Aaaah, viajar para a Itália! Muito mais que pizza, pasta e gelato, a Itália tem uma enormidade de coisas para conhecer, explorar e viver – e saborear. Na condição de ex-moradora desse país bellissimo e tendo girado um pouquinho por lá – nunca é o suficiente – hoje vou te mostrar que a terra da bota vai além de Roma, Veneza e Florença, e vamos elencar 10 coisas que você precisa saber antes de ir à terra da bota pela primeira vez.
- Veja tudo que já saiu sobre a Itália aqui no blog
- Veja o que comer em uma viagem pela Itália: Conheça os pratos típicos italianos
A ideia desse post surgiu porque nós aqui do Voyajando adoramos fazer, sempre que possível, uma bela investigação sobre a cultura e história do país antes de visitarmos. Para nós, faz parte da viagem e da pesquisa sobre o planejamento entender um pouquinho mais sobre o local. E chegando lá, nunca nos arrependemos: conhecer um pouco mais sobre o lugar que estamos visitando deixa a experiência muito mais rica.
Além disso, também levamos em consideração que nem sempre temos uma educação forte aqui no Brasil (infelizmente). Isso significa que vários conceitos e coisas que poderíamos ter visto, nem sempre aprendemos ou já nos esquecemos com a loucura da vida. Então essa matéria se propõe a te lembrar e elencar conceitos que talvez sejam legais você ir atrás para aprender – caso queira – antes de viajar para a Itália. Espero poder ajudar!
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- 1. O Legado do Império Romano
- 2. O Renascimento e a Revolução Cultural
- 3. O poder da Igreja Católica
- 4. A jovem nação italiana
- 5. Geografia da Gastronomia
- 6. A língua e a comunicação
- 7. As famílias que moldaram a arte
- 8. Um museu arquitetônico a céu aberto
- 9. La Dolce Vita e il Dolce Far Niente
- 10. A Itália Contemporânea
- Viagens por escrito
1. O Legado do Império Romano
Quando você pisa em Roma, está literalmente caminhando sobre camadas de história. O Império Romano, que dominou grande parte do mundo conhecido por séculos, deixou muito mais que ruínas impressionantes – seu legado está no direito, na língua, na arquitetura e até no traçado das cidades europeias. Quando visitar o Coliseu ou o Fórum Romano, lembre-se: você está onde grandes imperadores governaram e onde decisões que mudaram o mundo foram tomadas.
A sensação, desde que fui pela primeira vez para a cidade lá em 2018, foi exatamente essa: caminhar pela história do mundo. E não estou sendo dramática aqui: é real. O Império Romano mudou, sim, e determinou os rumos de toda a Europa e boa parte do ocidente na época, e isso precisa ser levado em consideração quando você estiver na cidade.
- Leia também: outras máterias do blog sobre Roma
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- Para Roma, com Amor: a origem (e as curiosidades) do Coliseu
Então além de estudar um roteiro por lá, eu sugiro que você dê uma pincelada na história do Império Romano. Sinceramente, é meio difícil estudar direitinho tudo que uma viagem para a Itália exige porque mesmo Roma passou por vários e importantes períodos históricos que não têm relação apenas com a época dos imperadores. De qualquer maneira, você pode ir atrás de filmes e podcasts que podem preencher o seu dia a dia com a sua viagem, deixando tudo ainda mais bacana nessa fase de preparação. Nós já mencionamos aqui, mas gostamos muito do podcast História em Meia Hora, e eles têm um episódio exclusivo sobre o Império Romano, que já pode ajudar você a começar sua imersão.


2. O Renascimento e a Revolução Cultural
Outro assunto que é bacana você se aprofundar é, claro, o Renascimento Italiano. E a temática serve não apenas para visitar a lindíssima Florença, considerada o berço desse movimento (e que já falamos aqui, clica pra ler), mas também para entender melhor esse período que foi responsável por uma revolução completa até no modo de pensar humano.
Aliás, não é só Florença que passou – ou tem resquícios – do que foi o Renascimento Italiano. Um exemplo já bem explorado aqui no blog é a Última Ceia de Leonardo da Vinci (clica aqui para ler como visitá-la), localizada em Milão onde o pintor/artista/engenheiro/cientista/etc viveu por um tempo.

