EUROTRIP: Roteiro de 5 dias na Islândia (sem carro)

Sabe aquela máxima de que “uma imagem vale mais do que mil palavras”? Pois bem, fique com ela em mente durante a leitura deste post. Sabe por quê? Porque foi desafiador sintetizar em frases ou em parágrafos toda a grandiosidade da Islândia e de seus vulcões, gêiseres, campos de lava, cachoeiras e fontes de águas termais. Mas, ao mesmo tempo, devo dizer que as fotos não fizeram jus à grandiosidade da Islândia e de seus vulcões, gêiseres, campos de lava, cachoeiras e fontes de águas termais. A Terra do Gelo e do Fogo foi muito (muito!) mais do que esperávamos dela. É a mãe-natureza em todo o seu esplendor e magnitude.

É isso, voyajante! Este é o último post da nossa Eurotrip. Posso ouvir um amém? Amém! Hahaha. Embora viajar seja uma delícia, escrever sobre ela depois demandou bastante energia. .Ao lado da Inglaterra e do Marrocos (que não fica na Europa, importante ressaltar!), a Islândia foi um dos destinos principais da nossa viagem de 35 dias pelo velho continente e norte da África. Além desses países e de suas cidades, visitamos também Edimburgo (Escócia), Cardiff (País de Gales), Amsterdã (Países Baixos), Bruxelas (Bélgica), Praga (República Tcheca), Cracóvia (Polônia) e Budapeste (Hungria). Tudo isso após 7 meses vivendo em Dublin, na Irlanda, em um intercâmbio de estudo e trabalho.

Como chegar na Islândia?

Basicamente, de avião. Como expliquei no último post, saímos de Budapeste, na Hungria, e voamos para Londres, na Inglaterra, e somente de lá é que pegamos o voo – pela companhia aérea low coast Wizz Air – para Reykjavik, a capital e a maior cidade da Islândia. O trajeto demorou cerca de três horas, mas na prática foi como se fossem duas, já que “voltamos” no tempo por conta do fuso horário. Cada passagem foi cerca de 128 libras – porque partimos de Londres – com direito a passar a noite no aeroporto. E do Aeroporto Internacional de Keflavík (KEF), localizado a cerca de 40 quilômetros do centro da cidade, pegamos um transfer (reservado antecipadamente pelo Get Your Guide) até o hostel. Pagamos cerca 30,80 euros para dois adultos na época.

Informações importantes

A língua oficial da Islândia é o islandês, uma língua que se assemelha – é o que dizem, já que não tenho meios de comprovar, hahaha – ao norueguês antigo. Reza a lenda que era o idioma dos vikings, os primeiros a ocuparem a ilha, por volta do século IX. Mas, não se preocupe com isso. Todo mundo por lá fala inglês e fala bem. E por mais que eles estejam localizados, fisicamente, na Europa, o sotaque deles é muito mais parecido com o americano do que com o britânico. E embora façam parte da União Europeia, eles não utilizam o euro. A moeda local é a coroa islandesa (ISK).

E já que estamos falando de dinheiro, já vamos trazer logo de cara à tona a principal pergunta que me fazem quando descobrem que estive na Islândia: “é muito caro?”. Caro é questão de perspectiva, não é mesmo? E vai muito também do estilo de viagem de cada um. É preciso levar em consideração que o país é o quinto mais caro do mundo para se morar e daí você já tira uma base de valores de hospedagem e alimentação e passeios. Mas, respondendo de forma bem simples e direta: não foi barato. Mas, do fundo do meu coração, valeu cada centavo. Por isso, ao contrário dos outros posts da Eurotrip, neste aqui eu vou – tentar – colocar os valores pagos nas excursões pela Terra do Gelo e do Fogo. Claro que estão desatualizados, mas dá para você ter uma ideia do que espera você por lá.

O que vimos e fizemos na Islândia?

