordem religiosa, seu processo de reconstrução foi interrompido com as Reformas Pombalinas. No século XIX decidiram deixá-lo como um museu a céu aberto.

Esse aqui ficou na lista do que daremos prioridade quando voltarmos à Lisboa.

Dia 4 – Lisboa (Bairro Alto)

Chegamos a domingo, o nosso último dia em Portugal e, obviamente, nosso último dia do Roteiro em Lisboa. Como o nosso voo para Dublin era só de noite, ainda tínhamos um dia pela frente. Depois do checkout, deixamos as malas de bordo no hotel e fomos novamente camelar. Dessa vez pegamos o metrô para o Bairro Alto e seguimos novamente a pé sentindo o centro da cidade. Hoje a ideia era cobrir todos os lugares que não havia dado tempo nos dias anteriores.

Jardim do Príncipe Real

Considerado um Jardim Português tradicional, foi fundado em 1853. Em todos os roteiros de Lisboa que encontrei na internet, as palavras “romântico”, agradável” e “encantador” foram utilizados. E, bom, o que eu posso dizer? Talvez não seja a melhor ideia do mundo incluí-lo no seu percurso durante o inverno. Ou quando estiver chovendo.

Acredito que a graça se esvai, hahaha. Mas, porém, entretanto, todavia e não o bastante, é legal destacar a belíssima árvore (faça chuva ou sol, neste caso), localizada no centro da praça. Trata-se de uma enorme cipreste-português com 145 anos de idade. 

Miradouro de São Pedro de Alcântara

Ali do ladinho fica o Miradouro de São Pedro de Alcântara, considerado uma das melhores vistas de Lisboa. Construído em 1864, dali de cima tem-se uma visão privilegiada de Lisboa com conforto, já que é um miradouro espaçoso e muito bonito. Possui vários bustos que homenageiam personalidades portuguesas e é cercado de prédios históricos e bem conservados.

Mas, se você entrar um pouco mais para o Bairro Alto vai ver uma Lisboa mais raíz. Embora o bairro seja bastante turístico, existe uma parte dele residencial e outra que é totalmente boêmia. Passar lá de manhã e passar lá na hora do almoço foram duas experiências diferentes, já que na segunda vez havia vida, ir e vir de pessoas, mesas nas ruas. Não dá para deixar de colocar no seu Roteiro em Lisboa.

Praça de Luis de Camões

E fomos descendo as ladeiras do Bairro Alto sentido centro da cidade novamente e paramos na Praça Luis de Camões. Ali está o bombadíssimo café À Brasileira que funciona desde de 1905. Era frequentado, reza a lenda, pelo poeta Fernando Pessoa. Fizeram até uma estátua em sua homagem ali.

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

Luís de Camões

Ali pertinho, também no Chiado, está a Livraria Bertrand – fundada em 1732. Ela é, segundo o Guinness Book de Recordes, a livraria mais antiga do mundo. E claro que demos uma entrada para dar aquela fuçadinha básica.

Taberna Londrina

Depois de finalmente achar um bacalhau gostoso, fomos comer a chamada Francesinha, um prato mais típico da região do Porto e um dos favoritos do Ed, o nosso amigo que está morando em Lisboa (mas que viveu em Porto durante um tempo). Trata-se de uma espécie de sanduíche no prato coberto de queijo e molho. Na descrição não fica muito apetitoso, eu sei. Mas, garanto a você, voyajante. É gostoso. O tradicional é recheado de carne de vitelo, mas tem outras opções.

A sobremesa foi um vinho do Porto e um pastel de nata do Natas n’ Friends que estava vendendo por €5 a duplinha no mercadinho de Natal que foi montado ali na Praça de Luis de Camões.

Fado Vadio

Nossa última parada antes de ir para o hotel pegar as nossas malinhas e partir para Dublin foi nas Escadinhas de São Cristóvão, mais especificamente na obra Fado Vadio, um mural que homanegeia o fado, um estilo de música lisboeta que é considerada um Patrimônio Mundial Imaterial da Humanidade pela UNESCO. É bem bonito. E na frente da arte tinha um músico tocando emocionado. Foi um daqueles momentos mágicos, inexplicáveis e inesquecíveis. Não teve jeito melhor de fechar a nossa visita.

Até breve, Portugal!


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