Roteiro Transilvânia na Romênia; Visitamos o Castelo do Drácula

Depois de detalhar o nosso roteiro de viagem por Bucareste, capital da Romênia, chegou a hora de destrinchar tudo o que fizemos no nosso segundo dia passeando pelo país. Isso porque deixamos um dia inteiro para um bate-volta para a Transilvânia e assim visitar o Castelo do Dráculaou conhecido dessa forma – e mais um castelo, o Peles, localizados nessa região.

Para otimizar esse segundo dia de passeios pela Romênia, nós alugamos um carro que nos deu a liberdade de girar pela Transilvânia sem muitas preocupações. Por esse motivo, eu não sei se é possível fazer o mesmo roteiro sem alugar um carro, já que não dormimos na região e voltamos para Bucareste à noite. Isso significa que foi um dia inteiro dirigindo e visitando castelos, mas que no fim acabou compensando porque nossas coisas já estavam em Bucareste e porque havíamos pouco tempo no país.

Tudo isso para dizer que: se você tem mais tempo que nós, talvez compense estruturar o seu roteiro para conhecer a região – e o país – com mais calma, de repente até dormindo em uma das cidadezinhas (a mais estruturada é Brasov), e assim aproveitando um pouco mais. Se você tem pouco tempo como nós, vem com a gente que eu te conto como foi esse dia de giro pelo país.

Divagações – ao meu ver necessárias – à parte, vamos para o nosso roteiro de castelos na Transilvânia, um dos dias mais especiais dessa viagem!

Castelo do Drácula na Romênia

Sobre a Transilvânia

A Transilvânia é uma região montanhosa e cheia de histórias, localizada no coração da Romênia. Sua origem remonta a milhares de anos, pois já foi habitada por diferentes povos que incluem celtas, romanos, otomanos e muitos outros. Além das diferentes invasões e migrações que a região sofreu, e cada pedaço dessa história contribui para o que essa região é hoje para a Romênia.

No tour guiado que fizemos por Bucareste, a guia nos contou também algumas histórias sobre essa região e inclusive sobre a disputa que se estendeu durante anos e anos com a Hungria para o controle da Transilvânia. Depois da Primeira Guerra Mundial, a região foi unida ao Reino da Romênia.



Como chegar à Transilvânia?

Como adiantei ali em cima, fomos de carro. As estradas eram boas mas a Transilvânia é uma região inteira, isso significa que é grande. Nossa primeira parada foi – depois de uma pausa rápida para um café – o Bran Castle (o tal castelo do Drácula). Para tal, percorremos aproximadamente 190km em pouco mais de duas horas e meia saindo de Bucareste.

As estradas são boas e fomos em um ritmo tranquilo admirando a paisagem montanhosa. Se você vai diretamente para a Transilvânia sem passar por Bucareste, existe também a possibilidade de chegar à região de avião, usando o Aeroporto Internacional de Cluj-Napoca ou o Aeroporto Internacional de Sibiu.

Outras possibilidades caso você prefira não alugar um carro é viajar de ônibus ou trem, saindo de outras cidades romenas. Tudo, claro, vai depender de quais as cidades escolhidas para visitar e como vai ser montado o seu roteiro. Você pode ter em mente a cidade de Brasov, uma das mais estruturadas da região, para pensar no seu roteiro de como chegar.

E por fim, deixo aqui também como opção uma excursão de um dia saindo de Bucareste e conhecendo os dois castelos que vimos aqui. Comprando por esse link afiliado, você nos ajuda a crescer sem pagar nada a mais por isso.


Nosso roteiro pela Transilvânia

Aqui vou só contar como foi a nossa experiência nesse dia. Se você quiser, pule direto para os tópicos relacionados a cada um dos castelos e seja feliz! Eles estão logo aqui na sequência.

Nossa experiência começou bem cedinho, ainda em Bucareste, quando pegamos a estrada e seguimos para o Castelo de Branvulgo Castelo do Drácula. Foram percorridos aproximadamente 200km ou 3h20 de carro até o castelo. A viagem foi tranquila e usamos o Waze como navegador.

Chegamos no Castelo de Bran e fizemos a visita pela manhã. Estava lo-ta-do. Estamos falando de um sábado de inverno, em março de 2023. Mesmo assim, a impressão que tivemos é que muitas escolas escolheram aquele dia para visitar o castelo junto conosco hahahah. A experiência é a mesma de visitar um castelo medieval. A gente brinca que brasileiro adora um castelo (inclusive fizemos uma viagem só para eles na Itália, leia aqui ou assista aqui), e nós adoramos. Tem a ver com o Drácula? Não. E isso eu explico ali embaixo. Mas a experiência foi legal da mesma forma – apesar de umas flores aleatórias que colocaram aqui e ali hahaha.

