O Voyajando Gastronomia de hoje fala da origem do nhoque, ou gnocchi, um dos meus pratos preferidos da cozinha italiana. Muito mais pela memória afetiva do que pelo sabor, vale dizer. Quando minha mãe decidia fazer o prato para o almoço de domingo, a cozinha virava – uma grande névoa branca por causa da farinha envolvida, quer dizer – uma linha de produção com ela na massa, a @jenifercarpani fazendo os rolinhos e cortando os quadradinho, e euzinha na frente do fogão “pescando” as bolotinhas que boiavam na água fervente quando prontas. Caçula, né, ficava com as funções com menos chances de dar errado, hahahaha.
origem do nhoque
Enfim, voltando. Embora seja um dos pratos mais aclamados da culinária italiana, o nhoque tem origem humilde. Reza a lenda que ele tenha sido criado durante o século XVII, um período de escassez de alimentos no país. Mas ao contrário do que acontecia na cozinha lá de casa, não havia tanta farinha envolvida, já que esta era um insumo que faltava nas casas dos mais pobres. As mammas e as nonnas usaram como base da criação do primeiro gnocchi o pão velho misturado com um punhadinho de semolina e água. E voilà! Quer dizer: ecco! A batata foi envolvida na receita, ao que tudo indica, ainda no mesmo século. Vale lembrar que o tubérculo não é nativo do velho continente e que foram os espanhóis que trouxeram das suas colônias e introduziram o seu cultivo no século XVI.
Mas, há quem diga que o nhoque é uma criação muito mais antiga, que surgiu lá no Império Romano e era feito com semolina e ovos. Era um prato barato, fácil de fazer e de “sustância”, por isso, se popularizou acompanhando a marcha das tropas romanas. Quem é a mãe ou o pai da criatura, ninguém sabe. Esses pratos reconhecidos mundialmente e adorados sempre possuem essa disputa de maternidade ou paternidade. Mas o nhoque de batata propriamente dito é, seguramente, do norte da Itália, mais especificamente da região da Lombardia, onde o clima frio favoreceu o plantio do ingrediente.
E o nhoque da fortuna?
Tanto faz o nome: nhoque da fortuna ou nhoque da sorte. Uma coisa é certa: ele é celebrado no dia 29 de cada mês. A história é que São Pantaleão estava disfarçado de andarilho e perambulava o território italiano até bater na casa de uma família humilde e pedir comida. Não houve hesitação, ele foi convidado para comer e o prato do dia era o nhoque. Ao dividir a refeição entre todos, cada um – incluindo o santo – ganhou sete bolinhas de massa. Após partir, a família descobriu que São Pantaleão deixou várias moedas de ouro embaixo da louça como agradecimento. E a simpatia é: todo dia 29, colocar uma nota de qualquer valor embaixo do prato e comer as sete primeiras massinhas de pé, mentalizando seus desejos e manifestações.
Aprenda a fazer o seu Nhoque
Agora é minha deixa porque, quem me conhece sabe (bordão de BBB, eu sei), eu sou um zero à esquerda na cozinha. Mas, ao invés do tradicional nhoque de batatas, a receita do dia aqui do Voyajando Gastronomia será Nhoque de Mandioquinha (rendimento quatro porções) da chef Carolina Perez, do Chef Aprendiz, um projeto de desenvolvimento humano e inserção social que usa a gastronomia como a principal ferramenta para capacitar jovens em situação de vulnerabilidade social para conseguirem seu primeiro emprego em cozinhas de estabelecimentos parceiros. Incrível, né?
Nhoque de Mandioquinha com Molho Pesto
Ingredientes:
Para o Nhoque
– 1,5 kg de mandioquinha (batata-baroa)
– 2 gemas
– 1 ¼ de xícara (chá) de farinha de trigo
*Reservar mais um pouco de farinha de trigo para polvilhar a bancada.
Para o Molho Pesto
– 2 xícaras (chá) de manjericão
– ½ xícara (chá) de castanhas (pode ser de caju, do Pará, ou nozes)
– 100 gramas de queijo parmesão ralado
– 2 dentes de alho
– 2 xícaras (chá) de azeite
– Sal a gosto
Modo de Preparo:
Nhoque
– Higienizar, descascar e cortar as mandioquinhas em pedaços.
– Em seguida, coloque em uma panela e cubra com água. Leve ao fogo alto. Assim que ferver, diminua o fogo e deixe cozinhar por mais ou menos 30 minutos, até ficarem macias.
– Escorrer bem a água das mandioquinhas utilizando uma peneira. Depois de escorrida e secas, passe os pedaços da mandioquinha, ainda quentes, por um espremedor de batatas e tempere com o sal.
– Acrescente ¼ de xícara (chá) da farinha de trigo e misture bem. Adicione as gemas e amasse bem. Junte o restante da farinha aos poucos, até dar ponto. O ponto correto da massa é quando ao modelar uma bolinha ela não grude nas mãos. A quantidade de farinha de trigo utilizada na receita pode variar – evite adicionar em excesso, pois a massa ainda vai absorver farinha na hora de modelar.
Para a modelagem
– Polvilhe a bancada com farinha de trigo. Retire uma porção de massa e, com as mãos, faça rolinhos de cerca de 1 cm de diâmetro. Com uma faca corte os rolinhos a cada 2 cm.
– Transfira os nhoques para uma assadeira grande polvilhada com farinha e reserve
– Leve uma panela grande com água ao fogo alto. Unte uma assadeira com óleo. Assim que a água ferver, adicione 1 colher (sopa) de sal
– Com uma escumadeira, mergulhe cerca de 10 nhoques por vez na água fervente. Deixe cozinhar até subirem à superfície.
– Retire os nhoques, escorrendo bem a água pela escumadeira e transfira para a assadeira untada com óleo. Repita o procedimento até que todos os nhoques estejam cozidos. Reserve.
Sirva molho pesto e lascas de queijo parmesão a gosto.
Molho Pesto
– Lave e seque bem as folhas de manjericão
– Descasque os dentes de alho.
– Utilizando um processador de alimentos (mixer ou liquidificador) bata primeiro o azeite com as castanhas, os dentes de alho e o queijo parmesão até triturar. Junte as folhas de manjericão e bata novamente até formar um molho
– Acerte o sal e finalize.
Bônus: dica para congelar o Nhoque
Distribua os nhoques ainda crus em uma assadeira e leve ao congelador. Assim que endurecer, transfira para um saco plástico e mantenha no congelador por até 3 meses. Na hora de usar, é do congelador para a panela: basta mergulhar em água fervente com sal.
Bônus 2: dica para armazenar o Molho Pesto
Transfira o molho para um pote com fechamento hermético e cubra com uma camada de azeite – assim o manjericão não oxida. A receita pode ser armazenada na geladeira por até 30 dias.
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