Aliás, Leonardo da Vinci, Michelangelo, e tantos outros foram os expoentes dessa época que destacou não só artistas, mas também cientistas, inventores e uma reorganização das estruturas de pensamento, política e religião. Andar pelas ruas de Florença é como caminhar por esse período da história, que também pode ser vivenciado em outros lugares como na Capela Sistina no Vaticano.
Ou seja, saber sobre o Renascimento Italiano vai ajudar você a conhecer um pouco mais sobre a Itália e sobre um período histórico que foi um dos divisores de água no país – e no mundo. Ainda que você não ligue – ou não tenha tempo – para visitar os museus, vale demais adquirir esse conhecimento.
- Berço do renascimento: o que fazer em Florença na Itália?
- Cenário de filme e livro: Inferno em Florença na Itália
- Leonardo da Vinci na Itália: roteiro completo para conhecer a vida e obra do Gênio do Renascimento


3. O poder da Igreja Católica
E saindo de Florença a gente volta para os arredores de Roma, mas agora para visitar outro país: o Vaticano é um Estado soberano, e a capital do catolicismo no mundo. Sua influência moldou a sociedade na época – e talvez até como vivemos hoje – em muitos aspectos e também foi através dessa influência que hoje conhecemos a arte italiana como ela é, já que a igreja comissionava grande parte dos artistas mais conhecidos.
Conheço algumas pessoas que acabam deixando o Vaticano de lado quando visitam Roma pela primeira vez. Na nossa opinião, vale deixar pelo menos um dia para explorar os Museus do Vaticano e a Basílica de São Pedro com calma, ainda que você não seja católico. Além do turismo religioso, os museus e a Basílica conservam parte importante da arte mundial e, já que você está em Roma, vale se deslocar até o Vaticano e aproveitar a oportunidade de vislumbrar algumas das maiores obras de arte que a humanidade já criou.
Apesar desse post não ser sobre planejamento, deixo aqui minha pitada de conselho-não-solicitado: os Museus do Vaticano têm, junto com o Coliseu, uma das maiores filas de Roma. Não esqueça de adquirir seus ingressos com antecedência para evitar perder tempo em filas ou, pior, não conseguir entrar.
- Compre seus ingressos para os Museus do Vaticano com antecedência e fure-filas
- Leia também: Viajar antes da viagem: filme Dois Papas
- Conheça o Vaticano por dentro antes de visitá-lo com o filme (e o livro) Anjos e Demônios

4. A jovem nação italiana
Esse é um tópico que me surpreendeu muito quando vivi ele na prática. Explico: surpreendentemente, a Itália como país unificado só existe desde 1861. Antes disso, era um mosaico de reinos, repúblicas e estados papais. Esta unificação tardia explica muito sobre as fortes identidades regionais que você encontrará: um veneziano se sente primeiro veneziano, depois italiano. Cada região mantém orgulhosamente suas tradições, dialetos e costumes únicos.
E é real, gente. Em cada cidadezinha que visitamos, em cada região, acaba mudando muita coisa! Desde os pratos típicos, que é a coisa mais rápida de nós turistas notamos, até a língua em si. Não a língua, exatamente, porque eles falam, sim, italiano. Mas além do italiano existem dezenas de dialetos e cada região conserva o seu com muito orgulho. Os costumes também mudam de região para a região, principalmente se você comparar o norte com o sul.
Achei interessante notar isso até mesmo na interação entre eles. Os italianos do norte e os italianos do sul são, sempre italianos, mas diferentes. Hoje menos, mas antigamente era possível ver isso até mesmo nas características físicas – o que sempre deu margem para muito preconceito também, diga-se de passagem.
E quer mais uma curiosidade interessante? Pois então te dou: Giuseppe Garibaldi (o mesmo que lutou aqui no Brasil na Guerra dos Farrapos), saiu daqui e foi para o que hoje chamamos de Itália e foi um dos responsáveis por ajudar a unificá-la. Legal né? Por isso ele é chamado de herói dos dois mundos. Aliás, pode ser que você encontre referências à ele – ou à sua mulher brasileira, Anita Garilbadi, como na foto aqui embaixo – quando estiver passeando pela Itália e agora já sabe o por quê.