Para facilitar a escrita e o entendimento do nosso roteiro na Islândia, vou separar o que fizemos por lá de acordo com os dias e de forma cronológica. Excluindo o dia da chegada que foi, basicamente, de locomoção. Fomos de um país para outro, de aeroporto em aeroporto, até chegar – enfim! – no hostel da vez. Ficamos no Bus Hostel Reykjavik. A localização dele não é das melhores para turistar o centro da capital islandesa e para comer à noite em restaurantes, mas é ótima para quem vai fazer os passeios com excursões, como a gente fez. Simplesmente porque ele está dentro da rodoviária de Reykjavik (Reyjavik Terminal). Ou seja, nós não precisávamos nos locomover para pegar o ônibus e podíamos escolher os nossos lugares primeiro. Mas, algumas empresas de excursão passam inevitavelmente no centro para pegar os hóspedes das outras acomodações, então quando eu for de novo provavelmente ficarei mais centralizada. De resto (facilidades, equipe, banheiros e limpeza), foi tudo bem.

  • Dia 1: Círculo Dourado (The Golden Circle Tour) – Neste passeio andamos entre as placas tectônicas da América e Europa, visitamos uma cascata gigantesca e o gêiser – veja que é “o” e não “um” – que lança água fervente a uma distância de até 20 metros a cada 5 ou 10 minutos. À noite saímos para a primeira “caçada” em busca da Aurora Boreal.
  • Dia 2: Costa Sul (South Coast Classic) – neste dia visitamos duas cachoeiras majestosas – uma em que é possível passar por trás – e conhecemos a famosa praia de areia preta. À noite saímos para a segunda “caçada” em busca da Aurora Boreal.
  • Dia 3: Passeamos por Reykjavik, a capital e mais populosa cidade da Islândia.
  • Dia 4: Fizemos um tour até um glacier de nome impronunciável e conhecemos a praia de diamantes, uma referência às pedras de gelo que ficam na areia. Aproveitamos e fizemos um passeio de barco dentro do lago e para vermos os icebergs mais de perto.
  • Dia 5: Nosso último dia na Islândia foi na famosa Blue Lagoon. Já fiz um post sobre esta espécie de spa com piscinas naturais de águas quentes localizado em um campo de lava, que você pode acessar aqui. Foi, sem dúvida nenhuma, uma das melhores experiências da minha vida (forte, né?).

Mas, primeiro, por que não alugamos um carro?

Dois motivos principais levaram Gian e eu a decidirmos não alugar um carro na Islândia, que é a forma mais econômica – e posso dizer que é a mais comum – de se conhecer as principais atrações do país. Quando estávamos pesquisando, a maioria dos blogs de viagem recomendavam o veículo e salientavam as boas condições das estradas no país. Mas, mesmo assim, a gente preferiu não pegar um automóvel e eu vou explicar o porquê. A primeira razão é que estávamos indo no outono, mais especificamente em outubro, mês em que a temperatura média é cerca de 4,3ºC (olha a tabelinha aí embaixo que interessante) com possibilidade de neve, e nenhum de nós tem prática para dirigir em tais condições climáticas. No fim, não nevou, mas tudo bem, não nos arrependemos da nossa escolha. Depois, o estilo de viagem road trip ainda não é do nosso perfil. Quem sabe um dia?

Essa placa estava no aeroporto e achamos super interessante. Principalmente a parte que fala a melhor época para visitar o país: de 1 de janeiro a 31 de dezembro.

Aproveitando a fala sobre outono para tentar responder outra pergunta comum sobre a Islândia: qual é a melhor época do ano para visitar? Quando o destino que nos aguarda tem como personagem principal a mãe-natureza, fica desafiador escolher qual é a melhor estação para ir. Cada uma tem seu charme e seus atrativos. No verão você “ganha” mais horas de luz solar e, por consequência, tem mais tempo para passear e visitar as atrações turísticas. E de bônus pega as temperaturas mais amenas. Porém é no frio – no outono e inverno – que você tem mais chances de vislumbrar a Aurora Boreal, por exemplo.

