É possível mudar com o seu bichinho de estimação para o exterior?

Durante minha primeira experiência aqui em Dublin, na Irlanda, conheci muitos estrangeiros que acabaram deixando seus bichinhos de estimação com familiares ou amigos para poderem vir estudar ou trabalhar (ou os dois). Entre as principais queixas dessas pessoas estavam, além da saudade, os custos e burocracias envolvidas para trazer o pet junto. Por isso, hoje damos espaço aqui no blog para a influenciadora digital Cristina Maya, nome por trás do Vamu Ver!, que atualmente mora em Portugal. Segundo ela, a palavra-chave para dar tudo certo é planejamento. “É preciso providenciar os documentos de transferência do animal antes mesmo da própria documentação”, conta. “O custo pode ser alto!”.


A pessoa que deseja levar seu pet na mudança para outro país, para a Europa por exemplo, precisa passar por dois processos distintos. O primeiro é o clínico e envolve levar o animal a uma clínica veterinária para colocação de um microchip que vai conter todos os dados do animal e também dos tutores. O segundo passo é providenciar a vacina antirrábica. “Alguns países como o Brasil, infelizmente têm incidência de raiva, que pode ser passada para humanos. Portugal tem um controle muito rígido e é necessária a comprovação da vacinação”, adverte a tutora dos animais.

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Na sequência, o tutor deve providenciar a sorologia antirrábica, exame que vai comprovar que o animal está imune a essa doença. No Brasil, esse procedimento é feito no Núcleo de Pesquisas em Raiva, do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.

Outro procedimento importante é a desparasitação interna e externa para detectar se o animal tem pulgas, carrapatos ou algum problema de pele. “Em Portugal há uma perícia veterinária no aeroporto e se o animal tiver algum problema desses pode ser proibido de entrar no país”, alerta. Uma avaliação de saúde do animal por um veterinário é necessária para que seja emitido um laudo atestando que o bichinho tem boa saúde e está apto a fazer uma viagem aérea. Cristina ainda ressalta que essa perícia veterinária no aeroporto de destino precisa ser agendada com antecedência. Ela ainda salienta que o país só aceita a entrada de cães, gatos e/ou furões. “Não adianta querer trazer cobra, lagarto, peixe, passarinho que esses animais não são aceitos. Uma vez, um inscrito fez uma pergunta inusitada, se podia trazer um galo no avião, eu fiquei sem entender se era uma brincadeira ou se ele tinha a intenção de trazer um frango assado para degustar”.

O segundo processo é o burocrático e envolve contato com dois órgãos públicos. A Vigiagro – Vigilância Agropecuária Internacional, braço do Ministério da Agricultura brasileiro, que vai providenciar o CVI (Certificado Veterinário Internacional), documento de sete laudas com todas as informações sanitárias do animal. E a DGAV – Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, ligada ao Ministério da Agricultura de Portugal, que vai receber essa documentação e analisá-la se está em conformidade com a legislação do país para admissão de animais.



Feito tudo isso é só comprar a passagem e partir para a viagem feliz! Cristina afirma que também é importante verificar com a companhia aérea todos os procedimentos para o transporte do pet. “Há um rigor muito forte também para essa questão de trânsito e transporte internacional de animais de estimação”, alerta.

A influencer destaca que algumas companhias aéreas permitem a viagem do pet na cabine com o tutor, dependendo do tamanho e altura. Atenção também para cães e gatos braquicéfalos, aqueles com o focinho achatado, que não são permitidos em algumas companhias aéreas para voos nem na cabine e nem no porão da aeronave. “Mas, é preciso verificar com antecedência para evitar discussões desnecessárias na hora da viagem. Nossos animais sempre viajaram no porão da aeronave e sempre chegaram bem e vivos. Já viajei com eles do Brasil para os Estados Unidos, ida e volta e também já usamos os serviços de uma empresa aduaneira, pois há a possibilidade de os animais voarem sozinhos, todavia há de contratar uma empresa para esse fim, que não é um processo barato…”, afirma.

Outra questão que Cristina aponta é a quantidade de animais que serão levados na viagem. Ela mesma levou cinco pets, três gatos e duas cadelas. Mas não foi informada pela companhia aérea que não poderia levar todos no mesmo voo. “Eu e meu marido tivemos que correr para o aeroporto comprar passagens separadas. Eu vim com os três gatos e as malas e ele chegou no dia seguinte com as nossas duas cadelas. É muito estresse, pois essas surpresas nada agradáveis podem acontecer, mesmo a gente planejando tudo tim-tim por tim-tim.”

A vida no exterior com o pet

Cristina Maya conta que Portugal é um país de contrastes em relação à criação de animais de estimação. Nos centros urbanos, assim como no Brasil, há pet shops que oferecem serviços inclusive em domicílio para banho e tratamento estético. E os pets são criados dentro de casa. Já em algumas zonas rurais, o cão, por exemplo, é tratado como guarda-costas da casa e fica do lado de fora passando frio numa casinha ou então deitado no chão. “Se morreu, troca, compra ou arruma outro”, lamenta.

Em relação aos tratamentos veterinários, Cristina adverte que é preciso ter uma boa reserva financeira para imprevistos pois, ao contrário do Brasil, os procedimentos não podem ser parcelados no cartão de crédito. “Um de nossos gatos teve de ser castrado e também sofreu uma intervenção cirúrgica na uretra por conta de um problema renal e de uma hora para outra gastamos mais de 5 mil reais, semanas antes de virmos para Portugal. Se tivéssemos de fazer o procedimento aqui, teríamos de pagar o procedimento inteiro na fatura”, relata.

Na opinião de Cristina, mesmo sendo alto, vale o investimento. “São nossos ‘filhos’, serão crianças eternas até a hora da morte. Estou sempre engajada pelo bem-estar animal e procuro sempre ajudar os tutores para que também consigam realizar o sonho de virem para cá e trazerem seus bichinhos de estimação. Somos felizes e faríamos tudo novamente, se possível fosse!”, finaliza.


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