Essa viagem foi tão divisor de águas que a verdade é que nem sei como começar esse texto sobre o que fazer na Turquia. Foram 7 dias imersos em uma explosão de cores, sabores, cheiros, sensações e muita, muita história – e outros 7 dias em Bodrum aproveitando a praia. O país me surpreendeu de várias maneiras e eu espero que, através dos textos aqui no blog, a gente possa inspirar você a também aproveitar ao máximo esse país repleto de cultura, que mistura um pouco do ocidente com o oriente de uma maneira muito única.
- Veja tudo que já saiu sobre a Turquia aqui no blog
- Leia mais: Como é o passeio de Balão na Capadócia?
Para contextualizar, essa viagem foi feita em agosto de 2022. Nós compramos um pacote já fechado com voos, hospedagem, deslocamentos internos e alguns passeios. Ou seja, o roteiro estava já decidido. Nossa única função era estar no dia e horário combinados no aeroporto de partida em Milão – de onde saímos – e a partir dali tudo foi planejado pela própria agência.
E daí? E daí que muitas das cidades aqui não foram escolhas nossas – e nos surpreenderam mesmo assim. Por isso vou citar nesse texto o que fizemos em cada um dos dias, e depois vamos explorar post a post as cidades principais como Istambul e também a região da Capadócia (que aliás já até foi publicada aqui no blog, dá uma olhadinha lá).
Se você pretende ir à Turquia por conta própria, esse texto também é para você. A ideia é explicarmos ao longo da matéria os motivos pelos quais você poderia – ou não – colocar cada um dos destinos que citei aqui embaixo no seu roteiro e você pode ver se faz sentido para você.
Outra coisa: fizemos praticamente toda a viagem de ônibus. Então pode ser, também, uma ótima opção de Road Trip se você estiver disposto a dirigir por muitos e muitos quilômetros. Então vem comigo!
O que fazer na Turquia?
Foram aproximadamente duas semanas de descobertas por esse país cheio de riquezas e heranças culturais, históricas, artísticas e até gastronômicas. E hoje vamos falar de alguns pontos pelos quais passamos na nossa viagem e que podem, talvez, inspirar você a conhecer um pouco mais da Turquia.
No menu aqui embaixo você consegue ter um panorama geral dos lugares que visitamos e, além disso, pode optar por ir diretamente para cada um dos tópicos. Escrevi o roteiro na ordem cronológica que vivemos
- O que fazer na Turquia?
- 2 dias em Istambul
- Conhecendo a capital: Ancara
- Uma parada estratégica: Lago de Sal Tuz
- Beleza inexplicável: 2 dias na Capadócia
- Cultura e religião: Konya
- Um castelo de algodão em Pamukkale
- Descanso e praia em Bodrum
- Onde compramos nosso pacote de viagem para a Turquia?
- Indicação Bônus – História em Meia Hora
2 dias em Istambul
Istambul, claro, merece um post à parte e virá em breve (assim espero, torça por mim!). Afinal, o lugar foi nada mais nada menos conhecida como a antiga Constantinopla e a, mais antiga ainda, cidade de Bizancio. Vamos pensar que sua importância para o antigo Império Romano era quase que equivalente à importância de Roma. E toda essa história já não caberia em um post dentro de um blog de viagem, muito menos então em um tópico de roteiro como esse aqui.
E falando do roteiro, a cidade foi também nossa porta de entrada para o país, e é muito provável que seja a sua. Para você se situar no que fizemos por lá: nós chegamos no primeiro dia à tardezinha/noite e passamos dois dias inteiros por ali, indo embora no quarto dia de manhãzinha.
Os detalhes virão, então, no post mais completo. Mas só para você ter já em mãos, nos foram propostas duas excursões pagas à parte na cidade, A do primeiro dia incluiu o centro histórico, a visita ao antigo hipódromo, a Mesquita Azul, a Igreja de Santa Sofia, um passeio de barco pelo Bósforo, a visita às cisternas romanas subterrâneas e o mercado egípcio de especiarias.
Já o segundo dia nos levou para a Igreja de São Salvador, com mosaicos dourados e arte bizantina. Visitamos também uma das maiores mesquitas de Istambul, a Mesquita de Süleymaniye, o Palácio Imperial de Topkapi e o magnífico Grande Bazar.