Dia 1 – The Golden Circle Classic

A primeira parada deste tour é no Parque Nacional Þingvellir, considerado um Patrimônio Mundial da UNESCO. Trata-se de um local de suma importância não somente por sua beleza natural (ali fica o maior lago da Islândia, o Þingvallavatn), mas também pela história. Foi ali, ao lado da fissura entra as placas tectônicas da América e da Eurásia, que nasceu – em 930 – o parlamento mais antigo do mundo, chamado até hoje de Alþingi. E reza a lenda que a fissura entre os continentes aumenta cerca de um centímetro por ano.

Depois fomos para o Geysir Hot Springs ver os gêiseres, fontes de água termal que lança água ou/e vapor em intervalos regulares. Foi lá que descobrimos, por sinal, que a palavra gêiser vem do islandês geyser. Legal, né? E embora por ali seja possível encontrar vários deles por ali, já que o Geysir Hot Springs é considerado uma zona geotermal, o que mais chama atenção é o Strokkur. Ele entra em erupção em intervalos de 5 a 10 minutos e é tão forte que a água quente pode chegar a 20 metros de altura – e dá um banho no caminho de volta à terra em quem estiver ali embaixo. Então, fique atento! E tem quem fale que o chão treme antes da “explosão”, mas eu não senti não.

Ah, e foi na área dos gêiseres que fizemos a parada do almoço da excursão. Comemos um hambúrguer cansadinho, mas gostoso.

A terceira parada foi para ver a cachoeira Gullfoss. A senhora-cachoeira Gullfoss, melhor dizendo. A força da água é tão poderosa – e barulhenta! – que era possível sentir os respingos da água mesmo de longe. E tinha um cara lá que tava tão empolgado que queria aparecer nas fotos de todo mundo. Aí, moço, parabéns, você conseguiu. Bem-vindo ao Voyajando! E não é só por isso que Gullfoss chama a atenção. A sua queda é feita em níveis, como se fossem degraus. Ao todo são 31 metros de altura e um volume de água surpreendente. Depois de vê-la de “pertinho”, o motorista do ônibus parou na estrada, mais adiante, na “continuação” do curso da água. E é impressionante como a paisagem muda. Acabei lembrando da música Planeta Água do Guilherme Arantes, sabe qual é? Que diz: “Águas que caem das pedras, no véu das cascatas, ronco de trovão. E depois dormem tranquilas no leito dos lagos, no leito dos lagos”.

E foi por muito pouco que Gullfoss não foi represada para tornar-se uma barragem hidroelétrica. Ela é hoje uma das principais atrações turísticas do Golden Circle por causa de uma mulher chamada Sigrídur Tómasdóttir, que protestou caminhando descalça entre Gullfoss e Reykjavik para chamar atenção da população para a causa. E merecidamente existe um pequeno monumento no local em homenagem a ela.

O tour The Golden Circle Classic teve duração de cerca de sete horas e meia. Saímos de manhã por volta das 9h30. Voltamos para o hostel, tomamos banho e lanchamos (na recepção tinha uma máquina de café e outra de snacks) e já ficamos prontos para o tour Northern Lights que, nada mais é, do que uma caçada pela Aurora Boreal. Este saiu às 21h30. E antes de eu entrar neste assunto deixa eu dar uma dica amiga. Vá com o seu melhor look de frio. Agasalhe-se e quando achar que já é o suficiente, coloque mais três camadas por cima. É sério. Eu quase que não desci do ônibus para tentar ver o fenômeno que eu fui caçar porque a coragem falhou na hora de sair do aquecimento do ônibus. Mas, continuemos.

Quando se trata de natureza, a coisa é sempre imprevisível. Então mesmo fechando o tour, a “caçada pela Aurora Boreal” pode ou não pode acontecer. A empresa que avalia as condições climáticas e o ônibus só saí se existirem condições reais das luzes serem “vistas”. Por isso, mesmo cansados da viagem do dia, nós reservamos esse tour já na primeira noite porque, caso cancelassem, ainda teríamos todas as outras noites para irmos.

