Viajar sozinha é uma experiência que deve ser única. De autoconhecimento, de liberdade e de autonomia. Nós por aqui ainda não nos aventuramos em uma viagem solo, mas algumas amigas já buscaram esse tipo de experiência e amaram. Por isso, quando a Polly Marques, jornalista da tv Brasil e criadora do Viaja, Gorda, nos contou sobre o documentário “Vai Sozinha?”, que irá ao ar hoje (domingo), dia 21 de março, às 20h na TV Brasil, nós amamos tanto que viemos aqui contar para vocês como sugestão do Turistando na Quarentena de hoje (para ler os demais conteúdos do turistando, clica aqui). Falar sobre a história de mulheres que viajam sozinhas é sempre uma maneira de nos inspirar a romper barreiras e criar coragem para, quem sabe um dia, fazer o mesmo, né? E o documentário fala disso também. Bora saber mais então!
“Eu estava mais preocupada em ler livros e viajava através da literatura. Em algum momento eu percebi que conheceria melhor os livros que eu lia se eu fosse conhecer os lugares onde eles tinham sido escritos, onde as histórias se passavam. Foi mais ou menos o que eu fui fazer a Transiberiana com a Olívia com dois anos de idade.” Cada uma tem a sua motivação, mas assim como a professora Gabriela Antunes, que fez um percurso de 41 dias sozinha com sua filha, atravessando a Rússia, o que muitas mulheres querem é ultrapassar as barreiras do lar e expandir seus horizontes viajando. E o Caminhos da Reportagem dessa semana vai contar a história de algumas dessas mulheres.
A assistente social aposentada Jô Feitosa, 62 anos, é uma delas. Depois de três décadas dedicadas ao trabalho no sistema penal do Ceará e cuidando sozinha dos filhos, decidiu ganhar mundo. Já visitou 47 países e fez amigos por onde passou “É maravilhoso você ter essa idade. Eu ganho muito respeito. Eu acho que tem muita gente que olha pra mim e talvez goste da minha estampa. Talvez o meu índice de simpatia seja alto.”. Ela conta que tinha medo de sofrer preconceito pela idade e por ser uma mulher negra, mas que até agora isso não aconteceu.
Beatriz Caixeta também é uma mulher negra e gorda e que decidiu viajar após a morte do pai. Para ela, uma das fórmulas da viagem solo ser um sucesso é focar no planejamento e na segurança. “Mesmo saindo à noite, indo para a balada eu sempre me preocupo muito com a segurança. Então, se eu vou pegar um Uber para um lugar mais longe eu tenho um contato de segurança, que no caso é minha sobrinha. Aí nas viagens ela fica recebendo mensagem a torto e a direito”.
Além delas ouvimos as histórias de Fernanda e Noelma, um casal que está construindo seu próprio motorhome para ir do Ushuaia ao Alasca. Conhecemos Ana Flávia que já percorreu 86 países e atravessou o Saara em cima de um trem de carga. Batemos um papo com Mellina que viaja acompanhada de Hilary, sua cão-guia. E descobrimos o que levou Nathaly a abrir uma agência de viagens focada em atender mulheres
Participam também deste episódio a historiadora Thaís Carneiro, que nos lembra que hoje comprar uma passagem e sair por aí é algo normal, mas que nem sempre foi assim. “A gente não para pra pensar que isso não é natural, que isso é uma conquista, que foi uma conquista de movimento popular, que foi o movimento feminista. No Brasil a gente só teve acesso à viagem sem autorização do marido, do pai, na década de 60, em 1963”. E conversamos também com a psicóloga e pesquisadora da USP, Mariana Afonso, que fala como esse movimento das mulheres buscarem mais espaço também viajando é reforçado pela conexão que acabam fazendo com elas mesmas, num espaço com menos julgamentos e menos tarefas designadas a elas.
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