Além disso, no segundo dia à noite, resolvemos explorar o centrinho movimentado da cidade, que fica na região da Torre Gálata. Esse passeio nós fizemos por conta, e foi bem legal ver um pouco mais da vida local (agitadíssima) e jantar em um restaurante bem típico, no qual tivemos que nos comunicar por mímicas hahaha.
Conhecendo a capital: Ancara
No nosso quarto dia, então, foi o dia de nos despedirmos – com pesar – de Istambul e seguir viagem de ônibus até o nosso próximo destino. E não era tão pertinho não: 425km nos separavam de Ancara que é, para quem não sabe, a capital da Turquia.
Foi uma manhã toda de viagem e chegamos à Ancara para o almoço, que já estava reservado pela agência de viagens. Depois de almoçarmos, fomos direto para o Mausoléu de Ataturk, o fundador da República da Turquia e, ainda, no mesmo dia passamos pelo Museu Hititas, um museu que conta a história da civilização hititas, uma das mais importantes da idade do bronze.
Foi apenas uma noite em Ancara, mas deu para aproveitar bem os dois pontos turísticos ali em cima. Como estávamos super cansados da viagem, voltamos para o hotel para jantar e descansar porque no outro dia tinha mais um tanto de estrada pela frente.
Uma parada estratégica: Lago de Sal Tuz
No dia seguinte seguimos viagem por cerca de 330km para a Capadócia, um dos destinos mais aguardados por mim. No meio do caminho, no entanto, tivemos uma baita surpresa (e digo surpresa porque em casa de ferro o espeto é de pau e eu não tinha estudado o roteiro antes hahaha): uma paisagem branca branca, e o segundo maior lago de sal do mundo.
Estamos no Lago Tuz, que significa lago de sal em turco, e fica localizado a aproximadamente 150km de Ancara. É uma paisagem muito impressionante e a quantidade de sal é tão grande, que fica tudo branco. Tudo branco mas não inóspito: a fauna e a flora por ali são únicas e objetos de estudo de cientistas do mundo todo. É também uma área que possui depósitos de sal, nascentes de água salgada e aves aquáticas como flamingos, pelicanos e gaivotas – inclusive existem espécies que se reproduzem ali.
Dizem que é possível até flutuar nas águas facilmente, por causa da grande concentração de sal ali – como no Mar Morto – mas eu na realidade não vi lugares para banho, e olha que caminhamos bastante por ali. Mas talvez seja só porque o período que fomos tudo estava mais seco. Outra curiosidade é que a produção de sal ali é real, em áreas de grande evaporação, o sal é coletado e processado.
Eu simplesmente amei a experiência apesar de ter ficado pouquíssimo tempo por ali – afinal era só uma parada do ônibus que deveria seguir viagem para a Capadócia. Se você estiver, então, em uma Road Trip, vale muito colocar esse Lago de Sal no seu roteiro e ter uma experiência diferente na sua viagem para o interior do país.
Beleza inexplicável: 2 dias na Capadócia
E aí, chegamos na Capadócia. E se tem um lugar que parece ter saído de um cenário de filme de puro encantamento, esse lugar é aqui. Uma das paisagens mais incríveis que já vi e fiquei tão, mas tão encantada, que queimei a largada e já falei dela há algum tempinho aqui no blog. Sim, a região famosa mundialmente apareceu não só uma, mas duas vezes aqui no blog muito antes do lançamento dessa série completa sobre o país, e você pode conferir tudo aqui.
Para resumir brevemente o que já trouxemos aqui no blog, foram duas noites na Capadócia. Por ali, tivemos a oportunidade de não só viver esse sonho que foi andar de balão como também conhecer lugares inacreditáveis e até mesmo andar em uma cidade subterrânea. Vale muito a experiência – ainda que fique longe de Istambul. Se você for até lá, depois me conta.
- Como é o passeio de Balão na Capadócia?