A caçada pela Aurora Boreal

Até abri um tópico novo para este assunto porque ele rende. Sim, é uma caçada. Todo mundo fica na expectativa de ver a Aurora Boreal e você sente isso no ar. O silêncio é palpável. A guia e o motorista decidem para onde vamos quando o veículo já está em movimento e a todo momento eles falam no rádio com outras “equipes” que também saíram naquela noite em busca das luzes do norte. Uma coisa é certa: eles sempre sairão da zona metropolitana de Reykjavik porque é preciso de um céu escuro e limpo para ver o fenômeno, ou seja, sem a iluminação – ou poluição visual – da cidade.

Outros fatores necessários para ver a Aurora Boreal são descritos pela guia dentro do ônibus. E a mais decepcionante das informações que ela nos passou dentro do veículo é que o jeito mais fácil de se “ver” as luzes do norte é com uma câmera fotográfica. Isso acontece porque as luzes que compõem a Aurora Boreal estão no limite do espectro que os olhos humanos conseguem enxergar. Pois bem, talvez isso não seja uma novidade para você que lê blogs de viagem, não é mesmo? Mas para mim foi. Na época eu não vi essa informação em lugar nenhum ou me passou despercebido. Lembro que fiquei chateada, mas faz parte. A magia só perdeu um pouco da magia. Pode ser imaginação da minha cabeça por querer ver tanto que, em determinado momento, eu vi uma “manchinha” esbranquiçada se mexendo a olho nu. Pode ter sido a minha mente dando truque. Mas eu prefiro acreditar que vi.

E eu juro que eu tentei explicar aqui cientificamente o que é a Aurora Boreal, como ela é formada e seu grande porquê, mas cai em matérias e artigos que usavam muitas palavras como átomos, íons, elétrons, prótons, plasma, sol e vento. E aí não deu para acompanhar, voyajante. Perdoe-me por isso. Mas nesta pesquisa encontrei como as luzes do norte receberam o nome de Aurora Boreal. Trata-se de uma homenagem do astrônomo Galileu Galilei para a deusa do amanhecer romana, conhecida como Aurora. Já Boreal vem de Boreas, da mitologia grega, que são os ventos do norte. Muito legal, né?

Mas, Jeanine, se é tão incerto, e se a gente não ver a Aurora Boreal? Aí, voyajante, vai depender da empresa que você contratou. Nós fomos com a Reykjavik Sightseeing e com eles existe uma cláusula que fala que eles não devolvem o dinheiro no caso de impossibilidade de se ver as luzes do norte. Mas você pode ir de novo e de novo no tour até conseguir ver. E foi por isso que já agendamos a ida logo no nosso primeiro dia da Islândia. Caso não desse certo – e não deu, hahaha – a gente iria de novo porque a esperança é a última que morre, não é mesmo? “Vimos” no segundo dia de “caçada”.

Outra coisa que nós gostamos da empresa: a guia ajudava as pessoas que tinham câmeras profissionais a ajustar as configurações dos equipamentos para capturar a Aurora Boreal, que tem que ser em longa exposição (então também é preciso um tripé). E no caso dos pobres mortais que não tinham – aka eu e o Gian que viajamos apenas com nossos celulares, hahaha – a empresa fez uma fila e tirava nossas fotos com a máquina fotográfica deles. Depois disponibilizaram no Facebook. O que é ótimo, pois assim temos um registro desse momento. Que você pode ver aqui.

Dia 2 – South Coast Classic

Nosso segundo dia de passeio começou mais cedo, às 8h30. Como o nome do tour já diz, fomos ver as principais atrações e belezas da costa sul da Islândia. Estávamos bem cansados do dia anterior, mas foi impossível dormir no ônibus porque a paisagem muda constantemente lá fora. O veículo vai atravessando campos de lava e fazendas (com muitas ovelhas), e no fundo, na linha do horizonte, você vê os vulcões – como Hekla e Eyjafjallajökull. E mesmo com áudio-guias em cada assento, é legal ir acompanhando o guia lá na frente falando sobre tudo que é possível ver da rodovia. Ele citou, inclusive, produções cinematográficas que foram gravadas na Terra do Gelo e Fogo, como Game of Thrones, Batman Begins e Thor, o Mundo Sombrio.