Depois, fomos almoçar em Brasov e foi depois desse almoço que a coisa no roteiro degringolou um pouco hahaha. Não deu tempo de conhecer a cidade, por isso não vou incluí-la aqui nesse relato.

Nossa próxima visita era ao Castelo de Peles e o único problema dessa visita ao castelo foi.. chegar nele. Como em casa de ferreiro o espeto é de pau, nós acabamos tendo um almoço mais longo do que o previsto e, infelizmente, atrasamos. Somado à isso, tem a questão das estradas cheias de curva e o fato do GPS não ser exatamente preciso nessa parte, já que existem as curvas e você simplesmente não consegue ir ao máximo da velocidade permitida na estrada – EU pelo menos, que estava dirigindo, escolhi ser mais prudente.

Bom resumindo, a gente chegou em cima da hora no estacionamento por um milagre. E aí mais surpresas: o estacionamento era longe da entrada do castelo. Subimos correndo um morro gigantesco, chegamos esbaforidos e atrasados. Abriram uma exceção para nós e entramos um pouco antes do castelo fechar naquele dia. Então pudemos conhecer o castelo por dentro, no entanto, correndo também ali. Um pecado, porque foi o castelo que mais gostei. Cheio de detalhes para serem admirados com calma e, enfim, não deu.

Mesmo assim ficamos felizes de poder ter entrado de qualquer forma. E aqui vem a dica: chegue com antecedência, aproveite para subir com calma admirando o castelo de longe, conheça os entornos do castelo, os jardins, o cafezinho que tem ali perto. Desfrute do que não desfrutamos porque, na nossa opinião, o Peles merece uma atenção maior do que ele tem – até em comparação ao falso Castelo do Drácula.

Finalizando nossa corrida visita ao Peles, pegamos estrada e voltamos para Bucareste, chegando na cidade já à noite. E assim foi nosso dia pela Transilvânia que, repito, acredito realmente que merece um tempo maior que, infelizmente, não tínhamos para dar.

Nossa viagem de um dia pela Transilvânia

Ainda assim, fico feliz de ter conhecido um pouco apenas nesse dia. Se sua próxima pergunta é: vale a pena ir para a Transilvânia ainda que eu também não tenha muito tempo? Eu diria que sim, vale. Conseguimos, de qualquer maneira, ver duas atrações importantes da região apesar de ser um pouco cansativo. Eu talvez encurtaria ou não faria a pausa em Brasov, que acabou nos atrapalhando um pouco. Mas isso é escolha de roteiro. A dica é: fique de olho nos horários e considere os deslocamentos para seu planejamento.

E se você me acompanhou até aqui, obrigada voyajante. Agora vamos destrinchar cada um dos pontos turísticos!


Castelo do Drácula na Romênia – o Castelo de Bran

Bom, saindo de Bucareste cedinho, partimos para a nossa primeira parada: o Castelo do Drácula. E a maior loucura sobre esse Castelo do Drácula é que… ele não é do drácula. Hahahaha. E tem outra: a pessoa em que a história foi inspirada, nem reinava ali e talvez nunca tenha colocado os pés no local. Loucura né? E nem começou a lista de coisas loucas. Mas eu vou contar tudo para você. Vem comigo que ‘cê brilha!

Primeiro vamos falar do castelo. Chamado carinhosamente de Castelo do Drácula para atrair nós, turistas, o castelo na real se chama Castelo de Bran. Ele foi construído no século XIII, e antes era uma fortaleza de uma antiga ordem militar católica. Ele ganhou esse estilo gótico no século XIX e está localizado na região da Transilvânia, na Romênia. Só mais tarde, então, o castelo foi associado ao personagem fictício do romance de 1897, Conde Drácula, criado pelo escritor irlandês Bram Stoker.

O autor, aliás, nunca pisou no Castelo de Bran. Curioso né? Ele só usou a descrição do castelo e se interessou pelas lendas sobrenaturais de vampiros que já existiam na região histórica da Transilvânia para se inspirar e criar o romance conhecido mundialmente. Eu acho engraçado que ninguém pisou lá e nós é que vamos visitá-lo depois hahahahaha.

Mas, até aí, tudo bem, né? Sabemos de onde o autor tirou a ideia para o cenário onde a história acontece. Agora, vamos falar sobre a pessoa que inspirou o Conde Drácula. Sim, essa pessoa existiu e se chama Vlad III, conhecido Vlad Drácula, o Empalador.

Bom, o nosso Vlad III era filho do Vlad II Dracul, que era um membro da Ordem do Dragão, uma ordem militar cristã que lutava contra os turcos otomanos. Então Vlad Dracula significa “filho do dragão”. E nosso filho do dragão aqui assumiu o trono da Valáquia – outra região da atual Romênia – em 1456, quando seu pai foi assassinado.