- Além dos balões: o que mais fazer na Capadócia? Roteiro completo
Depois do passeio de balão, afinal o dia tinha apenas começado, nós tivemos o dia todo dedicado à essa região absurdamente linda. Começamos visitando Goreme, um museu a céu aberto, que é Patrimônio Histórico da UNESCO e uma das principais atrações da Capadócia além dos balões. Por ali existem várias igrejas com arte bizantina, mas o que mais adoramos mesmo foi passear por ali e poder admirar a paisagem criada por séculos de trabalho da água, do vento, das condições climáticas e, claro, das escavações do homem.
Claro que a descrição completa está no post da Capadócia. Nesse dia, também almoçamos comida típica em uma experiência muito bacana, dentro de uma caverna e seguimos para o passeio da tarde que foi visitar Ozkonah, um complexo de refúgio subterrâneo conhecido como a Cidade Subterrânea, onde as pessoas se escondiam dos perigos lá de fora, como animais e principalmente inimigos e também das condições climáticas severas. É um enorme labirinto subterrâneo e, como salientei na matéria, por favor, não entre ali sozinho (sem guia).
Por fim, também nesse dia – acordamos muito cedo então ele rendeu – nos levaram para ver duas lojas: uma de fabricação de joias de ouro e prata e outra de tapetes, onde nos apresentaram como é fabricado o tapete turco.
Cultura e religião: Konya
O dia seguinte era seguir rumo à Pamukkale, outro lugar que nunca tinha ouvido falar antes dessa viagem, mas que eu não sei explicar o quanto que eu amei. Mas first things first: saimos da Cappadocia, primeiramente, rumo à Konya, que vale ressaltar aqui a parada caso você esteja em uma road trip também.
Nossa primeira parada, na realidade, foi antes de Konya. Nós conhecemos no caminho uma espécie de hospedaria do século XIII, super bem conservada, onde as caravanas que iam ao Oriente – e voltavam de lá – se hospedavam.
Depois dessa breve parada, seguimos até Konya e lá pudemos aprender um pouco mais sobre o movimento dos Dervixes. É um movimento dos seguidores da ordem Sufi chamada Mevlevi, que foi fundada pelo poeta islâmico Jalal ad-Din Muhammad Rumi.
Os dervixes giratórios são membros dessa ordem, e fazem uma espécie de dança em espiral conhecida como Sema. Eu não conhecia esse movimento antes de ir à Turquia, e achei super interessante descobrir um pouco mais sobre quando cheguei à Konya. Na cidade existe o Centro Cultural de Mevlana, que visitamos, e lá dentro o Mausoléu de Rumi, onde ele foi enterrado. Hoje, o local é um importante centro espiritual e cultural associado ao movimento e recebe centenas de fiéis e turistas do mundo todo.
A ordem de Mevlevi foi fundada no século XIII por Rumi, um poeta persa, jurista e teólogo islâmico. A dança giratória é a prática mais famosa associada aos dervixes – inclusive no post da Capadócia eu falei que nos ofereceram um passeio à parte para assistir uma apresentação deles. Eles usam um traje específico para fazer a dança, com um chapéu cônico e uma túnica. Cada movimento dentro da dança tem um significado que muda de acordo com a posição dos braços, a rotação que fazem, e a ideia é representar a união de Deus e o cosmos durante o movimento.
Um castelo de algodão em Pamukkale
Depois da breve parada para conhecer, então, o Centro Cultural de Mevlana em Konya, seguimos viagem para chegar à Pamukkale no finzinho da tarde/início da noite. Nesse dia, que foi o mais cansativo, percorremos 660 quilômetros e a única coisa que queríamos era descansar. No dia seguinte, que já era dia de check out do hotel e mais horas de ônibus, conhecemos pela manhã a antiga Hierápolis, e vou falar mais sobre ela no post de Pamukkale e seu lindo “Castelo de Algodão“, que entrará em breve, em uma das nossas próximas matérias aqui no blog.
Para esse roteiro basta dizer que: se você tiver a oportunidade de conhecer Pamukkale, vá. Ficamos positivamente surpreendidos com o complexo turístico e em especial com a formação rochosa do castelo de algodão que realmente nunca havia visto nada igual na vida.