A primeira parada do nosso passeio foi na geleira de Sólheimajökull (nem imagino como seja a pronúncia disso, hahahaha, mas seguimos). Ela está localizada entre os vulcões Hekla e Eyjafjallajökull. Pessoas nascidas em países tropicais, abençoados por Deus e bonitos por natureza (mas que beleza!) como nós ficam impactados diante de um cenário desses. E mais impactados ainda quando o guia do tour sai de camiseta de manga curta do ônibus e você tá tremendo até os ossos com cinco camadas de roupas. A gente fez apenas uma parada para fotos, mas se você quiser adentrar, existem tours para serem contratados. E pelo que entendemos, só pode ir com guias autorizados e equipamentos.

Depois fomos conhecer a famosa praia de areia preta (Black Sand Beach) que em islandês atende pelo nome de Reynisfjara. E eu não tenho palavras para definir a beleza do lugar, mas posso tentar descrevê-lo. Além da areia preta, você encontra na praia cavernas e colunas hexagonais de basalto. Mas esta última não foi tão novidade, já que vimos a mesma formação no Giant’s Causeway, na Irlanda do Norte. O que mais me chamou a atenção foi o contraste da areia preta com a espuma branquinha das ondas do Oceano Atlântico, que banha a costa islandesa. E elas são poderosas – ou violentas! Existem placas por lá – e o guia reforça no ônibus – pedindo que os viajantes tomem cuidado durante a visita e não se aproximem da água para fotos. Elas são chamadas de sneaker-waves e podem aparecer até mesmo em dias de “calmaria”. Isso porque não existem ilhas ou qualquer outro obstáculo entre a costa islandesa e a Antártica, por isso as ondas tem milhares de quilômetros para se formar.

A segunda parada é em Vik, uma vila com cerca de 290 habitantes. Foi por ali que almoçamos e visitamos uma loja outlet gigantesca da Icewear, uma marca da Islândia de roupas. E dali que temos também a visão das formação rochosas conhecida como os três trolls, que fica na praia de Reynisfjara. Reza a lenda que

E dali o sentido foi de volta para Reykjavik. Nossa próxima parada foi na Skógafoss, mais uma senhora-cachoeira islandesa. Ela tem cerca de 65 metros de altura e quase 30 metros de largura. Você pode já ter visto ela em Game of Thrones, Vikings e Thor: Mundo Sombrio. Ela é impressionante ao vivo. Eu estou com cara de choro nas fotos porque eu estava – mesmo – chorando. Passei muito frio, voyajante, e a chuva piorou a sensação térmica. Ficar desconfortável em um passeio pode prejudicar – e muito! – a sua experiência de viagem. Por isso fiquem com imagens do Gian MUITO animado visitando a incrível Skógafoss – enquanto eu blasfemava – para você ficar contagiado (como se precisasse, né?) para ir visitar a Terra do Gelo e do Fogo.

Depois da Skógafoss fomos para outra cachoeira digna de respeito: a Seljalandsfoss. Mas o mais incrível dela não é sua queda de 60 metros de altura, é a possibilidade de passar atrás dela por meio de uma trilha. Ali eu não fiquei incomodada de me molhar porque a sensação, a energia foi de outra dimensão. Meu humor melhorou – para a alegria do Gian – instantaneamente. O caminho até ela é tranquilo, mas depois da queda achei um tanto quanto perigoso porque era bem úmido. Então, vá com cuidado e, além das roupas impermeáveis e quentinhas, vá com calçados (se possível, né) seguros para este tipo de terreno.

E de lá voltamos para Reykjavik para ir, novamente, na caçada da Aurora Boreal, como já falei ali em cima neste mesmíssimo post. E, finalmente, “vimos” as famosas luzas no norte.

E os preços, Jeanine?