5. Geografia da Gastronomia
A culinária italiana é profundamente regional. A autêntica pizza napolitana é muito diferente da que você conhece, o risoto é um orgulho milanês, e a pasta alla carbonara é genuinamente romana. Se você para pra reparar, é super interessante o quanto os italianos defendem a tradição da boa comida, do sentar a mesa, do curtir com calma esse momento.
A geografia da gastronomia é real, e é inclusive motivo de disputa entre eles internamente, quando dizer que a melhor culinária é a de Bolonha ou a de Nápoles, por exemplo. E nós, turistas, ganhamos com isso ao poder desfrutar de cada um dos pratos típicos quando visitamos as diversas cidades. Mas, para isso, faça sua parte: pesquise um pouco sobre a culinária local antes de ir, fuja dos ‘pega-turistas‘, busque por restaurantes típicos. e separe um tempinho para curtir com calma! Cada pedaço vai valer a pena!
A gente já escreveu aqui para o blog um pouco sobre os pratos típicos da Itália e o que comer em um viagem pelo país. Vale conferir!
- Voyajando Gastronomia: a origem e a receita da Pizza napolitana
- Voyajando Gastronomia: a receita e a origem da panna cotta
- Leia também: pratos típicos italianos: o que comer em viagem pela Itália

6. A língua e a comunicação
Uma das coisas que sempre acho legal fazer, e me esforço para fazer, é aprender algumas pequenas expressões na língua do país que estou visitando. Quando fui pela primeira vez à Itália, me arrisquei e distribui alguns buongiorno e grazie mille por ali. E é um ato que considero gentil e uma forma de se aproximar aos locais – e eles geralmente ficam felizes! (que nem a gente fica quando falam obrigado para nós por aqui).
O Google Translate ajuda, claro. E nas grandes cidades eles arranham um inglês e dá para se virar tranquilo. Mas se você quiser se preparar um pouquinho antes, seguem algumas expressões que podem ajudar na sua viagem:
- “Buongiorno” (bom dia)
- “Buonasera” (boa noite)
- “Arrivederci” (até logo)
- “Grazie mille” (muito obrigado)
- “Prego” (de nada/por favor)
- “Per favore” (por favor)
- “Scusi” (com licença/desculpe)
- “Non capisco” (não entendo)
- “Parla inglese?” (fala inglês?)
- “Il conto, per favore” (a conta, por favor)
7. As famílias que moldaram a arte
Os Medici de Florença são o exemplo mais famoso de como poderosas famílias influenciaram a arte italiana. Como mecenas, financiavam artistas e arquitetos, permitindo a criação de obras monumentais. Seus palácios e coleções de arte ainda hoje impressionam visitantes do mundo todo na Galeria Uffizi em Florença.
Mas não foram só eles. Me lembro que visitamos um museu super bonito de Milão, o Poldi Pezzoli, que derivou de uma coleção particular de Gian Giacomo Poldi Pezzoli e de sua mãe. Tanto a casa quanto as obras primas que eles colecionaram ao longo dos anos, vale a visita.
E ao andar pela Itália, vamos encontrando esses exemplos de famílias que moldaram a arte e a cultura do país. Sendo uma região muito antiga – e que antes era toda dividida em mini-reinados – as cidades foram se desenvolvendo com grande influência não só das igrejas mas também dessas famílias de nobres.

8. Um museu arquitetônico a céu aberto
Da grandiosidade romana ao equilíbrio renascentista, passando pelo misticismo gótico e a exuberância barroca, a arquitetura italiana conta uma boa parte da história da civilização ocidental. Em uma única praça, você pode encontrar edifícios de diferentes períodos, cada um contando sua própria história. Me lembro, por exemplo, que na Puglia uma praça enorme e super antiga foi construída POR CIMA de um anfiteatro romano! E por esse motivo, esse anfiteatro jamais poderia ser completamente escavado, já que isso destruiria a praça igualmente centenária e importante. É quase como se tempos históricos disputassem entre si, e isso acaba tornando o país ainda mais interessante.
- O que fazer em Lecce, na região da Puglia na Itália?
- Roteiro Salento na Puglia: 6 lugares para conhecer!
E não tem como falar sobre museu a céu aberto sem citar Florença, Roma e até mesmo Milão – com seu Castelo literalmente no meio da cidade. As cidades foram se formando e crescendo ao longo dos anos e andar pelo país é andar pelas mesmas ruas por onde caminharam grandes figuras históricas como Dante Alighieri, Leonardo da Vinci, Michelangelo e tantos outros. Para quem gosta de história, a Itália definitivamente é um prato cheio.