Descanso e praia em Bodrum
Para ser sincera, Bodrum é outro destino que nunca tinha ouvido falar antes de fechar esse pacote para a Turquia. E que surpresa boa! As casinhas brancas, a praia super limpa e o mar azulzíssimo (sim, aqui gostamos de superlativos hahaha) e uma semana inteira de paz em um all inclusive era tudo que precisávamos depois de uma semana na correria e nos quilômetros e quilômetros percorridos no ônibus.
O hotel que estava no pacote se chama Charm Beach Resort. Um quatro estrelas que está localizado na praia de Fener, em uma cidade chamada Akyarlar, que na realidade fica a cerca de 20 quilômetros de Bodrum. Ou seja, não era exatamente Bodrum, mas de qualquer maneira como o regime era all inclusive, tava tudo certo pra gente também.
Uma praia e uma piscina particulares nos proporcionaram boas lembranças nas sete noites que passamos nesse hotel quatro estrelas. Havíamos ali inclusa não só o café da manhã, como também o almoço e a janta no buffet e também a possibilidade de usufruir durante o dia de um bar na piscina com alguns lanches disponíveis. Também fazia parte da programação algumas atividades como sinuca, festa noturna na beira da praia e beach vôlei.
Depois de sete dias percorrendo boa parte da Turquia de ônibus, confesso que os sete dias finais foram muito bacanas. Além de descansarmos, também aproveitamos muito a estrutura do hotel e alguns passeios que fizemos por conta, visitando o centro de Bodrum – que eu simplesmente amei – e um outro passeio de barco que fizemos no mar azul turquesa que o país nos ofereceu nos dias que estivemos por lá.
Quando acabou essa semana de descanso, nossa volta para Milão foi de avião, saindo do aeroporto de Bodrum, fazendo escala no gigantesco aeroporto de Istambul, e depois voltando para casa.
Esses quinze dias de Turquia foram muito especiais e guardamos com carinho nas nossas lembranças. Caso você se inspire e visitar o país depois dessa matéria, continue com a gente, porque pretendo trazer nos próximos posts informações mais detalhadas sobre alguns dos lugares pelos quais passamos.
Segundo o tradutor, teşekkürler é obrigada em Turco. Então, Teşekkürler Türkiye, yakında görüşürüz! – “obrigada Turquia, até breve!”.
Onde compramos nosso pacote de viagem para a Turquia?
O pacote de viagem foi comprado pelo site Voyage Privé – que não sei se funciona só na Europa. Na época, era altíssima temporada na Itália e conseguimos uma promoção, em que pagamos aproximadamente €1.200 por pessoa para os 15 dias de viagem. Como vocês vão ver ao longo do texto, muita coisa foi paga à parte (como o caríssimo passeio de balão na Capadócia que já contei aqui), mas no geral, e comparado aos preços que temos para sair da Itália em agosto, compensou.
Caso você more por aqui e queira dar uma olhada nas ofertas, com esse link você pode ganhar €50 de desconto na sua primeira reserva pelo site (lembrando que essa oferta é válida enquanto escrevo esse texto, não temos parceria com o site e sugiro que você leia todas as entrelinhas para saber se a viagem compensa para você).
Indicação Bônus – História em Meia Hora
Quem nos segue nas redes sociais (clica aqui para seguir) já viu essa dica lá, mas quis trazer para cá também. Conhecemos o Podcast História em Meia Hora porque adoramos saber mais sobre a história dos lugares antes de visitá-los, achamos que isso faz parte da experiência de viajar – e facilita um monte quando estamos lá tentando entender o significado dos monumentos e pontos turísticos já tendo um bom nível de contexto histórico.
Gosto muito do trabalho do podcast em informar, explicar e explorar um tema de história em apenas meia hora Ou seja, você aprende um monte sobre o assunto – e sobre a nossa próxima viagem no nosso caso – em um curto intervalo de tempo. Foi com o podcast, por exemplo, que aprendemos e relembramos episódios da Revolução Francesa antes de ir para Paris.
Bom, se você quiser saber se preparar para a sua viagem para a Turquia, pode por exemplo, escutar um pouco mais sobre o Império Bizantino no História em Meia Hora produzido pelo Professor Vitor Soares. Clica aqui para ter acesso às centenas de episódios gravados.
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