Sim, os preços! Esses três passeios – The Golden Circle Classic, Northern Lights e South Coast Classic – foram feitos com a mesma empresa, a Reyjavik Sightseeing. Na época em que fomos, em 2018, eles tinham um pacote de dois dias chamado Best of Iceland que compensou para a gente em questão de valores. Para os três tours o valor foi de ISK 36,980, já incluindo o VAT, que em valores atuais seria cerca de 246 euros para nós dois.

Você pode ver os preços de tours na Islândia no Get Your Guide! E, vamos combinar, né? Fechar pacotes na nossa língua nativa é sempre mais confortável, hahahaha.

Dia 3 – uma volta por Reykjavik

Já mencionei neste post que, além de ser a capital, Reykavik é também a cidade mais populosa da Islândia. Ela foi fundada no ano de 874 e cerca de 60% da população do país vive ali. E, para falar dela e de suas atrações, é sempre bom dar uma contextualizada histórica, não é mesmo? Quando chegaram na ilha, os vikings – de origem escandinava- trouxeram consigo escravos irlandeses e escoceses. Todos povos que, como vimos durante o intercâmbio e a Eurotrip, são cheios de lendas e superstições. Logo, os islandeses não seriam diferentes. Existe por lá uma cultura muito forte em torno de elfos, trolls e outras criaturas da natureza. Inclusive, em beiras de estrada e na cidade é muito comum encontrar pedras empilhadas que, segundo nosso guia, foram deixados pelos seres mágicos por ali. Se é verdade, quem saberá, não é mesmo? Mas lembre-se sempre de respeitar. E, sinceramente, vivendo em uma ilha com vulcões, gêiseres, campos de lava, cachoeiras e fontes de águas termais, quem não acreditaria em seres mágicos a serviço da mãe-natureza?

Hallgrímskirkja

É a maior igreja da Islândia. Sua torre de 74,5 metros faz do templo a sexta construção mais alta do país. Ela foi inaugurada em 1986 e sua arquitetura – projetada por Guðjón Samúelsson – tem como inspiração as belezas naturais da Terra do Gelo e do Fogo, como os vulcões, glaciares e as colunas hexagonais de basalto, que vimos na praia de areia preta. Ela é luterana e chama a atenção por ser bem diferente das igrejas que comumente encontramos na Europa como um todo.

Harpa

É um auditório e casa de concertos construído em 2011. Localizada ao lado do porto velho de Reykjavik, a Harpa chama atenção por sua arquitetura diferenciada. E foi lá dentro que eu comprei o meu souvenir – leia-se imã – da Islândia. Mesmo que não vá ver nenhum espetáculo por lá, vale a visita pela visão que se tem de lá de dentro, através dos vidros hexagonais.

Solfar Sun Voyager

Ali do ladinho da Harpa está a escultura Viajante do Sol. Ela foi projetada por Jón Gunnar Árnason para celebrar o bicentenário de Reykjavik. Construída em aço, ela representa uma embarcação viking e homenageia a origem islandesa e sua tradição marítima.

The Settlement Exhibition

Em 2001, escavações arqueológicas descobriram ruínas de uma casa viking comunitária. Daí, ao redor delas, ergueu-se o The Settlement Exhibition, um museu interativo e bem interessante que tem como objetivo mostrar quem foram os primeiros a viver na Islândia, por volta do século IX.

Þúfa

Criado pelo artista Ólöf Nordal, é um monte de 8 metros de altura construído com 4.500 toneladas de cascalho. É considerada uma das maiores obras de arte já feitas na Islândia. Fica bem próximo ao antigo porto de Reykjavik e eu e o Gian nos perdemos um pouco para chegarmos lá andando. O trajeto a pé é demorado, por isso nossa sugestão é que você vá até lá somente se estiver com tempo na cidade (que tem muito mais atrações do que vimos e fizemos). A gente cismou que queria ir até lá e fomos. E, realmente, a vista da cidade dali é bem bacana. E tivemos a sorte de ver um arco-íris (e tomamos chuva para isso, hahahaha).

E lá em cima existe essa casinha de madeira, uma cabana, na verdade, usada para fazer harðfiskur, uma espécie de peixe seco. E sim, tem peixe lá dentro.