9. La Dolce Vita e il Dolce Far Niente
Estas expressões – “a vida doce” e “a doçura de não fazer nada” – resumem perfeitamente aspectos importantes da cultura italiana: a arte de aproveitar a vida. Seja no ritual do l’aperitivo, na passeggiata (uma espécie de caminhada) ou simplesmente observando a vida passar de um caffè na piazza, os italianos são mestres em aproveitar os pequenos prazeres da vida.
E isso também posso comprovar. Eles tem um ritmo mais lento de se viver até em Milão, considerada capital econômica. E era muito interessante perceber o quanto eles priorizam as tradições de, por exemplo, começar o dia com um café no bar: pode reparar, a maioria dos cafés estão cheios pela manhã. À tardezinha, depois do expediente, os bares lotam mais uma vez com o “ritual” do aperitivo, e eles se encontram para um happy hour regado a drinks (Aperol Spritz? Negroni?) acompanhados de petiscos que variam de região para região.
Almoços longos e geralmente sentados à mesa – bem diferentes dos quilos rápidos que temos no Brasil – também trazem um pouco dessas filosofias de vida. E isso não é uma generalização. Não quer dizer que todos os dias as italianas que trabalhavam comigo iam a restaurantes, tomavam café da manhã no bar e faziam aperitivo; mas eu posso dizer com tranquilidade que, pelo menos na minha experiência, uma dessas três coisas – ou mais delas – aconteciam pelo menos uma vez por semana.
Isso também quer dizer que, na minha opinião, você pode experimentar essas experiências de viver como um local enquanto estiver passeando pela Itália. Insira pelo menos um desses programas durante os seus dias por ali e curta viver com a calma e a “doçura do não fazer nada“, tão oposto aos nossos dias de correria e excesso de informação da internet. Juro que vale muito o esforço de tentar!

10. A Itália Contemporânea
Além de seu rico passado, a Itália moderna é líder em design, moda e inovação. Marcas como Ferrari, Gucci e Prada são símbolos desta criatividade contemporânea. Já conhecido por combinar funcionalidade e estética, o design italiano continua influenciando o mundo inteiro e símbolo disso são os eventos voltados para o setor, como a Design Week, evento de design que para Milão com as principais novidades no universo do design e da arquitetura, recebendo visitantes do mundo inteiro.
Em paralelo a esse evento, acontece ainda o Fuori Salone, um evento que ganha as ruas de Milão com instalações imersivas gratuitas, envolvendo toda a cidade. Era um dos momentos que eu mais amava estar na cidade e viver cada uma das experiências que marcas do mundo inteiro proporcionavam.
Outros exemplos da Itália Contemporânea, e ainda em Milão, são as partes ‘modernas’ da cidade, como City Life e a Piazza Gae Aulenti, epicentros financeiros e frutos de reconstruções e projetos de revitalização que deram uma cara nova a essas zonas. Esses locais podem ser visitados quando estiver na cidade e valem como contraponto à Itália tradicional que vimos até agora.

E é isso pessoal! Espero muito que tenham gostado de algumas dicas para fazer essa viagem para a Itália pela primeira vez – ou décima vez, não importa. Achei que seria legal saber um pouco a mais sobre o país e, claro, começar a sua viagem antes mesmo de entrar no avião.
Se você gosta de posts desse tipo, nos deixe saber! Quem sabe conseguimos estruturar mais dicas desse tipo sobre a Itália ou sobre outros países? Lembrando que estamos nas redes sociais, ou mesmo aqui no campo de comentários. Vamos amar saber mais sobre a sua viagem! Grazie mille e a presto!
Viagens por escrito
Esse texto faz parte do Viagens Por Escrito, um grupo super bacana de blogs de viagem que se reúnem periodicamente para abordar algum tema específico do universo de viagens e turismo. E nesse mês estamos falando sobre “10 coisas que você precisa saber antes de ir para…”. Se você curtiu a temática, fique por dentro de outras dicas de lugares para conhecer e o que saber antes de embarcar:
Descobrir Viajando – 10 coisas que precisa saber antes de viajar para Marrocos
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