Sim, as coisas eram bem “tranquilas” naquela época. Mas vai piorar. O Vlad III é conhecido como o Empalador. Ele ganhou fama porque empalava prisioneiros em suas fronteiras e realizava ataques surpresas, tudo para defender o seu território na luta contra os turcos – além da rivalidade com os vizinhos, a Hungria e a Moldávia.

A verdade então é que ele era governante da região da Valáquia durante o século XV e ficou conhecido por ser esse governante implacável e sanguinário. Usava a tortura e o empalamento* como forma de manter o controle sobre a população e inimigos. Essa fama rodou a Europa e inspirou, se assim podemos dizer, alguns escritores da época, entre eles o irlandês Bram Stoker, que escreveu sobre o Conde Drácula mais tarde, em 1897.

*Se você quer saber o que é empalamento, leia esse parágrafo: para matar seus inimigos, Vlad usava o empalamento, que é pegar uma estaca de madeira de três metros de altura e introduzir em posição vertical no ânus do inimigo, enquanto assistia a pessoa deslizar lentamente pela estaca até morrer. Isso poderia levar horas e até dias.

Uma coisa que temos a falar sobre a história é que ela – e as figuras que escrevem a história – geralmente são controvérsias. E esse é o caso do Vlad Drácula. E por que estou dizendo isso? Porque se a gente pudesse “entrevistar” um romeno da época, provavelmente ele falaria do governante como um grande herói nacional que lutou pela liberdade do seu país contra os invasores. A história diferente, do brutal e empiedoso Vlad, foi contada pelos seus inimigos, provavelmente os turcos, que fizeram sua fama cruel se espalhar.

Toda essa volta para falar que hoje, além da sua fama enorme por causa do personagem fictício, o castelo então é um museu que nós visitamos durante a nossa estadia na Romênia. O museu, que não tem referências ao Drácula e também – sinceridades – não é tão incrível quanto o nosso próximo castelo aqui embaixo, exibe artefatos históricos associados à história do castelo e da região da Transilvânia.

Bom. E se o Vlad Dracula provavelmente nunca pisou no Castelo de Bran, onde ele vivia? Vivia a cerca de 125km dali, em um vilarejo chamado Arefu. Ali existe uma Fortaleza que servia como ponto estratégico e militar para defender o reino dos inimigos otomanos.


Castelo Peles

Descobrimos o Castelo Peles “por acaso”. Sinceramente, não sabíamos que é simplesmente um dos castelos mais famosos da Romênia e a descoberta veio quando estávamos procurando tours e excursões que saíam de Bucareste e nos levariam ao Castelo do Dráculaque não se chama assim, mas isso é uma discussão que já abordamos por aqui.

Pois bem, falei que ele é o mais famoso e também tenho que contar que foi construído entre 1873 e 1914, ou seja, mais de 40 anos de construção. Isso aconteceu durante o reinado de Carol I, que queria uma residência de verão na cidade chamada de Sinaia. O local foi escolhido principalmente pela sua vista para as montanhas e porque a região era facilmente acessível tanto de trem quanto pela estrada.

E gente… ele é lindo! Eu já tinha visitado muitos – muitos – castelos em uma viagem que fiz para o Valle D’Aosta na Itália (leia aqui), mas esse é bem diferente daqueles que visitamos já que ele ainda é mobiliado (!). Isso muda bastante a percepção e o entendimento de como as pessoas viviam ali. Além da decoração interna, que é um capítulo a parte, já que é toda feita de madeira esculpida, tem tapeçarias únicas e vitrais que deixam tudo mais colorido.

O projeto foi assinado por um arquiteto alemão e, no fim, o castelo ficou pronto só depois da morte do rei Carol I. A arquitetura do local é chamada de neorromânica e une a estética renascentista com a barroca.

Outra curiosidade interessante é que o Castelo Peles foi também usado durante a Segunda Guerra Mundial, já que os nazistas fizeram ali um quartel-general. Mais tarde, durante o período comunista que citamos no post de Bucareste, ele foi transformado em patrimônio nacional e em museu.

Como contei ali em cima, a visita foi muito corrida. Mas valeu demais e a gente super recomenda que você também explore esse castelo na sua visita à Transilvânia.


E assim acaba nosso roteiro e relato sobre nosso bate-volta pela Transilvânia saindo de Bucareste. Espero muito que você tenha gostado e em breve a gente se fala de mais algum lugar do mundo que saímos para explorar. Não esquece de nos seguir nas redes sociais onde a gente mostra tudo o que vivemos nas viagens quase em tempo real; se inscreve também, purfavorzinho, no nosso canal do YouTube onde mostramos as viagens no detalhe em vlogs longos, a gente sabe, mas recheados de conteúdo.


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