Dia 4 – Visitando a lagoa glacial de Jökulsárlón

Fechamos este tour na plataforma do Get Your Guide. Foi uma excursão longa, com cerca de 14 horas de duração, que também teve como destino o sul da ilha. Saímos às 7h de Reykjavik. A primeira parte da nossa viagem foi dentro do ônibus. O guia ia apontando as atrações e contando a história do país quando ele via algo digno de nota (e ele era bem engraçado, então o tempo pareceu passar mais rápido). Paramos para almoçar em um restaurante na beira da rodovia antes de chegar ao destino final: a lagoa glacial de Jökulsárlón. Durante o almoço o guia nos falou sobre a possibilidade de passeio de barco na lagoa – um adicional de 40 euros por pessoa – para quem estivesse interessado. E a gente pensou: já estamos na chuva, vamos nos molhar. E vou aproveitar que estamos falando de valores para incluir aqui a informação dos custos antes que eu me esqueça. Nós dois pagamos cerca de 195 euros para essa excursão.

E também vou aproveitar que falamos de chuva para falar que, nesta parada do almoço, o Gian decidiu comprar uma capa de chuva para mim. Ele não quis correr o risco do meu mau-humor aflorar igual aconteceu no outro dia – veja bem, voyajante, a minha jaqueta cinza foi comprada especialmente para a Islândia e ela se dizia impermeável, mas nem ela aguentou, coitada, a quantidade de chuva e umidade em cima dela). A capa era horrível e bem podrinha, mas fez meu dia feliz. Então, se antes você ficou com as imagens do Gian MUITO animado, repare na minha felicidade agora. Hahahaha. Melhor investimento!

Jökulsárlón é a maior e mais profunda lagoa glacial da Islândia. E não é só isso. É também o ponto de desembocadura da maior geleira da Europa, chamada Vatnajökull. Em suas águas você observa vários icebergs e, o bacana no passeio de barco é vê-los de perto. Perto, não pertinho. Todo mundo aqui já assistiu e se lembra do Titanic, né? Logo sabe que não pode se aproximar muito porque é perigoso. E se você não sabe, deixa eu tentar explicar aqui de forma bem mais ou menos: a ponta do iceberg, que é a parte que fica para fora da água e que e a gente vê, não retrata a dimensão do que o bloco de gelo realmente é embaixo da água – o famoso o que os olhos não veem. Por isso, sem saber a extensão dele, as embarcações correm sérios riscos de baterem e afundarem.

O passeio de barco por Jökulsárlón só fica disponível entre os meses de abril a outubro, porque no inverno as águas ficam tomadas de gelo e icebergs, o que inviabiliza a navegação. Por isso, se você estiver entre esses meses, recomendo! É muito legal! O guia da embarcação também era cheio de piadas e quebrou um bloco de gelo em uma bandeja e serviu cubinhos para a gente experimentar por nós mesmos como a água dali é pura e potável.

Depois do passeio, basicamente atravessamos a rodovia com o ônibus e descemos para visitar a Praia dos Diamantes (Diamond Beach) que recebe esse nome por causa das pedras de gelo que se espalham pelas suas areias negras. Como se fossem diamantes. Algumas delas – as menores – ficam transparentes ao serem polidas pelas ondas do mar. Mas, de onde vem as pedras de gelo, Jeanine? Da própria lagoa Jökulsárlón, voyajante. Elas chegam na praia pelo rio Jökulsá – o mais curto da Islândia – que corre para o mar.

Na viagem de volta para Reykjavik, o ônibus parou mais duas vezes. Primeiro em Dverghamrar, também conhecida como The Dwarf Cliffs (que, em tradução literal seria falésias dos anões). As formações de coluna de basalto recebem este nome porque, de acordo com o folclore local, é dentro delas que moram anões e elfos. Se é verdade, eu não sei. Mas o sol que saiu neste momento parece ter sido intervenção mágica mesmo. Nem parece o mesmo dia, não é mesmo?

A segunda parada foi, novamente, na cachoeira Seljalandsfoss, a mesma que já havíamos visitado anteriormente. Mas, dessa vez, estava anoitecendo, então o visual foi diferente. Ruim para as fotos, mas não para a energia e imensidão do lugar. E eu, animada que estava com a minha capa de chuva, até tirei uma foto em referência ao Pica-Pau. E se você não entendeu a brincadeira, você é jovem demais. Aproveite a sua vida e beba bastante água.

Dia 5 – The Blue Lagoon

Já fiz um post completinho sobre a minha experiência na Blue Lagoon, o link para acessar está aqui. O que eu não falei lá é como chegamos e saímos do spa de águas termais. Foi com um ônibus transfer do próprio lugar. Você agenda (e paga, claro) no site da própria atração o horário que você quer que ele pegue você no hostel e o horário de que você quer ir embora. No nosso caso, iríamos direto para o aeroporto. Vale ressaltar que deixamos a ida para a Blue Lagoon no último dia exatamente por causa disso. O spa é localizado bem próximo do aeroporto. É mais perto de lá do que do centro de Reykjavik. Tem quem recomende ir no primeiro dia, e quem recomende ir no último. E, sinceramente, eu amei ter fechado a minha viagem – e a Eurotrip – com essa chave de ouro.

Em relação a valores: as nossas entradas no lugar foram 19.980 ISK (que em um câmbio atual daria cerca de 133 euros). Já os transfers, de ida para lá e ida para o aeroporto foram 11.000 ISK (cerca de 73 euros). Vale lembrar que esses valores são de duas pessoas, já incluindo o VAT. Para os não rápidos em matemática como eu, foi um total de 30.980 ISK, ou 206 euros tudo.


Foi assim que passamos nossos cinco dias na Islândia, voyajante, a Terra do Gelo e do Fogo. Foram cinco dias intensos onde não nos alimentamos bem e passamos frio, mas que vimos e vivemos experiências que essas poucas palavras aqui do post não puderam definir, traduzir ou descrever. Já falei em alguns momentos da Eurotrip que ficar diante da mãe-natureza dessa forma faz a gente rever a nossa fragilidade enquanto seres humanos e nos mostram como somos pequenininhos diante dela. E, para mim, é isso. Voltaria mil vezes (com mais blusas, é claro) para lá. E não poderia recomendar o suficiente para que você também vá.

Essa viagem – a Eurotrip – vai ficar para sempre nos nossos corações e memórias não somente pelos lugares incríveis que tivemos a possibilidade de conhecer, como a Islândia, mas também por todo o aprendizado e primeiras-vezes que esses 35 dias de viagem nos trouxeram. Ou melhor, nos ensinaram. A você que chegou até aqui, o meu muito obrigada. Obrigada por ler, por se interessar e por ouvir os meus relatos de viagem. Foi um prazer ter você aqui. <3




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2 Comentários

  1. Paloma

    Oiê! Adorei as dicas, estou pretendendo ir ano que vem pra islandia sem carro, queria saber como vocês fizeram esses passeios. Foi pelo get your Guide ou direto com o hostel? Teriam o contato da agência pra indicar? Sabe mais ou menos quanto gastaram nos passeios? Seria incrível se pudesse compartilhar!!
    Obrigada

    Responder
    • jeaninecarpani

      Oi Paloma, tudo bem?

      Obrigada pelo seu comentário! A gente usou o Get Your Guide para um tour e para o transfer entre o aeroporto e o hostel. Os outros tours a gente fechou direto com a agência de turismo que chama Reykjavik Sightseeing. E no último dia, para ir para a Blue Lagoon, fechamos o transporte no próprio site do spa. Para andar pela cidade, fizemos por conta própria.

      A Islândia é um país mais “caro”, mas a gente amou a experiência. Valeu cada centavo. Os valores que gastamos com passeios estão ao longo do texto, só não incluímos alimentação porque como escrevi sobre a viagem quase três anos depois dela ter acontecido, não tínhamos essa preocupação na época de registrar tudo.

      Esperamos que gostem como a gente!

      Beijos!

      Responder

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